sexta-feira, 31 de julho de 2009

A massacrante felicidade dos outros

::Martha Medeiros::


Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco.

Há no ar um certo queixume sem razões muito claras. Converso com mulheres que estão entre os 40 e 50 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e ainda assim elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem. De onde vem isso?

Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia: "Eu espero/ acontecimentos/ só que quando anoitece/ é festa no outro apartamento". Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são - ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho.

As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão animada assim.

Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma.. Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados. Pra consumo externo, todos são belos, sexys, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores. "Nunca conheci quem tivesse levado porrada/ todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo". Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia, e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta.

Nesta era de exaltação de celebridades - reais e inventadas - fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça. Mas tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa? Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está sentada no sofá pintando as unhas do pé?

Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista. As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio apartamento.

Martha Medeiros, escritora e jornalista gaúcha

terça-feira, 28 de julho de 2009

A TEMPERATURA DOS RELACIONAMENTOS

::Sandra Cecilia::

Lembro-me de uma brincadeira de infância. Um objeto é escondido para ser descoberto pela meninada. À medida que alguém se aproximava do mesmo, aquele que o escondera dava a dica: “Está frio, ou...está esquentando”. Claro que quanto mais próximo alguém se aproximava do objeto, num crescendo cada vez maior se anunciava: “...hummmm, está esquentando.”

Na vida adulta, será que sabemos se o nosso relacionamento amoroso está frio ou quente? Será que prestamos atenção nos detalhes que sinalizam o sucesso ou o fracasso de um casamento ou relação? Vivemos muito preocupados com o nosso desempenho na vida profissional, no corre corre diário, nas oscilações da Bolsa , do dólar e no movimento da nossa conta bancária. No entanto, os sentimentos passam muitas vezes desapercebidos. Muitos casais vivem à mercê do tempo e da pressa. Chegam exaustos em casa e mal se falam. As refeições, um momento importante para a família, são feitas às pressas. A comida engolida sem o menor respeito pelas nossas funções digestivas. O relógio não! Ele tem uma presença marcante em nossa vida. Nosso dia a dia sem disciplina e organização se torna caótico. No entanto, rigidez e muita rotina o tornam caótico. Equilíbrio deve ser o nosso relógio. Sim. Podemos ficar atentos à temperatura do nosso relacionamento. O segredinho é estar mais atento(a) ao outro(a), aos nossos sentimentos e ao bem estar da pessoa amada.
Vendo o álbum de família de uma amiga, deparei com sua foto junto ao companheiro. Ela apontou a foto e segredou com nostalgia:
_ Nesta época, estávamos apaixonados!”
Eu disse:
_ A foto é recente! Não se sente mais apaixonada?

Minha amiga respondeu:
_ Não sei... parece que a relação esfriou.
Observem seu relacionamento. Às vezes, como se fosse um mero espectador e noutras com toda a carga de sentimento. Dizem que o beijo é o termômetro do amor. Concordo. Quantas vezes beijou seu amor hoje? Nenhuma? Não quer ? Não deu tempo? Como é o bom dia do casal? Apressado e entediante?O beijo revela carinho e proximidade. Aliás, já percebeu como é boa a sensação de ser beijado(a)? Um bom dia pode ser acompanhado de um beijo carinhoso e terno. Não dói e nada custa. Aí, você retruca: “Ele parou de me beijar... aí eu não beijo também!.” E lá se vai por terra, um sinalzinho para repensar o relacionamento.
O beijo pode não ser a pronta solução para os problemas amorosos de um casal. No entanto, reflete como está a intimidade e a proximidade dos dois. Se você tem um namorado(a), presta atenção à temperatura do relacionamento? Seu namoro apenas faz parte da sua rotina?
Um cliente me disse durante uma consulta:
“No começo do relacionamento minha esposa e eu trocávamos bilhetinhos amorosos.” – seu olhar mirou um ponto distante. Perguntei: “ Parece que estas pequenas gentilezas lhe deixavam feliz. Por que não acontecem mais?”O homem deu de ombros e não soube responder.
O relacionamento sexual do casal pode sinalizar algo importante sobre a vida a dois. Problemas financeiros, desamor e traição podem diminuir a freqüência das relações entre o casal. No entanto, observe a qualidade desses momentos. Sente que a pessoa amada está presente naquele momento? Como está o desejo? A perseverança é necessária na vida a dois. As pessoas simplesmente vão deixando de surpreender o outro. As coisas vão se tornando mornas e depois esfriam... Quando esfriam , o semáforo indica a cor vermelha, sinal de perigo!
O diálogo é outra forma de esquentar sempre a relação. Alguns casais conseguem manter a chama viva do interesse um pelo outro. Sentam-se juntos para discutir a relação, conversar sobre os problemas atuais ou simplesmente usufruir da companhia um do outro.
O ser humano tem uma qualidade invejável: adaptar-se à rotina. No entanto, sua adaptação é rançosa. Ele agrega à sua rotina, a família, o casamento e nada mais é surpreendente! O homem conquistado, a mulher conquistada; não é preciso fazer mais nada! Será? Tudo muda. Nada permanece como está. Será que o amor basta para manter quente a temperatura do relacionamento? Não basta, mas é a força que dá alento quando o relacionamento amorna ou quase esfria. Somos humanos! Não somos os mesmos todos os dias. Nem sempre você acorda acesa de paixão pelo seu homem amado. Seus defeitos a deixam com raiva, aturdida ou decepcionada. No entanto, se o amor persiste, você pode tirar os óculos escuros do pessimismo e ver o homem amado sob outro prisma. “ Ele estava irritadiço hoje, mas não está sempre assim!” “Hoje, ele atendeu o telefone e estava distante, mas ele não é sempre assim!”
Se você tem um amor e acha que a temperatura é mantida somente por você, fique alerta! É como se a pessoa fosse um alvo inatingível. Não consegue alcançá-la de jeito nenhum. Será que não está na hora de repensar seus relacionamentos? Amor não correspondido é bom nos folhetins e nas novelas. No entanto, causa muito sofrimento. Está na hora de refletir a quantas anda sua auto estima. “Ah! No passado, tivemos alguns momentos bons!” No entanto, você não pode viver do passado. Persistir na tentativa de esquentar um relacionamento gelado pode ser muito deprimente.. Cada caso é um caso! No entanto, sofrer por um amor platônico é uma barreira que impede que você se abra para novas oportunidades. Se ele(a) não quer , você nada pode fazer! De repente, você está misturando as estações. Sente apego, posse e orgulho ferido!
Quanto mais você se conhecer, melhor estará preparado(a) para um relacionamento amoroso. O relacionamento é como as estações do ano. Assim, comenta John Gray (famoso terapeuta conjugal) em seus best sellers.Quando é primavera, você observa as flores e os aromas. Quando as folhas caem, você se prepara para o inverno. Cada estação tem sua magia. E você sabe que a primavera sempre volta.Sua felicidade depende de você e não está nas mãos da pessoa amada! No entanto, não esqueça a brincadeira infantil( frio e quente). Cuide do seu relacionamento amoroso com muito carinho e respeito. Tire do vocabulário a palavra: “meu”. Ninguém é de ninguém! Segurança num relacionamento não existe! Sentir-se segura num relacionamento porque há confiança e respeito é muito diferente da segurança de “ ter uma propriedade”. Você simplesmente tem e pronto! Nada precisa fazer ! O amor não é estático. É um sentimento dinâmico, versátil, mas muito sensível. Ele está sujeito a mudanças na temperatura por diversos fatores: descaso, egoísmo, intolerância, dificuldades financeiras, sexuais. No entanto, se a estrutura deste relacionamento é forte pode se abalar com as estações mais frias , mas a primavera volta sempre.
Comece hoje a avaliação do seu relacionamento! E por que não começar com um beijo terno? E aí? Pare de adiar aquela conversa séria. Marque de novo aquelas férias a dois. Tire um dia de folga e a leve ao cinema. E as flores? Nunca mais deu flores à sua amada? E presentes ao seu amado? Pegue papel e lápis e escreva um bilhetinho amoroso. Crie coragem!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Grandes expectativas

::Rafael Tonon::



Administrar nossas esperanças e perspectivas diante da vida pode ser uma boa forma de lidar com as frustrações que invariavelmente vão surgir em nosso caminho

Existe uma lição universal: nem tudo na vida acontece da maneira como queremos ou desejamos. Alguns aprendem isso no dia a dia, vendo que o trânsito não vai andar só porque se está com pressa, que aquele filme nem sempre vai ser bom porque se apostava que ele fosse, que as pessoas de quem gostamos vão nos magoar de vez em quando, mesmo que quiséssemos evitar isso.

