terça-feira, 28 de setembro de 2010

O teste de fogo da verdade

::Osho::



Nenhum relacionamento pode crescer se você continuar evitando se expor. Se você continuar sendo astuto, erguendo salvaguardas, se protegendo, só as personalidades se encontrarão e os centros essenciais continuarão sozinhos. Só a sua máscara estará se relacionando, não você.

Sempre que algo assim acontece, existem quatro pessoas no relacionamento, não duas. Duas pessoas falsas continuam se encontrando, e duas pessoas verdadeiras continuam separadas uma da outra.

Existe um risco. Se você for verdadeiro, ninguém sabe se esse relacionamento será capaz de compreender a verdade, a autenticidade; se esse relacionamento será forte o suficiente para vencer a tempestade. Existe um risco, e, por causa dele, as pessoas continuam se protegendo.

Elas dizem o que deve ser dito, fazem o que deve ser feito. O amor se torna algo como um dever. Mas assim a realidade continua faminta, e a essência não é alimentada, e vai ficando cada vez mais triste.

As mentiras da personalidade são um fardo muito pesado para a essência, para a alma. O risco é real, e não existem garantias, mas eu lhe digo que o risco vale a pena.

No máximo, o relacionamento pode acabar. Mas é melhor se separar e ser verdadeiro do que ser falso e viver com outra pessoa, pois esse relacionamento nunca será gratificante. As bênçãos nunca recairão sobre vocês. Você continuará faminto e sedento, e você continuará se arrastando pela vida, só esperando que algum milagre aconteça.

Para que o milagre aconteça, você precisa fazer alguma coisa: comece sendo verdadeiro, com risco de que o relacionamento não possa ser forte o bastante para resistir a isso. A verdade pode ser dura demais, insuportável, mas nesse caso o relacionamento não vale a pena. Por isso é preciso passar pelo teste.

Depois que for verdadeiro, todo o restante se torna possível. Se você for falso — só uma fachada, uma coisa artificial, um rosto, uma máscara — nada é possível. Porque com o falso, só o falso acontece; com o verdadeiro, só a verdade.

Eu entendo o seu problema. Esse é o problema de todos os casais: eles têm medo dessa atitude de ir mais fundo. Eles vivem perguntando se esse relacionamento será forte o bastante para suportar a verdade. Mas como você vai saber de antemão? Não há como saber. A pessoa precisa fazer para saber.

Como você vai saber, sentado na sua casa, se conseguirá vencer a tormenta e o vento lá fora? Você nunca esteve numa tormenta. Vá e veja. Tentativa e erro é a única maneira — vá e veja. Talvez você seja derrotado, mas até nessa derrota você se tornará mais forte do que é agora.

Se uma experiência derrota você, depois outra e outra, pouco a pouco a própria vivência da tempestade vai tornando você mais forte. Chega um dia em que você simplesmente começa a se deliciar com a tempestade, você simplesmente começa a dançar na tempestade. Então ela deixa de ser sua inimiga. Isso também é uma oportunidade — uma oportunidade delirante — para ser.

Lembre-se, o ser nunca acontece de modo confortável; do contrário aconteceria a todos. Ele não pode acontecer de modo conveniente; de outro modo todo mundo teria o seu próprio ser autêntico sem nenhum problema. O ser só acontece quando você assume riscos, quando você enfrenta o perigo. E o amor é o maior perigo que existe. Ele exige você totalmente.

Portanto não tenha medo, mergulhe de cabeça. Se o relacionamento sobreviver à verdade, será maravilhoso. Se ele perecer, isso também é bom, porque um relacionamento falso chegou ao fim, e agora você poderá iniciar outro — mais verdadeiro, mais sólido, mais relacionado à essência.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O CORPO É UM ESPELHO DAS NOSSAS CRENÇAS

::Louise Hay::



Embora muitas pessoas me vejam como alguém com o poder de curar os outros, eu não curo ninguém.
Meu trabalho é ajudar as pessoas a compreenderem como seus pensamentos criam, constantemente, suas próprias experiências de vida - todas elas, tanto as boas quanto as que chamamos de más experiências.

Você já se viu indo para o trabalho remoendo ressentimentos em relação a um colega ou alimentando sua insegurança por causa de uma tarefa que lhe foi solicitada?

