quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Depressão? Transtorno Bipolar? Que tal abrir mão dos rótulos e colocar mais humanidade nessa questão?

por Patricia Gebrim

"O que você pensa sobre isso? Será que não perdemos um pouco da nossa humanidade? Será que não andamos nos escondendo mais do que deveríamos atrás das caixinhas de antidepressivos e ansiolíticos??? Nos escondendo dos outros... nos escondendo de nós mesmos...
Pense nisso. As pessoas não são “depressivas”, “bipolares”, “distímicas”... as pessoas são... pessoas!" Eu sou da época em que se comia macarronada com brachola aos domingos, a família italiana de grande porte e bochechas rosadas falava alto ao redor de uma mesa enorme, que ia de ponta a ponta da cozinha de minha avó, me deixando tonta com toda aquela animação. Sou do tempo em que as pessoas conversavam umas com as outras, muitas vezes fofocavam, sim... fofocavam... por mais “feio” que isso fosse. Sou do tempo em que as pessoas eram animadas, ou tristes ou tinham "gênio difícil". Nos almoços de domingo na casa de minha avó sempre tinha uma tia mal-humorada, um tio mais alegrinho, um primo aloprado.

Hoje em dia não se come mais macarronada com brachola, hoje ingere-se “carboidrato com proteína” (e contam-se as calorias, é claro!).
As pessoas hoje não conversam mais... “verbalizam”.
Não fofocam, aumentando um pouco o caso para tornar a história mais atrativa... não, hoje diz-se que as pessoas “deliram”.
Não entristecem... “deprimem”.
E se estão mais animadas do que o usual logo alguém cochicha:
_ Será que é “bipolar”?
Hoje em dia a tia não tem mau humor, tem “distimia”, e o primo adolescente meio aloprado tem um “transtorno de conduta”.
Hoje todos temos acesso à Internet, e a telinha do computador tornou-se o gênio da lâmpada, o instrumento mágico capaz de dar explicação a tudo. Para fugir à angústia do “não saber” nos apropriamos dos tão desejados rótulos, antes propriedade exclusiva de técnicos, médicos e psicólogos.
Se por um lado a informação flui de maneira mais democrática, será que estamos sabendo lidar com isso?
Ah... quer saber mesmo o que penso?
Quando, lá atrás, eu via a minha prima tristinha, sentada num canto da sala, no tão fogoso domingo de macarronada, eu me interessava mais...
_O que será que a deixou triste? _ pensava eu. Procurava sentar-me a seu lado, puxar um papo qualquer com a esperança de que em algum momento ela se abrisse comigo. _ Minha prima está triste e precisa de mim! _ eu pensava.
Hoje, se alguém está triste, pensamos: _ É deprimido, precisa de um antidepressivo... o que posso fazer?
E, como se nada tivéssemos com isso, viramos as costas e continuamos babando em frente à tela do computador pesquisando o número de calorias contidas em uma taça de sorvete light.
O carinho que antes seria dado em função da tristeza alheia se transformou em cápsulas para depressão. E assim foi se perdendo a conversa amiga, o interesse genuíno, o abraço caloroso... fomos nos tornando frios, assépticos, distantes. Delegando aos médicos ou medicamentos a nossa parte de colaboração para o bem-estar daqueles que amamos. Como se hoje não tivéssemos mais tempo ou paciência para lidar com a dor alheia. Que pena.
Eu sei... muitas vezes a coisa é mesmo profunda, e até pode de verdade requerer um cuidado medicamentoso, mas será que não “perdemos a mão”? É claro que a possibilidade cada vez maior e mais específica de diagnosticar as patologias da alma tornou possível um maior entendimento e objetividade quando pensamos nos tratamentos propostos a cada caso, mas o excesso de intelectualização da dor humana nos distancia da pessoa que está lá, aprisionada sob aquela dor.
O que você pensa sobre isso? Será que não perdemos um pouco da nossa humanidade? Será que não andamos nos escondendo mais do que deveríamos atrás das caixinhas de antidepressivos e ansiolíticos??? Nos escondendo dos outros... nos escondendo de nós mesmos...
Pense nisso. As pessoas não são “depressivas”, “bipolares”, “distímicas”... as pessoas são... pessoas!
Pessoas imersas em algum tipo de sofrimento. Por baixo do rótulo a pessoa está lá, talvez esquecida de si mesma, esperando que alguém olhe para ela e a ajude a se reencontrar. A descrição das patologias deveria ser, a meu ver, apenas um mapa.
Mapas são úteis, mas tem suas limitações.
Quer ver? Ter em mãos um mapa que descreva com exatidão uma região montanhosa de Minas Gerais apenas serve para nos levar até lá. Mas se quisermos realmente saber como é uma verdadeira montanha mineira teremos que subir suas encostas ao entardecer, sentindo o cheiro de mato que a brisa traz, ouvindo o som dos pássaros, sentindo a firmeza da terra, absorvendo através dos nossos sentidos sua pulsação terrena, percebendo o que sentimos ao chegar ao topo. Aquela sensação boa de liberdade que abre o peito, a alegria quase infantil de ter vencido o desafio da subida... Mapa nenhum será capaz de nos fazer sentir isso. Mapa algum conseguirá nos tocar a ponto de termos vontade de escrever uma poesia, como às vezes acontece quando estamos sozinhos, envoltos por aquele fértil silêncio sagrado que costuma acontecer no topo de uma montanha.
(Se não der certo com a montanha, escreva em uma página de papel a receita de um pão de queijo e tente devorar o papel...)
Assim, paremos de descrever as pessoas. Deixemos isso aos técnicos.
Resgatemos a nossa humanidade, a nossa capacidade de amar.
Para amar uma montanha não precisamos saber seu nome, em qual altitude está ou sua extensão em quilômetros quadrados. Tudo o que temos a fazer é abrir-lhe as portas de nossa percepção. Estar lá, presente, sentindo... buscando sua beleza.
Pense nisso em seu próximo almoço de domingo, e se puder coma uma bela macarronada, dê uma boa gargalhada e abrace a sua tia mal-humorada até que aquele mau humor todo se transforme em um inesperado sorriso de satisfação.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A marca que deixamos nas pessoas