Já outros têm que passar por situações mais delicadas para constatar a mesma verdade: ver um relacionamento acabar, perder alguém querido, ser demitido depois de anos de dedicação à empresa. Mas ninguém, em todos esses casos, discorda de como é difícil encontrar obstáculos no caminho da realização de um desejo. Mas, se a gente sabe disso de cor e salteado, por que é que ainda sofremos tanto quando temos uma vontade frustrada?

A resposta está no fato de que tendemos a idealizar demais as coisas, criar grandes expectativas sobre tudo. É normal - e até imprescindível - nos rodearmos de expectativas. O problema é que, na maior parte das vezes, essas expectativas são tão elevadas que o confronto com a realidade é uma desilusão. E acabamos sofrendo com isso. No entanto dá, sim, para tolerar melhor a frustração que surge desse processo. É sobre isso que vamos falar a seguir.

Mas espera lá: antes que você crie esperanças demais sobre essa reportagem, vale deixar claro que nosso objetivo não é dar respostas prontas. Até porque cada um lida com as suas decepções de maneiras diferentes. Queremos mostrar que dá para colocar as frustrações para trabalhar a nosso favor no trabalho, na vida pessoal, nos relacionamentos e até nas relações familiares.

Tudo para você chegar ao fim do texto refletindo melhor sobre o que fazer quando algo contrariar suas expectativas. Sem grandes decepções.
Costuma ser assim: quando estamos muito envolvidos - em um relacionamento, em uma carreira -, tendemos a criar expectativas às vezes desmedidas. Isso acontece porque não tomamos a distância necessária para avaliar nossas reais possibilidades e acabamos por criar um "monstro", a frustração. Afastando-nos um pouco da situação, podemos enxergar a realidade de maneira um pouco mais fidedigna. Aí, nossas realizações têm o tamanho de nossas expectativas

Não há paixão sem idealização, por isso o campo
dos relacionamentos é o mais propenso à ilusão

Na família


É na infância que lidamos pela primeira vez com nossas frustra ções: ter que largar a chupeta, não ganhar aquele brinquedo que pedimos, perder a atenção irrestrita com o nascimento do irmão. Nessa fase aparece em nosso caminho uma palavra chata que vai nos perseguir pa ra sempre: "não!" E é justamente a relação com ela que vai definir nosso controle emocional diante das negativas da vida. As pessoas que ouviram pouco não na infância têm muito mais dificuldade de acei tar uma recusa quando se desenvol vem e se tornam adultas” afirma a filósofa e educadora Tânia Zagury.

Muitos pais evitam dizer "não" como forma de resguardar o filho de se frustrar. Como se fosse possível impedir que a criança se sinta desiludida vez ou outra. O grande problema é que, se uma pessoa não aprende desde cedo a conviver com a decepção em coisas cotidianas, vai ter sérias dificuldades para lidar com o fim de um relacionamento ou não ser aceito em um trabalho.

Na mesma medida que é importante ensinar os filhos a conquistarem o que querem, é imprescindível também mostrar que nem tudo que se quer pode ser conquistado. Nesse sentido, a frustração coloca nossos pés no chão, mostrando que a realidade dos fatos, na maioria das vezes, está muito longe daquela que idealizamos. "A frustração é pintada como algo ruim, que se deve evitar. Ao passo que, se bem trabalhada, ela pode ser bastante positiva para o crescimento pessoal, para o amadurecimento psíquico e o aprimoramento das relações de um indivíduo" diz Tânia.

Desde pequena Melissa Rondon teve que conviver com a decepção de não conhecer o pai. Quando a mãe dela ainda estava grávida, eles brigaram e ele nunca mais apareceu. Aos 12 anos, ela resolveu que queria conhecê-lo, tentar resgatar uma relação mesmo que tardia. Com a ajuda de uma tia, ela conseguiu contatá-lo e marcaram um encontro. Mas de novo teve que enfrentar a frustração. O pai tinha outra família e não estava disposto a assumi-la para a esposa e os novos filhos. A rejeição foi um balde de água fria na expectativa de Melissa. "Quando o procurei, achei que teria um pai de verdade, que me ligasse, que pudesse sair comigo para conversar, que se preocupasse. Não alguém que quisesse uma relação assim, escondida'; diz.

Hoje, aos 25 anos, Melissa garante que superou bem a desilusão justamente por não ter idealizado tanto o pai. "Não podia esperar muito de alguém que nunca se esforçou para me conhecer." É comum as crianças verem seus pais e mães como deuses, infalíveis e perfeitos. Mas, à medida que crescem, percebem que essa imagem não é real, que eles têm defeitos, limitações - e se frustram. Nas relações familiares, as decepções estão principalmente ligadas a padrões que criamos. O pai que quer que o filho seja algo que ele não é, o filho que espera que a mãe seja mais carinhosa. "O segredo é aceitar que nossos familiares são pessoas com visões dife rentes das nossas idealizações, aconselha o terapeuta familiar americano David Niven. E ele conclui: "Não estrague sua vida familiar estabelecendo padrões que você criou para ela.

No trabalho


Depois de 24 anos trabalhando em uma multinacional, Ma ria Cristina Scarpato resolveu deixar para trás a posição de gerente de qualidade e uma oferta de promoção para investir uma nova empreitada: abrir sua própria empresa. Apesar de ter chegado a um patamar que nove entre dez executivos almejam, ela se sentia estacionada na função. "Minha maior frustração era perceber que poderia ficar acomodada ou me tornar uma especialista que só serviria para um tipo de atividade para o resto da minha carreira" diz ela.

Maria Cristina nadou contra a maré das expectativas profissionais da maioria das pessoas. Afinal, convencionou-se acreditar que o padrão para ser bem-sucedido está justamente em ter uma boa posição em uma grande em presa, com ótimos benefícios e, claro, um excelente salário.

Os sociólogos estudam algo que chamam de frustração social: uma decepção que não está ligada a uma situação objetiva, mas a uma percepção coletiva que se tem dela. Existem padrões sociais para tudo, inclusive para nossas carreiras. Muitas pessoas levam esses padrões a sério demais, e tendem a se sentir desiludidas - fracassadas até - se não os alcançam. "O padrão de cada um é determinado individualmente, cada pessoa tem um desejo, um objetivo diferente para sua vida", afirma Emerson Ciociorowski, coach e autor do livro Executivo - O Super-homem Solitário.

A melhor maneira de evitar desilusões é planejar com realismo suas metas

A meta de Maria Cristina era compartilhar seus conhecimentos com outras pessoas, outras empresas. Hoje ela está muito mais satisfeita por ter batalhado pelo conceito que ela tinha de realização. "Agora viajo muito, algumas vezes tenho saudades de 30 dias de férias, mas sinto-me renovada, muito valorizada, útil e reconhecida", afirma.

