terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Origem do Natal e o significado da comemoração

O Natal é uma data em que comemoramos o nascimento de Jesus Cristo. Na antiguidade, o Natal era comemorado em várias datas diferentes, pois não se sabia com exatidão a data do nascimento de Jesus. Foi somente no século IV que o 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial de comemoração. Na Roma Antiga, o 25 de dezembro era a data em que os romanos comemoravam o início do inverno. Portanto, acredita-se que haja uma relação deste fato com a oficialização da comemoração do Natal.



As antigas comemorações de Natal costumavam durar até 12 dias, pois este foi o tempo que levou para os três reis Magos chegarem até a cidade de Belém e entregarem os presentes (ouro, mirra e incenso) ao menino Jesus. Atualmente, as pessoas costumam montar as árvores e outras decorações natalinas no começo de dezembro e desmontá-las até 12 dias após o Natal.



Do ponto de vista cronológico, o Natal é uma data de grande importância para o Ocidente, pois marca o ano 1 da nossa História.



A Árvore de Natal e o Presépio




Em quase todos os países do mundo, as pessoas montam árvores de Natal para decorar casas e outros ambientes. Em conjunto com as decorações natalinas, as árvores proporcionam um clima especial neste período.



Acredita-se que esta tradição começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa. Além das estrelas, algodão e outros enfeites, ele utilizou velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta.




Esta tradição foi trazida para o continente americano por alguns alemães, que vieram morar na América durante o período colonial. No Brasil, país de maioria cristã, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares, pois, além de decorar, simbolizam alegria, paz e esperança.



O presépio também representa uma importante decoração natalina. Ele mostra o cenário do nascimento de Jesus, ou seja, uma manjedoura, os animais, os reis Magos e os pais do menino. Esta tradição de montar presépios teve início com São Francisco de Assis, no século XIII. As músicas de Natal também fazem parte desta linda festa.



O Papai Noel : origem e tradição



Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas.



Foi transformado em santo (São Nicolau) pela Igreja Católica, após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele.



A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos, ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.



A roupa do Papai Noel



Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde escura. Em 1886, o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho. A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foi apresentada na revista Harper’s Weeklys neste mesmo ano.



Em 1931, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o Papai Noel com o mesmo figurino criado por Nast, que também eram as cores do refrigerante. A campanha publicitária fez um grande sucesso, ajudando a espalhar a nova imagem do Papai Noel pelo mundo.



Curiosidade: o nome do Papai Noel em outros países



- Alemanha (Weihnachtsmann, O "Homem do Natal"), Argentina, Espanha, Colômbia, Paraguai e Uruguai (Papá Noel), Chile (Viejito Pascuero), Dinamarca (Julemanden), França (Père Noël), Itália (Babbo Natale), México (Santa Claus), Holanda (Kerstman, "Homem do Natal), POrtugal (Pai Natal), Inglaterra (Father Christmas), Suécia (Jultomte), Estados Unidos (Santa Claus), Rússia (Ded Moroz).

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Como é para você falar sobre o que sente?

::Rosemeire Zago::

Todos nós temos um pouco de dificuldade em lidar com nossos sentimentos. Tudo começa quando ainda somos crianças. Naquela época, raramente tínhamos alguém que nos desse apoio para que pudéssemos demonstrar sentimentos como raiva, ciúme, inveja, vergonha. Em muitos casos, nem chorar era permitido. E com isso, muitas pessoas aprenderam logo cedo a engolir suas lágrimas e sentimentos. Nos ensinavam, com raríssimas exceções, que nada devíamos demonstrar, e aos poucos aprendemos a reprimir o que sentimos. Quando não tivemos quem nos ajudasse a lamentar nossos momentos de dor, solidão, tristeza, acabamos por bloquear, reprimir para outras pessoas e para nós mesmos, tudo aquilo que sentimos. Queremos ser fortes e conseguimos, mas só nós sabemos qual o preço que pagamos. Com o tempo, começamos a perceber que tudo aquilo que por anos ficou muito bem guardado, começa de alguma forma a pedir, para não dizer gritar, que precisa sair. É neste momento que inconscientemente criamos situações nas quais estes sentimentos possam ser experimentados novamente. Quando vivemos situações de desprezo, rejeição, abandono, solidão, maus-tratos, quando criança e não havia quem pudesse suportá-los ao nosso lado, passamos a recriar situações e relacionamentos para podermos expressá-los aqueles mesmos sentimentos que foram reprimidos, com a fantasia inconsciente de resolver o trauma original. Nem sempre recriamos as mesmas situações, mas sim qualquer situação que nos faça sentir os mesmos sentimentos.

Sentimentos de rejeição, abandono e abusos vividos durante a infância são os mais difíceis de serem superados. É como se registrássemos que não somos dignos de sermos amados, nem aceitos por aquilo que somos. Isso pode gerar muitas dificuldades nos relacionamentos, seja em forma de boicotes ou repetição de padrões, pela necessidade constante de aprovação e reconhecimento. Por exemplo, uma pessoa que viveu situações de rejeição e abandono durante sua infância, pode buscar, é isso mesmo, buscar inconscientemente, situações que a façam se sentir abandonada e rejeitada. Se teve um pai e/ou mãe que a rejeitaram, foram ausentes, distantes, poderá fazê-la recriar relacionamentos com pessoas que a faça se sentir igualmente rejeitada e abandonada. Isso pode parecer absurdo, mas nosso inconsciente faz exatamente isso mesmo, mas há uma intenção, que é nos libertar daqueles sentimentos que tanto machucaram e continuam a machucar, mesmo depois de muitos anos. Mas, para isso, é importante ter alguém com quem possa contar o que sentiu, lamentar, e receber todo apoio que não recebeu na época que aconteceu. Há pessoas que perderam pessoas significativas quando crianças e até hoje, já adultas, não choraram, nem elaboraram, e muito menos superaram essa dor. Ser capaz de falar sobre a dor que sentimos significa que inconscientemente estamos dispostos a aceitar e superar o que nos aconteceu. O que nem sempre é fácil, pois assusta, causa medo de sentir mais dor, o que faz com que as pessoas evitem tocar nestes assuntos, o que só causa mais dor. O fato de não falar sobre o que sentimos, não nos isenta de senti-los.

Quando passamos uma vida sendo machucados e passamos por cima, ignorando como se nada tivesse acontecido, pois do contrário ficaríamos completamente sós, acabamos por permitir que outras pessoas nos machuquem mais e mais. Assim, perdemos o foco em nossa própria vida, deixando de nos ouvir para ouvir aos outros, deixamos de ser nós mesmos para sermos quem gostariam que fôssemos, e é assim que nos perdemos de nossa essência, de quem somos verdadeiramente.

É preciso lembrar e ter consciência que se um dia alguém não o aceitou, o abandonou, muitas outras lhe deram valor, gostam de você e estão ao seu lado. É preciso parar com essa busca incessante de aprovação, seja de quem for, geralmente dos genitores, e que pode se estender por toda uma vida. Do contrário, de vítima poderá se tornar em algoz de si mesmo. Se a rejeição ainda está viva como se existisse no momento presente é porque de alguma forma você assim permite. Interrompa esse círculo vicioso de dor. Libere este sentimento para que ele se dissolva e pare de te torturar. Hoje você não precisa mais passar pelas mesmas agressões, indiferença, desprezo, vergonha, humilhação, entre tantas outras situações que já vivenciou. Hoje você pode viver na harmonia, paz, tranqüilidade, pois essa condição só depende de você. Enquanto criança não temos muitos recursos para nos defender, mas hoje adultos, podemos, e temos todo direito de sermos pessoas inteiras, felizes, sem implorar por carinho, apoio, compreensão, amor. Com certeza, você deve ter muitos momentos agradáveis registrados em sua mente. Muitas palavras e atitudes de carinho. Traga isso para o momento presente. Por que se sentir desvalorizado, diminuído, inferior, rejeitado, por que uma pessoa não o aceitou ou demonstrou aquilo que você precisava? Por que não permitir que o amor de outras pessoas, que com certeza há ao seu redor, chegue até seu coração? Quais são as pessoas que lhe demonstram amor, carinho, atenção, que lhe tratam com respeito, dignidade e consideração? Valorize essas pessoas, deixe que o amor que sentem por você seja muito maior que a rejeição e o desprezo que recebeu um dia. Você pode reagir, portanto, reaja!

A quem você gostaria de agradecer por uma palavra, um gesto, apoio, que um dia recebeu? Você já falou para essa pessoa o quanto lhe ajudou quando precisou? Por que não fazer isso agora? Dê um telefonema, escreva um e-mail, marque um almoço, jantar, um suco, um momento para falar da diferença que fez em sua vida. Você deixará essa pessoa feliz e você ficará mais ainda em saber que há pessoas com quem pode contar. Divida estes bons sentimentos com quem conseguiu fazer despertá-los dentro de você. A vida não pode ser contabilizada apenas de dor, mágoas, tristezas, mesmo que um dia existiram, elas podem ser substituídas por alegria, paz, harmonia. Saber valorizar o que recebemos de bom e partilhar com quem nos faz sentir vivos, alegres, pode ser um antídoto contra a dor que nos fizeram um dia sentir. Solte essa dor, chore o que não chorou, procure quem possa ouvi-lo, só assim irá conseguir se libertar daquilo, que por mais que negue, ainda dói dentro de você.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Por que fatos sem importância do dia-a-dia nos causam tanto sofrimento?

::Patricia Gebrim::

Sofremos tanto por coisas pequenas porque no fundo temos medo de dar de cara com a “coisa grande”. E a “coisa grande” é o medo que todos temos da morte, da finitude da vida. Escolhemos inconscientemente nos aprisionar aos infinitos sofrimentos do dia-a-dia para esquecer a impermanência de nossa condição humanaEu tenho uma teoria. Não tenho nenhuma pretensão de que seja verdadeira, é só uma dessas coisas que às vezes nos vem à mente em uma noite estrelada e parecem explicar muita coisa.

A teoria veio enquanto eu pensava nas infinitas pequenas coisas às quais nos agarramos e que tanto nos fazem sofrer. Se você prestar atenção ao seu redor vai entender o que digo. Quanto desperdício de energia...
Sofremos porque os motoristas são lentos no trânsito, sofremos porque o computador quebrou, sofremos porque alguém deixou os sapatos largados na nossa sala de estar, sofremos porque as pessoas não agem como achamos que deveriam agir, sofremos porque queríamos comprar algo que não podemos... e por aí vai.
Observe quantas vezes sofremos por coisas que se repetem ironicamente em nossas vidas, e mesmo sabendo que o sofrimento de nada adianta, continuamos lá. Como se fôssemos prisioneiros de uma roda mal-assombrada, ficamos lá, girando ao redor das mesmas questões, abrindo mão de nossa liberdade de voar para além daquela repetição infernal.
Alguém nos fere, nos trata sem consideração, e em vez de simplesmente mandar a pessoa “passear” continuamos lá, agarrados ao sofrimento, aceitando tudo, de novo, de novo e de novo, lutando contra a óbvia realidade de que aquela pessoa simplesmente não vai mudar. Anos e anos perdidos. Por que não mudamos nós? Simples assim... por que não saímos de cena, mudamos a história?
Agora que já entrei no assunto, peço que me permita compartilhar a minha teoria:
Aí vai... sofremos tanto por coisas pequenas porque no fundo temos medo de dar de cara com a “coisa grande”.
E a “coisa grande” é o medo que todos temos da morte, da finitude da vida.

Escolhemos inconscientemente nos aprisionar aos infinitos sofrimentos do dia-a-dia para esquecer a impermanência de nossa condição humana.

