segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Conheça o seu Dosha (biótipo) segundo a Medicina Ayurvédica

::Conceição Trucom::

"Dosha" é uma palavra sânscrita que significa "culpa" ou "transgressão". Enquanto este é o sentido literal, no contexto de cuidado à saúde seria mais apropriado traduzir "Dosha" como as "forças, no corpo, que mais facilmente se desequilibram". Através dele é possível a caracterização do perfil biológico do indivíduo, de acordo com a milenar Medicina Ayurvédica.

Existem três doshas: Vata, Pitta e Kapha, sendo que cada um apresenta suas características determinantes. Todas as pessoas possuem os três doshas, mas em proporções variadas. Eventualmente, há excesso ou carência de um dos três doshas, o que constitui um desequilíbrio, que pode originar uma doença.
O reestabelecimento do equilíbrio original dos doshas da pessoa, segundo esta medicina será por meio de dietas, exercícios físicos, uso de plantas medicinais, meditação, yoga e massagem.

Vata significa a força que gera e possui as qualidades do "ar" (e do espaço). Vata não é "gás" mas a força que, quando em excesso, produz "gás". Vata é o dosha formado pelos elementos ar e éter. Suas características são ser seco, leve e frio. As pessoas com predominância de Vata são geralmente magras, ativas e costumam ter a pele seca e eventualmente constipação intestinal. Elas devem evitar alimentos amargos, bem como frio e umidade.

Pitta significa a força que gera e possui as qualidades do "fogo". Pitta não é "bile" mas a força que, quando em excesso, produz "bile" e "ácido". Pitta é o dosha formado pelos elementos fogo e água. Suas características são quente, oleoso e leve. São pessoas ativas e com boa conformação física. Têm tendência a serem nervosas e facilmente irritáveis. As pessoas com predominância Pitta devem evitar alimentos salgados e picantes, para não aumentar o fogo digestivo. Em caso de desarmonia de Pitta, o sintoma inicial é a febre e as infecções.

Kapha significa a força que gera e possui a qualidade da "água" (e terra). Kapha não é o "muco" mas a força que, quando em excesso, produz "muco". Kapha é o dosha formado pelos elementos água e terra. Suas características são úmido, pesado e frio. As pessoas com predominância Kapha costumam ser grandes e pesadas, podendo facilmente tender à obesidade. Devem evitar alimentos úmidos, frios e pesados, como massas e arroz. Em caso de desequilíbrio, este costuma manifestar-se como excesso de muco e problemas respiratórios.

Cada um de nós é resultante da combinação destes 3 Doshas. Ao tempo da concepção, a Natureza decide a permutação - combinação de Doshas, dentro de cada um de nós. Isto é que faz de cada um de nós, um ser único.

Os Doshas têm:
• Traços físicos que se traduzem nas descrições físicas da pessoa, por exemplo, altura, compleição, olhos, etc.;
• Traços mentais e comportamentais que se traduzem na espécie de pessoa que nós somos, como dormimos, sonhamos e pensamos; como reagimos a situações externas, nossas forças e fragilidades emocionais, nossa atitude com relação a dinheiro - se somos gastadores, avarentos ou administradores de dinheiro;
• Traços intelectuais que se traduzem em se somos pensadores e sonhadores, designers e planejadores ou pessoas silenciosas que trabalham com afinco e trabalhadores sólidos;
• Doenças e traços que são responsáveis pelo fato de diferentes espécies de clima, alimento, meio-ambiente serem benéficos ou danosos a nós.
Tudo isto a Mãe natureza decide na hora de nossa concepção e durante o período que passamos no útero materno. Assim, é importante compreender nossa constituição de forma a tornar-nos consciente de nossas forças e nossa predisposição interna para certas doenças e padrões negativos de procedimento. Este é nosso "Prakriti" - nossa Natureza.
Os Doshas podem ser controlados através dos 6 sabores - salgado, picante, adstringente, amargo, doce e azedo. Estes sabores podem agravar e pacificar diferentes Doshas. Com este conhecimento nós estamos capacitados a prevenir doenças, curar a nós mesmos e compreender melhor nossas relações interpessoais.