É um exemplo simples, mas que ajuda a entender o que afirmo. Se, em vez de pensar negativamente, você procurasse pensar nas razões que poderiam ter levado o companheiro de escritório à atitude agressiva, e imaginasse formas afetuosas de resolver o conflito, seu encontro com ele poderia gerar uma aproximação feliz para ambos.

Se, em vez de inventariar suas próprias falhas, você tomasse consciência de sua capacidade e repetisse para si que poderia realizar a tarefa solicitada com sucesso - pedindo ajuda se precisasse, provavelmente você a desempenharia com outro ânimo e competência.

Nossos pensamentos podem, da mesma forma, estar contribuindo para o bem-estar ou para o mal-estar de nossos corpos.

Não queremos ficar doentes e, no entanto, precisamos de cada doença que contraímos.

É a maneira que nossos corpos encontram para nos dizerem que estamos com uma idéia errada, com uma percepção falsa, e que precisamos mudar nossa forma de pensar.

Tenho uma amiga que precisou passar por uma pneumonia grave para concluir que era indispensável mudar seu ritmo de vida e fazer uma terapia que a ajudasse a rever seus relacionamentos.

Há pessoas que usam a doença como forma de não assumir compromissos, mantendo-se permanentemente numa situação fragilizada.

Cada doença é uma lição que precisamos aprender.

Por favor, não fique só reclamando: "quero me livrar desta doença."

Isso não vai trazer a cura que você deseja e você não vai aprender a lição de que necessita.

Não se coloque também numa atitude defensiva, como se a doença fosse uma espécie de acusação. Não se trata de condenar nem de sentir nenhuma culpa.

Tanto na doença quanto em qualquer situação de vida, o importante é observar o que está acontecendo conosco para entender o que precisa ser libertado e transformado.

Então eu lhe digo: é hora de se curar, de tornar sua vida e seu corpo íntegros, que significa que você deseja investir na sua saúde.

Eu sei que você tem, dentro de si, tudo de que precisa para conseguir isso.

Quando você começar a compreender o processo que leva à saúde ou à doença, será capaz de assumir o controle consciente das mudanças que deseja fazer.

É um processo muito emocionante que vai se tornar uma das aventuras mais felizes da sua vida.

Acredito que existe um centro de sabedoria dentro de cada um de nós e que, quando estamos prontos para fazer mudanças positivas, atraímos o que é necessário para nos ajudar.

Pode ter certeza de que alguma coisa dentro de você se transformou e o processo de cura já começou.

Pare um instante a leitura e diga em voz alta: Eu já comecei o meu processo de cura.

O corpo é um espelho das nossas crenças e dos nossos pensamentos mais íntimos.

O corpo está sempre conversando conosco. É preciso aprender a escutar o que ele tem a dizer.

Cada célula reage a cada pensamento seu, a cada palavra que você pronuncia.

Por isso, se prolongamos durante muito tempo determinadas formas de pensar e de falar, elas irão produzir comportamentos e posturas corporais, assim como um maior ou menor bem-estar.

Suas palavras e pensamentos contribuem para sua saúde ou sua doença.

Uma pessoa que está sempre com o rosto fechado provavelmente não tem muitos pensamentos alegres e amorosos. Os rostos e corpos dos mais velhos mostram claramente como foi sua vida e seus comportamentos.

Pare um pouco e pense: que aparência eu vou ter quando entrar na terceira idade?

Como acredito que todos nós nascemos com o direito de ser completamente saudáveis e satisfeitos em todas as áreas de nossas vidas, quero ajudar você a conquistar esse direito agora.

Algumas das coisas que vou sugerir talvez pareçam simples demais, mas fique sabendo que estas idéias foram testadas muitas vezes com enorme sucesso.

Elas funcionam de verdade.

Antes de continuar a ler este texto, repare no seu corpo.

Coloque-se numa posição confortável, respire fundo e procure relaxar.

Abra-se para acolher todas as idéias, aceitando apenas as que se aplicam ou fazem sentido para você.

Acredito que toda doença é uma criação própria.

É claro que não dizemos quero ter tal doença, mas criamos um Ambiente mental que faz com que a doença apareça e se desenvolva.

Volto a repetir: nossos diálogos interiores provocam reações em cada célula do corpo.