Não é todo mundo que se sente assim. A principal frustração que assola os escritórios e empresas mundo afora está ligada ao reconhecimento. Ou, melhor dizendo, à au sência dele. Isso acontece, segundo Ciociorowski, por conta da falta de objetividade do que se espera de um funcionário. Como não sabe o que exatamente a empresa quer dele, ele acaba se esforçando demais e faz uma série de coisas que, de repente, não têm o menor valor. E isso gera uma decepção muito grande.

O primeiro passo para evitar essa sensação é saber o que a empresa almeja de você. Vale um papo franco com seu chefe para enten der quais as suas reais atribuições. Se você quer ser promovido, mas is so não acontece, questione: que atri butos são exigidos para o cargo? Se rá que tenho todas as habilidades e talentos necessários? "Temos que assumir a responsabilidade sobre nosso próprio desenvolvimento. Não adianta ficar desmotivado, culpando o outro por suas frustrações", afirma o consultor.

A melhor maneira de evitar desilusões é planejar com realismo suas metas. O importante é procurar trabalhar em empresas que tenham os mesmos valores que os seus - ou até ser autônomo ou abrir seu próprio negócio se estiver difícil encontrar alguma empresa que se enquadre no que você acredita. Nossos valores são a base de todas as nossas escolhas. Ir contra eles é certeza de frustração.

Nos relacionamentos


Não há paixão sem idealização. O escritor francês Stendhal já sabia disso. No verão de 1818, ao fazer um passeio pelas minas de sal de Hallein, na Áustria, ele ficou encantado com o que viu. Os mineiros costumavam recolher ga lhos secos e sem folhas a armazená-los em locais de trabalho abandonados. Depois de um tempo, pelo efeito das águas saturadas de sal, esses galhos, após secarem, iam se cobrindo de cristais salinos, que lhes davam um efeito belíssimo. Os pedaços ficavam tão recobertos de sal que pareciam diamantes. Era quase impossível reconhecer que se tratava de galhos.

Stendhal percebeu ali uma metáfora para o amor romântico: no momento em que começamos a nos interessar por uma pessoa, não a vemos mais como ela realmente é, mas como nos agrada vê-la. A percepção real é tomada por idealizações que a transformam em poesia aos nossos olhos. "Dessa forma, sempre exageramos as qualidades da nossa paixão e acabamos subestimando as falhas e as características negativas que ela possa ter", diz o psicólogo Thiago de Almeida, especialista em relacionamentos amorosos.

Esse poço de virtudes do nosso bem-amado vai se esvaindo conforme o conhecemos melhor. E, exata mente por termos pintado a pessoa como ideal demais, quando a des cobrimos real ficamos decepcionados. O campo dos relacionamentos é o que mais carrega nos traços de uma idealização excessiva, por isso as frustrações amorosas são as mais sentidas. O amor é a coisa mais tris te quando se desfaz (como dizia Vi nícius) porque ele é idealizado como perfeito demais para se desfazer. Nossa primeira noção de amor vem da nossa mãe, do amor absoluto que não tem fim. "E alguns continuam a exigir o incondicional amor materno, fantasiado e disfarçado em relacionamentos amorosos adultos" es creve a psicoterapeuta Judith Viorst no livro Perdas Necessárias. Na vida real, os relacionamentos acabam, se desfazem - aposto que todo mundo tem aí algo para contar sobre o fim de uma paixão.

Porém, o lado bom dessa história toda é que, se superada a idealização, o contentamento romântico tende a amadurecer em uma união profunda. O que era pura "cristalização" dá lugar a um relacionamento real. Para que ele sobreviva às expectativas fantasiosas, é preciso aceitar que os galhos não são cristais de sal. Deve-se gostar dos galhos justamente porque eles são galhos - independentemente da forma como estejam recobertos.

Criar expectativas não é uma escolha,mas um caminho que precisamos seguir

Passada essa fase inicial, a próxima também tende a ser complicada: fazer o relacionamento dar certo a despeito das perspectivas que criamos com relação ao parceiro. Não existe segredo para isso, mas os especialistas aconselham que a honestidade pode ser uma boa saída para evitar frustrações. Ponha as cartas na mesa: deixe claro o que espera da relação e o que está disposto a fazer para ela dar certo - e em que não consegue ceder. Dessa forma, as expectativas tendem a ser mais realis tas e não caímos na tentação de que rer presumir o que o outro pensa ou deseja. Nem querer que o outro adi vinhe o que esperamos dele.

Na vida pessoal


O professor de Psicologia da Universidade de Harvard Daniel Gilbert tem uma teoria bastante interessante sobre por que tendemos a deixar escapar tanta expectativa pelas frestas dos nossos desejos. Segundo ele, tentamos o tempo todo prever os acontecimentos da vida. Desde o momento que abrimos os olhos de manhã conjecturamos como será nosso dia no trabalho, o trânsito, o encontro à noite. E, de acordo com Gilbert, isso traz um ganho para a sensação de felicidade.

Antecipar nossos prazeres é uma forma de prolongá-los. Começar a pensar naquela festa uma semana antes nos permite "experimentá-la" por sete dias, em vez de curti-la só no sábado. Prever a viagem de férias é uma forma de se entregar ao merecido período de recesso antes mesmo de bater o ponto e pegar o avião (além de ser um estímulo a mais para as horas de trabalho, claro).

A ressaca desse processo, porém, é que não somos muito bons em prever nada realisticamente. Assim, quando começamos a pensar na festa uma semana antes, vamos criando uma expectativa grande sobre ela, achando que vai ser um momento de alegria genuína. No entanto, quando a festa chega, ela pode nem ser tão legal assim - e aí o sen timento de frustração vem à tona.

"Os acontecimentos futuros que nossa mente antecipa como grandiosos são frequentemente uma grande decepção"; escreve Gilbert no livro O que nos Faz Felizes. E isso vale, óbvio, não só para festas, mas também para os relacionamentos, empregos, objetivos de vida. "Como não conseguimos prever o quão felizes nos sentiremos com algum acontecimento futuro, criamos uma série de fantasias sobre nossa concepção de felicidade." E elas, na grande maioria das vezes, não se concretizam. Aí, haja decepção!

Mas, além de inevitável, criar expectativas é indispensável para nos motivar a viver. Mesmo que muitas vezes quebremos a cara com as ilusões que criamos, sem elas seria difícil levantar da cama de manhã. Se você não imagina que seu dia possa ser bacana, dificilmente vai querer enfrentá-lo. Ou se já esperar que a festa vai ser ruim, não vai encontrar uma razão sequer para se motivar a ir. Sem expectativas, nos tornamos apáticos, sem vontade. Exatamente o mesmo sentimento que acomete os que sofrem de um mal como a depressão, por exemplo, quando tudo parece desinteressante e desanimador.

Esse é o resultado, também, de decepções que enfrentamos ao longo do nosso caminho. Algumas parecem ser tão doídas que nos deixam sem qualquer fio de esperança. Principalmente quando nos decepcionamos com nós mesmos. Porque daí, além de enfrentar a desilusão, temos que encarar também a culpa. "Por que fui apostar tanto nisso?" "Eu sou mesmo um idiota de ter acreditado naquilo."