Qual seu Dosha dominante?
Ao preencher os 3 questionários abaixo, você terá a oportunidade de se autoconhecer um pouco mais, ao identificar qual o seu biótipo (ou dosha) predominante. Para preencher aos questionários, com o máximo de sinceridade, atribua valores conforme quadro abaixo:
Não se aplica a mim - 0 pontos
Aplica-se algumas vezes a mim - 1 ponto
Aplica-se quase sempre a mim - 2 pontos

DOSHA: VATA - MENTAL - ELEMENTO AR
Pele seca e fria com tendência a rachaduras nos lábios e nos pés. Cabelos crespos e secos, região ao redor dos olhos escura (olheiras), assim como expressão melancólica. Bastante mental, dificuldade para ficar aterrado.
Declarações
1. Sou mais friorento que a maioria das pessoas.
2. Tenho freqüentemente dificuldade para dormir ou ter uma boa noite de sono.
3. Minha pele tende a ser muito seca, especialmente no inverno.
4. Meus movimentos são rápidos e ativos. Minha energia tende a se manifestar em surtos.
5. Tenho tendência a ter sono e hábitos alimentares irregulares.
6. Tenho tendência a ter gases e prisão de ventre.
7. Sou magro - não engordo com facilidade.
8. Tenho tendência a ter mãos e pés frios.
9. Executo rapidamente as atividades.
10. Não sou bom em memorizar as coisas e depois lembrá-las mais tarde.
11. Sou animado e vivo por natureza.
12. Sempre aprendi coisas novas com muita facilidade.
13. Meu andar característico é leve e rápido.
14. Costumo ter dificuldade para tomar decisões.
15. Fico ansioso ou preocupado com freqüência.
16. Falo rápido e meus amigos acham que eu falo muito.
17. Minha disposição de ânimo muda com facilidade e sou um tanto quanto emotivo por natureza.
18. Minha mente é muito ativa, às vezes inquieta, mas também muito imaginativa.
19. Fico facilmente agitado.
20. Aprendo rápido, mas também esqueço rápido.
Total contagem de pontos VATA:

DOSHA PITTA - AÇÃO - ELEMENTO FOGO
Pele sensível e irritável, avermelhada e com poros abertos, possui predisposição à acne, feridas e reações alérgicas. Metabolismo rápido e atitudes passionais.
Declarações
1. Sinto um mal estar ou fico facilmente fatigado no calor - mais do que outras pessoas.
2. Transpiro com facilidade.
3. Costumo ser extremamente organizado nas minhas atividades.
4. Dificilmente sinto frio.
5. Meu cabelo tem uma ou mais das seguintes características: tendência a ficar grisalho ou calvo cedo; fino e liso; louro, ruivo ou cor de areia.
6. Tenho muito apetite.
7. Meu intestino é bastante regular: é mais fácil ter diarréia do que prisão de ventre.
8. Não me sinto bem quando pulo uma refeição, ou se o almoço ou o jantar atrasam.
9. Me considero muito eficiente.
10. Tenho a mente decidida e resoluta e sou um tanto quanto enérgico.
11. Embora nem sempre o demonstre, fico irritado e zangado com bastante facilidade.
12. Muitas pessoas me consideram teimoso.
13. Fico impaciente com muita facilidade.
14. Tenho tendência a ser perfeccionista com relação aos detalhes.
15. Fico zangado com muita facilidade, mas depois esqueço rapidamente.
16. Não tolero alimentos muito quentes e picantes.
17. Não tolero as desavenças tanto quanto deveria.
18. Aprecio os desafios, e quando quero alguma coisa sou muito determinado.
19. Gosto muito de alimentos frios, como sorvete e também bebidas geladas.
20. Tenho tendência de criticar tanto os outros quanto a mim mesmo.
Total contagem de pontos PITTA:

DOSHA KAPHA - EMOÇÃO - ELEMENTOS TERRA E ÁGUA
Pele oleosa, porosa, fresca e muito sensível ao sol. Cabelo oleoso e espesso. Olhos lacrimejantes. Tende a acumular água e ter inchaços. Unhas e lábios grossos e frios. Metabolismo lento.

