terça-feira, 24 de abril de 2012

O Círculo dos 99


:: Desconheço a autoria ::




Era uma vez um Rei muito triste; que tinha um pajem, que como todo pajem de um Rei triste, era muito feliz. Todas as manhãs, o pajem chegava com o desjejum do seu Amo, sempre rindo e cantarolando alegres canções. O sorriso sempre desenhado em seu rosto, e a atitude para com a vida sempre serena e alegre. Um dia o Rei mandou chamá-lo:
- Pajem – disse o Rei. Qual é o seu segredo?
- Qual segredo, Alteza?
- Qual o segredo da tua alegria?
- Não existe nenhum segredo, Majestade.
- Não minta, pajem... bem sabes que já mandei cortar muitas cabeças por ofensas menores do que a sua mentira!
- Mas não estou mentindo! Não guardo nenhum segredo.
- E por que estás sempre alegre e feliz?
- Majestade, eu não tenho razões para estar triste: muito me honra servir a Vossa Alteza, tenho minha esposa e meus filhos, e vivemos na casa que a Corte nos concedeu; somos vestidos e alimentados, e sempre recebo algumas moedas de prata para satisfazer alguns gostos... como não estar feliz?
- Se você não me disser agora mesmo qual é o seu segredo, mandarei decapitá-lo – disse o Rei. Ninguém pode ser feliz por essas razões que você me deu!
- Mas Majestade, não há nenhum segredo... Nada me satisfaria mais do que sanar a Vossa curiosidade, mas realmente não há nada que eu esteja escondendo.
- Vá embora daqui antes que eu chame os guardas.
O pajem sorriu, fez a habitual reverência e deixou o Rei em seus pensamentos. O Rei estava como louco. Não podia entender como o pajem poderia ser feliz vivendo em uma casa que não lhe pertencia, usando roupas de terceira mão e se alimentando dos restos dos cortesãos. Quando se acalmou mandou chamar o mais sábio de seus conselheiros, e lhe contou a conversa que tivera com o pajem pela manhã.
- Sábio, por que ele é feliz?
- Ah, Majestade! O que acontece é que ele está fora do Círculo...
- Fora do Círculo?
- Sim.
- E é isso o que faz dele uma pessoa feliz?
- Não, Majestade. Isso é o que não o faz infeliz...
- Vejamos se entendo: estar no Círculo sempre nos faz infelizes?
- Exato.
- E como ele saiu desse tal Círculo?
- Ele nunca entrou.
- Nunca entrou? Mas que Círculo é esse?
- É o Círculo dos 99...
- Realmente não entendo nada do que você me diz.
- A única maneira para que Vossa Alteza entenda seria mostrando pelos fatos.
- Como?
- Fazendo com que ele entre no Círculo.
- Isso! Então o obrigarei a entrar!
- Não, Alteza, ninguém pode ser obrigado a entrar...
- Então teremos que enganá-lo?
- Não será necessário... se lhe dermos a oportunidade, ele entrará por si mesmo.
- Por si mesmo? Mas ele não notará que isso acarretará sua infelicidade?
- Sim, mas mesmo assim entrará... Não poderá evitar!
- Diz-me que ele saberá que isso será o passo para a infelicidade e que mesmo assim entrará?
- Sim. O senhor está disposto a perder um excelente pajem para compreender a estrutura do Círculo?
- Sim.
- Então nesta noite passarei a buscar-lhe. Deves ter preparada uma bolsa de couro com 99 moedas de ouro. Mas devem ser exatas 99, nem uma a mais, nem uma a menos.
- O que mais? Devo levar escolta para proteger-nos?
- Nada mais do que a bolsa de couro, Majestade...
- Então vá. Nos vemos à noite.