Temos tanto medo dessa tal morte, que precisamos nos amortecer o tempo todo, precisamos desviar nossa atenção, e fazemos isso nos preocupando com infinitas coisas pequenas, fazendo com que ocupem todo o espaço dentro de nós, permitindo que nos envolvam de tal maneira que nunca tenhamos que olhar para o medo grande. Criamos esse monte de problemas, nos perdemos em meio às nossas neuroses (neurose é repetição!), nos distraímos com coisas sem importância para que não exista espaço dentro de nós para o vazio, para o silêncio onde repousa a verdade última que diz que todos caminhamos em direção à morte.
Se parássemos de nos amortecer nos problemas diários, se cessássemos o movimento doentio dessa roda ilusória de repetições. Se olhássemos corajosamente para a morte, bem lá no fundo escuro que existe dentro dos seus olhos, por incrível que pareça, tocaríamos a vida.
Porque quem sabe da morte entende o valor do tempo.
E quem sabe o quanto vale cada instante, não o desperdiça em coisas banais que tão pouco significado tem.
Se tivéssemos a coragem de aceitar que a vida é finita, a viveríamos com muito mais presença e prazer. Se encarássemos cada minuto como aquele que antecede o minuto final, o sorveríamos como se fosse o mais puro néctar. Se fôssemos corajosos a ponto de silenciar essa loucura interna que criamos para nos amortecer, se pudéssemos penetrar no vazio com a humildade de quem tira os sapatos para adentrar um lugar sagrado, ouviríamos a voz de nossa alma, e saberíamos cuidar melhor da vida, e das pessoas, e de nós mesmos.
Assim, a meu ver, não há como encontrar a verdadeira paz sem que antes tenhamos - como diz Castaneda em seu livro Viagem a Ixtlan - a morte como companheira.
Apresse-se, apresse-se... vá em busca da paz... os ponteiros não param.
E na paz... apenas na paz... a vida se torna maior do que a morte.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Aceitar é começar a ser feliz

::Carlos Hilsdorf::

"Aceitação não é comodismo ou fuga, o ato da aceitação equivale a envolver com amor profundo os fatos que não podemos alterar e encará-los como circunstâncias a serem vivenciadas e vencidas para o fortalecimento do nosso ser"Há momentos na vida, onde tudo parece estar perfeito, maravilhoso, melhor que o sonhado. Muitos desses momentos têm continuidade e nos permitem experimentar esta sensação de alegria profunda e realização, outros não. Alguns desses momentos são subitamente interrompidos por causas inesperadas, fatos inusitados e circunstâncias inimagináveis.

Uma amiga acaba de perder o bebê aos dois meses de gestação. Somente as mães compreendem em profundidade a dor oriunda de uma situação como essa. Nós exercitamos a empatia e imaginamos o que significa, mas por mais que nos sensibilizemos não podemos experimentar a mesma dor.

É conhecida a frase: a dor é inevitável, o sofrimento opcional. Nessas circunstâncias não é bem assim; para uma mãe ou futura mamãe que perde um filho em gestação, o sofrimento não é opcional, é uma realidade inevitável. Nessas circunstâncias, a frase deve ser adaptada para: "a dor é inevitável, a forma de enfrentar o sofrimento é opcional!".

Há circunstâncias na vida onde não possuímos controle ou possibilidade de interferência ao ponto de mudar os resultados: resta-nos não como consolo, mas como atitude inteligente e digna o exercício da aceitação.

Dentro das principais opções que temos para enfrentar o sofrimento estão: o desespero, a raiva, a indiferença, a mágoa, a ira, a revolta, a depressão, a alienação e a aceitação. A única que não agrava nossos problemas e possui efeitos benéficos é a aceitação.

O exercício da aceitação é tanto mais fácil e possível quanto maior for o nosso grau de consciência, maturidade e espiritualização. Aceitar é ser verdadeiramente humilde diante dos fatos inevitáveis e das circunstâncias imutáveis. A humildade nos faz reconhecer o limite das nossas possibilidades diante do universo ao nosso redor. Aceitação não é comodismo ou fuga, o ato da aceitação equivale a envolver com amor profundo os fatos que não podemos alterar e encará-los como circunstâncias a serem vivenciadas e vencidas para o fortalecimento do nosso ser.

Diante dessas situações, seja forte. O mundo é dos fortes, diria uma sábia amiga se estivesse ao meu lado agora que escrevo este artigo. A verdadeira força reside nas capacidades de aceitação e de recomeçar.

Compreender as coisas, nem sempre diminui a dor e o sofrimento, mas nos permite optar por enfrentar a dor e o sofrimento com inteligência, dignidade e resignação.
Chamamos de resiliência a capacidade psicológica de, submetidos a fortíssimas pressões, conseguirmos retornar ao equilíbrio e retomar nossas vidas, realizando um novo começo.

Nessas circunstâncias onde a humildade e a aceitação são nossas maiores virtudes, vale lembrar três reflexões:

1) A prece da serenidade: "Senhor dá-me a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar,coragem para mudar as coisas que eu possa e sabedoria para que eu saiba a diferença."

2) Uma reflexão que faço em meu livro Atitudes Vencedoras: "A fé é a certeza que fica quando todas as outras deixam de existir!"

3) Um conselho repetido muitas vezes por Omar Cardoso (pesquisador de astrologia e importante radialista brasileiro da década de setenta): "Todos os dias sob todos os pontos de vista, vou cada vez melhor!"

Estas três reflexões juntas nos permitem compreender que humildade e aceitação constituem o princípio da serenidade; que nossa fé deve ser superior a nossas dores e sofrimentos, mesmo quando não podemos compreender porque determinadas coisas aconteceram, justamente quando tudo parecia perfeito, e; que a certeza de um amanhã, de um renascer onde poderemos estar melhores a cada instante, deve nortear nosso recomeço.

Seja qual for a dor que te aflige, opte por enfrentar o sofrimento pela via da aceitação: a dignidade desse caminho lhe fornecerá as forças para renascer e recomeçar e assim como a mitológica ave Fênix, você renascerá das próprias cinzas (do sofrimento que vem lhe consumindo).

Viver é renascer e recomeçar a cada dia, como repetia com profundo amor Francisco Cândido Xavier: "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".
Por mais difícil que seja este momento, ele não é o fim. Acredite, pode até parecer, mas não é o fim.

Pratique a humildade, aceite a realidade e recomece, recomece sempre...
Quanto mais cedo você exercitar a aceitação, mais cedo começará a ser feliz...
Seja forte!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Segurança

:: Elisabeth Cavalcante ::

Dias confusos, acontecimentos turbulentos, tudo parece nos apontar para um estado de caos no mundo. Entretanto, apesar desta aparente derrocada, a natureza continua seguindo seu curso e serenamente cumprindo seu destino.

Cada ser vivo dedicando-se a existir do modo mais simples e natural, como se nada jamais fosse mudar ao seu redor. Esta harmonia surpreendente pode ser observada sempre que nos retiramos para regiões onde a natureza se mantém intocada. Somente o homem, em sua capacidade de intervir na realidade, na maioria das vezes negativamente, se sente ameaçado.

Porém, não consegue perceber que ele próprio constitui sua maior ameaça. Enquanto não formos capazes de descobrir uma maneira de viver com naturalidade, despertando a cada dia em profunda sintonia com o Universo, continuaremos vitimas da sensação de perigo e desamparo.

Aqueles que já atingiram um grau considerável de consciência, sabem que a segurança se origina de uma fonte interior, e independe dos fatores externos. Ela brota de uma certeza de que o Universo sempre nos proverá de tudo o que necessitamos para sermos felizes.

Mas chegar a este estágio de conexão só é possível quando acreditamos plenamente na dimensão divina da existência, que se revela através de sinais, muitas vezes sutis, e perceptíveis apenas para aqueles que ampliam seus canais de percepção.

A meditação é a forma mais eficaz de abrir estes canais e somente ela pode nos proporcionar o milagre da mudança, de um estado de adormecimento para outro em que nos mantemos vivos, alertas e conscientes, tanto dos pensamentos que povoam nossas mentes, quanto das emoções que dominam nossos corações.

Abrir-se para este novo estado de ser, ajuda-nos a ficar imunes à ação da negatividade que predomina ao redor. Por maior que seja a compaixão e a solidariedade para com aqueles que ainda vivem escravos da ilusão, não nos identificaremos mais de modo cego com este estado de ser.

Seremos capazes de caminhar entre eles, mantendo intacta a nossa luz e enxergando em cada um, o potencial divino que todos carregamos sem distinção. O milagre pode ocorrer a qualquer momento se, a cada dia, mais e mais de nós acreditarmos em sua realização.

Mente e Criatividade

Amado Osho, na mente, no processo de pensar, há muita energia. Como podemos usar essa energia de um modo criativo e construtivo?

A pergunta é muito complexa. Soa simples, mas não é simples.
Você está perguntado: "A mente é cheia de energia; como usar essa energia de modo criativo e construtivo?".
Quem vai usar essa energia...?
Se a própria mente for usar essa energia, ela nunca poderá ser criativa e nunca poderá ser construtiva.

É isso o que está acontecendo por todo o mundo. É isso o que está acontecendo na ciência... Toda a miséria da ciência é que a mente está usando a própria energia... mas a mente é uma força negativa - ela não pode usar nada criativamente, ela precisa de um mestre. A mente é um serviçal...!
Você tem um mestre?

Assim, para mim a questão é... a meditação desenvolve o mestre interno. Ela o torna completamente alerta e consciente de que a mente é um instrumento. Agora então, o que quer que você queira fazer, você pode fazer. E se você não quiser fazer nada com ela, você pode pô-la de lado e pode permanecer em absoluto silêncio.

Neste momento, você não é o mestre - nem por cinco minutos... Você não pode dizer à mente: "Por favor, fique silenciosa por cinco minutos.". Esses serão os cinco minutos nos quais a mente ficará mais veloz, correndo mais do que nunca... - porque ela terá de mostrar a você quem é o mestre.

....Se você tentar parar de pensar por cinco minutos, entrarão mais pensamentos do que nunca - pela simples razão de mostrar a você que você não é o mestre. Assim, primeiramente a pessoa tem de conseguir a mestria; e o meio de se tornar o mestre não é dizer aos pensamentos: "Pare!". O meio de se tornar o mestre é observar todo o processo de pensamento.

....Seus pensamentos têm de compreender uma única coisa: que você não está interessado neles. No momento em que você tiver firmado isso, você terá alcançado uma grande vitória.
Simplesmente observe. Não diga nada aos pensamentos. Não julgue. Não condene.
Não os mande embora. Deixe-os fazer o que quer que estejam fazendo, qualquer ginástica - deixe-os fazerem; você simplesmente observa e desfruta. Trata-se de um belo filme. E você se surpreenderá: simplesmente observando, chega um momento em que os pensamentos não mais estarão presentes, não haverá nada para observar.

Essa é a porta que tenho chamado de nada, de vazio.
Por essa porta entra o seu ser verdadeiro, o mestre. E esse mestre é absolutamente positivo; em suas mãos, tudo se transforma em ouro.

...Assim, você não pode fazer nada diretamente com a mente. Você terá que dar umas voltinhas; primeiro você tem de trazer o mestre para dentro. Está faltando o mestre e, durante séculos, o serviçal pensou que ele era o mestre. Simplesmente, deixe o mestre entrar e o serviçal, imediatamente, compreenderá. Basta a presença do mestre e o serviçal cai aos pés do mestre e espera por alguma ordem, qualquer coisa que o mestre queira que seja feito - ele está pronto.

.....Não toque na mente. Primeiramente, apenas descubra onde está o mestre. Trata-se de um mecanismo complicado. Deixe o mestre estar presente e a mente funciona como um serviçal, muito perfeitamente.
No Oriente, nós fizemos isso. Gautama, O Buda, poderia ter-se tornado Albert Einstein sem nenhuma dificuldade; ele era um gênio muito maior. Mas toda a sua vida foi devotada à transformação das pessoas, para dentro da consciência, para dentro da compaixão, para dentro do amor, para dentro da bem-aventurança.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Tensão de fim de ano

:: Rosemeire Zago ::

Com a aproximação do fim de ano, as festas chegando, há a sensação de que não se realizou tudo o que queria: são dívidas a serem quitadas, projetos a serem concluídos, conflitos a serem solucionados, pessoas a serem perdoadas, mudanças a serem efetivadas, casamentos a serem feitos e outros desfeitos, palavras a serem ditas; enfim, os desejos e as cobranças, principalmente as internas, se fazem presentes, tendo como prazo o final do ano. A esse leque de cobranças, somam-se ainda os múltiplos compromissos típicos do final de ano: compras, com quem e onde passar as festas, presentes, viagens, férias, etc. Todos parecem correr contra o relógio, pois o tempo parece estar cada vez mais escasso e de repente, as pessoas pensam que podem abraçar o mundo, quando muitas vezes não conseguem abraçar a si próprias.
Querem achar todas as soluções, resolver tudo o que ficou pendente, retomar planos inacabados, concluir tudo aquilo que sequer começaram, ou ainda, já começam a se preocupar com as metas para o ano que vai começar. A isso tudo, soma-se ainda a ansiedade, preocupação, cansaço e estresse devido a problemas rotineiros, e a sobrecarga se torna inevitável, gerando irritação, insatisfação, enfim, uma angústia insuportável, onde geralmente a origem é creditada aos fatores externos. Mas será?