Declarações
1. Não gosto quando o tempo fica frio e úmido.
2. Engordo com mais facilidade do que a maioria das pessoas.
3. Tenho tendência a engordar - acumulo gordura com facilidade.
4. Meu cabelo é grosso, escuro e ondulado.
5. Minha pele é macia, suave e um tanto pálida.
6. Minha constituição física é grande e sólida.
7. Preciso dormir pelo menos oito horas para me sentir bem no dia seguinte.
8. Tenho tendência a ter excesso de muco ou secreção, congestão crônica, asma ou sinusite.
9. Minha tendência natural é fazer as coisas de uma maneira lenta e relaxada.
10. Minha disposição é serena e tranqüila - não fico agitado com facilidade.
11. Sou capaz de pular refeições sem nenhum mal-estar significativo.
12. Sou calmo por natureza e dificilmente fico zangado.
13. Tenho um sono muito profundo.
14. Não aprendo tão rapidamente quanto algumas pessoas, mas retenho bem as informações e tenho uma boa memória.
15. As seguintes palavras me descrevem bem: sereno, meigo, carinhoso e magnânimo.
16. Minha digestão é lenta, o que me faz sentir pesado depois das refeições.
17. Tenho muito vigor e resistência física, bem como um nível de energia estável.
18. Meu andar é de um modo geral lento e cadenciado.
19. Tenho tendência a dormir demais, a ficar zonzo ao acordar e sou geralmente lento para fazer as coisas pela manhã.
20. Como devagar e minhas ações são lentas e metódicas.

Total contagem de pontos KAPHA:

O dosha que apresentar maior pontuação será o seu biótipo dominante, na atual fase de sua vida. O interessante desta avaliação é que você AGE segundo o dosha dominante, porém, o dosha que lhe resultou com menor pontuação é o que lhe NORTEIA. Ou seja, é o que sinaliza as suas principais metas.

Fonte: http://www.saisanjeevini.com.br/dintplay.htm


* Todos os direitos reservados. Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações e citada a autoria.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Só se encontra quem ousa sair do rumo

::Patricia Gebrim::

"É mentira isso que nos fazem acreditar... que só podemos voar, se conduzidos pelas regras ditadas por outro alguém"Todo ano, querendo ou não, a gente acaba se dando conta da passagem do tempo. Seja pelas épocas em que tradicionalmente somos obrigados a perceber isso, tamanha a quantidade de fogos de artifício, confetes e serpentinas; seja porque num dia qualquer do ano alguém surgiu na nossa frente com um bolo cheio de velas acesas com um monte de gente ao redor cantando "parabéns pra você".