A saída, nesses momentos, é tentar desanuviar a mente e perceber a constatação humilde e realis ta dos fatos. Sem exageros, sem estardalhaços. Assim, as dimensões de uma decepção como essa se reduzem às de um fato totalmente possível a pessoas normais como eu e você, que não temos obrigação (nem possibilidade) de sei perfeitas. Então, dê-se um desconto. Criar expectativas não é uma escolha, mas um caminho que temos que seguir. O melhor a fazer é aproveitar o trajeto da forma mais tranquila e plena. Assim, a chegada tende a ser sempre compensadora.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Motivação passa pela auto-descoberta

::por Alex Possato::

Quando entramos em contato com o conhecimento da neurolingüística, começamos a entender que tudo que identificamos no mundo exterior é originado de uma gravação, de uma sensação, de uma idéia que vem do nosso interior. O homem aprende colocando como se fossem arquivos na mente, através da educação dos pais, dos professores, da igreja, da mídia, da sociedade em geral, e são estas idéias que existem dentro de nós que estabelecem o que achamos ser a realidade. É por isso que existem pessoas que adoram maçã, e outras que odeiam. A maçã é a mesma, mas os arquivos que as duas pessoas possuem em suas respectivas mentes são diferentes.
E a motivação? Que tipo de arquivo está relacionado com motivação?
Vamos por partes... É fácil entender que motivação é um sentimento, uma energia, um impulso, algo completamente sem forma, cor, cheiro. Por isso, com absoluta certeza afirmo que o que motiva uma pessoa, não motiva a outra. Alguns se motivam por namoros, outros por dinheiro, outros por fama, outros em busca da tranqüilidade e outros ainda para ficarem sós!
Tenho um primo que a grande motivação da vida dele, durante muitos anos, foi viajar, de preferência sozinho, pelos diversos cantos do mundo. Mochila nas costas, pouco dinheiro no bolso, lá ia o primo! Ele nunca se importou em ter um grande emprego, em ter objetos materiais, em se formar numa grande universidade, embora tenha conseguido tudo isso depois de ter viajado muito, de uma forma natural e tranqüila. Mas o que dá prazer a ele é... viajar!
Gosto muito desta palavra: prazer! É uma palavra tão saborosa, mas às vezes ela está tão esquecida, quase proibida de ser usada! Porém, é bom lembrar: a motivação e o prazer andam de mãos dadas! Não existe alguém motivado que não tenha prazer pelo que está fazendo. E aí entra o problema: dizem aos filhos para fazerem determinado curso porque "dá um futuro garantido". Futuro garantido? O que é isto? E o prazer? Se faço alguma coisa somente para ganhar dinheiro, não tenho prazer, pelo contrário, fico extremamente ansioso enquanto não ganho dinheiro. Se não tenho prazer, não tenho motivação. Se não tenho motivação e prazer, até quando vou aguentar ficar correndo atrás de dinheiro, antes de me estressar todo e cair doente? Dá para entender?
O dinheiro não deve ser o objeto de desejo. O dinheiro, para que não se torne prejudicial à saúde, deve ser o símbolo do prazer naquilo que fazemos. Aí sim ele vale a pena, e sua saúde estará preservada!
O prazer é incondicional: não é preciso ter conquistado nada, não é necessário preparar-se para ele, não existe a necessidade de outras pessoas. Se algo que você faz lhe dá prazer, pode ter certeza que a motivação também está aí! Mas você pode perguntar: e se não existe prazer em nada do que faço? É uma boa pergunta!

O prazer e a motivação são naturais ao ser humano
Observe uma gaivota voando sobre o mar. Observe suas curvas graciosas, seu vôo rasante nas águas, o baile perfeito das asas... Uma gaivota se diverte, mesmo quando está trabalhando, ou melhor, mesmo quando está em busca da comida ou de um parceiro! Todos os seres vivos realizam suas tarefas sem esforço e com naturalidade. Isto é o comum, e é gerado pela necessidade da perpetuação de cada espécie, conforme Darwin explicou. Fazer as coisas sem esforço e com naturalidade aumenta a resistência do organismo, prolonga a duração das células, afasta doenças e, logicamente, traz mais qualidade de vida. Qualquer animal sabe disso, instintivamente. É fácil concluir que, sendo o homem também um animal que deseja perpetuar sua espécie, seu comportamento é natural e sem esforço. Ou deveria ser. E sendo assim, dá prazer!
Mas por que muitos não têm prazer no que fazem? Por que as coisas parecem extremamente difíceis e exigem um esforço danado?
Bem, é simples: porque o homem está na maioria das vezes buscando o que não é natural. Como foi falado acima, cada pessoa se motiva por coisas diferentes. Somente uma parcela mínima da população irá se motivar por ter um carro novo, um MBA, uma casa própria ou seja lá o que o consumismo diz. A sociedade diz: tem que ir atrás de determinados bens materiais, mas o íntimo da pessoa diz: Não! Isto não me dá prazer! Cria-se um conflito interno: o que existe fora não bate com o desejo de dentro. Assim, a motivação não surge!
Vou repetir mais uma vez: o prazer e a motivação são naturais ao ser humano. E este sentimento de prazer e motivação está guardado no interior de cada um. Não é uma coisa de fora que irá motivar o homem - mas é uma aspiração interior que irá direcionar o homem a buscar algo exteriormente. Por isso, é fundamental saber quem você é! Perceber todas as aspirações, pensamentos, sentimentos e emoções e analisar: isto é meu? Não? É do meu pai, meu avô, meu irmão? Quem colocou isso na minha cabeça? Eu gosto mesmo ou estou fazendo isso porque alguém falou que tenho que fazer?
Em neurolingüística, as perguntas são profundamente mais significativas que as respostas. Quando você pergunta a si mesmo o que está acontecendo em si, e percebe se é bom ou ruim, está possibilitando descobrir caminhos para o prazer e a motivação. Se, pelo contrário, você estiver acostumado a dar respostas prontas, corre o risco de repetir pensamentos e idéias dos outros, que foram colocadas em você ao longo dos anos.
A motivação e o prazer estão atrás de todas as idéias, crenças e emoções que co-existem dentro de nós. Muitas vezes, ao permitirmos buscar o que nos dá prazer, encontraremos um monte de crenças e emoções que não são agradáveis. Por exemplo: se um pai acostumou a dizer para o filho que a vida é dura, o filho, quando adulto, poderá sentir culpa ao passar por situações de prazer, porque inconscientemente ele acha "que a vida é dura"! Por isso a necessidade do auto-conhecimento: esta idéia não era dele, era do pai, mas ficou gravada inconscientemente. Imagine quantas idéias e emoções estão gravadas no seu inconsciente? Um montão! A boa notícia é que elas não são suas, e você pode escolher descartar as que estão incomodando! Descartar, por exemplo, uma idéia do pai, não significa que você estará descartando o pai! Simplesmente estará exercendo o seu papel de escolher aquilo que lhe dá mais satisfação.
Pode ter certeza: ao descobrir o que lhe dá prazer, e permitindo este prazer, a motivação surgirá! O mundo então poderá ser seu, e é possível que você nem queira um carro zero, a casa própria, a faculdade dos sonhos... Estas idéias não foram criadas por você... ou foram?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A bagunça...

Oi Pessoal que acompanha sempre o meu blog,

Quase nunca deixo um recadinho para vocês...
Mas hoje venho agradecer a todos que tem me falado que acompanha e que adora todas as mensagens.
Muito obrigada pelo carinho!
E para agradecer ainda mais, hoje deixo uma mensagem especial, uma dica muito válida (eu tenho seguido e tem melhorado minha vida sensivelmente) para todos aqueles que querem dar uma reviravolta na vida.
Agora minha gente, é só pôr em prática e ser feliz!!
Muitos beijos para vocês e até a próxima!