Como nem sempre as pessoas conseguem, ou sequer refletem sobre os conflitos internos, passam a se preocupar apenas com os fatores externos, como os presentes a serem comprados, a comida a ser feita, armários a serem arrumados, viagens a serem realizadas, e a reflexão fica em segundo plano, como se pensar fosse sinônimo de dor.

A proximidade do Natal com todo o seu simbolismo parece por si só mobilizar as emoções, alterando nossa afetividade e deixando-nos muitas vezes tristes. As decepções e frustrações parecem cada dia nos atingir mais. Muitos, como sentem dificuldade em identificar e lidar com o que sentem, acabam se sobrecarregando de atividades, como que para não pensar e sentir. Acumulamo-nos de compromissos não só porque é preciso realizá-los; queremos mais tempo, não só porque ele se vai rapidamente, mas principalmente para não entrarmos em contato com nossa realidade interna. Como defesa, buscamos inconscientemente fugir do encontro com os próprios sentimentos como forma de garantir menos sofrimento. Mas fugir de nada adianta.

Refletir sobre o que sentimos pode até causar dor, mas é preciso lembrar que fugir não diminui essa dor, apenas não nos torna conscientes que ela existe, e só refletindo sobre o que sentimos é que podemos fazer com que pare de doer. Precisamos nos lembrar que não somos máquinas onde ligamos e desligamos botões e esses obedecem aos novos comandos imediatamente. E que bom que somos seres humanos! Seres humanos livres para pensar, sentir, fazer novas escolhas, amar, viver!

Quando o final do ano se aproxima nos sobrecarregamos com cobranças como se quiséssemos compensar o tempo perdido. Nessa ânsia para que tudo se realize, surgem as insatisfações. Ao que você atribui o que está sentindo? Que tal refletir sobre as possíveis causas de seus sentimentos? Será que irá passar as festas com quem realmente deseja? E sua vida, está sendo conduzida da forma que realmente gostaria? Escreva sobre o que sente, isso poderá ajudá-lo a entender a origem de seus sentimentos. Agindo com consciência diminuirá sua necessidade de buscar fora, pois saberá que pode contar com o que há dentro de você, e isso fará muita diferença! Pare de correr contra o tempo, já não basta a correria diária? Você deve estar em paz consigo mesmo, e para isso não é preciso correr contra tempo, mas sim parar de se cobrar perfeição, afinal, quem é perfeito? Pare imediatamente de se criticar vendo em você somente defeitos. Será mesmo que não há nada de belo em você? Pare de fugir do espelho e se olhe com atenção, sem querer encontrar algo para criticar. Olhe com olhos de quem ama. Sabe como é aquele olhar que transmite acima de tudo compreensão e amor? Será que é possível você se olhar assim? Olhe realmente para o que há de melhor em você, e irá descobrir que você é um ser divino, que merece carinho, atenção, respeito e muito, muito amor! O melhor sempre é olhar-se internamente, assumindo sua realidade e identificando cada sentimento que há dentro de você.

A verdadeira sabedoria não é acumular informações e conhecimentos, mas colocar cada uma delas em prática. O que resolve, por exemplo, ser um profissional competente, responsável, se não percebe a hora de ir mais devagar, dar mais atenção as pessoas que ama? É importante definir prioridades para não se sobrecarregar. Mesmo cansado, as justificativas sempre são de que não se tem tempo para descansar, viajar. Mas eu pergunto: se houver um infarto e tiver que ficar 15 dias em uma UTI haverá tempo disponível? Com certeza. Mas se podemos evitar mais sofrimento com pequenas alterações na rotina diária, porque adiar para depois? Será que não poderá ser tarde demais?

Pense em tudo isso e reflita um pouco mais sobre sua vida. Afinal, todos nós temos nossos próprios limites e pode ser muito mais sábio cada um respeitar os seus, parar e refletir. E para isso, não é preciso esperar o próximo ano começar!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Cuidar dos Relacionamentos

::Roberto Shinyashiki::

Mais do que nunca, as pessoas estão morrendo de medo de ser abandonadas. De dizer "eu te amo" e não ser correspondidas. E, por isso, continuam abandonando, com medo de ser abandonadas. Dizem não, com medo de ouvi-lo.

O medo da rejeição nos impede de abrir nosso coração profundamente para os outros, pois não queremos nos sentir vulneráveis ou fragilizados. Para não ter de enfrentar esse medo, as pessoas não estão se relacionando em profundidade. Pelo contrário, buscam criar relacionamentos superficiais.

Nos relacionamentos atuais, principalmente entre os mais jovens, predomina a postura de "ficar" com alguém. Às vezes, "fica-se" com mais de uma pessoa no mesmo dia.

Muitas pessoas abandonaram a busca por uma relação mais amorosa, mais comprometida, satisfazendo-se com uma companhia de poucas horas. Um simples passatempo. Assim, no dia seguinte, pode-se ficar com outra pessoa, no outro dia com mais outra e assim por diante. Sem que qualquer relação se solidifique.

Existe até a prática de contabilizar quem beijou mais em uma festa ou em um evento qualquer. Beijam-se pessoas desconhecidas pelo simples ato de beijar, como se bebe água quando se está com sede. O beijo, nessas circunstâncias, deixou de ser a expressão de um sentimento afetivo de aproximação entre duas pessoas, deixou de ser uma entrega, deixou de ser um momento mágico, deixou de ser uma partícula de ligação e entrou no menu da rotina.

No amor, para muitas pessoas, a quantidade se tornou mais importante do que a qualidade... Na verdade, poucas pessoas perceberam que qualidade num relacionamento significa mergulhar em profundidade.

Nesse tipo de relacionamento superficial, não há tempo para conhecer o outro. E sem conhecimento, o amor não se desenvolve. Torna-se quase impossível estabelecer uma base sólida para a relação. (Trecho do meu livro "Amar Pode Dar Certo").

As pessoas estão esquecendo que um relacionamento que realmente nos completa, satisfaz e amplia a nossa dimensão de seres humanos precisa ir muito além disso.

Um relacionamento precisa ser construído sobre o amor, embalado pela cooperação, alimentado pelo respeito, forjado com confiança. Precisa ter aconchego, cumplicidade e doação. Precisamos saber dividir com o outro o nosso cobertor, nas noites frias, mesmo que para cobrir a orelhe dele precisemos descobrir nossos pés - e ficar feliz por estar dando ao outro o melhor de nós.

É preciso aprender a deixar de ver um relacionamento como uma armadilha, de onde não teremos saída, para descobrir nele a chave da nossa liberdade e da liberdade do outro. E isso só pode ser conseguido quando aprendemos a confiar mais.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Os porquês nossos de cada dia

Gostaria de dedicar a mensagem de hoje a Deborah, que tem aprendido a responder os próprios "porquês" e a não atropelar as coisas!


Os porquês nossos de cada dia
::Fabiano Ferreira::



Você já se pegou com muitos porquês circulando em seu pensamento? Todos somos rondados por aquelas perguntas infindáveis, que parecem que nunca serão respondidas. E mesmo se forem, suas respostas precisarão constantemente ser reformuladas, adaptadas.

Por quê, por exemplo, sempre valorizamos aquilo que não temos, aquilo que jamais talvez estará ao nosso alcance ou que mesmo que esteja, por enquanto ainda não é possível?

Por quê sempre o amor do vizinho, do casal amigo ou do par da novela é mais bonito que o nosso? Será que realmente estamos olhando profundamente, olho no olho para o nosso amor, e por isso mesmo não estamos sentindo os arrepios que gostaríamos?

Por quê os corpos da revista, da TV ou daquele colega de trabalho insuportável é mais bonito que o nosso, é mais saudável, atlético, vistoso? Estamos desvalorizando a perfeição e potencial físico que a nós foram dados?

Por quê o computador da vitrine da loja, o celular que saiu no panfleto do jornal ou aquele óculos que nos convida no shopping são melhores, mais bonitos e mais eficientes do que os que temos em casa? Será mesmo que exploramos todos os recursos que temos à mão ou somos sedentos pelo novo, sempre, numa angústia sem fim?

Por quê também queremos a casa da revista, a “viagem dos sonhos” ou este e aquele mimo que a propaganda insiste que merecemos? Será que não dá para se deliciar com o conforto de uma cama quentinha, lençol cheiroso e a música do cantor preferido tocando no aparelho de som? Não, queremos o iPod de última geração, embora a voz do Caetano continue a mesma.

Por quê, por quê e por quê? Eles são muitos, infindáveis. Tudo bem, sabemos que ter ambição é preciso e até necessário. Queremos sim o carro do ano, o amor mais bonito, a casa perfeita e os amigos mais bacanas. Queremos também a empresa responsável, a empregada mãezona, o MBA ou o pelo menos um título a mais que o de chefe. Mas quanto tempo não perdemos esperando pelo novo, pelo inusitado, pelo poder isso, poder aquilo? Quanto tempo não perdemos atropelando nosso dia, nossas noites, nossas amizades, nossos amores, em busca de algo que nem mesmo nós sabemos o que é?

Acho que perdemos muito nessa corrida sem rumo. Não olhamos mais fixamente para as coisas. Não olhamos mais diretamente nos olhos do nosso interlocutor. Lemos os livros das listas dos mais vendidos porque está na moda. Vamos ao cinema porque o filme é um blockbuster que a crítica diz que não podemos perder. Estouramos o orçamento porque a propaganda do cartão de crédito diz que para ser feliz é preciso atender a todos os desejos, sempre, a todo momento.

Perdemos muito tempo sim. Mas com os outros, talvez com quem nada contribui para a nossa alegria, para a nossa paz. Perdemos tempo com quem só quer nos sugar e nada nos acrescenta. Perdermos tempo teimando em ideias compradas, originadas em outras cabeças, que jamais vão entender nosso íntimo, nossa vontade, nossa verdadeira essência.

Mas ainda há o que se fazer. Sempre é tempo, dizem os sábios. Tempo de recomeçar, refletir, mudar, trilhar outros rumos, outros projetos, outros quereres. Sempre é tempo de abrir os olhos e realmente ver o quê e quem estão ao nosso redor. Olhar com o coração, com as lentes da memória, do amor. Sempre é tempo de tirar a vida daquele esqueminha ordinário que nos vendem por aí e afirmam com toda coragem ser o caminho da felicidade. Sempre é tempo de perguntar: por quê? Você já questionou algo hoje? Talvez esteja precisando dessa reflexão.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Ser feliz, apesar dos problemas

::Gilberto Cabeggi::

Em uma de minhas conversas com amigos, um rapaz me perguntou: “Quando tudo parece complicado demais e estamos com mil problemas em volta, o que fazer para mesmo assim se manter feliz?”

Para responder a essa pergunta, comecei contando uma pequena história que ouvi do meu amigo Roberto Shinyashiki, que exemplifica bem essa situação:

“Um homem escorregou à beira de um precipício e ficou pendurado na raiz de uma árvore. Seus gritos de socorro atraíram um enorme urso faminto que, do topo do barranco tentava abocanhar sua cabeça. E também um grupo de onças que, logo abaixo de seus pés, se esforçavam para derrubá-lo. Já sem saber o que fazer, o homem olhou para o lado e viu, ao alcance de sua mão, um pequeno pé de morangos, com a mais linda fruta que ele já vira, brilhando ao sol. Esforçando-se para estender um dos braços, apanhou o morango, trouxe-o para perto do seu rosto, olhou-o com prazer, sentiu seu aroma delicioso e se deslumbrou com suas cores. E, em pensamento, exclamou: ‘Ora, dane-se o urso... Ora, danem-se as onças...’. E comeu o morango prazerosamente, deliciando-se com seu sabor doce e especial”.

Em geral, as pessoas só têm olhos para as desgraças da vida - ou para as dificuldades da vida, que elas normalmente chamam de desgraças. E isso as afasta da felicidade. Tudo o que elas veem, dizem e fazem está associado a resolver problemas ou, pior ainda, a reclamar dos problemas, muitas vezes sem fazer coisa alguma para resolvê-los.