Assim foi... Nessa noite o sábio buscou o Rei e juntos foram até os pátios do Palácio. Esconderam-se próximo à casa do pajem, e lá aguardaram o primeiro sinal. Quando dentro da casa se acendeu a primeira vela, o sábio pegou a bolsa de couro e junto a ela atou um papel que dizia as seguintes palavras: "Este tesouro é teu. É o prêmio por ser um bom homem. Aproveite e não conte a ninguém como encontrou esta bolsa". Logo deixou a bolsa com o bilhete na porta da pajem. Golpeou uma vez e correu para esconder-se. Quando o pajem abriu a porta, o sábio e o Rei espiavam por entre as árvores para verem o que aconteceria. O pajem viu o embrulho à sua porta, olhou para os lados, leu o papel, agitou a bolsa e, ao escutar o som metálico, estremeceu dos pés à cabeça, apertou a bolsa contra o peito e rapidamente entrou em sua casa. O Rei e o sábio se aproximaram então da janela para presenciar a cena. O pajem havia despejado todo o conteúdo da bolsa sobre a mesa, deixando somente a vela para iluminar. Havia se sentado e seus olhos não podiam crer no que estavam vendo... Era uma montanha de moedas de ouro! Ele, que nunca havia tocado em uma dessas, de repente tinha um monte delas...Ele as tocava e amontoava, acariciava e fazia brilhar à luz da vela. Juntava e esparramava, fazendo pilhas... E assim, brincando, começou a fazer pilhas de 10 moedas. Uma, duas, três, 4, 5... e enquanto isso somava 10, 20, 30, 40, 50... até que formou a última pilha... 99 moedas? Seu olhar percorreu a mesa primeiro, buscando uma moeda a mais, logo o chão e finalmente a bolsa. "Não pode ser" – pensou. Pôs a última pilha ao lado das outras 9 e notou que realmente esta era mais baixa.
- Roubaram-me! Roubaram-me – gritou. Uma vez mais procurou por todos os cantos, mas não encontrou o que achava estar faltando... Sobre a mesa, como que zombando dele, uma montanha resplandecia e lhe fazia lembrar que havia SOMENTE 99 moedas. "99 moedas... é muito dinheiro" – pensou.
- "Mas falta uma... Noventa e nove não é um número completo. 100 é, mas 99 não..."
O Rei e o sábio espiavam pela janela e viam que a cara do pajem já não era mais a mesma: ele estava com as sobrancelhas franzidas, a testa enrugada, os olhos pequenos e o olhar perdido... sua boca era uma enorme fenda, por onde apareciam os dentes que rangiam. O pajem guardou as moedas na bolsa, jogou o papel na lareira e olhando para todos os lados e constatar que ninguém havia presenciado a cena, escondeu a bolsa por entre a lenha. Pegou papel e pena e sentou-se a calcular. Quanto tempo teria que economizar para poder obter a moeda de número 100? O tempo todo o pajem falava em voz alta, sozinho... Estava disposto a trabalhar duro até conseguir. Depois, quem sabe, não precisaria mais trabalhar... com 100 moedas de ouro ninguém precisa trabalhar. Finalizou os cálculos. Se trabalhasse e economizasse seu salário e mais algum extra que recebesse, em 11 ou 12 anos conseguiria o necessário para comprar a última moeda. "Mas 12 anos é tempo demais... Se eu pedisse à minha esposa que procurasse um emprego no vilarejo, e se eu mesmo trabalhasse à noite, em 7 anos conseguiríamos" – concluiu depois de refazer os cálculos.
"Mesmo sendo muito tempo, é isso o que teremos que fazer..."
O Rei e o sábio voltaram ao Palácio. Finalmente o pajem havia entrado para o Círculo dos 99!!! Durante os meses seguintes, o pajem seguiu seus planos conforme havia decidido naquela noite. Numa manhã, entrou nos aposentos reais com passos fortes, batendo nas portas, rangendo dentes e bufando com todo o mau humor típico dos últimos tempos...
- O que lhe acontece, pajem? – perguntou o Rei de bom grado.
- Nada, não acontece nada...
- Antigamente, não faz muito, você ria e cantava o tempo todo...
- Faço ou não o meu trabalho? O que Vossa Alteza esperava? Que além de pajem sou obrigado a estar sempre bem por que assim o deseja?
Não se passou muito e o Rei despediu o seu pajem, afinal, não era nada agradável para um Rei triste ter um pajem mau humorado o tempo todo...