Em momentos assim, o tempo escoando como areia por entre nossos dedos, impossível deixar de pensar sobre o que estamos fazendo com nossas vidas.
Acabei de passar por um momento desses, e lá no meio da cascata de areia do tempo, me veio a ideia de que só podemos ser felizes de verdade se formos capazes de transgredir. Lembrei-me da maravilhosa peça de teatro, a Alma Imoral, baseada no livro de mesmo título, do Nilton Bonder. Enquanto formos marionetes conduzidos pelos cordões da sociedade e da cultura na qual nascemos, como poderemos ser felizes?
Como você poderia ser feliz, se nem mesmo consegue existir, na ânsia de corresponder às expectativas de outro alguém? É como se apesar de andar por aí, pagar contas e dirigir automóveis; ainda não tivesse nascido de verdade .
Esta semana uma amiga querida sugeriu que eu assistisse a uma maravilhosa palestra de Prem Rawat (obrigada!), na qual ele discorria sobre a diferença entre a borboleta e uma pipa. Ambas voam, disse ele, mas a pipa cai se largarmos o fio que a conduz, enquanto que a borboleta tem a capacidade de flutuar sobre montanhas e campos floridos. Assim, quando baseamos nossa felicidade nas premissas de nossa sociedade e cultura, acabamos acreditando que somos como a pipa, aparentemente fluida no ar, mas que cai assim que seu cordão por algum motivo seja cortado. Essa crença faz com que nossas conquistas passem a ter prazo de validade... até a próxima exigência, ou até que sejamos incapazes de corresponder ao esperado.
Não é fácil. Hoje em dia são tantas as amarras... parece que o mundo ao nosso redor nos diz o tempo todo quem devemos ou não ser, nos diz para onde ir, quando e como. Nos define, nos limita, nos amarra. Você precisa fazer isso, fazer aquilo, case-se, tenha filhos, pese tantos quilos, estique os cabelos, sorria, seja compreensiva, faça, faça, faça... O fio vai nos enrolando como aquela serpente que esmaga as vítimas antes de devorá-las.
Eu não quero ser pipa... Quero ser borboleta e escolher a leveza com que alçarei meu corpo ao ar, sem fios que me conduzam ou limitem minha colorida liberdade. Eu quero a liberdade de voar minha própria vida, mesmo que não seja exatamente o que planejaram para mim. Não quero sofrer por não ter cumprido as exigências dessa vida cheia de fios. Preciso de cerol para cortar as amarras. Aquela mistura de cola e vidro que liberta as pipas de seu fio aprisionador.
Porque livres - e esse é um segredo que lhes conto e que pode mudar tudo - livres dos fios... "todos somos borboletas".
É mentira isso que nos fazem acreditar... que só podemos voar, se conduzidos pelas regras ditadas por outro alguém.
Nunca fomos pipas, amorfas e sem vida. É verdade que alguns de nós sucumbimos e nos tornamos borboletas aprisionadas, mas basta cortar o fio e nossa alma nos eleva para além dos certos e errados, para cima, em meio à brisa que vem do oceano trazendo notícias de navegantes errantes e da descoberta de novas terras. E ao ouvir a voz da brisa, nossa vida se torna uma doce aventura.
Precisamos urgentemente cortar o fio que aprisiona.
Mas do que é feito o cerol que liberta almas? Não de cola e vidro... com certeza! É feito de sabedoria, de consciência, de autoconhecimento, de uma boa dose de ousadia e coragem. É feito de coisas que fogem do tradicional e tomam rumo próprio. É feito de curiosidade para explorar o novo e é feito, principalmente, de alegria. Nada se faz sem alegria. A alegria nos faz voar, como na estória de Peter Pan. A alegria é o pó de pir-lim-pim-pim.
Se misturarmos isso tudo e arriscarmos nos atritar, a ir de encontro a esses falsos valores que tentam nos fazer engolir, sairemos vencedores, e juntos nos tornaremos notícia da primeira página dos jornais como a mais bela revoada de borboletas a cruzar os céus numa linda tarde como a de hoje.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

SEMELHANTE ATRAI SEMELHANTE -

::OSHO::

Somente uma pessoa amorosa, aquela que realmente é amorosa; pode encontrar o parceiro certo.

Essa é minha observação: se você está infeliz você irá encontrar alguém também infeliz. Pessoas infelizes são atraídas pelas pessoas infelizes. E isso é bom, é natural. É bom que as pessoas infelizes não sejam atraídas pelas pessoas felizes; senão elas destruiriam a felicidade delas. Está perfeitamente bem.

Somente pessoas felizes são atraídas pelas pessoas felizes. O semelhante atrai o semelhante. Pessoas inteligentes são atraídas pelas pessoasinteligentes; pessoas estúpidas são atraídas pelas pessoas estúpidas.

Você encontra as pessoas do mesmo plano. Então a primeira coisa a lembrar é: um relacionamento está fadado a ser amargo se este surgiu da infelicidade.

Primeiro seja feliz, seja alegre, seja festivo e então você encontrará alguma outra alma festiva e haverá um encontro de duas almas dançantes e uma grande dança irá surgir disso.

Não peça por um relacionamento a partir da solitude, não. Assim você estará indo na direção errada. Então o outro será usado como um meio e o outro lhe usará como um meio. E ninguém quer ser usado como um meio! Cada indivíduo único é um fim em si mesmo. É imoral usar alguém como um meio.Primeiro aprenda como ser só. A meditação é um caminho para ficar sozinho.