Essas pessoas não dão a si mesmas a chance de admirar um pôr do sol, de brincar com seus filhos, de curtir um namoro com o companheiro, simplesmente porque “têm muita coisa para resolver” - como se tudo na vida dependesse delas. Em resumo, estão tão preocupadas com “os ursos e onças da vida”, que jamais conseguirão ver o delicioso morango que está ao seu lado. E muito menos saboreá-lo.

Para ser feliz, é imprescindível que você reserve um espaço em sua vida para apreciar as coisas boas que existem ao seu redor. Se você ficar esperando que as dificuldades acabem para começar a ser feliz, sua vida vai passar sem que você a tenha desfrutado. É preciso que você entenda e aceite que as dificuldades existem e sempre existirão. Mas não são impedimentos para a sua felicidade.

Em resumo, você pode sempre optar por ser feliz, apesar de todas as coisas que o possam estar incomodando ou magoando. Só depende de você querer ser feliz e fazer algo para ser feliz. Independente do que o possa estar angustiando.

Gilberto Cabeggi é autor do livro “Todo Dia É Dia de Ser Feliz”, Editora Gente.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Pensador Indiano

::Mahatma Gandhi::

Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos: "Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas ?" "Gritamos porque perdemos a calma", disse um deles.
"Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?", questionou novamente o pensador.
"Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça", retrucou outro discípulo.
E o mestre volta a perguntar: "Então não é possível falar-lhe em voz baixa?"
Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.
Então ele esclareceu :"Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido?"
O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância. Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas? Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê? Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram. E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus corações se entendem. É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.
Por fim, o pensador conclui, dizendo: "Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta".

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ouça o seu coração

::Osho::

...Ouça com muita atenção, com muita consciência e você nunca errará.
E, ouvindo o seu coração, você começará a seguir na direção certa, sem mesmo pensar no que é certo ou errado.
E segui-lo, onde quer que ele o leve.
Sim, algumas vezes ele o deixará frente a frente com alguns perigos - mas, lembre-se, esses perigos são necessários para que você amadureça.
Outras vezes, ele o fará se extraviar - mas, lembre-se mais uma vez, errar o caminho faz parte do crescimento.
Muitas vezes você cairá - torne a levantar-se, porque é assim que se reúnem forças, caindo e levantando-se novamente.
É assim que se fica integrado....

Mas não siga regras impostas pelo mundo exterior.

Nunca imite, seja sempre original.
Não vire uma cópia em papel carbono.
Mas é isso o que está acontecendo no mundo todo - cópias e cópias em papel carbono.
Cristo é Cristo, Buda é Buda, Krishna é Krishna, e você é você.
E você não é, de maneira nenhuma, menos do que ninguém.
Respeite-se, respeite sua voz interior e siga-a.

E lembre-se, não estou garantindo a você que essa voz sempre o levará ao lugar certo.
Muitas vezes ela o levará ao lugar errado, pois para encontrar a porta certa, é preciso bater primeiro em muitas portas erradas.
É assim que as coisas são.
Se você topar de repente com a porta certa, não será capaz de reconhecer se ela é a certa.
Portanto, lembre-se de que, no final das contas, nenhum esforço é jamais desperdiçado; todos os esforços contribuem para o apogeu do seu crescimento.

Portanto, não hesite, não fique tão preocupado quando cometer um erro.
Isso é um problema: ensinam às pessoas a nunca fazer nada errado, e então elas hesitam; ficam tão receosas, tão apavoradas com a possibilidade de fazer alguma coisa errada, que ficam empacadas.
Não conseguem sair do lugar, alguma coisa pode dar errado.
Então ficam como pedras, perdem todos os movimentos.

Cometa tantos erros quanto possível, lembre-se apenas de não cometer o mesmo erro duas vezes.

Ai você estará crescendo.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

É possível encontrar um sentido maior para as nossas vidas?

::Patricia Gebrim::

"Na falta de um sentido maior para a existência, nos perdemos pela vida, acreditando que o que falta é um emprego melhor, um namorado, uma casa nova, ou seja o que for. Tentamos curar uma dor profunda na nossa alma com comprimidos para dor de cabeça. Claro que não funciona!"Eu tenho ouvido muitas pessoas descreverem a angústia que vem sentindo por não encontrar algo que dê sentido às suas vidas. Já sabemos que falta algo, mas ainda não sabemos o que é, onde está, ou como suprir a falta. Eu diria, a quem anda se sentindo assim:

- Pare de tentar desesperadamente fazer essa angústia passar. Aceite esse incômodo como se ele fosse uma forma da sua alma despertar você desse estado de dormência que acomete o homem moderno. Aceite que você está perdido e mude o foco. Não saia andando em qualquer direção como alguém perdido na selva que é tomado pelo desespero. As respostas estão dentro de você. Acalme-se, aquiete seus pensamentos, busque seu centro, observe tudo ao seu redor, as pistas estão aí, perto de você, dentro de você. Quanto mais desesperado você estiver, menos irá percebê-las. Aquiete-se, confie, sossegue...
Quando eu era pequena, gostava de brincar de tentar parar de pensar. Você já tentou fazer isso? Já tentou atravessar aquela vasta correnteza de pensamentos e ver o que existe lá atrás? Já sentiu, nem que por um breve segundo, a cor pacífica e azulada do silêncio, que existe naquele lugar onde não existem pensamentos?
Se tentou, sabe que não é fácil. É como tentar ler o jornal em um dia de vento forte. É possível que a gente acabe mais estressado do que bem informado! No entanto, precisamos aprender a fazer isso se quisermos encontrar o sentido maior, precisamos ser capazes de atravessar os pensamentos se quisermos chegar ao lugar de sabedoria que todos temos dentro de nós. Para chegar lá precisamos, antes de mais nada, desenvolver a nossa paciência. E exercitar a humildade para aprender algo que, ao menos no Ocidente, não é assim tão fácil de aprender.
Quando nos encaminhamos em direção ao novo de forma humilde, aceitamos que teremos dificuldades e não permitimos que os obstáculos se tornem fontes de frustração ou nos impeçam de seguir adiante. A humildade nos faz compreender que é natural que existam as dificuldades, e nos permite continuar lá o tempo necessário para que consigamos seguir em frente. Ou seja, qualquer novo aprendizado requer persistência, tenacidade e o nosso desejo real de seguir adiante.
Mais do que nunca eu creio que a maior parte dos problemas que vivemos em nosso cotidiano é reflexo de uma dor mais profunda, de feridas existenciais, de coisas que se passam lá dentro de nós, nas profundezas. Mas como só olhamos para fora, deixamos escapar o primordial e nos afastamos da possibilidade de solucionar o que de fato nos atormenta.
Na falta de um sentido maior para a existência, nos perdemos pela vida, acreditando que o que falta é um emprego melhor, um namorado, uma casa nova, ou seja o que for. Tentamos curar uma dor profunda na nossa alma com comprimidos para dor de cabeça. Claro que não funciona!
Para enxergar o que de fato está acontecendo conosco, é preciso que a gente pare um pouco e aprenda a olhar para dentro. Disso já sabemos. Mas o que acontece é que, quando finalmente decidimos nos arriscar e nos voltamos para nosso interior, nos deparamos com uma mente tão caótica que preferimos enfrentar o caos do trânsito até o shopping mais próximo, em busca de amortecer essa enorme falta de sentido que tanto nos atormenta.
Assim, não se assuste se seu mundo interno parecer confuso demais ou desgovernado. Vá em sua direção assim mesmo. Abra todos os seus canais de percepção. Preste mais atenção. Em você mesmo, em tudo à sua volta. Sem pressa, sem tentar organizar o caos, contendo a ansiedade.
Respire fundo e sinta isso, afinal você está vivo e a vida é uma dádiva, algo maravilhoso, acontecendo agora mesmo. Agora mesmo você está respirando, sinta isso. Comece por aí. Tente amar o fato de que você é capaz de respirar. Una-se à sua respiração, à vida que flui em você... se conseguir fazer isso, já terá um ótimo começo.
O sentido da sua vida não é algo que ninguém possa dar ou explicar a você, mas é algo que pode subitamente desabrochar no seu ser, com a mesma gentileza com que as flores desabrocham na primavera, revelando seu aroma, sua cor e sua profunda beleza.
Não se esforce, apenas conecte-se com sua natureza interna.
O que você busca está aí, agora mesmo. Pare um pouco com a caminhada, sente-se, relaxe e simplesmente seja você.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Não se perca!!!

::Gisela Veetshish::

Além das palavras
das imagens formadas
do passado relembrado
do futuro projetado

(puras ilusões construídas pela teia de pensamentos)

QUEM É VOCÊ???

Além da camada mesma de conceitos
em forma de palavras, números, cores, imagens...

Sem imaginar NADA,

reconheça-se como o espaço
onde tudo isso ocorre

reconheça-se consciência que és
de tudo que ocorre

ONDE É TUA MORADA???

Tenha cuidado
Não se perca!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Saiba como a alegria influencia suas atitudes

::Patricia Gebrim::

Para onde foi sua alegria?
No meu entender, o maior sinal de sanidade que podemos ter é a nossa capacidade de sentir alegria. A alegria é esse sentimento que nos deixa leves, mais próximos da criança que habita em nós, que nos faz ter uma visão positiva do mundo, que nos conecta com as coisas boas que existem ao nosso redor.
Quando estamos alegres somos mais gentis com nosso próprio ser, nos permitimos ouvir músicas de que gostamos, nos permitimos mover o nosso corpo com entusiasmo, tornamos nossa vida mais colorida, temos mais saúde. Mas não é só isso... Quando estamos alegres também somos mais gentis com os outros. Sorrimos mais, temos mais paciência e tolerância, somos mais generosos em nossas atitudes.

Não adianta termos uma vida cheia de coisas que queremos se o preço para obtê-las é a nossa alegria. Porque no final é mais ou menos isso o que acontece. Criamos vidas tão complicadas e atarefadas que acabamos sobrecarregados, e a nossa alegria fica lá, soterrada embaixo disso tudo, sem conseguir espaço para nos fazer sorrir.
Experimente isso:

Saia para passear num dia lindo de sol, sinta a oportunidade de se perceber leve, solto, movido pelo prazer simples de buscar contato com a natureza. Sinta a alegria movendo cada um de seus passos.
Agora tente fazer o mesmo levando com você seu lap top, uma mochila cheia de roupas, as pastas com os contratos que terá que assinar no dia seguinte, o livro de leitura que terá que levar para seu filho mais tarde, as frutas que comprou no supermercado, etc, etc...
Será que vai aproveitar o passeio da mesma forma? Os braços ocupados, as costas arcadas sob todo aquele peso. Sinta isso... Será que você vai conseguir sentir o vento agitando seus cabelos? Vai perceber a forma sutil como as nuvens se dissolvem ao vê-lo passar? Claro que não!
Apesar de o caminho ser exatamente o mesmo, você provavelmente se sentirá irritado, com as costas doendo pelo peso da mochila, a mente apressada, andando à sua frente sem perceber o momento presente. Impossível sentir alegria dessa maneira!
E é exatamente assim que a maioria das pessoas vive suas vidas nas grandes cidades, nos dias de hoje.
O que fazer então? Abandonar tudo? Jogar o lap top de cima da ponte? Fazer uma fogueira com os contratos? Jogar as frutas e fazer greve de fome? Abandonar a família e virar um eremita?
Novamente... CLARO QUE NÃO!
Mas talvez você possa abrir espaços no meio do seu dia para celebrar a alegria. A alegria precisa de leveza, precisa de mãos soltas, livres de tanta carga, precisa de uma mente livre de tantos pensamentos. Precisa de momentos de contemplação.
A vida não pode ser só ação. É preciso espaço para a contemplação. É na contemplação que alimentamos a nossa alma. Não há alegria sem alma.
Se você quer a sua alegria de novo, terá que lutar por ela, abrindo espaço em sua agenda, como uma pessoa perdida na selva precisa abrir caminho até encontrar o rio que pode matar a sua sede.
Entenda que a sua vida não é algo que simplesmente acontece a você, como se você não tivesse nada a ver com isso. Você faz parte da sua vida! Você a cria a partir das escolhas que faz.
Inclua a alegria nas suas escolhas. E entenda que ao recuperar a alegria, todo o resto de sua vida fluirá melhor, com mais leveza e menos nós.
A alegria é a verdadeira “desatadora de nós”, acredite!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A escravidão psicológica

Oi Pessoal,

Retirei esse texto de um e-book que estou lendo, e resolvi compartilhar com vocês.