* * * * * *
Pois é, meus amigos, você, eu e todos ao redor fomos educados nessa filosofia: sempre falta algo para estarmos completos, e somente completos podemos gozar do que temos. Portanto, nos ensinaram que a Felicidade deve esperar até estar completa com aquilo que falta. E como sempre falta algo, a idéia volta ao início e nunca se pode desfrutar plenamente da vida.
Mas, o que aconteceria se a Iluminação chegasse às nossas vidas e nos déssemos conta, assim, de repente, que nossas 99 moedas são os nossos 100%? Que nada nos faz falta? Que ninguém tomou aquilo que é nosso? Que não se é mais feliz por ter 100 e não 99 moedas? Que tudo é uma armadilha posta à nossa frente para que estejamos sempre cansados, mau humorados, desanimados, infelizes? Uma armadilha que nos faz empurrar cada vez mais e ainda assim tudo continue igual... eternamente iguais e insatisfeitos...Quantas coisas mudariam se pudéssemos desfrutar de nosso tesouro tal como é! Se este é o seu problema, a solução para sua vida está em saber valorizar o que você tem ao seu redor, e não se lamentar por aquilo que não tem ou que poderia ter...

terça-feira, 17 de abril de 2012

RELACIONAMENTOS - Como podemos atrair o que desejamos?


::Claudia Giovani::



A maioria de nós tem problemas de relacionamentos. No entanto, a verdade que pode transformar tudo é desconcertante de tão simples.

Todos os relacionamentos são com você próprio.

Isto significa que você experimenta todas as pessoas dentro do campo da sua consciência! Você não percebe ninguém como realmente é. Você interpreta as pessoas com quem convive através dos seus filtros mentais. E estes filtros mudam de momento a momento, de um dia para o outro, mudam ano a ano e até de vida para vida. À medida que vai mudando suas idéias, vai mudando a forma como interpreta e experimenta os outros em sua vida.

E isto é muito, muito bom de saber. Se você percebe as pessoas diferentemente à medida que vai mudando sua compreensão da vida, isto significa que sua percepção pode mudar várias vezes. Viva! E pode mudar de padrões desagradáveis para padrões que satisfazem mais os propósitos da sua alma de ser feliz.

Portanto, sinta-se feliz desde já! Você pode, trabalhando seu relacionamento consigo mesmo, atrair uma pessoa amorosa e amorável, apropriada para você e seu momento. Ou, se já está num relacionamento, você poderá 'tirar' o melhor do seu parceiro ou parceira.

Pela Lei da Atração se você estiver bem consigo, atrairá pessoas que também vão espelhar este bem.

Portanto, o primeiro passo é você. Retire sua atenção do seu parceiro ou da sua solidão. Ambos focos de atenção estão voltados para o que falta na sua vida. E vão atrair pessoas e situações que combinem com sua assinatura vibratória.

Segundo passo - reveja seus filtros mentais. Provavelmente eles estão cheios de 'não gosto disso e não quero aquilo' e como são filtros eles cumprem sua função de reter tudo que passa por eles. E no caso vão reter tudo que você não quer em alguém.

Terceiro passo - formar novos filtros com tudo que gosta nas pessoas. Em todas as pessoas! Em qualquer pessoa! Comece a observar o que gosta na atendente do supermercado, da farmácia ou da quitanda; o que gosta no colega do escritório, no porteiro, no garagista, no carteiro, em cada amigo, e assim por diante.

Quando tiver feito isto por algum tempo, terá mudado seu filtro, parcial ou completamente.

O resultado é óbvio! Mas não é da sua conta. :)

É da conta do Universo, da Fonte.

A Lei da Atração vai fazer seu trabalho e atrair o que seu filtro mental está retendo - boas qualidades que você admira nas pessoas. E vai incrementar sua vida com uma grande variedade de pessoas interessantes dentro daquilo que aprecia num homem, numa mulher, num amigo ou amiga, num colega de trabalho, e assim por diante.