Ouvi um médico dizer recentemente: "Se um cirurgião operar um paciente sem fazer coisa alguma para ajudar a descobrir e curar a causa da doença, ele estará apenas adiando o problema, pois o paciente criará um outro mal-estar."

Não basta tratar o sintoma. Precisamos eliminar a causa da doença.

E para isso precisamos penetrar no lugar, dentro de nós mesmos, onde o processo teve início.

Somos profundamente responsáveis por quase todas as experiências por que passamos em nossas vidas.

Tanto as melhores quanto as piores.

Porque, como já disse, somos nós que criamos nossas experiências através dos pensamentos que temos e das palavras que pronunciamos.

O universo apóia completamente nosso diálogo interior.

Nosso subconsciente aceita como verdade aquilo em que escolhemos acreditar.

Isto significa que o que acredito ser verdade a meu próprio respeito e a respeito da vida se tornará verdade para mim.

Essa é uma escolha que você faz.

É claro que os pensamentos vêm à cabeça sem nosso controle, mas, ao reconhecê-los, você pode alimentá-los ou procurar desapegar-se deles, tentando olhar a realidade de outra perspectiva.

Temos também o impulso de pronunciar certas palavras, mas somos capazes de silenciá-las ou substituí-las por outras mais amorosas, impregnadas de compreensão e tolerância.

O que pensamos e sentimos a respeito de nós mesmos e de nossa vida formou-se desde criança, pelas reações e comportamentos dos adultos que nos rodeavam.

Assim, se você viveu com pessoas assustadas ou com pessoas extremamente infelizes, aprendeu uma porção de coisas negativas a seu próprio respeito e a respeito da vida.

E é possível que ainda acredite nelas.

Não estou dizendo isso para que culpemos nossos pais. Eles provavelmente foram vítimas de seus próprios pais e não podiam nos ensinar o que não sabiam.

Se sua mãe não gostava dela mesma e se seu pai não sabia ser carinhoso e atento, eles não teriam condições de ensinar você a se amar e a se tratar com carinho e atenção.

Por mais bem intencionados que fossem.

Acredito que escolhemos nossos pais. Cada um de nós decide encarnar neste planeta em épocas e locais específicos. Fazemos assim porque estamos neste mundo para aprender as lições que nos farão avançar em nosso caminho espiritual.

Para isso, escolhemos nosso sexo, nossa cor, nosso país e as pessoas que nos farão ter as experiências de que precisamos para evoluir.

Muitas vezes, quando crescemos, acusamos nossos pais e nos queixamos: "foi você quem fez isto comigo, a culpa é sua".

Mas, na verdade, nós os escolhemos, porque era com eles que podíamos viver aquilo que queríamos aprender a superar.

Passamos a vida criando experiências que combinem com as crenças adquiridas na infância.

Olhe para trás e observe quantas vezes você passou pelo mesmo tipo de relacionamento e pela mesma qualidade de problema.

É bem possível que você tenha criado essas experiências repetidamente porque elas refletem o que você pensa a seu respeito.

Mas não adianta ficar remoendo os problemas do passado, porque é o momento presente que importa.

O que aconteceu no passado, até este momento, foi criado por você, com seus próprios pensamentos e antigas crenças, sem que você se desse conta.

Mas o que você escolhe pensar, acreditar e dizer hoje, neste exato lugar, neste exato momento, está criando o seu futuro.

Seu diálogo interior de agora está criando o seu amanhã, a semana que vem, o próximo mês e o ano que vem.

Então, preste atenção no que você está pensando neste instante. Você quer que este pensamento crie o seu futuro?

Ele é negativo ou é positivo? Observe, preste atenção.

Não existe certo ou errado no que pensamos, e volto a dizer que não quero nunca explorar o sentimento de culpa. Pelo contrário, quero eliminá-lo, porque ele paralisa e não faz crescer.

Estou querendo apenas que você entre em contato com o que está pensando, porque, em geral nós tomamos muito pouca consciência do que se passa em nossas mentes e em nossos corpos.

Só prestamos atenção quando ficamos doentes ou quando sentimos dor.

E, se não sabemos o que está se passando dentro de nós, como poderemos mudar?

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Se não quiser adoecer...

::Dr. Drauzio Varela::




FALE DE SEUS SENTIMENTOS, TOME DECISÃO, SE ALIMENTE CORRETAMENTE...