Quem se interessar em ler o livro todo é só me pedir que encaminho via email !

Um grande abraço a todos

Fernanda


A escravidão psicológica (do livro Auto-conhecimento e mudança interior - Divina Ciência)

Vamos começar esta lição estudando o seguinte texto, retirado do livro “A Revolução da Dialética”:

“A escravidão psicológica destrói a convivência. Depender psicologicamente de alguém é escravidão. Se nossa maneira de pensar, sentir e obrar depende da maneira de pensar, sentir e obrar daquelas pessoas que convivem conosco, então estamos escravizados.

Constantemente, recebemos cartas de muita gente desejosa de dissolver o eu, porém queixam-se da mulher, dos filhos, do irmão, da família, do marido, do patrão, etc. Essas pessoas exigem condições para dissolver o eu. Querem comodidades para aniquilar o Ego, reclamam magnífica conduta daqueles que com eles convivem. O mais gracioso de tudo isto é que essas pobres pessoas buscam as mais variadas evasivas: querem fugir, abandonar o lar, o trabalho, etc. - dizem que - para se realizarem a fundo.

Pobre gente... seus adorados tormentos são seus amos. Naturalmente, essas pessoas não aprenderam a ser livres, sua conduta depende da conduta alheia.

Se quisermos seguir a senda da castidade e aspiramos que primeiro a mulher seja casta, então estamos fracassados. Se queremos deixar de ser bêbados, porem nos afligimos quando nos oferecem o copo, por causa daquilo que dirão ou porque a recusa possa incomodar nossos amigos, então jamais deixaremos de ser bêbados.
Se queremos deixar de ser coléricos, irascíveis, iracundos, furiosos, porém como primeira condição exigimos que aqueles que convivem conosco sejam amáveis e serenos e que nada façam que nos irrite, estamos bem fracassados, sim, porque eles não são santos e a qualquer momento acabarão com as nossas boas intenções.

Se queremos dissolver o eu, precisamos ser livres. Quem depender da conduta alheia não poderá dissolver o eu. Temos de ter nossa própria conduta e não depender de ninguém.

Nossos pensamentos, sentimentos e ações devem fluir independentemente de dentro para fora. As piores dificuldades nos oferecem as melhores oportunidades.

No passado, existiram sábios rodeados de todo tipo de comodidade; sem dificuldades de espécie alguma. Esses sábios querendo aniquilar o eu, tiveram de criar situações difíceis para si mesmos. Nas situações difíceis, temos oportunidades formidáveis para estudar nossos impulsos internos e externos, nossos pensamentos, sentimentos, ações, nossas reações, volições, etc.

A convivência é um espelho de corpo inteiro onde nos podemos ver tal como somos e não como aparentemente somos. A convivência é uma maravilha. Se estivermos bem atentos, poderemos descobrir a cada instante nossos defeitos mais secretos. Eles afloram, saltam fora, quando menos esperamos.

Conhecemos muitas pessoas que diziam: Eu não tenho mais ira... e à menor provocação trovejavam e faiscavam. Outros dizem: Eu não sinto mais ciúmes - porém basta um sorriso do cônjuge a qualquer vizinho ou vizinha para os seus rostos se tornarem verdes de ciúmes. As pessoas protestam contra as dificuldades que a convivência lhes oferece. Não querem se dar conta de que essas dificuldades, precisamente elas, estão lhe brindando todas as oportunidades necessárias para a dissolução do eu. A convivência é uma escola formidável. O livro dessa escola tem muitos tomos, o livro dessa escola é o eu.

Necessitamos ser livres de verdade se é que realmente queremos dissolver o eu. Não é livre quem depende da conduta alheia. Só aquele que se faz livre de verdade sabe o que é o amor. O escravo não sabe o que é o verdadeiro amor. Se somos escravos do pensar, do sentir e do fazer dos demais, nunca saberemos o que é o amor. O amor nasce em nós quando acabamos com a escravidão psicológica. Temos de compreender profundamente e em todos os terrenos da mente esse complicado mecanismo da escravidão psicológica.

Existem muitas formas de escravidão psicológica. É necessário estudar-se todas elas se realmente queremos dissolver o eu. Existe escravidão psicológica não só no interno como também no externo. Existe a escravidão íntima, a secreta, a oculta, da qual não suspeitamos sequer remotamente. O escravo pensa que ama quando na verdade só está temendo. O escravo não sabe o que é o verdadeiro amor.

A mulher que teme a seu marido pensa que o adora quando na verdade só o está temendo. O marido que teme a sua mulher pensa que a ama quando na realidade o que acontece é que a teme. Pode ser que tema que se vá com outro, que seu caráter se torne azedo, que o recuse sexualmente, etc. O trabalhador que teme ao patrão pensa que o ama, que o respeita, que vela por seus interesses, etc. Nenhum escravo psicológico sabe o que é amor; a escravidão psicológica é incompatível com o amor.

Existem duas espécies de conduta: a primeira é a que vem de fora para dentro e a segunda é a que sai de dentro para fora. A primeira é o resultado da escravidão psicológica e se origina por reação. Nos pegam e pegamos, nos insultam e respondemos com grosserias.

O segundo tipo de conduta é melhor, é o tipo de conduta daquele que já não é escravo, daquele que nada mais tem que ver com o pensar, o sentir e o fazer dos demais. Tal tipo de conduta é independente, é conduta reta e justa. Se nos pegam, respondemos abençoando. Se nos insultam, guardamos silêncio. Se querem nos embriagar, não bebemos ainda que nossos amigos se aborreçam, etc.

Agora, nossos leitores compreenderão porque a liberdade psicológica traz isso que se chama amor.”

Este texto nos fala sobre algumas dificuldades que nós mesmos colocamos em nosso caminho, e que são um sério obstáculo para a mudança interior:

Ter um comportamento que depende da vontade dos outros e não de nossos próprios princípios. Ora, se queremos mudar temos que seguir nossos princípios, fazer o que achamos ser o correto. Porém é muito comum que algumas pessoas que vivem ao nosso redor e que não estão interessadas em mudar a si mesmas, incomodem-se quando nós deixamos de ser o que éramos, querem que não mudemos também, que continuemos a ser os mesmos de antes, que voltemos a fazer as mesmas coisas. A nós, como sempre, nos resta escolher entre as duas conhecidas opções: Ser ou não Ser?
Fugir das situações difíceis que ocorrem em nossa vida, e que são importantes para o autoconhecimento e a mudança interior. Este provavelmente seja um dos maiores obstáculos para a mudança interior. Evidentemente ninguém gosta de passar por situações desagradáveis, no entanto são nestas situações em que descobrimos nossos maiores defeitos, os defeitos que precisamos eliminar com maior urgência para elevarmos nosso nível do Ser.
Se nos habituamos a fugir das situações difíceis seremos sempre escravos psicológicos, e não poderemos provocar em nós mesmos uma verdadeira mudança. Ante as situações desagradáveis teremos que escolher entre enfrentar a nós mesmos ou simplesmente fugir de nós mesmos. Mais uma vez existem apenas duas opções: Ser ou não Ser.

Por isso escreveu Nietzsche: “O pior inimigo que você poderá encontrar será sempre você mesmo”.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Mudança

:: Elisabeth Cavalcante ::

Por que será que a mudança, de modo geral, nos causa tanto medo? Dificilmente encontramos pessoas que enfrentam situações novas de modo tranquilo e relaxado.

Mesmo quando vivenciamos circunstâncias que nos fazem infelizes, temos a tendência a permanecer ali por muito tempo, acomodados, apenas pela sensação de conforto que algo já conhecido nos transmite.

Quando, entretanto, as mudanças surgem repentinamente, impostas pela vida, sem que tenhamos qualquer poder de impedir que elas ocorram, sentimos o chão nos faltar sob os pés e temos a nítida sensação de ter perdido qualquer referência que nos oriente a lidar com a nova realidade.

Nestes momentos, tudo nos parece ameaçador e a nossa vontade é voltar ao antigo como se ele fosse uma poderosa tábua de salvação. Como a natureza é sábia, ela às vezes nos força a enfrentar o novo, apenas para que possamos descobrir em nós um poder que não imaginávamos possuir.

Se soubermos, a cada mudança que a vida nos apresente, experimentar uma nova atitude, aceitando o desafio com entusiasmo e coragem, ao invés de nos deixarmos dominar pela revolta e a covardia, certamente acabaremos por realizar importantes descobertas.

Quanto mais capazes formos de vencer nossos medos e limitações, mais fortes nos sentiremos, até que chegue o momento em que as mudanças passarão a ser encaradas como uma bênção, um presente da vida, algo que recebemos com gratidão, na certeza de que, ao encará-las de frente e com total aceitação, estaremos fortalecendo cada vez mais a expressão de nossa essência divina.

"...Memória é uma coisa morta. Memória não é verdade e não pode ser eterna - porque a verdade é sempre viva, verdade é vida.

Memória é a persistência de algo que não é mais. É viver em um mundo fantasmagórico - mas que nos contém, é nossa prisão.
...A memória cria o nó, o complexo chamado Eu, o ego. E naturalmente esta falsa entidade chamada Eu está constantemente com medo da morte. Eis por que você tem medo do novo.

Este Eu tem medo, não você, realmente. O ser não tem medo. Mas o ego tem medo - porque o ego tem muito medo de morrer. Ele é artificial, é arbitrário, é colocado junto. E pode ser posto de lado, em algum momento. E quando o novo entra, há medo.
O ego tem medo, ele pode ser posto de lado.

De algum modo ele tem estado manejando para manter-se junto, manter a si mesmo em uma parte, e agora algo novo vem - será demolidor.
Eis porque você não aceita o novo com alegria. O ego não pode aceitar sua própria morte com alegria. Como ele pode aceitar sua própria morte com alegria?

A menos que você tenha compreendido que você não é o ego, você não estará pronto para receber o novo. Uma vez que você veja que o ego é sua memória passada, que você não é a sua memória, que memória é apenas como um bio-computador, que é uma máquina, um mecanismo utilitário... você está além dele... Você é consciência, não memória. Memória é um conteúdo na consciência, você é a própria consciência.

Por exemplo, você vê alguém caminhando na estrada. Você se lembra do rosto, mas você não pode lembrar o nome. Se fosse a memória, você lembraria o nome também. Mas você diz: "Eu reconheço o rosto mas eu não lembro o nome". Então você começa buscando em sua memória, vai para dentro de sua memória, você olha para este lado, para aquele lado, e repentinamente o nome brota e você diz, "Sim, este é o nome dele". A memória é seu disco. Você é aquele que está procurando dentro do disco, você não é a memória em si.

E acontece, muitas vezes, que se você se torna muito tenso a respeito de lembrar algo, torna-se difícil lembrá-lo - porque muita tensão e muito esforço em seu ser não permitem que a memória libere sua informação para você. Você tenta e tenta lembrar o nome de alguém e ele não vem, apesar de você dizer que está na ponta da língua. Você sabe que você sabe, mas o nome ainda não vem.

...É estranho. Se você é memória, então quem está impedindo você, e como não está vindo? E quem é este que diz, "Eu sei, mas ainda não está vindo?" E então você tenta duramente, e quanto mais forte você tenta mais se torna difícil. Então, você se enche de tudo, vai para o jardim para uma caminhada, e repentinamente, olhando para as roseiras, está ali, de surpresa.

Sua memória não é você. Você é consciência, memória é conteúdo. Mas a memória é toda a energia vital para o ego. Memória é velha, é claro, e tem medo do novo. O novo pode ser perturbador, o novo pode ser tal que não pode ser digerido. O novo pode trazer alguns problemas. Você terá que mudar e renovar a si mesmo. Você terá que reajustar a si mesmo. E parece árduo.

Para ser nova, a pessoa precisa se tornar desidentificada com o ego; você não se preocupa se ele morre ou vive. De fato, você sabe que vivo ou morto, ele já está morto. É um mecanismo. Use-o, mas não seja usado por ele. O ego está continuamente com medo da morte porque é arbitrário, por isto, o medo. Ele não surge do ser, ele não pode surgir do ser, porque ser é vida. Como pode a vida ter medo da morte? A vida não sabe nada da morte.