Eu disse que era simples! Mas alguém vai precisa fazer alguma coisa!

Advinhe quem!? (risos)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Complexo de inferioridade, o que é isso?


:: Rosemeire Zago :: 







Uma das queixas mais comuns das pessoas são os conflitos internos e nos relacionamentos causados pelo sentimento de inferioridade. Quantas pessoas não se sentem inferiores aos seus colegas de trabalho? Não buscam uma promoção por não se sentirem capazes? Não terminam um relacionamento destrutivo por acreditarem que não conseguirão ninguém que as trate bem? Estão sempre se comparando ao irmão, irmã, vizinho, tendo a certeza que o outro é muito mais? Outros deixam de trabalhar, sair, viver, tudo porque se sentem inferiores aos demais.


A denominação complexo de inferioridade foi criada por Alfred Adler (1870-1937), médico psiquiatra, para designar sentimentos de insuficiência e até incapacidade de resolver os problemas, o que faz com que a pessoa se sinta um fracasso em todos, ou em alguns aspectos de sua vida. É o que hoje chamamos de baixa auto-estima, que é quando não se tem consciência de seu valor pessoal. A baixa auto-estima pode comprometer todos os relacionamentos, seja pessoal, profissional, afetivo, familiar, social.



Adler afirmava que todas as crianças são profundamente afetadas por um sentimento de inferioridade, que é uma conseqüência do tamanho da criança e de sua falta de poder perante os adultos. O que desperta em sua alma um desejo de crescer, de ficar tão forte quanto os outros, ou mais forte ainda. Ele sugere que existem três situações na infância que tendem a resultar no complexo de inferioridade:



- Inferioridade orgânica:
Crianças que sofrem de doenças ou enfermidades com deficiências físicas tendem a se isolar, fugindo da interação com outras crianças por um sentimento de inferioridade ou incapacidade de competir com sucesso com outras crianças. Contudo, ele salienta que as crianças que são incentivadas a superar suas dificuldades tendem a compensar sua fraqueza física, além da média, e podem desenvolver suas habilidades de maneira surpreendente. Por exemplo, se dedicam a uma atividade física para compensar a deficiência.



- Crianças superprotegidas e mimadas: 
Essas crianças podem desenvolver um sentimento de insegurança, por não sentirem confiança em suas próprias habilidades, uma vez que os outros sempre fizeram tudo por elas. 



- Rejeição: 
Uma criança não desejada e rejeitada não conhece o amor e a cooperação na família. Não sentem confiança em suas habilidades e não se sentem dignas de receber amor e afeto dos outros. Quando adultos, tendem a se tornar frios, duros, ou extremamente carentes e dependentes da aprovação e reconhecimento de outras pessoas. Quanto mais necessidade de ser aprovado e reconhecido pelo outro, mais se desenvolve a necessidade de agradar. Isso faz com que as pessoas deixem de ser elas mesmas, tornando-se o que os outros gostariam que fosse, ou o que pensa que gostariam, reforçando cada vez mais o sentimento de inferioridade, pois não satisfazem a si mesmas. 



Não são apenas as situações citadas acima que podem fazer com que a pessoa se sinta inferior, podem existir muitas outras ocorridas durante a infância, mas essas explicam a origem do termo utilizado e podem resultar em isolamento, falta de interesse social e cooperação. 



Todos sabemos que não é nada fácil para uma criança com alguma doença ou deficiência física conviver socialmente, pois as crianças em geral são implacáveis em brincar com as dificuldades de seus colegas, gerando vergonha, medo e a necessidade de se isolarem com o intuito de evitar ser alvo de piadas. Diante dessa realidade, é muito importante que os pais apoiem seus sentimentos e não os menosprezem; fazendo-a perceber que há muitas outras qualidades e que seu potencial pode ser desenvolvido. Do contrário, crescerão com muita dificuldade em acreditar em si mesmas, pois irá depender de como cada um irá lidar com esses aspectos.



