terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ano novo, a mesma vida!

::Autor Desconhecido::



O início do ano é uma época propícia para as resoluções. Elas trazem uma nova forma de ver o que estamos fazendo e o que podemos fazer para que sejamos mais felizes. Costumamos mergulhar nas nossas rotinas e os problemas cotidianos não permitem que olhemos além da superfície de nossas vidas.

Um ditado antigo diz "Ano novo, vida nova". A rigor, a sua vida muda a cada minuto, mas os fatos que a preenchem seguem um sentido se os observarmos no contexto da sua própria história. É preciso olhar para trás e para dentro de si antes de dar um passo mais ousado para a frente.

Agir em concordância com o sentido da própria vida lhe proporcionará segurança em seus passos. E esta segurança pode ser percebida como uma sensação de realização, de dever cumprido. Vivemos sob pressões e demandas que surgem de todos os lados, do trabalho, da família, dos amigos. Ter consciência de que você está agindo conforme o seu destino, que se manifesta pelo sentido da sua biografia, lhe fará mais consciente, em cada situação, de quais ações podem ser coerentes com o sentido da sua história - e quais destoam completamente.

No fim das contas, como em tudo na sua vida, a decisão só cabe a você tomar. Contudo, quando você age de acordo com o sentido de sua história, é como um trem que anda no trilho, seguindo um fluxo natural, sem dor ou arrependimentos, progredindo no seu ritmo. Fora do sentido, esbarramos na depressão e na angústia.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Feliz Natal e um próspero ano novo!

::Autor Desconhecido::



Como é gostoso imaginar coisas boas,alegres, gostosas e divertidas.

Pensar em coisas que nunca pensamos.

Enxergar um lugar que sempre imaginamos.

Histórias que fazem a gente sonhar.

Sonhar com um lugar que pode existir em alguma parte do universo.

Um espaço onde cada um tenha o seu próprio espaço,um planeta onde todo mundo seja amigo de todo mundo,um continente onde as pessoas se respeitem mais,países que falem a mesma língua,cidades que nunca passaram por acidentes,endereços onde todas as casas tenham teto,casas que tenham pelo menos uma criança,que abriguem corpos com células que não fiquem doentes,com prateleiras cheias de comida,receitas e dicionários que não tenham a palavra violência.

E uma porção de livros que não tenham preço e que façam as pessoas sonhar cada vez mais.

Se essas histórias podem existir na nossa imaginação é porque elas fazem algum sentido.

Se tem gente que acredita em Papai Noel é porque ele continua, de alguma forma,
aparecendo na vida das pessoas.

Quem sabe se todos acreditarmos num mundo melhor, ele comece a aparecer ao nosso lado.

Vamos todos começar a fazer isso!

Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

"Família é prato difícil de preparar"

(de "O Arroz de Palma,de Francisco Azevedo)



Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo. Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência. Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir. Preferimos o desconforto do estômago vazio. Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio. Mas a vida, (azeitona verde no palito) sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite. O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida. Fulana sai a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo. Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente.
E você? É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me fazer companhia. Como saiu no álbum de retratos? O mais prático e objetivo? A mais sentimental? A mais prestativa? O que nunca quis nada com o trabalho? Seja quem for, não fique aí reclamando do gênero e do grau comparativo. Reúna essas tantas afinidades e antipatias que fazem parte da sua vida. Não há pressa. Eu espero. Já estão aí? Todas? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza.

Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco. Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.
Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre. Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada.
O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini, Família à Belle Meuni; Família ao Molho Pardo, em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria. Família é afinidade, é a Moda da Casa. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.
Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seriam assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.

Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Uma Coisa de Cada Vez: Uma Experiência com a Consciência

::Stephen Levine::



Uma forma incrível de integrar a prática de meditação e da percepção em nossas vidas diárias é fazer uma coisa de cada vez. Entregar-se de forma integral ao que estiver fazendo no momento. Concentrando-se em um única tarefa. Quando estiver dirigindo, não escutar o rádio. Quando estiver escutando música, não ler ou comer. Ao comer, não assistir à televisão nem ler. Ao assistir televisão, não comer ou ler. Quando estiver andando, sentir o solo sob os pés. Ao comer sinta aquilo o que come e entre por inteiro em contato com as sensações e motivação que condicionam e dirigem o processo. Estar atento ao comer da mesma forma como se fica atento ao andar ou respirar. Respirar uma inspiração de cada vez, dar um passo de cada vez, uma mordida por vez. Vivenciar de maneira plena "apenas isto", o momento tal como ele é.

Há uma história de dois monges zen que se encontraram à beira de um rio. Eles logo verificaram que eram de monastérios vizinhos, e cada um mostra curiosidade quanto à natureza do mestre do outro. Um dos monges diz: "Meu mestre é o maior de todos. Ele pode voar, pode caminhar sobre a água, pode ficar sem respirar por vinte minutos!" O outro balança a cabeça lentamente e sorri, dizendo: "Oh, seu mestre é de fato notável. Mas o meu é ainda mais: quando ele anda, ele apenas anda. Quando ele fala, ele apenas fala. Quando ele come, ele apenas come". Um dos mestre tinha "poderes" mas o outro tinha poder. Os poderes são desejados somente por aquela parte de nosso interior que se sente impotente. Considerando o tamanho respeitável do labirinto do ego, para a maioria, "os poderes" são armadilhas. Extraordinário mesmo é estar presente em nossas vidas, capazes de nos abrirmos para o momento, acumulando compaixão e percepção como preciosidades.

Certa manhã, um amigo nosso, mestre Zen, sentado à mesa do desjejum, lia o jornal enquanto comia. Um de seus discípulo, conhecendo a técnica de uma coisa de cada vez, zombou: "Você está comendo e lendo! Como pode estar atento a uma coisa só?!!". Ao que o esperto e prático mestre retrucou: "Quando eu como e leio eu só como e leio". Vá com calma. Se você tiver crianças em casa, pode ser quase impossível fazer uma coisa de cada vez. Neste caso, faça apenas seis coisas de cada vez. Ou, como disse uma mãe ao verificar que a prática seria bastante difícil para ela: "Minha agenda é uma bagunça. Acho que é dia do ventre".

Fazer uma coisa por vez nos ajuda a recordar. Quando você estiver lavando os pratos, ou dirigindo para o trabalho, trocando a roupa do bebê, cavando uma trincheira, cozinhando, fazendo amor, pensando alguns pensamentos, seja o que for, cuide da tarefa em pauta. Vivencie, a cada instante, o corpo, a respiração, os mutáveis estados mentais. Viva "apenas isto" de cada vez.

Se "apenas isto" não for o bastante, nada será o bastante. Cuidar deste "apenas isto" é viver de maneira plena e feliz.

Meditações Dirigidas, Stephen Levine.