Ele surge do arbitrário, do artificial, de algum modo coloca junto o falso, o pseudo. Apesar disto, é apenas soltar-se naquela morte, que faz o homem viver. Morrer no ego é nascer no ser, em Deus.

O novo é uma mensagem de Deus, é um evangelho. Ouça o novo, vá com o novo. Eu sei que você tem medo. Apesar do medo, vá com o novo, e sua vida se tornará mais e mais rica e você estará pronto um dia para libertar o esplendor aprisionado.

Lembre-se, algo novo vindo em sua vida é uma mensagem de Deus. Se você o aceita, você será religioso. Se você o rejeita, você será irreligioso. O homem necessita apenas relaxar um pouco mais para aceitar o novo, para abrir um pouco mais, para deixar o novo entrar. Abra caminho para que Deus venha a você"....
OSHO - The Diamond Sutra

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Cuidado com essa carência; ela afasta as pessoas de você!

Adorei esse texto, e gostaria de fazer um comentário antes...
Devemos tomar cuidado com essa carência em todos os tipos de relacionamento, homem e mulher, pais e filhos, alunos e professores! Tentar perceber quando estamos exigindo mais do outro do que ele pode ou consegue dar!

Aproveitem essa lição da nossa querida Patricia.
Abraço a todos que acompanham o blog!

Cuidado com essa carência; ela afasta as pessoas de você!
::Patricia Gebrim::


Pessoas carentes são como polvos gigantes, esses seres maravilhosos de que fala Julio Verne. Nas páginas dos livros são encantadores e cheios de magia, mas na vida real... acabam afastando de si mais gente do que gostariam.
"Por trás dessa atitude carente, existe uma dor e uma ilusão. A dor de uma criança ferida. A ilusão de que não se é nada mais do que essa criança. Entenda: hoje você não é mais uma criança que precisa de alguém para cuidar de você. Aceite a ideia de que hoje você é grande o suficiente para cuidar de si mesmo!"
Carência é esse sentimento incômodo que muitas pessoas carregam, percebida por elas como um tipo de buraco, uma fome constante que chega a doer. Às vezes é fome de afeto, de amor... mas também pode aparecer como fome de atenção, como o desejo de estar sempre no palco das relações, sendo valorizado, cuidado, tratado de forma especial.

É uma exigência, muitas vezes inconsciente, uma expectativa de que os outros supram você de alguma maneira, desejo esse que costuma se impor à sua capacidade de perceber o outro como um ser individual que tem direito a escolhas e limites.
Uma pessoa carente sempre exige, mesmo que de forma disfarçada, que o outro lhe dê o que quer. Não compreende que o outro tem o direito de dizer não. O outro tem o direito de não querer lhe dar algo.O outro tem o direito de não gostar de você. (Afinal, quem é amado por “todas” as pessoas?)
Quando alguém carente se aproxima das pessoas, essa aproximação quase nunca é descompromissada ou relaxada. Existe sempre uma certa tensão. Por um lado os carentes polvos querem agir sempre adequadamente, para garantir que serão aceitos. (Sua liberdade de ser, ser simplesmente quem são, está limitada pela necessidade de saciar a suposta fome). Por outro lado, aproximam-se na expectativa de receber. Raramente aproximam-se para dar algo ao outro.
Como polvos ambulantes, pessoas carentes estendem na direção da vítima seus enormes tentáculos, tentando trazer em sua direção o que necessitam. Me dê... me dê... me dê... Essa é a mensagem inconsciente que acabam transmitindo, mesmo que o discurso seja muito diferente.
Só que, por ironia do destino, por mais que tentem disfarçar suas intenções, o outro acaba pressentindo os tentáculos e na maior parte das vezes se afasta de você. Isso faz com que a pessoa carente se sinta rejeitada, o alimento lhe foi negado, a fome aumenta e ela tenta com ainda mais intensidade, numa bola de neve sem fim.
Quando vamos com sede demais ao pote acabamos derrubando-o, e lá se vai nossa chance de beber seu conteúdo. As pessoas se afastam quando percebem alguém se aproximar na expectativa de ser suprido, como um náufrago desesperado em busca de algo a se agarrar. E a pessoa fica lá, sozinha no meio do oceano. Como uma brincadeira maldosa do destino, a pessoa acaba afastando cada vez a possibilidade de receber o que quer.
Ora, a pessoa carente não faz isso por que queira ser má, ou lesar o outro. Na verdade ela age baseada na falsa crença de que não consegue suprir a si mesma. Talvez venha de um lar onde não tenha se sentido amada, ou querida. Talvez tenha até recebido amor, mas por algum motivo não tenha conseguido sentir que isso tenha acontecido.
Por trás dessa atitude carente, existe uma dor e uma ilusão. A dor de uma criança ferida. A ilusão de que não se é nada mais do que essa criança.
Entenda: hoje você não é mais uma criança que precisa de alguém para cuidar de você. Aceite a ideia de que hoje você é grande o suficiente para cuidar de si mesmo!
Se a pessoa carente conseguir perceber que, não importa o que lhe tenha acontecido, isso é passado. E que hoje existe dentro dela uma força capaz de curar qualquer ferida. Se conseguir se identificar com seu lado adulto, parando de esperar que a cura venha de fora, ou das outras pessoas. Se conseguir pegar sua criança ferida no colo, e dar-lhe todo o amor, e atenção, e carinho... esse é o caminho para a transformação.
Se em vez de estender seus tentáculos na direção das pessoas, usar todos aqueles braços para abraçar, proteger e acariciar a si mesmo... se fizer isso, algo mágico começará a acontecer. O polvo vai aos poucos se transformando em uma espécie de ninho, seguro e quentinho... e nesse ninho você conseguirá se lembrar de sua verdadeira essência, e de lá sairá assumindo sua verdadeira forma, a da mais bela ave, e seu canto será tão pleno que todas as pessoas sentirão o desejo de se aproximar e acariciar suas suaves plumas.
De mãos dadas com o adulto que existe em você, sua fome será saciada por você mesmo. E a sua relação com as pessoas se transformará. Deixará de ser uma busca de alguém que supra suas necessidades infantis e passará a refletir o prazer e a alegria de uma troca genuína e adulta com outro ser humano. E com certeza, essa mudança fará com que as pessoas parem de se afastar de você e passem a querer estar a seu lado.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Aprendendo sobre a Tolerância

::Tania Paupitz de Souza::


“Tudo o que nos irrita nos outros pode nos levar a um melhor conhecimento de nós mesmos”. (Jung)

Recentemente, lendo um livro, uma frase me chamou bastante atenção: “a tolerância é o prolongamento da aceitação”, ela traz consigo a benevolência, fazendo com que as pessoas possam pensar, agir e viver de forma diferente de si mesmo.

Acredito que uma pessoa tolerante tem como objetivo principal o diálogo aberto e franco procurando uma maior adequação em sua forma de viver e sentir, diferente de ter que ser do seu jeito. Não fica difícil traçar o perfil de uma pessoa quando ela é ou não tolerante, pois é bastante freqüente encontrarmos muita intolerância e inadaptabilidade nos dias de hoje, principalmente, nas situações do nosso dia-a-dia, como por exemplo: no trânsito, no lazer, no trabalho e, sobretudo, nas relações afetivas.

Saber dos nossos limites, onde começa o meu e termina o seu, torna-se fundamental para o respeito mútuo. Se pararmos para observar, quando estamos desequilibrados, tudo parece conspirar para que a situação vivenciada aumente de tamanho, ou seja, a irritação, desconfiança, medo e insegurança tendem a ser tornar nossos maiores inimigos.

É o caso, por exemplo, se nos encontramos no trânsito e começamos a ficar irritados com a fila que não anda, com os motoristas imprudentes; buzinas começam a disparar, pessoas esticam seus pescoços para ofender o motorista ao lado, alguém vem e nos dá uma fechada, ou ainda, alguns mais impulsivos acabam partindo para agressão física.

Uma dica interessante é sempre que se perceber intolerável em alguma situação faça-se a seguinte pergunta: Qual o sentimento que se esconde por trás dessa situação que eu não quero enxergar? Pode ser que você se perceba constrangido, mal hulmorado, inseguro, ansioso, ou ainda, com algum sentimento de inferioridade que aquela situação ou pessoa acaba despertando em você.

Observe-se e concentre suas energias para vivenciar esse sentimento de maneira que sua intolerância se evapore e você possa compreender tanto suas emoções quanto as ações ou comportamentos de quem você esta julgando. Nosso julgamento sobre alguém não servirá como escudo protetor contra nós se nos tornarmos como ele.

Acredito que a atitude de sermos tolerantes vem com a maturidade das experiências vividas e da nossa disposição em nos permitirmos conhecer e aprender sobre cada tipo de atitude, lembrando que sempre seremos o reflexo do outro. Tomar consciência de que a tolerância faz parte do nosso processo de aprendizado e evolução já é um grande começo para a transformação.

Uma técnica que utilizo com bastante freqüência é procurar tomar consciência do que estou sentindo em determinado momento. Por exemplo, se me percebo irritada com alguma coisa ou alguém, procuro sair de mim, praticando a auto-observação; respiro fundo, procuro olhar para mim como se fosse outra pessoa. Percebo que não posso deixar ser levada por emoções que não me pertencem, ou seja, por que vou dar poder para que o outro me irrite ou me incomode? Como bem disse uma amiga minha: o outro é o outro, como posso permitir que alguma pessoa determine a maneira como vou sentir, se estou em equilíbrio comigo mesma?

Experimentar a tolerância significa compreender que devemos ter consideração pelo que o outro pensa, sente e escolhe... sendo capazes de responder corretamente às circunstâncias, sem se ferir ou magoar. Se tivermos a capacidade de acender a nossa luz interior, nos permitindo uma maior ampliação de consciência, perceberemos que:

“Na fonte, há lama; a rosa tem espinhos”.
O sol no eclipse é sol obscurecido,
Na flor também o verme faz o seu ninho,
Erram todos, eu mesmo já errei tanto”.
William Shakespeare – soneto 35.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Auto-Retrato - Um estudo da Personalidade




::com a Psicóloga Fernanda Mayoral::

O Auto-Retrato é um estudo holístico do SER. Busca a integração das habilidades e COMPETÊNCIAS, inatas ou adquiridas, com as características da personalidade que muitas vezes são desconhecidas.

Um dos objetivos principais do Auto-Retrato é a CONEXÃO do indivíduo com sua própria essência, com o seu Eu verdadeiro que irradia suas QUALIDADES pessoais, por vezes obscurecidas pelo eu inferior, pelas máscaras, pela auto-sabotagem ou por questões mal resolvidas.

Quando passamos a manifestar nossa ESSÊNCIA, todas as áreas da vida passam a fluir melhor. Expandimos a CRIATIVIDADE, obtemos maior capacidade de atingir objetivos e melhoramos as relações interpessoais. Assim, podemos entender e cumprir nosso propósito de vida.

O resgate da AUTO-ESTIMA, do amor próprio e da AUTOCONFIANÇA acontece naturalmente e recuperamos a alegria e o prazer de viver. Saímos dos atos mecânicos e passamos para a AÇÃO com significado, deixamos o vazio existencial e aprendemos a viver um sentimento de completude.

Venha fazer o Auto-Retrato! Permita que a sua PERSONALIDADE se integre à suas características pessoais experimentando um processo de DESENVOLVIMENTO de sua vida pessoal e profissional.

Para saber como fazer o seu Auto-Retrato, mande-me um email que esclarecerei qualquer dúvida - fermayoral@gmail.com

Aguardo seu contato!

Abraços,
Fernanda

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Goste das pessoas primeiro

::Kent Nerburn::

Craig, um grande amigo da faculdade, trazia energia e vida a qualquer lugar onde chegasse. Quando você falava, ele prestava tanta atenção que você se sentia incrivelmente importante. As pessoas o adoravam.

Certo dia ensolarado de outono, Craig e eu estávamos sentados em nossa área habitual de estudo. Olhei pela janela e vi um dos meus professores atravessando o estacionamento.
- Não quero esbarrar com ele - eu disse.
- Por que não? - perguntou Craig.