Fernanda

:: Autor Desconhecido ::

A Bagunça

forma-se sem que se perceba e nem sempre é visível. A sala parece em ordem, a cozinha também, mas basta abrir os armários para ver que estão cheios de inutilidades. De acordo com o Feng Shui Interior - uma corrente do Feng Shui que mistura aspectos psicológicos dos moradores com conceitos da tradicional técnica chinesa de harmonização de ambientes - bagunça provoca cansaço e imobilidade, faz as pessoas viverem no passado, engorda, confunde, deprime, tira o foco de coisas importantes, atrasa a vida e atrapalha relacionamentos. Para evitar tudo isso fique atento às

OITO REGRAS PARA DOMAR A BAGUNÇA

1. Jogue fora o jornal de anteontem;
2. Somente coloque uma coisa nova em casa quando se livrar de uma velha;
3. Tenha latas de lixo espalhadas nos ambientes, use-as e limpe-as
diariamente;
4. Guarde coisas semelhantes juntas; arrume roupas no armário de acordo com
a cor e fique só com as que utiliza mesmo;
5. Toda sexta-feira é dia de jogar papel fora.
6. Todo dia 30, por exemplo, faça limpeza geral e use caixas de papelão
marcadas: lixo, consertos, reciclagem, em dúvida, presentes, doação. Após
enchê-las, jogue tudo fora;
7. Organize devagar, comece por gavetas e armários e depois escolha um
cômodo, faça tudo no seu ritmo e observe as mudanças acontecendo na sua
vida.

Veja uma lista de atitudes pessoais capazes de esgotar as nossas energias .
Conheça cada dessas ações para evitar a 'crise energética pessoal ':

7.1. Maus hábitos, falta de cuidado com o corpo - Descanso, boa alimentação,
hábitos saudáveis, exercícios físicos e o lazer são sempre colocados em
segundo plano. A rotina corrida e a competitividade fazem com que haja
negligência em relação a aspectos básicos para a manutenção da saúde
energética.

7.2. Pensamentos obsessivos - Pensar gasta energia, e todos nós sabemos
disso.
Ficar remoendo um problema cansa mais do que um dia inteiro de trabalho
físico. Quem não tem domínio sobre seus pensamentos - mal comum ao homem
ocidental, torna-se escravo da mente e acaba gastando a energia que poderia
ser convertida em atitudes concretas, além de alimentar ainda mais os
conflitos.
Não basta estar atento ao volume de pensamentos, é preciso prestar atenção
à qualidade deles. Pensamentos positivos, éticos e elevados podem recarregar
as energias, enquanto o pessimismo consome energia e atrai mais
negatividade para nossas vidas.

7.3. Sentimentos tóxicos - Choques emocionais e raiva intensa também esgotam
as energias, assim como ressentimentos e mágoas nutridos durante anos
seguidos. Não é à toa que muitas pessoas ficam estagnadas e não são
prósperas. Isso acontece quando a energia que alimenta o prazer, o sucesso e
a felicidade é gasta na manutenção de sentimentos negativos. Medo e culpa
também gastam energia, e a ansiedade descompassa a vida. Por outro lado, os
sentimentos positivos, 'como a amizade, o amor, a confiança, o
desprendimento, a solidariedade, a auto-estima, a alegria e o bom-humor
recarregam as energia e dão força para empreender nossos projetos e superar
os obstáculos.

7.4. Fugir do presente - As energias são colocadas onde a atenção é focada.
O homem tem a tendência de achar que no passado as coisas eram mais fáceis:
'bons tempos aqueles!', costumam dizer. Tanto os saudosistas, que se apegam
às lembranças do passado, quanto àqueles que não conseguem esquecer os
traumas, colocam suas energias no passado. Por outro lado, os sonhadores ou
as pessoas que vivem esperando pelo futuro, depositando nele sua felicidade
e realização, deixam pouca ou nenhuma energia no presente. E é apenas no
presente que podemos construir nossas vidas.

7.5. Falta de perdão - Perdoar significa soltar ressentimentos, mágoas e
culpas. Libertar o que aconteceu e olhar para frente. Quanto mais perdoamos,
menos bagagem interior carregamos, gastando menos energia ao alimentar as
feridas do passado. Mais do que uma regra religiosa, o perdão é uma atitude
inteligente daquele que busca viver bem e quer seus caminhos livres, abertos
para a felicidade. Quem não sabe perdoar os outros e si mesmo, fica
'energeticamente obeso', carregando fardos passados.

7.6. Mentira pessoal - Todos mentem ao longo da vida, mas para sustentar as
mentiras muita energia é gasta. Somos educados para desempenhar papéis e não
para sermos nós mesmos: a mocinha boazinha, o machão, a vítima, a mãe
extremosa, o corajoso, o pai enérgico, o mártir e o intelectual. Quando
somos nós mesmos, a vida flui e tudo acontece com pouquíssimo esforço.

7.7. Viver a vida do outro - Ninguém vive só e, por meio dos relacionamentos
interpessoais, evoluímos e nos realizamos, mas é preciso ter noção de
limites e saber amadurecer também nossa individualidade. Esse equilíbrio nos
resguarda energeticamente e nos recarrega. Quem cuida da vida do outro,
sofrendo seus problemas 'e interferindo mais do que é recomendável, acaba
não tendo energia para construir sua própria vida. O único prêmio, nesse
caso, é a frustração.

8. Bagunça e projetos inacabados - A bagunça afeta muito as pessoas,
causando confusão mental e emocional. Um truque legal quando a vida anda
confusa é arrumar a casa, os armários, gavetas, a bolsa e os documentos,
além de fazer uma faxina no que está sujo. À medida que ordenamos e
limpamos os objetos, também colocamos em ordem nossa mente e coração. Pode
não resolver o problema, mas dá alívio. Não terminar as tarefas é outro
'escape' de energia. Todas as vezes que você vê, por exemplo, aquele
trabalho que não concluiu, ele lhe 'diz' inconscientemente: 'você não me
terminou! Você não me terminou!' Isso gasta uma energia tremenda. Ou você a
termina ou livre-se dela e assuma que não vai concluir o trabalho. O
importante é tomar uma atitude. O desenvolvimento do autoconhecimento, da
disciplina e da terminação fará com que você não invista em projetos que não
serão concluídos e que apenas consumirão seu tempo e energia.

9. Afastamento da natureza - A natureza, nossa maior fonte de alimento
energético, também nos limpa das energias estáticas e desarmoniosas. O homem
moderno, que habita e trabalha em locais muitas vezes doentios e
desequilibrados, vê-se privado dessa fonte maravilhosa de energia. A
competitividade, o individualismo e o estresse das grandes cidades agravam
esse quadro e favorecem o vampirismo energético, onde todos sugam e são
sugados em suas energias vitais.

Divulgue essas dicas para o maior número de pessoas possível e mentalize
que, quando todos colocarem essas regras em prática, o mundo será mais justo
e mais belo.
Vamos tentar melhorar nossa energia pessoal.
Atitudes erradas jogam a energia pessoal no lixo, os talentos não se
manifestam, o magnetismo pessoal desaparece, existe o medo constante de que
o outro o prejudique, aumentando a competição, o individualismo e a
agressividade, diminue a proteção contra as energias negativas, e aumenta o
risco de sofrer com o 'vampiro energético.
Atitudes que melhorarão a nossa energia pessoal:
Posicionar os móveis de maneira correta, usar espelhos para proteger a
entrada da casa, colocar sinos de vento para elevar a energia, ou ter fontes
d'água para acalmar o ambiente, são medidas que se tornarão ineficientes se,
quem vive neste espaço, não cuidar da própria energia.
Portanto, os efeitos positivos da aplicação do Feng Shui nos ambientes estão
diretamente relacionados à contenção da perda de energia das pessoas que
moram ou trabalham no local. O ambiente faz a pessoa , e vice-versa.

A perda de energia pessoal pode ser manifestada de várias formas, tais
como:
* a falha de memória (o famoso 'branco');
* o cansaço físico, o sono deixa de ser reparador;
* o ocorrência de doenças degenerativas e psicossomáticas.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Sementes de Luz

::Wagner Borges::

- Aprendendo a lição do relâmpago:
Observe o relâmpago rasgando o véu da escuridão. Faça o mesmo!
Rasgue a treva de seus medos. Projete raios intensos sobra a sua própria escuridão e afaste os medos e dúvidas de sua mente e de seu coração.
O ensinamento do relâmpago é sobre o PODER DA LUZ.