Se você puder ser feliz quando você está só, você aprendeu o segredo de ser feliz. Agora você pode ser feliz acompanhado. Se você é feliz, então você tem alguma coisa para compartilhar, para dar. E quando você dá, você obtém; não é de outra maneira. Assim surge uma necessidade de amar alguém.

Geralmente a necessidade é de ser amado por alguém. É a necessidade errada. É uma necessidade infantil; você não está amadurecido. É uma atitude infantil.

Uma criança nasce. Naturalmente, a criança não pode amar a mãe; ela não sabe o que é amar e ela não sabe quem é a mãe e quem é o pai. Ela está totalmente desamparada. Seu ser ainda está para ser integrado; ela ainda não está reunida.

Ela é somente uma possibilidade. A mãe precisa amar, o pai precisa amar, a família precisa banhar a criança de amor. Agora ela aprende uma coisa: que todos têm que amá-la. Ela nunca aprende que ela precisa amar. Agora a criança irá crescer e se ela permanecer presa nessa atitude que todo mundo tem que amá-la, ela irá sofrer por toda sua vida. Seu corpo cresceu, mas sua mente permaneceu imatura.

Uma pessoa amadurecida é aquela que chega a conhecer a necessidade do outro: que agora tenho que amar alguém.

A necessidade de ser amado é infantil, imatura. A necessidade de amar é maturidade.

E quando você está preparado para amar alguém, um belo relacionamento irá surgir; de outra maneira não.

"É possível que duas pessoas num relacionamento sejam más uma para com a outra"?

Sim, isso é o que está acontecendo por todo o mundo. Ser bom é muito difícil. Você não é bom nem para si mesmo.

Como você pode ser bom para outra pessoa?

Você nem mesmo ama a si próprio! Como você pode amar outra pessoa? Ame a si mesmo, seja bom para si mesmo.

Os seus assim chamados santos têm lhe ensinado a nunca amar a si mesmo, para nunca ser bom para si mesmo.

Seja duro consigo mesmo! Eles têm lhe ensinado a ser delicado para com os outros e duro para consigo mesmo. Isso é um absurdo.

Eu lhe ensino que a primeira e mais importante coisa é ser amoroso para consigo mesmo. Não seja duro; seja delicado.

Cuide de si mesmo. Aprenda como se perdoar, cada vez mais e novamente; sete vezes, setenta e sete vezes, setecentos e setenta e sete vezes. Aprenda como perdoar a si próprio. Não seja duro; não seja antagônico consigo mesmo.

Assim você irá florescer.

Nesse florescimento você atrairá alguma outra flor. Isso é natural. Pedras atraem pedras; flores atraem flores. Assim há um relacionamento que possui graça, que possui beleza, que possui uma bênção nele.

Se você puder achar um relacionamento assim, seu relacionamento crescerá para uma oração; seu amor se tornará um êxtase e através do amor você conhecerá o que é o divino.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A liberdade está prisioneira dentro de você, liberte-a!

::Nelson Sganzerla::


O que todos nós buscamos para comandar as rédeas do nosso caminho, o leme do nosso barco (desculpem as frases clichês) é a felicidade, buscamos intensa e incansavelmente e, porque não dizer, até desesperadamente.

Todos nós, seja em qualquer canto desse planeta, procuramos ser felizes. Pergunte a um marajá na Índia, a um presidente de uma grande multinacional americana, a um pedinte em qualquer esquina do mundo, a um sheik em Dubai...
O que eles querem e desejam na vida? Dentre tantas coisas, eles certamente responderão: queremos a felicidade.

Mas, existe, entre a variedade de itens que compõem a felicidade, um ingrediente que necessariamente terá que fazer parte desse maravilhoso e delicioso bolo, sem o qual não permitirá que cresça e delicie a todos em nossa volta e ficaremos meio que tolhidos na nossa maneira de pensar agir e falar.

Falo do ingrediente liberdade, que tem que caminhar junto com a felicidade. Sem esse ingrediente, nunca seremos felizes por completo, sempre nos faltará aquela agradável sensação do vento em nosso rosto, sensação de bem-estar e de leveza em nossas ações, e é fundamental exercê-la, óbvio, com responsabilidade, sabendo onde termina a nossa liberdade e se inicia a do outro.