Se não quiser adoecer "Tome decisão".
A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

Se não quiser adoecer- "Busque soluções".
Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmurção, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar da escuridão. Pequna é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.

Se não quiser adoecer- "Não viva de aparências".
Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho, etc., está acumulando toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.

Se não quiser adoecer - "Aceite-se".
A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.

Se não quiser adoecer - "Confie".
Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é a falta de fé em sim, nos outros e em Deus.

Se não quiser adoecer - "Não viva sempre triste".
O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. "O bom humor nos salva das mãos do doutor" Alegria é saúde e terapia.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Como saber quem eu sou - Parte 2

:: Rosemeire Zago ::



Parte 1 você encontra aqui:

http://clinicapsicologia.blogspot.com/2010/09/como-saber-quem-eu-sou.html


CONTINUAÇÃO...

Como voltar à nossa essência, a quem somos verdadeiramente? Como acreditar que essa pessoa, que convivo por anos, ou seja, eu mesmo, na realidade pouco tem a ver com quem penso ser? Não é simples descobrir quem somos. É um processo que pode levar anos, talvez uma vida inteira, pois sempre estamos mudando, evoluindo, e que bom!

Podemos começar reconhecendo e aceitando as emoções e sentimentos negativos que há dentro de nós, para só depois mudar o que nos faz sofrer. Um caminho muitas vezes árduo, que exige paciência, persistência e, acima de tudo, muita compreensão para conosco. O sofrimento está aí, latejante, presente, vivo, que nos faz querer sair correndo a cada novo problema que surge. O desânimo e desespero se fazem presentes. Mas fugir, reprimir, negar, só faz tudo ficar mais profundo e intenso dentro de nós.
Comece se perguntando quais são os sentimentos que têm sentido nos últimos meses ou anos. Quais são eles? Escreva um por um. Esse passo é importante para que consiga identificá-los. Essa confrontação honesta com o que sente e lhe faz sofrer pode ser o começo de sua libertação desses mesmos sentimentos.

É preciso entender que muitas vezes o conflito que parece advir do externo, na verdade, é apenas o reflexo daquilo que está bem dentro de nós, mas como está bem escondido há anos, sentimos dificuldade em identificá-lo. E assim, muitos de nós continuamos a nos enganar e a sofrer.
Tudo aquilo que sentimos pode ser transformado quando o reconhecemos sem medos ou fugas.

O passo mais importante é esse: aprender a identificar cada sentimento, faça isso todos os dias. Depois exercite identificar a causa, que também não é simples, requer acima de tudo, persistência. Pergunte-se: o que estou sentindo? Depois de ouvir a resposta, pergunte: o que me faz sentir isso? E ouça a resposta. Isso o levará cada vez mais perto da pessoa que você é.

Culpar os outros, seja este quem for, por aquilo que tem passado ou sentido, nada contribuirá para mudar, por isso é preciso se responsabilizar pela própria mudança, sem esperar que outras pessoas mudem, isso é responsabilidade de cada um, e ninguém pode fazer isso pelo outro. A sua mudança depende exclusivamente de você; a mudança do outro, depende dele. Sim, em alguns momentos temos que aprender a lidar com a sensação de impotência, decepção e frustração que a vida nos coloca. Nem tudo é perfeito, mas se olharmos tudo como aprendizado, teremos outra percepção dos acontecimentos e em conseqüência, menos sofrimento.
Comece a perceber quais situações estão lhe deixando insatisfeito, desesperado, doente. O enfrentamento desses problemas lhe proporcionará uma maior percepção de sua própria capacidade de superá-los.

O autoconhecimento não o faz isento de sentimentos negativos ou sofrimento, mas pode fazer com que lide de uma maneira muito mais saudável com os mesmos. Conforme se conhecer mais e mais, não deixará de ficar triste, chorar, mas quando isso acontecer não lhe provocará mais desespero como provavelmente acontece, haverá muito mais controle e entendimento das possíveis causas, pois estará aprendendo a identificá-las.
É preciso lembrar ainda, que por mais que as pessoas desejem muito ser feliz, a maioria sente dificuldade em se permitir, como se não se sentissem merecedoras e, inconscientemente, acabam por se boicotar em mudar o que é preciso, permanecendo no mesmo padrão durante anos, ainda que à custa de muito sofrimento e dor.