A superproteção durante a infância pode realmente gerar muita insegurança quando adulto, pois estas pessoas quando crianças não foram incentivadas a acreditarem em si mesmas. Assim, crescem, ainda que inconscientemente, acreditando que faziam tudo por ela por não ter a capacidade de fazer por si mesma. O que não é verdade! Todos temos potencial, a diferença é acreditar neles ou não.
A rejeição, assim como o abandono, também pode gerar o sentimento de inferioridade.



Adler enfatizava ainda a importância da agressão, no sentido de lutar por sua capacidade de superar obstáculos e acreditar em si. Muitas vezes, a agressão pode manifestar-se como poder, superioridade e perfeccionismo, porém a busca pela superioridade como compensação pode tomar uma direção positiva ou negativa. Pode ser positiva e saudável quando motiva para realizações construtivas e na busca de crescimento. Será negativa e destrutiva quando existe uma luta pela superioridade pessoal, dominando os outros através do poder, podendo desenvolver a ambição (busca o crescimento material, deixando de lado pessoas e fatos significativos em sua vida) e inveja (desejando ter tudo o que o outro tem, mas não se sente capaz de conseguir por si próprio); tudo para compensar seu sentimento de inferioridade. 




A capacidade do outro sempre é percebida como maior que a própria capacidade, sentindo-se sempre inferior. Esse sentimento pode fazer com que a pessoa se acomode na situação. Ainda que isso lhe traga insatisfação e tristeza, nada faz para mudar, pois não se sente capaz ou com forças.



Muitas vezes nos deparamos com pessoas que demonstram ter uma total confiança em si mesma, mas, se observarmos melhor, perceberemos que na verdade são máscaras para compensar seu sentimento de inferioridade, não refletindo seu verdadeiro sentimento em relação a si próprio, ou seja, sua essência. Mas o que fazer quando somos adultos e sentimos medo, vergonha, ou seja, ainda sentimos essa inferioridade perante os outros? O mais indicado é:



- Evitar as comparações. Ficar se comparando com quem quer que seja não o fará se sentir melhor, pois as pessoas são diferentes, possuem necessidades, desejos e históricos de vidas diferentes.



- Compreenda seu histórico de vida e a origem de seu sentimento de inferioridade. Por qual motivo se sente inferior? Não desista, compreenda suas dificuldades e procure enfrentar cada uma delas.



- Enfrente o medo. É importante lidar e enfrentar o medo que as pessoas ou situações provocam e compreender que a percepção de si mesmo está baseada na conseqüência de fatos que já passaram. Você não pode mudar seu passado, mas pode mudar seu presente.



- Reconheça seu valor. Perceba que seu valor enquanto pessoa não pode e nem deve ser baseado na maneira como foi, ou ainda é tratado, ainda que isso tenha durado toda sua vida. Não permita mais ser desrespeitado ou maltratado. Lembre-se ainda que seu valor deve ser baseado pelo que é e não pelos bens materiais que possui. 



- Identifique suas necessidades emocionais. O que você espera receber dos outros pode ser aquilo que não recebeu quando criança de seus pais. Não espere receber dos outros o que só você mesmo pode se dar. 



- O que você deseja receber na relação afetiva? Muitas vezes os conflitos gerados no relacionamento têm origem em seu histórico de vida.



- Observe e procure compreender cada um de seus sentimentos. Perceba quando sentir inveja, ciúmes, necessidade de poder ou superioridade. Esses sentimentos podem estar ocultando e compensando um sentimento de inferioridade.



- Aprenda com os erros e não fique se punindo por ter errado, nem se acomode nas situações. Saia de sua zona de conforto e mude o que deseja!



- Valorize sempre suas conquistas! Pare de supervalorizar o que o outro tem ou faz e desvalorizar as próprias conquistas. Celebre sempre!



- Faça terapia. O autoconhecimento obtido através do processo da psicoterapia poderá fazer com que reconheça seus reais valores e liberte-se do complexo de inferioridade que acorrenta e aprisiona.  

terça-feira, 3 de abril de 2012

Autopiedade: fuja dessa armadilha!