Não se pode mais viver confinado em trincheiras, lutando contra valores arcaicos, valores que insistimos em carregar por gerações. Não se pode mais ser refém do complexo do medo e prisioneiro do preconceito. Não existe mais espaço para a tortura da ignorância, é necessário tomar a montanha, fincar nossa bandeira e expandir horizontes, soltar amarras, e de uma vez por todas deixar de fazer aquilo que outros direta ou indiretamente querem nos obrigar...

A ignorância, o complexo, o preconceito roubam nossa liberdade de existir plenamente. Toda vez que nos submetemos a imposições que não queremos, toda vez que alguém procura obter vantagem em algum negocio, toda vez que calamos diante de alguma injustiça, estamos aprisionando mais e mais a nossa liberdade e deixando de ser livres para com a nossa vida que nos é tão preciosa, e por isso devemos amá-la.

Viver em função daquilo que os outros acham, daquilo que os outros querem. Carregar em nossas costas fardos e muitas vezes valores que não são nossos, deixar que coloquem em nossos tornozelos bolas de aço ou, em nossa mente, idéias e pensamentos mesquinhos, é fechar a janela do nosso eu; é trancar a porta da nossa liberdade, é permitir que pensem por nós, que queiram por nós, que até amem por nós.

Veja a televisão, veja os jornais.O que você faz diferente daquilo que você, lê e assiste? Tornamo-nos mal educados, porque se banalizou a educação; somos violentos, porque a paz também está banalizada; somos inseguros porque o convívio entre as pessoas também não mais existe; não existe cortesia, porque não existe mais o cortês.

Não somos muitas vezes livres porque deixamos que tranquem a porta da nossa liberdade que é nosso direito, quando aceitamos todos os desmandos, as mazelas, a insegurança, as mesmices, as idiotices e todo tipo de preconceitos, quando vivemos e pensamos igual. A "unanimidade é burra" nunca foi parâmetro para o certo e para o errado; nunca se deixe levar por uma maioria, que você não confie.

Seja pleno, seja inteiro, seja livre, seja feliz e nunca deixe que o (a) conduzam para onde você não queira ir. Reflita sempre e não permita que aprisionem a liberdade que é sua por direito. Liberte-a e seja feliz!

Pense nisso.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A Perda

::Beth Cavalcante::

Lidar com a perda é um dos mais difíceis desafios para o ser humano.

A perda através da morte é uma experiência extremamente difícil, mas como tem uma ligação direta com o conceito de destino, de algo que sabemos ser um desígnio que está acima de nós, buscamos, apesar do sofrimento, o caminho da aceitação.

A perda através do abandono ou da rejeição mexe com algo essencial, que é nossa auto-estima. De algum modo, sempre buscamos encontrar uma justificativa em nós, como se não tivéssemos sido suficientemente bons, não tivéssemos suficientes qualidades para manter alguém ao nosso lado.

Mudar esta crença exige de nós a consciência de que os processos internos que o outro vivencia fogem ao nosso controle. Liberdade e manutenção da individualidade são duas qualidades fundamentais para que um relacionamento dê certo. Se não houver um compromisso verdadeiro de ambas as partes para que isto aconteça, torna-se difícil estabelecer algo duradouro.

Quando amamos alguém e perdemos essa pessoa, a dor cria em nós uma espécie de couraça defensiva, que muitas vezes dificulta a abertura para uma nova experiência, por mais que a desejemos.


>> A saída é meditarmos permanentemente sobre o poder curativo do amor, ou seja, aquele velho ditado de que a dor de um amor se supera com um novo amor, é sim, muito verdadeiro.

Mas para isso, é necessário que estejamos plenamente abertos para receber esse amor que a existência nos reserva. Se não nos permitirmos aceitar e valorizar cada manifestação amorosa que o mundo nos ofereça, estaremos perdendo a chance de um renascimento e do reencontro com a felicidade.