O seu símbolo é o OLHO ABERTO.
O seu presente é a visão espiritual.
Aprenda a olhar.
A morada do relâmpago é no centro da cabeça.

- Aprendendo a lição do trovão:

Escute o som do trovão ribombando na atmosfera. Sua manifestação sonora é poderosa. Sinta esse poder no centro de seu umbigo.
Escute o trovão com toda sua alma!
O ensinamento do trovão é sobre o PODER DO SOM.
A natureza invisível fala. Aprenda a ouvir.
A morada do trovão é na barriga.


- Aprendendo a lição da chuva:

A missão da chuva é limpar a atmosfera e molhar a terra.
A sua lição é simples: fluidez
O ressecamento endurece a terra e dificulta a vida dos vegetais. A chuva fluidifica o solo e equilibra as condições para o reino vegetal desenvolver-se plenamente.
Medite na renovação propiciada na natureza pela chuva. Renove-se também!
Nada de rigidez, fluidifique as suas emoções. Esqueça as tristezas, limpe as mágoas e desenvolva-se plenamente.
A morada da chuva é o baixo ventre.


- Aprendendo a lição do vento:

O vento sopra por onde quer. A sua natureza é a liberdade de acessar os espaços livres.
Pense que o seu espírito é livre como o vento. Medite nisso quando deitar para o descanso diário. **
Seja uma flauta espiritual. Quando o sopro sutil viajar pelo seu interior, toque a música. Voe com ela!
O ensinamento do vento é sobre O PODER DO MOVIMENTO.
A morada do vento é na garganta.


- Aprendendo a lição da terra:

A terra é alimentação, sustentação e firmeza.
Ela é a mãe do seu corpo de carne e dona de seus ossos.
Por isso, agradeça a ela por estar sustentanto a sua viagem carnal.
Ela entra pelos seus pés!
E acaricia o seu corpo com o calor vital planetário.
Medite nisso.
O seu ensinamento é sobre o VALOR DA VIDA.
A morada da terra é na base da coluna.


- Aprendendo a lição xamânica:

Escute a mensagem do povo invisível:
Primeiro, cure a si mesmo, de dentro para fora.
Depois, expanda a sua luz e compartilhe a sua felicidade com todos os seres da natureza.
O xamã é guiado pelo povo invisível. Suas canções são as mesmas deles.
Por isso eles permitem as suas viagens xamânicas pelos reinos invisíveis.
O ensinamento xamânico é sobre o respeito a natureza e a REVERÊNCIA AO PAI PRIMEIRO.
A morada do Pai Primeiro é em todo lugar!
Medite nisso.


- Aprendendo a lição principal:

Medite na Luz do Pai Primeiro, o seu primeiro Amor.
O Grande Espírito é todo Amor.
Você e tudo o que existe são a expressão desse Amor.
A morada do Amor é o coração espiritual.
Desse centro ele irradia para todo o corpo e espalha a vitalidade.
Medite nisso.
Sinta o Amor e perdoe a todos aqueles que não o compreendem.
Medite no perdão.
Pense no raio que ilumina as suas trevas, no trovão que chama, na chuva que limpa as suas mágoas, no vento que convida ao vôo do espírito, na terra que o convida para a vida e no Amor que é a essência divina em tudo.
Compreenda: O paraíso é dentro de você mesmo. Sinta-se feliz de saber isso.
Perdoe a si mesmo e aos outros. Descarregue o peso das mágoas. Renove-se!
Sente-se embaixo de uma árvore frondosa e respire a seiva vital. Permita-se a uma união com ela. Deixe-a curar as suas feridas internas. Agradeça ao povo invisível das árvores, torne-se amigo deles. Abrace a árvore e agradeça.
Torne-se amigo do sol e da lua, do céu e da terra, dançe com a vida e alegre-se com ela.

Jamais esqueça de que o povo invisível acompanha a todos os seus passos.
Agradeça a eles pela proteção sutil e pela paciência de trabalharem sem
nenhuma busca de reconhecimento ou recompensa do mundo dos homens.

Agradeça ao Pai Primeiro e a Mãe-Natureza.

O ensinamento principal é esse: ame, agradeça, cure a si mesmo e aos outros, perdoe e alegre-se. Viva contente de saber essas verdades do espírito.
Pratique-as!

O Grande Espírito está em seu sorriso.

Medite nisso e viaje feliz.

Paz e Luz.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Mensagem Xamânica

Retirada do blog: http://artesxamanicas.blogspot.com/

É a mente, somada às atitudes dos inconformados que faz evoluir o mundo...
Porque o resto, apenas adapta-se às situações, e vivem eternamente dependentes das circunstâncias... Esses serão apenas resto.
Enquanto sua mente estiver presa aos "chavões", você será um eterno escravo dos preconceitos do mundo.. Ter fé não basta! É preciso ampliar a consciência para ter condições de entender o Todo, para poder interagir positivamente com ele e tirar o máximo de proveito de sua própria vida... Como um Todo...Vivendo no Todo, equilibrando seus níveis de consiência para melhor desfrutar da vida... E aprender sempre mais...
Acreditar em sua capacidade é premissa básica para realizar tudo na vida...
Porém, somente suas atitudes serão vistas, e "valerão" alguma coisa... E não são nem as atitudes diretas, mas as consequências de suas atitudes que darão a energia ao seu ambiente para que possa "desfrutar" do que plantou para si mesmo..
"Estar" é uma situação temporária... Ser, faz parte de nossa individualidade... Um universo completamente distinto dos outros... Ninguém enxerga o que está em seu coração... As pessoas à nossa volta somente sabem o que dizemos e demonstramos, e a maioria é incapaz de entender que nossa revolta é derivada dessas dores que suportamos calados...
São os inconformados que brigam, que destróem as estruturas arcaicas, que lutam contra a mediocridade, que vencem o medo da morte para viver da melhor forma, que fazem o que ninguém ainda foi capaz de fazer, que inovam, evoluem.. E trazem novas luzes às mentes acomodadas e preguiçosas desse mundo que só sabem esperar que alguma coisa aconteça... Mas, as coisas somente acontecem se alguém fizer, ao invés de ficar criticando e esperando que tudo se resolva....
Os inconformados normalmente são rudes... rebeldes, agressivos, petulantes, indecentes, atrevidos, arrogantes... Os inconformados não aceitam a mediocridade... Questionam tudo e todos que lhe rodeiam... Prezam sempre o benefício da dúvida... Negam-se a aceitar o mundo como lhes foi colocado e transformam o seu próprio mundo em algo melhor...
Os inconformados incomodam os ignorantes que são felizes com o vazio de sua própria futilidade... Os inconformados são os únicos seres capazes de evoluir a si mesmos, e acrescentar novos parâmetros na mente dos que só sabem seguir alguém que lhe oriente, por ser incapazes de pensar com a própria cabeça e sentir com seu próprio coração...
Os inconformados são execrados, banidos, perseguidos, ofendidos, punidos, humilhados, desprezados e abandonados... Mas aprendem sozinhos a digerir suas dores, assumem a responsabilidade sob sua vida, buscam e esforçam-se por si mesmos para fazer o que ninguém irá fazer... Acreditam em sua capacidade ao mesmo tempo em que desconsideram os "conselhos" dos que têm habilidade para falar sem nunca ter tido competência de melhorar a si...
Enquanto o povo reclama, critica, exige, cobra, reivindica e vive à eterna espera de um milagre na vida.... Os inconformados planejam, buscam, pesquisam, estudam, trabalham, discutem, brigam, pedem, realizam e fazem acontecer "milagres" em sua vida por sua própria capacidade... O mesmo milagre que os parasitas "esperam" que aconteça em sua vidas... E nunca acontecerá...
Conforme-se com sua vida e aceite o mundo da maneira que lhe colocaram... Ou, seja um eterno inconformado... Levando toda sorte de desgostos que puder sentir... E realizando sozinho o milagre de sua própria vida... Construíndo e materializando as coisas em que acredita...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Enfrenta um difícil problema? Então... cresça por dentro

::Patricia Gebrim::

Outro dia eu estava em casa, sossegada, relaxando bem no centro do meu Eu.
"Sabe como fazer para crescer por dentro? É fácil. Basta recuperar a memória de quem você é. Porque na verdade você já é grande por dentro. Você é enorme. Maravilhoso. Poderoso. Maior do que qualquer problema. Acredite. Você é. Todos somos"Pense no seu Eu como se fosse a sua casa interna. Ele tem portas e janelas, tem lugares claros e cantinhos escuros, como acontece em casas de verdade. Algumas pessoas tem Eus enormes, outras pequenos cantinhos cheios de charme.