::Patricia Gebrim::
 
 
 
"Existe uma raiva que chamo de raiva boa. Essa raiva é uma energia que nos sacode por dentro e nos ajuda a seguir em frente. Que faz com que lutemos pelo que de verdade importa, por nós mesmos, por nossa dignidade"
 
Gente, como se a vida já não fosse difícil, por que torná-la impossível?Isso é o que fazem aqueles que se permitem seduzir pelo monstro do “pobre de mim”. 
 
Tem coisa pior do que gente que só vive se lamentando? Como amebas gigantes, reclamam de tudo e de todos, como se o mundo fosse o responsável por seu infortúnio. Caracterizados como vítimas, falam mole e se arrastam para lá e para cá como se não tivessem forma, deixando um rastro melequento por onde passam. Falta-lhes energia no mesmo tanto em que lhes sobra criatividade para encontrar responsáveis por seu terrível destino. Claro, o culpado é sempre “o outro”! O outro que o enganou, que o traiu, que o aviltou. O outro que o tratou mal por anos. O outro que mentiu, manipulou, ludibriou.
 
Não que não possa acontecer, afinal o mundo está cheio de “outros” sem escrúpulos. Mas, por mais que o outro tenha sua parcela de responsabilidade, de que adianta ficar interminavelmente se arrastando por entre os cacos de algo que um dia você acreditou ser real? O máximo que conseguirá será continuar se ferindo, cortar os pés, adiar ainda mais a sua capacidade de caminhar pleno e ereto por sua própria vida. Pense por um momento naqueles momentos em que tudo deu errado. Tenha sido você roubado, traído ou enganado; acredite, não vai ajudar nada entregar-se à tristeza e a autocomiseração. De que vai adiantar passar tempo demais chorando pelos cantos e se sentindo a maior vítima de todo o universo?
 
Não!
 
Se isso aconteceu, se você se deu mal, chore sim. Algumas coisas são realmente difíceis e nos pegam pelas entranhas. Chore uma noite inteira se precisar. Uma semana, por todas as horas de cada dia. Sinta toda a pena do mundo de si mesmo. Acabe com seu estoque de lágrimas...
 
Mas depois se levante! Erga a cabeça e tente perceber qual foi a sua parte nessa experiência tão horrorosa. Em que momento você desrespeitou os sinais, fingiu que não viu? Em que momento você foi impulsivo demais, ansioso demais, cego demais, crédulo demais, ingênuo demais? Em que momento você simplesmente não avaliou a situação como poderia? Não importa o quanto tenha se ferido com a situação, chega uma hora em que você tem que se erguer, sacudir a poeira, aprender com o que aconteceu e seguir em frente! Assuma a sua parte nessa criação e transforme o poço de lamentações pessoais em uma fogueira.
 
Que a fogueira seja bem quente! Antes sentir raiva do que afogar-se nas próprias mágoas.
 
Existe uma raiva que chamo de raiva boa. Essa raiva é uma energia que nos sacode por dentro e nos ajuda a seguir em frente. Que faz com que lutemos pelo que de verdade importa, por nós mesmos, por nossa dignidade. A raiva de que falo não é aquela que voltamos de forma imatura contra as pessoas. Não se trata de agredir ninguém! Trata-se daquela raiva que nos motiva, que nos move e nos tira de situações difíceis ou perigosas. Nos faz retomar a nós mesmos, reunir os pedacinhos e nos reconstruir de forma mais verdadeira.
 
A raiva boa nos transforma de um pedaço disforme de argila meio aguado em uma obra de arte vibrante, cheia de personalidade e vida!
 
Se você estiver se sentindo como a argila, sentindo pena de si mesmo, escorregando em lamúrias, derretendo-se, sem conseguir sequer ficar em pé; esquente o forno agora mesmo!
 
Acenda as labaredas da vida e permita que o fogo opere em você sua alquimia, transformando o cobre em ouro, a argila em arte e a autopiedade em uma vibrante capacidade de reinventar a si mesmo!
 
Renasça.