Expliquei que, no semestre anterior, o professor e eu tínhamos nos desentendido. Eu me ofendera com alguma coisa que ele tinha dito e ele, por sua vez, ofendeu-se com a minha resposta.
- Além disso, - acrescentei - o cara não gosta de mim.

Craig observou a figura que passava lá embaixo.
- Talvez você tenha entendido mal - ele disse. - Talvez você esteja se afastando porque tenha medo de ser rejeitado.
E ele provavelmente acha que você não gosta dele, então não é simpático. As pessoas gostam de quem gosta delas.
Se você mostrar interesse por ele, ele vai se interessar por você. Vá falar com ele.

As palavras de Craig foram direto ao ponto. Hesitante, desci as escadas até o estacionamento. Cumprimentei meu professor efusivamente e perguntei como tinha sido o seu verão. Ele me olhou com genuína surpresa. Caminhamos um pouco conversando, e eu podia imaginar Craig me olhando da janela com um grande sorriso.

Craig tinha me ensinado um princípio simples, tão simples que eu não podia acreditar que nunca tivesse pensado naquilo antes. Como a maioria dos jovens, eu era inseguro e começava todos os meus contatos com medo do julgamento dos outros - quando, na verdade, eles também estavam preocupados com o meu julgamento.

Daquele dia em diante, passei a me esforçar para reconhecer que os outros têm necessidade de estabelecer uma conexão e de compartilhar algo sobre suas vidas. Descobri um mundo de pessoas que nunca teria conhecido de outra maneira.

Uma vez, por exemplo, viajando de trem para o Canadá, comecei a conversar com um homem que todos evitavam porque ele cambaleava e enrolava a língua como se estivesse bêbado. Na verdade, ele estava se recuperando de um derrame.
Tinha sido engenheiro naquela mesma linha que estávamos percorrendo e passou a viagem me contando histórias fascinantes passadas naquela ferrovia.

Quando o trem foi se aproximando da estação, ele segurou a minha mão e me olhou nos olhos:
- Obrigado por ouvir. A maioria das pessoas não se daria ao trabalho - Ele não precisava ter me agradecido. O prazer tinha sido todo meu.

Em uma esquina barulhenta da cidade de Oakland, na Califórnia, uma família me parou pedindo indicações e descobri que eram turistas da isolada costa norte da Austrália. Perguntei-lhes como era a vida onde moravam. Em pouco tempo, tomando café, eles me deleitaram com histórias sobre lugares e costumes que eu nunca teria conhecido.

Cada encontro tornou-se uma aventura, cada pessoa uma lição de vida. Ricos, pobres, poderosos e solitários: todos tinham tantos sonhos e dúvidas quanto eu. E cada um deles tinha uma história única para contar, bastava alguém querer ouvir.

Um velho vagabundo com a barba por fazer me contou como tinha alimentado sua família durante a depressão, dando tiros de espingarda em um lago e recolhendo os peixes atordoados que flutuavam na superfície. Um guarda de trânsito me revelou como tinha aprendido seus gestos observando toureiros e maestros.
E uma jovem esteticista compartilhou comigo a alegria que sentiu ao ver os moradores de um asilo sorrindo depois que ela cortou e penteou seus cabelos.

Quantas dessas oportunidades nós deixamos passar.
A garota que todos acham feiosa, o menino de roupas esquisitas essas pessoas têm histórias para contar, assim como você, com certeza. E, como você, elas sonham com alguém que queira ouvir.

Foi isso que Craig me ensinou. Goste das pessoas primeiro, faça perguntas depois. Descubra que a luz que você projeta nos outros se reflete em você multiplicada por cem.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Inteligência Espiritual

::Drª Dana Zohar - Oxford::

No livro QS - Inteligência Espiritual, lançado no ano passado, a física e filósofa americana Dana Zohar aborda um tema tão novo quanto polémico: a existência de um terceiro tipo de inteligência que aumenta os horizontes das pessoas, torna-as mais criativas e se manifesta em sua necessidade de encontrar um significado para a vida. Ela baseia seu trabalho sobre Quociente Espiritual (QS) em pesquisas só há pouco divulgadas de cientistas de várias partes do mundo que descobriram o que está sendo chamado "Ponto de Deus" no cérebro, uma área que seria responsável pelas experiências
espirituais das pessoas. O assunto é tão atual que foi abordado em recentes reportagens de capa pelas revistas americanas Neewsweek e Fortune. Afirma Dana: "A inteligência espiritual coletiva é baixa na sociedade moderna.
Vivemos numa cultura espiritualmente estúpida, mas podemos agir para elevar nosso quociente espiritual".
Aos 57 anos, Dana vive em Inglaterra com o marido, o psiquiatra Ian Marshall, co-autor do livro, e com dois filhos adolescentes. Formada em física pela Universidade de Harvard, com pós-graduação no Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), ela atualmente leciona na universidade inglesa de Oxford. É autora de outros oito livros, entre eles, O Ser Quântico e A Sociedade Quântica, já traduzidos para português. QS - Inteligência Espiritual já foi editado em 27 idiomas, incluindo o português (no Brasil, pela Record). Dana tem sido procurada por grandes companhias interessadas em
desenvolver o quociente espiritual de seus funcionários e dar mais sentido ao seu trabalho. Ela falou à EXAME em Porto Alegre durante o 300º Congresso Mundial de Treinamento e Desenvolvimento da International Federation of Training and Development Organization (IFTDO), organização fundada na Suécia, em 1971, que representa 1 milhão de especialistas em treinamento em todo o mundo. Eis os principais trechos da entrevista:

O que é inteligência espiritual?
É uma terceira inteligência, que coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos. Ter alto quociente espiritual (QS) implica ser capaz de usar o espiritual para ter uma vida mais rica e mais cheia de sentido, adequado senso de finalidade e direcção pessoal. O QS aumenta nossos horizontes e nos torna mais criativos.
É uma inteligência que nos impulsiona. É com ela que abordamos e solucionamos problemas de sentido e valor. O QS está ligado à necessidade humana de ter propósito na vida. É ele que usamos para desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear nossas ações.

De que modo essas pesquisas confirmam suas ideias sobre a terceira inteligência?
Os cientistas descobriram que temos um "Ponto de Deus" no cérebro, uma área nos lobos temporais que nos faz buscar um significado e valores para nossas vidas. É uma área ligada à experência espiritual. Tudo que influência a inteligência passa pelo cérebro e seus prolongamentos neurais. Um tipo de organização neural permite ao homem realizar um pensamento racional, lógico.
Dá a ele seu QI, ou inteligência intelectual. Outro tipo permite realizar o pensamento associativo, afectado por hábitos, reconhecedor de padrões, emotivo. É o responsável pelo QE, ou inteligência emocional. Um terceiro tipo permite o pensamento criativo, capaz de insights, formulador e revogador de regras. É o pensamento com que se formulam e se transformam os tipos anteriores de pensamento. Esse tipo lhe dá o QS, ou inteligência espiritual.

Qual a diferença entre QE e QS?
É o poder transformador. A inteligência emocional me permite julgar em que situação eu me encontro e me comportar apropriadamente dentro dos limites da situação. A inteligência espiritual me permite perguntar se quero estar nessa situação articular. Implica trabalhar com os limites da situação.
Daniel Goleman, o teórico do Quociente Emocional, fala das emoções.
Inteligência espiritual fala da alma. O quociente espiritual tem a ver com o que algo significa para mim, e não apenas como as coisas afectam minha emoção e como eu reajo a isso. A espiritualidade sempre esteve presente na história da humanidade.
No iní cio do século 20, o QI era a medida definitiva da inteligência humana. Só em meados da década de 90, a descoberta da inteligência emocional mostrou que não bastava o sujeito ser um génio se não soubesse lidar com as emoções. A ciência começa o novo milénio com descobertas que apontam para um terceiro quociente, o da inteligência espiritual. Ela nos ajudaria a lidar com questões essenciais e pode ser a chave para uma nova era no mundo dos negócios.
Dana Zohar identificou dez qualidades comuns às pessoas espiritualmente inteligentes. Segundo ela, essas pessoas:

1. Praticam e estimulam o autoconhecimento profundo;
2. São levadas por valores. São idealistas;
3. Têm capacidade de encarar e utilizar a adversidade;
4. São holísticas;
5. Celebram a diversidade;
6. Têm independência;
7. Perguntam sempre "por quê?";
8. Têm capacidade de colocar as coisas num contexto mais amplo;
9. Têm espontaneidade;
10.Têm compaixão.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Holograma do Equilíbrio ou Octaedro

::Merkabat::




OCTAEDRO é um Símbolo Geométrico
formado pela união
de duas Pirâmides quadrangulares

Carregue esta forma geométrica
em sua consciência todo o tempo
para que você possa criar conforme sua vontade
ou conforme você precisar,
tanto para com você
ou com as pessoas que você está conectada.

Imagine-se envolto por uma pirâmide de luz
que se espalha sobre você
e uma pirâmide abaixo de você,
no sentido invertido
onde as bases se juntem.

Carregue esta forma geométrica
em sua consciência todo o tempo
para que você possa criar conforme sua vontade
ou conforme você precisar,
tanto para com você
ou com as pessoas que você está conectada.

Imagine-se envolto por uma pirâmide de luz
que se espalha sobre você
e uma pirâmide abaixo de você,
no sentido invertido
onde as bases se juntem.

Você se encontra no centro dela.
Se você estiver deitado,
você está no quadrado onde as bases se tocam.

Você pode imaginá-la do tamanho que você quiser
desde que você esteja envolto por ela.

Se você estiver de pé ou sentado,
o vértice do octaedro percorre o centro do seu corpo.

Esse octaedro equilibra energia.

É o equilíbrio dos aspectos
masculinos e femininos da consciência
É uma poderosa ferramenta
para equilibrar energias sutis.

Sugerimos que crie isso
várias vezes ao dia e de uma forma agradável.

Faça isso várias vezes
para que essa forma possa ser criada instantaneamente,
à medida que você precisar, sem pensar nela.

Um dos efeitos colaterais
de energias caóticas na terra
é que, as forças magnéticas
estão e irão ser perturbadas.

Isso tende a fazer com que as pessoas
se sintam irritadas, explosivas,
irracionais, depressivas, sobrecarregadas
e tendem a sustentar estados mentais,
emocionais e energéticos negativos.

Um dos efeitos colaterais
de energias caóticas na terra
é que, as forças magnéticas
estão e irão ser perturbadas.

Isso tende a fazer com que as pessoas
se sintam irritadas, explosivas,
irracionais, depressivas, sobrecarregadas
e tendem a sustentar estados mentais,
emocionais e energéticos negativos.

Quando você se encontrar
em um desses estados,
imediatamente crie
o holograma ao seu redor
e logo você experimentará
um estado de calma e equilíbrio.

Quando perceber que
uma determinada área da terra está perturbada,
você como um guardião tem o direito
de enviar o holograma para aquele lugar.

Na sua imaginação,
cubra toda essa área que está perturbada,
com a luz do Holograma,
e assim você estará emitindo
vibrações equilibradoras.

Sob nosso ponto de vista, essa é a forma com que
você melhor pode contribuir nesses tempos efêmeros e turbulentos.

Outro aspecto que seria interessante que você entendesse claramente é que,
existem energias negativas que buscam aumentar o caos, o terror e as catástrofes.

Enviando hologramas pra equilibrar essas áreas de conflito,
você estará transformando a energia negativa em dádiva!

Sugerimos que você se torne mestre em usar esse holograma
para seu bem e para o bem da TERRA.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Seja...

::Autor Desconhecido::





Seja Fonte
Fonte de água pura e cristalina, seja água abundante para quem tem sede de amor, de carinho, de força, de apoio, de diretriz. Se você não tem nenhum motivo para ser feliz, seja feliz por ser fonte, por ser procurado por aqueles que precisam de você.

Seja Porto
Porto de chegada de almas cansadas, seja porto para aqueles que andam perdidos pelo mundo, e que precisam de um lugar tranqüilo para descansar o fardo que carregam, para ser porto de chegada, abrace, afague, receba, dê boas vindas.
Seja porto de saída, saída para quem precisar partir, despedindo-se das ilusões, das dores, dos fracassos e decepções, partindo para uma vida melhor, para isso, ajude, apóie, converse, estenda as mãos, ouça, oriente.
Seja também porto seguro, para quem te ama e te precisa, porto seguro para os amigos, para a família, para quem precisar. Para ser porto seguro, esqueça o ego e pense no próximo, esqueça suas dores e amenize as dores do próximo.
Esqueça sua fraqueza e se torne forte para os outros.
Se você não tem motivos para ser feliz, seja feliz por ser porto, para receber aqueles que procuram por ti.