O meu Eu era um cantinho mínimo, mal cabia um sofá e uma cama. A cozinha era tão pequena que era possível pegar tudo nela sem dar um passo sequer.
Bem, lá estava eu quando a campainha tocou. Atendi, despreocupada, sem prever o que me esperava. Mal abri a porta e um labrador imenso entrou correndo, derrubando o vaso com seu rabo impossível. Você deve conhecer, o labrador é um cão cheio de energia, cheio de pelos, cheio de dentes e cheio de patas que sujavam meu minúsculo sofá! O susto foi tão grande que nem me dei conta do que acontecia, olhei pelo corredor a tempo de ver a Vida saindo de mansinho. É assim que acontece... De vez em quando a Vida nos presenteia com um problema e sai de fininho, nos deixando lá, de cabelos em pé, vendo tudo ficar de pernas para o ar!
E o meu problema estava lá, acreditem ou não, se sacudindo todo, enchendo de pelos o piso branco do microapartamento. O que eu vou fazer com esse labrador que está RASGANDO MINHAS ALMOFADAS DE SEDA DO AFEGANISTÃO??? Corri para ele, tentando salvar as almofadas, mas ele achou que eu estava brincando, e afastou-se correndo... oh, não!!!... Ele viu os croissants que eu tinha acabado de trazer. Em um segundo não sobrou uma migalha sequer. O bicho era enorme, faminto... E que energia! Consumia tudo o que encontrava pelo caminho - assim fazem os problemas em nossas vidas. Corria para lá e para cá bagunçando tudo por onde passava, estava me deixando maluca.
Fui ficando desesperada! Por mais que eu tentasse, não conseguia me livrar daquele horrendo animal devorador de sofás e croissants. Chamei os bombeiros, chamei a sociedade protetora dos animais, chamei por todos os santos que pude lembrar, mas o cão continuava lá, desafiando minha sanidade, minha paz. Nesse exato momento mordiscava saborosamente as tiras de minhas sandálias de oncinha. Peguei o telefone pensando em contratar um domador de leões para acabar com aquele problema de quatro patas, mas minha mão ficou melada com uma baba branca e gosmenta, baba de cachorro que escorria do telefone sem fio... Que nojooooo! Larguei o telefone.
Socorro... Não sei o que fazer para me livrar disso!
(Uma pausa na estória...)
É mais ou menos assim que nos sentimos na vida quando somos inesperadamente presenteados com um problema. Aliás, problemas são mesmo inesperados, afinal quem espontaneamente escolheria trazer um bicho peludo e cheio de baba para dentro de um "microapartamento" de 30 metros quadrados?
Bem, assim foram se passando os dias, e por mais que eu tentasse não conseguia tirar o bicho pulguento de lá. Senti de tudo... raiva...desespero... frustração. Me senti a mais infeliz das criaturas, chorei litros... e então... um dia... cansei. Simples assim. Acho que de certa forme me resignei. Sentei ao lado do monstro peludo e, quando dei por mim, minha mão estava percorrendo o pescoço do cachorro. Sei lá, era uma espécie de carinho que não sei explicar. Naquele momento a razão não me servia para nada. E eu me perguntei em silêncio, olhando para a cara do cão atrapalhado:
- O que você está fazendo aqui, afinal?
Nesse exato instante minhas mãos tocaram algo. Era uma coleira e parecia ter algo preso nela! O que seria? Com cuidado fui sentindo aquilo, afastando o denso mar de pelos. Era um papel enrolado, como um minipergaminho. Curiosa, abri. Três palavras estavam escritas numa letra firme e bonita
Cresça por dentro
O que isso poderia significar?
Fiquei confusa e naquela noite fui dormir pensando no estranho bilhete. ( “dormir” é modo de falar... quem consegue dormir com um labrador enorme tentando cavar buracos no seu colchão?). Cochilei em algum momento, tive um sonho, e nele vi meu apartamentinho crescendo, crescendo. A sensação era boa! Como se estivessem inflando meu peito com um arzinho quente e bom.
Quando acordei, olhei ao redor e mal pude crer no que meus olhos me diziam. Eu estava em uma casa enorme! A sala era ampla, vários cômodos iluminados me convidavam a descobrir meu novo Eu. A cozinha era toda branca e moderna, chiquérrima! Cada quarto tinha uma varanda com uma deliciosa poltrona, e almofadas coloridas. E o jardim... Ahhhh... o jardim era enorme. Todo gramado, com árvores, flores, e uma fonte que fazia um delicioso som cheio de paz. E lá, no meio do jardim, a coisa mais fofa do mundo: um lindo labrador de pelos brilhantes e focinho feliz. Corri para ele e rolamos na grama por um bom par de horas.
Acabou a estória.
Eu sei que estórias não se explicam, assim vou apenas dizer algumas poucas palavras.
Primeiro: os problemas já trazem em si as soluções, basta que você se aproxime o suficiente para encontrá-las.
Outra coisa... Quando a vida lhe trouxer um problema, se você não conseguir se livrar dele, cresça por dentro. Eu descobri que é preciso que a gente cresça por dentro a ponto de olhar os problemas como se eles fossem pequenos. Temos que olhar com olhos grandes, enxergando ao longe, como se fossemos gigantes mirando ratinhos.
Sabe como você pode fazer isso? Sabe como fazer para crescer por dentro?
É fácil. Basta recuperar a memória de quem você é. Porque na verdade você já é grande por dentro. Você é enorme. Maravilhoso. Poderoso. Maior do que qualquer problema. Acredite. Você é. Todos somos.
Para recuperar a memória lembre-se de quantas coisas existem em sua vida, coisas que estão além do problema. Não fique cego e surdo. Olhe para dentro. Ouça sua própria voz. Olhe para o céu e para todas aquelas estrelas... olhe para a quietude das montanhas... olhe para a imensidão do mar... perceba... sinta... sinta a vastidão do Universo... deixe seu peito ficar grande lá dentro. Isso é crescer, por dentro, sabe?
Ao fazer isso você ganha espaço, ganha salas internas, cozinhas maravilhosas, ganha varandas, cores e os mais belos e milagrosos jardins.
E tudo fica tão lindo e espaçoso que até mesmo um desastrado labrador, como que por magia, de repente, deixa de incomodar.
Pode até ser que você goste dele... mas isso já é outra estória!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Ben - de Terry Boisot

“Um bebê é a opinião de Deus de que o mundo deve continuar.” (Carl Sandberg)

Ben nasceu no dia 20 de setembro de 1989. Pouco depois de seu nascimento, soubemos de sua cegueira e surdez. Quando estava com três anos, soubemos também que nunca andaria.