A vida é mágica e os seres humanos, em sua multiplicidade, constituem uma de suas maiores riquezas. Quando estamos abertos e disponíveis para deixar que o novo, o inesperado, aconteça em nossa vida, o Universo sempre nos responde de forma inequívoca.

Dar e receber são dois lados de uma mesma moeda. Quanto mais amor, empatia, afeição e generosidade doarmos ao mundo, mais receberemos em troca, amor e felicidade.



:: ABRA O SEU CORAÇÃO

Querido mestre Osho,
Na maior parte da minha vida, eu me mantive à distância, separado e isolado, e, assim, eu tenho estado protegido das pessoas e situações.
O meu medo mais íntimo sempre foi o de abrir meu coração totalmente. O vasto amor que eu sinto poderia derramar-se como água de um poço transbordando e seria perdido, desviado ou rejeitado.
Minha essência é como uma flor delicada e se ela florescesse num terreno errado ela poderia com facilidade ser maldosamente machucada ou destruída. Este é o meu medo. Seria este o tempo e o lugar para abrir o meu coração totalmente? Tom Cassidy.

... As pessoas se sentem muitas vezes rejeitadas porque antes mesmo delas darem algo, já existe a expectativa. Se sua expectativa não for satisfeita, elas se sentem rejeitadas. É a expectativa que está criando problema, não o amor.
Dê o amor sem qualquer corda amarrando-o. Dê o amor pelo puro prazer de dar. Alegre-se dando-o.

O pássaro cuco, ao cantar distante, não se preocupa se alguém está gostando ou não. A estrela distante - você pensa que ela está preocupada se um poeta está escrevendo um belo poema sobre ela ou se um Vicent van Gogh está pintando-a, ou se um fotógrafo ou um astrônomo estão preocupados com ela? A estrela não está interessada nisso. A sua alegria está em continuar brilhando.

Simplesmente abra o seu coração... E abra-o totalmente, sem quaisquer expectativas e condições. É certo que ele alcançará o coração certo; isto sempre acontece.
... E você está me perguntando: Seria este o tempo e o lugar para abrir o meu coração totalmente?

Todo tempo e todo lugar é o lugar certo!
... Você esperou tempo demais, não espere mais. Este é o tempo. Nunca confie no momento seguinte; o amanhã nunca vem. É agora ou nunca"!

OSHO - Zen: Zest, Zip, Zap and Zing - Capítulo 12, pergunta nº 1

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Se eu sei o que devo fazer, por que não faço?

::Patricia Gebrim::

"Precisamos perceber quando estamos tendendo a simplesmente "reagir" ao mundo, de acordo com uma emoção condicionada. Precisamos pensar, usar a razão para reavaliar a situação e correr o risco baseados na pessoa que somos HOJE, checar, acreditar que agora pode ser diferente do que foi lá atrás"Muitas vezes em nossas vidas sabemos exatamente como deveríamos agir ou nos comportar, e ainda assim nos sentimos incapazes de fazer o que deve ser feito.

Como se fios invisíveis nos amarrassem e aprisionassem, limitando nossos movimentos, só nos resta a sensação de impotência, um gosto amargo de frustração e a repetição de cenas já conhecidas que nos impedem de ir em direção à felicidade.
Como se fôssemos prisioneiros de nós mesmos, ficamos lá, paralisados, embora tudo em nós grite:

- Mova-se!

Quem já se sentiu assim sabe o quanto é difícil.

- Se sabemos que devemos nos mover, por que não seguimos adiante?

É a pergunta que não nos deixa dormir em paz.

É claro que se fôssemos seres puramente racionais, nada disso aconteceria. É facil resolver as coisas no campo da teoria e daquilo que é meramente racional:

- Esse relacionamento lhe faz mal? Então deixe-o e busque algo mais saudável... Parece simples não?

Mas o fato é que não somos só uma cabeça que pensa e analisa. Somos também seres emocionais, como se dentro de nós existisse um lago feito das mais diversas emoções. A nossa cabeça pensante é como uma pedra lá no meio do lago, muitas vezes parcialmente submersa, outras vezes totalmente coberta pelas emoções, a ponto de nem mesmo conseguirmos enxergá-la.