Seja Ponte
Ponte que liga a vida terrena à eternidade do céu. Para ser ponte, compreenda, perdoe e deixe as pessoas passarem por você. Para ser ponte, esteja no fim da estrada daqueles que não encontram o caminho de volta. Seja a passagem, e não o atalho, seja o caminho livre e não o pedágio. Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser ponte. É bom ser ponte, ponte significa união, ligação, laços de afeição.

Seja Estrada
Estrada longa, gostosa de passear, estrada iluminada de dia pelo sol e de noite pelo luar. Seja estrada que guia, estrada que conduz a outros caminhos. Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser estrada, estrada dos peregrinos da vida, estes plantarão flores aos seus pés. Seja estrada para os caminhantes do tempo, estes regarão as suas flores. Seja estrada para os andarilhos do mundo, estes poderão colhê-las, e sentir o seu perfume.

Seja Estrela
Seja a estrela que mais brilha no firmamento. Seja a estrela inspiradora dos poetas, dos românticos e apaixonados. Para ser estrela, ilumine os que te cercam, distribua luz gratuitamente. Seja estrela guia, estrela da sorte. Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser estrela, por que as estrelas estão sempre no alto, são soberanas por que guiam os navegantes.

Seja Chuva
Chuva que molha os corações secos, vazios de amor, de esperança, de paz. Seja chuva que inunda os campos áridos, que molham os jardins, que dá vida a toda vegetação, e faz transbordar os rios. Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser chuva, a chuva é sempre esperada, por que dela depende a continuidade, de toda a humanidade.

Seja Árvore
Árvore que dá frutos para quem tem fome, que dá sombra e refresca o árduo calor dos caminhantes que seguem pela vida. Seja árvore que aninha, que acolhe os passarinhos, que enfeitam os quintais. Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser árvore.
Por que ser árvore é ter raízes sólidas e profundas, é ter braços que se alongam, que se estendem, é produzir flores para enfeitar a alma de alguém, é ser forte e enfrentar temporais, é ter suas folhas embalados pelo vento, é ser molhada pela chuva, e acalentada pelo sol, é fazer parte da criação, como um ser único.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Conheça o seu Dosha (biótipo) segundo a Medicina Ayurvédica

::Conceição Trucom::

"Dosha" é uma palavra sânscrita que significa "culpa" ou "transgressão". Enquanto este é o sentido literal, no contexto de cuidado à saúde seria mais apropriado traduzir "Dosha" como as "forças, no corpo, que mais facilmente se desequilibram". Através dele é possível a caracterização do perfil biológico do indivíduo, de acordo com a milenar Medicina Ayurvédica.

Existem três doshas: Vata, Pitta e Kapha, sendo que cada um apresenta suas características determinantes. Todas as pessoas possuem os três doshas, mas em proporções variadas. Eventualmente, há excesso ou carência de um dos três doshas, o que constitui um desequilíbrio, que pode originar uma doença.
O reestabelecimento do equilíbrio original dos doshas da pessoa, segundo esta medicina será por meio de dietas, exercícios físicos, uso de plantas medicinais, meditação, yoga e massagem.

Vata significa a força que gera e possui as qualidades do "ar" (e do espaço). Vata não é "gás" mas a força que, quando em excesso, produz "gás". Vata é o dosha formado pelos elementos ar e éter. Suas características são ser seco, leve e frio. As pessoas com predominância de Vata são geralmente magras, ativas e costumam ter a pele seca e eventualmente constipação intestinal. Elas devem evitar alimentos amargos, bem como frio e umidade.

Pitta significa a força que gera e possui as qualidades do "fogo". Pitta não é "bile" mas a força que, quando em excesso, produz "bile" e "ácido". Pitta é o dosha formado pelos elementos fogo e água. Suas características são quente, oleoso e leve. São pessoas ativas e com boa conformação física. Têm tendência a serem nervosas e facilmente irritáveis. As pessoas com predominância Pitta devem evitar alimentos salgados e picantes, para não aumentar o fogo digestivo. Em caso de desarmonia de Pitta, o sintoma inicial é a febre e as infecções.

Kapha significa a força que gera e possui a qualidade da "água" (e terra). Kapha não é o "muco" mas a força que, quando em excesso, produz "muco". Kapha é o dosha formado pelos elementos água e terra. Suas características são úmido, pesado e frio. As pessoas com predominância Kapha costumam ser grandes e pesadas, podendo facilmente tender à obesidade. Devem evitar alimentos úmidos, frios e pesados, como massas e arroz. Em caso de desequilíbrio, este costuma manifestar-se como excesso de muco e problemas respiratórios.

Cada um de nós é resultante da combinação destes 3 Doshas. Ao tempo da concepção, a Natureza decide a permutação - combinação de Doshas, dentro de cada um de nós. Isto é que faz de cada um de nós, um ser único.

Os Doshas têm:
• Traços físicos que se traduzem nas descrições físicas da pessoa, por exemplo, altura, compleição, olhos, etc.;
• Traços mentais e comportamentais que se traduzem na espécie de pessoa que nós somos, como dormimos, sonhamos e pensamos; como reagimos a situações externas, nossas forças e fragilidades emocionais, nossa atitude com relação a dinheiro - se somos gastadores, avarentos ou administradores de dinheiro;
• Traços intelectuais que se traduzem em se somos pensadores e sonhadores, designers e planejadores ou pessoas silenciosas que trabalham com afinco e trabalhadores sólidos;
• Doenças e traços que são responsáveis pelo fato de diferentes espécies de clima, alimento, meio-ambiente serem benéficos ou danosos a nós.
Tudo isto a Mãe natureza decide na hora de nossa concepção e durante o período que passamos no útero materno. Assim, é importante compreender nossa constituição de forma a tornar-nos consciente de nossas forças e nossa predisposição interna para certas doenças e padrões negativos de procedimento. Este é nosso "Prakriti" - nossa Natureza.
Os Doshas podem ser controlados através dos 6 sabores - salgado, picante, adstringente, amargo, doce e azedo. Estes sabores podem agravar e pacificar diferentes Doshas. Com este conhecimento nós estamos capacitados a prevenir doenças, curar a nós mesmos e compreender melhor nossas relações interpessoais.

Qual seu Dosha dominante?
Ao preencher os 3 questionários abaixo, você terá a oportunidade de se autoconhecer um pouco mais, ao identificar qual o seu biótipo (ou dosha) predominante. Para preencher aos questionários, com o máximo de sinceridade, atribua valores conforme quadro abaixo:
Não se aplica a mim - 0 pontos
Aplica-se algumas vezes a mim - 1 ponto
Aplica-se quase sempre a mim - 2 pontos

DOSHA: VATA - MENTAL - ELEMENTO AR
Pele seca e fria com tendência a rachaduras nos lábios e nos pés. Cabelos crespos e secos, região ao redor dos olhos escura (olheiras), assim como expressão melancólica. Bastante mental, dificuldade para ficar aterrado.
Declarações
1. Sou mais friorento que a maioria das pessoas.
2. Tenho freqüentemente dificuldade para dormir ou ter uma boa noite de sono.
3. Minha pele tende a ser muito seca, especialmente no inverno.
4. Meus movimentos são rápidos e ativos. Minha energia tende a se manifestar em surtos.
5. Tenho tendência a ter sono e hábitos alimentares irregulares.
6. Tenho tendência a ter gases e prisão de ventre.
7. Sou magro - não engordo com facilidade.
8. Tenho tendência a ter mãos e pés frios.
9. Executo rapidamente as atividades.
10. Não sou bom em memorizar as coisas e depois lembrá-las mais tarde.
11. Sou animado e vivo por natureza.
12. Sempre aprendi coisas novas com muita facilidade.
13. Meu andar característico é leve e rápido.
14. Costumo ter dificuldade para tomar decisões.
15. Fico ansioso ou preocupado com freqüência.
16. Falo rápido e meus amigos acham que eu falo muito.
17. Minha disposição de ânimo muda com facilidade e sou um tanto quanto emotivo por natureza.
18. Minha mente é muito ativa, às vezes inquieta, mas também muito imaginativa.
19. Fico facilmente agitado.
20. Aprendo rápido, mas também esqueço rápido.
Total contagem de pontos VATA:

DOSHA PITTA - AÇÃO - ELEMENTO FOGO
Pele sensível e irritável, avermelhada e com poros abertos, possui predisposição à acne, feridas e reações alérgicas. Metabolismo rápido e atitudes passionais.
Declarações
1. Sinto um mal estar ou fico facilmente fatigado no calor - mais do que outras pessoas.
2. Transpiro com facilidade.
3. Costumo ser extremamente organizado nas minhas atividades.
4. Dificilmente sinto frio.
5. Meu cabelo tem uma ou mais das seguintes características: tendência a ficar grisalho ou calvo cedo; fino e liso; louro, ruivo ou cor de areia.
6. Tenho muito apetite.
7. Meu intestino é bastante regular: é mais fácil ter diarréia do que prisão de ventre.
8. Não me sinto bem quando pulo uma refeição, ou se o almoço ou o jantar atrasam.
9. Me considero muito eficiente.
10. Tenho a mente decidida e resoluta e sou um tanto quanto enérgico.
11. Embora nem sempre o demonstre, fico irritado e zangado com bastante facilidade.
12. Muitas pessoas me consideram teimoso.
13. Fico impaciente com muita facilidade.
14. Tenho tendência a ser perfeccionista com relação aos detalhes.
15. Fico zangado com muita facilidade, mas depois esqueço rapidamente.
16. Não tolero alimentos muito quentes e picantes.
17. Não tolero as desavenças tanto quanto deveria.
18. Aprecio os desafios, e quando quero alguma coisa sou muito determinado.
19. Gosto muito de alimentos frios, como sorvete e também bebidas geladas.
20. Tenho tendência de criticar tanto os outros quanto a mim mesmo.
Total contagem de pontos PITTA:

DOSHA KAPHA - EMOÇÃO - ELEMENTOS TERRA E ÁGUA
Pele oleosa, porosa, fresca e muito sensível ao sol. Cabelo oleoso e espesso. Olhos lacrimejantes. Tende a acumular água e ter inchaços. Unhas e lábios grossos e frios. Metabolismo lento.

Declarações
1. Não gosto quando o tempo fica frio e úmido.
2. Engordo com mais facilidade do que a maioria das pessoas.
3. Tenho tendência a engordar - acumulo gordura com facilidade.
4. Meu cabelo é grosso, escuro e ondulado.
5. Minha pele é macia, suave e um tanto pálida.
6. Minha constituição física é grande e sólida.
7. Preciso dormir pelo menos oito horas para me sentir bem no dia seguinte.
8. Tenho tendência a ter excesso de muco ou secreção, congestão crônica, asma ou sinusite.
9. Minha tendência natural é fazer as coisas de uma maneira lenta e relaxada.
10. Minha disposição é serena e tranqüila - não fico agitado com facilidade.
11. Sou capaz de pular refeições sem nenhum mal-estar significativo.
12. Sou calmo por natureza e dificilmente fico zangado.
13. Tenho um sono muito profundo.
14. Não aprendo tão rapidamente quanto algumas pessoas, mas retenho bem as informações e tenho uma boa memória.
15. As seguintes palavras me descrevem bem: sereno, meigo, carinhoso e magnânimo.
16. Minha digestão é lenta, o que me faz sentir pesado depois das refeições.
17. Tenho muito vigor e resistência física, bem como um nível de energia estável.
18. Meu andar é de um modo geral lento e cadenciado.
19. Tenho tendência a dormir demais, a ficar zonzo ao acordar e sou geralmente lento para fazer as coisas pela manhã.
20. Como devagar e minhas ações são lentas e metódicas.

Total contagem de pontos KAPHA:

O dosha que apresentar maior pontuação será o seu biótipo dominante, na atual fase de sua vida. O interessante desta avaliação é que você AGE segundo o dosha dominante, porém, o dosha que lhe resultou com menor pontuação é o que lhe NORTEIA. Ou seja, é o que sinaliza as suas principais metas.

Fonte: http://www.saisanjeevini.com.br/dintplay.htm


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