A partir do segundo dia de vida de Ben, nossa família percorreu um caminho que nunca havíamos imaginado. Centenas e centenas de quilômetros até os melhores médicos e os melhores hospitais. Centenas de agulhas e raios-X, tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas. Depois disso vieram as lentes de contato, o aparelho nos dentes, aparelhos auditivos, cadeiras de rodas, andadores e macacões para engatinhar - junto com todos os terapeutas para nos mostrar como usar todas essas coisas.

As operações nunca pararam.

A vida de Ben hoje em dia consiste de seu professor habitual, um professor para pessoas com deficiência visual, um professor para pessoas com deficiência auditiva, um terapeuta ocupacional, um fisioterapeuta, um patologista de fala e linguagem, um pediatra, um neurologista, ortopedistas, um oftalmologista pediátrico, um otorrino, um fonoaudiólogo, um dentista, um cirurgião-dentista e um ortodontista - e ele só tem oito anos de idade.

Ainda assim, todas as manhãs meu homenzinho acorda com o maior sorriso no rosto, como se dissesse: "Ei, vocês, estou aqui para mais um dia, e estou tão feliz!"

Nossa filha nasceu três anos antes de Ben. Lembro-me de seu pai e eu olhando para ela durante enormes períodos de tempo quando ela tinha cerca de dois anos, esperando que a próxima palavra ou som escapulisse. Sempre que isso acontecia era um momento marcante na história - um tópico de orgulhosas conversas com quem quer que tivesse a paciência de escutar. Realmente tínhamos uma criança brilhante e notável. Ainda temos.

Depois que Ben nasceu, nosso amor por ele mudou nossa visão sobre o que era realmente importante a respeito de nossos filhos. Não tinha mais importância quantas palavras falavam com quantos anos, ou que desenvolvimento fenomenal acontecia antes da previsão feita em qualquer livro sobre bebês. Nossos filhos se tornaram indivíduos, cada um possuindo qualidades maravilhosas, que não devem ser comparadas. Suas vidas não devem ser medidas pela falta de habilidade ou pela habilidade excepcional, mas pela força da perseverança.

Quando Ben estava com cerca de quatro anos, dirigia com bastante domínio sua cadeira de rodas, mas nunca havia dito uma palavra - apenas sons abertos de vogais. Então nossa família começou a botar um gravador na mesa durante o jantar para gravar os sons que Ben estava fazendo porque ele demonstrava claramente que queria participar das conversas. Pensamos que, talvez, se ele ouvisse sua voz gravada e as nossas, isso estimularia algo dentro dele.

Um dia, em setembro de 1993, a fita estava rodando enquanto eu alimentava Ben e fazia alguns sons, tentando estimular algum interesse nele. De repente, o tempo parou. Nunca esquecerei a expressão dos olhos de Ben, a concentração em seu rosto, a forma de sua boca, como ele olhava para mim de sua cadeira de rodas quando falou suas primeiras três palavras:

- Eu te amo.

Virei-me para meu marido e ele olhou para mim com os olhos cheios d'água e disse:

- Terry, eu o ouvi!

Ben disse aquelas palavras para mim e eu as tenho gravadas para ouvir sempre que precisar.

Também fico grata, pois ele não disse outra palavra desde então!

Mas, vocês sabem, eu não ouço a fita com tanta freqüência. Não preciso. Sempre irei reconhecer a expressão de seus olhos – mesmo que sejam cegos - quando ele procura o meu rosto para me dar um beijo. Isso é tudo o que eu preciso.

(Terry Boisot)
- DO LIVRO HISTÓRIAS PARA AQUECER O CORAÇÃO -

quarta-feira, 1 de julho de 2009

UM GRANDE HOMEM

::Autor Desconhecido::

Nós, homens, nos caracterizamos por ser o sexo forte, embora muitas vezes caiamos por debilidade.
Lembro que um dia, minha irmã chorava em nossa casa.. Observei que meu pai chegou perto dela e perguntou o motivo de sua tristeza.
“Minha filha, apaixone-se por Um Grande Homem e nunca mais voltará a chorar".

Com o passar dos anos, descobri que se todos nós homens lutássemos por ser grandes de espírito, grandes de alma e grandes de coração, o mundo seria completamente diferente!
Aprendi que um Grande Homem... não é aquele que compra tudo o que deseja, porque muitos de nós compramos com presentes a afeição e o respeito aqueles que nos cercam.

Meu pai lhe dizia:
- Não se apaixone por um homem que só fale de si mesmo, de seus problemas, sem preocupar-se com você... Enamore-se de um homem que se interesse por você, que conheça suas forças, suas ilusões, suas tristezas e que a ajude a superá-las.
- Não creia nas palavras de um homem cujos atos dizem o oposto.
- Afaste de sua vida um homem que não constrói com você um mundo melhor ... Ele jamais sairá do seu lado, pois você é a sua fonte de energia..
- Foge de um homem enfermo espiritual e emocionalmente. É como um câncer, matará tudo o que há em você (emocional, mental, física, social e economicamente)
- Não dê atenção a um homem que não seja capaz de expressar seus sentimentos, que não se ame saudavelmente.
- Não se agarre a um homem que não seja capaz de reconhecer sua beleza interior e exterior e suas qualidades morais.
- Não deixe entrar em sua vida um homem a quem tenha que adivinhar o que quer, porque não é capaz de se expressar abertamente.
- Não se enamore de um homem que ao conhece-lo, sua vida tenha se transformado em um problema a resolver e não em algo para desfrutar.
- Não creia em um homem que tenha carências afetivas de infância e que trata de preenche-las com a infidelidade, culpando-a, quando o problema não está em você,e sim nele, porque não sabe o que quer da vida, nem quais são suas prioridades.

Por que querer um homem que a abandonará se você não for como ele pretendia, ou se já não é mais “ útil ”?…
Por que querer um homem que a trocará por um cabelo ou uma cor de pele diferente, ou por uns olhos claros, ou por um corpo mais esbelto?
Por que querer um homem que não saiba admirar a beleza que há em você, a verdadeira beleza… a do coração?

Quantas vezes nos deixamos levar pela superficialidade das coisas, deixando de lado aqueles que realmente oferecem sua sinceridade e integridade e dando mais importância a quem não valoriza nosso esforço?

Um GRANDE HOMEM não é aquele que chega no topo, nem o que tem mais dinheiro, casa, automóvel, nem quem vive rodeado de mulheres, nem muito menos o mais bonito.
Um grande homem é aquele ser humano transparente, que não se refugia atrás de cortinas de fumaça, é o que abre seu coração sem rejeitar a realidade, é quem admira uma mulher por seus alicerces morais e grandeza interior.
Um grande homem, é o que caminha de frente, sem baixar os olhos; é aquele que não mente, embora às vezes perca por falar a verdade… e sobretudo, um grande homem é o que sabe chorar sua dor sem fugir dela…
Um grande homem é o que cai e tem a suficiente força para levantar-se e seguir lutando…

Hoje minha irmã está casada e feliz, e esse Grande Homem com quem se casou, não era nem o mais popular, nem o mais solicitado pelas mulheres, nem o mais rico ou o mais bonito.
Esse Grande Homem é simplesmente aquele que nunca a fez chorar… é quem no lugar de lágrimas lhe roubou sorrisos…
Sorrisos por tudo que conquistaram juntos, pelos triunfos alcançados, por suas lindas recordações e por aquelas tristes lembranças que souberam superar, por cada alegria que repartem e pelos filhos que preenchem suas vidas.
Esse Grande Homem ama tanto a minha irmã que daria o que fosse por ela sem pedir nada em troca...
Esse Grande Homem a quer pelo que ela é, por seu coração e pelo que são quando estão juntos.

Aprendamos a ser um desses Grandes Homens, para vivenciar os anos junto de uma Grande Mulher e nada nem ninguém nos poderá vencer!