Lago das emoções

O lago das emoções começa a surgir muito cedo na vida, a partir de nossas primeiras interações com o mundo que nos cerca. Esse lago é formado por tudo o que sentimos, desde a infância até hoje. Assim, diferentemente do lado racional que se baseia em analisar a compreensão dos fatos, num entendimento lógico do mundo; o nosso lado emocional é feito de uma mistura confusa de sentimentos. Lá no seu lago está o que você sentiu quando alguém brigou com você pela primeira vez na vida, está o seu medo do escuro, a raiva do coleguinha que grudou chiclete no seu cabelo, a tristeza que sentiu quando seu gatinho morreu, a alegria de andar na sua bicicleta nova e tantos outros sentimentos. A partir desses sentimentos, sem se dar conta, você foi aprendendo a reagir ao mundo.

O saudável seria que razão e emoção conversassem entre si e que ambas tivessem espaço em nossas vidas, em nossas decisões. Mas se o lago transborda, se a sua razão se torna uma pedra submersa, lá no fundo, tão no fundo que você mal consegue ver... então a emoção se tornará a condutora de sua vida. E a sua emoção irá sempre pelo caminho já demarcado anteriormente. Como um rio, que segue sempre pelo leito escavado na terra, a água flui por onde já passou muitas vezes, instituindo a repetição como regra em nossas vidas. E assim ficamos lá, repetindo, repetindo, repetindo.

Para que você entenda de forma prática, imagine que quando criança você sempre tenha se sentido menosprezado por seus coleguinhas na escola. Você aprendeu lá atrás a sentir-se frágil, pequeno, indefeso e inferior. A sua emoção continuará fazendo com que você se "sinta" assim. Mesmo que hoje você tenha crescido, se tornado muito forte, capaz e mais poderoso do que qualquer um de seus ex-coleguinhas; se você se deixar guiar pela emoção, talvez evite entrar em situações de confronto, esperando perder, como acontecia no passado.

MEDO (BASEADO EM EXPERIÊNCIAS PASSADAS) + GENERALIZAÇÃO = PARALISIA

Em geral ficamos paralisados porque somos prisioneiros de um passado, de uma visão distorcida de nós mesmos que nega a verdade de nosso ser.

Ficamos paralisados porque sentimos medo. Pense por um instante:

- O que você teme?

Fora alguns medos que são inatos (presentes desde o nosso nascimento e que tem a função de preservar a nossa integridade física), a maioria de nossos medos relaciona-se às nossas experiências passadas (por exemplo, um dia você foi rejeitado ao tentar brincar com um grupo de coleguinhas, e a partir daí se retraiu e passou a temer se expor em relações sociais).

Nossas emoções tendem a generalizar indevidamente as experiências que vivemos. Assim, o medo somado às generalizações acabam nos aprisionando.

- "Um dia foi assim , logo... acontecerá assim novamente!"

Para sair dessa prisão precisamos correr o risco de testar a vida novamente. Precisamos perceber quando estamos tendendo a simplesmente "reagir" ao mundo, de acordo com uma emoção condicionada. Precisamos pensar, usar a razão para reavaliar a situação e correr o risco baseados na pessoa que somos HOJE, checar, acreditar que agora pode ser diferente do que foi lá atrás.

É o seu racional que pode lhe ajudar a enxergar quem você é hoje. O seu racional poderá lhe fazer raciocinar, perceber que hoje você é um adulto bem diferente daquela criança que foi. O seu racional pode lhe mostrar fatos que comprovem sua capacidade e pode instigar você a testar o mundo com base no presente, e não no passado.

Assim, se você se encontra paralisado em alguma situação da sua vida, faça uma lista prática de todos os medos que consegue associar a essa questão, e depois, racionalmente, perceba se existem experiências passadas associadas a eles. Avalie se esses medos são reais ou são generalizações de experiências passadas. E enfrente-os! Comece pelos mais fáceis, até que vá se sentindo mais seguro e confiante.

Você é capaz de mudar sua vida. Não desista. Mova-se!