Nunca abandone o desejo de ser feliz, mas para isso é preciso se permitir, sem carregar a sensação de estar fazendo algo errado. Busque sua própria evolução, pois cada um de nós, e ninguém mais, é responsável pelo próprio crescimento.
Evite a todo custo permanecer rígido em crenças, valores, que um dia lhe foram ensinados e vivenciados como se fossem seus, pois na maior parte das vezes eles não lhes pertencem. Quanto mais conseguir identificar o que aprendeu e descartar, libertar ou mudar aquilo que não lhe serve, mais estará perto de quem você é verdadeiramente.

Exercite a flexibilidade, estar aberto a novos valores, deixar fluir seus sentimentos e tudo aquilo que está dentro de você com a naturalidade que o processo exige. Seja verdadeiro e honesto consigo mesmo, como espera que outras pessoas sejam com você.
Neste instante, procure dentro de você quais são seus verdadeiros desejos. Vá lá no fundo, vasculhe tudo, que os encontrará. Não é um caminho fácil, mas quem disse que deveria ser?
Por que assumimos tantos compromissos com outras pessoas e raramente nos comprometemos com nós mesmos? Sabe aquelas atitudes que espera dos outros, mas que raramente você dá a si mesmo? Comece por aí, sendo tão amoroso, compreensivo, carinhoso, leal, honesto, comprometido consigo mesmo, da mesma maneira que é com outras pessoas.

Esse é apenas um dos caminhos para chegar a seu verdadeiro eu, mas no decorrer do processo irá se surpreender com outras maneiras de se conhecer cada dia mais. Afinal, autoconhecimento não tem fim, é algo que devemos cultivar eternamente. Por isso, não importa quando começa, o importante é aprender a se ouvir e acima de tudo, se respeitar. Caso tenha dificuldade nesse processo, procure ajuda de um psicólogo de sua confiança, ele com certeza lhe ajudará.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Como saber quem eu sou? Parte 1

:: Rosemeire Zago ::



Acho que estou vivendo para agradar outras pessoas. Nem sei mais o que é bom para mim. Casar e ter filhos é o que a minha mãe quer, mas será que essa vontade é dela ou minha? Realmente, não sei mais qual é minha vontade. Quem sou eu?

O desabafo acima é um questionamento muito comum entre as pessoas. Estamos sempre dispostos a agradar e corresponder aquilo que esperam de nós, pois foi assim que aprendemos desde muito pequenos: a obedecer! E quando começamos a pensar com nossa própria cabeça e questionar se o caminho que estamos trilhando é mesmo aquele que queremos, o conflito se torna inevitável. As perguntas quem sou eu?, o que eu quero?, estou feliz? insistem em martelar em nossa cabeça e uma vez iniciado o questionamento é como se ele tivesse vida própria, não para mais. Como encontrar tais respostas? Como nos libertar da busca de reconhecimento, aprovação, da necessidade de agradar, deixar de ser tão suscetível a críticas e opinião das outras pessoas? Não é fácil libertar-se de tantas correntes que nos aprisionam. Sim, ficamos presos a essas necessidades que mal conseguimos viver, como se estivéssemos verdadeiramente acorrentados.

Para evitar esse conflito, durante algum tempo até conseguimos nos distrair com outros interesses, seja trabalhando em excesso para não sobrar tempo para pensar; seja cuidando da vida dos outros, ajudando, aceitando ou criticando-os, seja adoecendo como forma de chamar atenção, seja nos sobrecarregando com infinitas atividades, enfim, tudo isso pode inicialmente nos beneficiar à medida que proporciona a oportunidade de nos esconder de nós mesmos. Sofremos muito com as perdas durante a vida, mas não percebemos o quanto perdemos a nós mesmos cada vez que olhamos para o lado para não olhar para dentro de nós.

Você já reparou que quando estamos frente a uma multidão, conseguimos ver a todos, mas não vemos a nós mesmos? Percebe a diferença? Sempre estamos vendo os outros, o que interfere de forma profunda e simbólica quando precisamos ter o conhecimento de nossos próprios sentimentos. Sempre é mais fácil olhar o outro, perceber qual o melhor caminho para ele, do que olhar para dentro de nós e definir o próprio caminho.

Para conseguir as respostas das perguntas acima é preciso saber o que nos afastou de nós mesmos. Tudo começa de maneira muito sutil quando ainda somos muito pequeninos. Quando nascemos somos genuínos, iluminados, mas com o transcorrer do tempo começamos a nos apagar... ou somos apagados diante das cobranças, superproteção, vergonha, humilhação, rejeição, abandono, regras, etc, e inconscientemente, vamos nos distanciando de quem somos em essência, de nosso verdadeiro eu- o self. Com a intenção de sermos aceitos, criamos o que chamamos de máscaras, que são defesas que nosso inconsciente cria com o intuito de evitar a dor dos sentimentos que nos fazem sentir. O raciocínio do inconsciente seria o seguinte: Se sou tão criticado, se não faço nada certo, serei diferente para conseguir ser aceito e amado . Crescemos acreditando que não somos suficientemente bons para sermos amados pelo que somos, assim procuramos desesperadamente criar uma imagem de como deveríamos ser. Começamos a criar um falso eu como proteção e reprimimos cada vez mais nosso eu verdadeiro. Isso vai se cristalizando aos poucos, até que quando começamos a nos sentir insatisfeitos, infelizes, em conflito, ou quando algo acontece como uma perda significativa pela separação, morte, doença, e nos faz refletir como está nossa vida, é que começamos a questionar o que está acontecendo. E parece que quanto mais pensamos mais perdidos nos sentimos, é como se não soubéssemos mais quem somos, como o desabafo do início deste artigo.

Muitos se desesperam, ficam deprimidos, pois não conseguem identificar o que está acontecendo. A distância de si mesmo é tão profunda que não conseguimos mais ouvir nossa própria voz, nossos desejos e sonhos, é como se tudo tivesse se perdido. Mas, na verdade, tudo ainda está dentro de nós, só precisamos saber como encontrar a parte perdida.

Para alcançar o verdadeiro eu é preciso identificar quais são suas máscaras. Você sabe? Não é um processo simples, afinal, foram tantos anos acreditando ser de um jeito, como agora alguém lhe diz que essa pessoa não é você? É preciso fazer o caminho de volta, buscar o seu eu verdadeiro, sua essência. Em que momento da vida você se perdeu de si mesmo? Muitas vezes nem lembramos. Você pode começar identificando aquilo que neste momento está lhe incomodando, atrapalhando ou lhe trazendo conflitos.
As máscaras que desenvolvemos podem ser muitas. Por exemplo, a superioridade, arrogância, o poder, orgulho, a necessidade de agradar, o ser bonzinho em excesso, alegre em excesso, rindo de tudo e de todos, podem ser máscaras que ocultam profundos sentimentos de danos emocionais e conseqüente falta de valor a si mesmo, mas que um dia foram criadas para protegê-lo da dor. Geralmente aquilo que nos traz conflitos são nossas necessidades não supridas desde muito pequenos e que só agora começamos a ter consciência.

O casamento está mal, não recebe atenção como gostaria? Será que essa atenção que espera já não vem lá de criança? Por mais que o outro lhe dê atenção dificilmente conseguirá suprir a necessidade somada por anos. O que isso tem a ver com máscara? Provavelmente, quando criança já sentia a necessidade de atenção, mas como forma de se defender ou seja, para obter a atenção não recebida, passou a fazer de tudo pelo outro, agradando sempre e incondicionalmente, com o pensamento inconsciente de ser valorizado e assim receber atenção tão desejada. Cresceu dentro deste padrão e no casamento deve ter agido da mesma maneira, sempre agradando, se sobrecarregando, mas com o passar dos anos a necessidade vai sendo potencializada, até chegar num ponto em que seu corpo e/ou sua mente não agüentam mais, mas ao mesmo tempo, não consegue identificar todo esse processo, pois não há esse conhecimento e o conflito se instala. Quando isso acontece é hora de parar tudo e refletir no que está acontecendo, quando tudo começou, e em geral, começa lá no passado, na forma como fomos cuidados, educados, reprimidos, exigidos, cobrados. Quando começamos a nos moldar ao que esperavam de nós e desta forma começa o processo de distância de quem somos. O caminho de volta é longo, mas valioso.

Continuação desse texto aqui:

http://clinicapsicologia.blogspot.com/2010/09/como-saber-quem-eu-sou-parte-2.html