Autor desconhecido

Quando eu era criança, bem novinho, meu pai comprou o primeiro telefone da nossa vizinhança.
Eu ainda me lembro daquele aparelho preto e brilhante que ficava na cômoda da sala.
Eu era muito pequeno para alcançar o telefone, mas ficava ouvindo fascinado enquanto minha mãe falava com alguém.
Então, um dia eu descobri que dentro daquele objeto maravilhoso morava uma pessoa legal. O nome dela era "Uma informação, por favor" e não havia nada que ela não soubesse. "Uma informação, por favor" poderia fornecer qualquer número de telefone e até a hora certa.
Minha primeira experiência pessoal com esse gênio-na-garrafa veio num dia em que minha mãe estava fora, na casa de um vizinho.
Eu estava na garagem mexendo na caixa de ferramentas quando bati em meu dedo com um martelo. A dor era terrível mas não havia motivo para chorar, uma vez que não tinha ninguém em casa para me oferecer a sua simpatia.
Eu andava pela casa, chupando o dedo dolorido até que pensei: O telefone!
Rapidamente fui até o porão, peguei uma pequena escada que coloquei em frente a cômoda da sala.
Subi na escada, tirei o fone do gancho e segurei contra o ouvido.
Alguém atendeu e eu disse:
- "Uma informação, por favor".
Ouvi uns dois ou três cliques e uma voz suave e nítida falou em meu ouvido.
- "Informações".
- "Eu machuquei meu dedo...", disse, e as lágrimas vieram facilmente, agora que eu tinha audiência.
-"A sua mãe não esta em casa?", ela perguntou.
-"Não tem ninguém aqui...", eu soluçava.
-"Está sangrando?"
-"Não", respondi.
- "Eu machuquei o dedo com o martelo, mas tá doendo..."
-"Você consegue abrir o congelador?", ela perguntou.
Eu respondi que sim.
-"Então, pegue um cubo de gelo e passe no seu dedo", disse a voz.
Depois daquele dia, eu ligava para "Uma informação, por favor" por qualquer motivo.
Ela me ajudou com as minhas dúvidas de geografia e me ensinou onde ficava a Philadelphia.
Ela me ajudou com os exercícios de matemática.
Ela me ensinou que o pequeno esquilo que eu trouxe do bosque deveria comer nozes e frutinhas. Então, um dia, Petey, meu canário, morreu.
Eu liguei para "Uma informação, por favor" e contei o ocorrido.
Ela escutou e começou a falar aquelas coisas que se dizem para uma criança que está crescendo. Mas eu estava inconsolável.
Eu perguntava:
-"Por que é que os passarinhos cantam tão lindamente e trazem tanta alegria pra gente para, no fim, acabar como um monte de penas no fundo de uma gaiola?"

Ela deve ter compreendido a minha preocupação, porque acrescentou mansamente:
-"Paul, sempre lembre que existem outros mundos onde a gente pode cantar também..."
De alguma maneira, depois disso eu me senti melhor.

No outro dia, lá estava eu de novo.
-"Informações", disse a voz já tão familiar.
-"Você sabe como se escreve exceção?"

Tudo isso aconteceu na minha cidade natal ao norte do Pacífico.
Quando eu tinha 9 anos, nós nos mudamos para Boston. Eu sentia muita falta da minha amiga. "Uma informação, por favor" pertencia aquele velho aparelho telefônico preto
e eu não sentia nenhuma atração pelo nosso novo aparelho telefônico branquinho
que ficava na nova cômoda na nova sala.
Conforme eu crescia, as lembranças daquelas conversas infantis nunca saiam da minha memória. Freqüentemente, em momentos de dúvida ou perplexidade, eu tentava recuperar o sentimento calmo de segurança que eu tinha naquele tempo.
Hoje eu entendo como ela era paciente, compreensiva e gentil ao perder tempo atendendo as ligações de um menininho.

Alguns anos depois, quando estava indo para a faculdade, meu avião teve uma escala em Seattle. Eu teria mais ou menos meia hora entre os dois vôos.
Falei ao telefone com minha irmã, que morava lá, por 15 minutos.
Então, sem nem mesmo sentir que estava fazendo isso, disquei o número da operadora
daquela minha cidade natal e pedi:

-"Uma informação, por favor".

Como num milagre, eu ouvi a mesma voz doce e clara que conhecia tão bem, dizendo:
-"Informações".

Eu não tinha planejado isso, mas me peguei perguntando:
-"Você sabe como se escreve exceção?"
Houve uma longa pausa.

Então, veio uma resposta suave:
-"Eu acho que o seu dedo já melhorou, Paul".
Eu ri. "Então, é você mesma!", eu disse.
"Você não imagina como era importante
para mim naquele tempo".

- "Eu imagino", ela disse.
-"E você não sabe o quanto significavam para mim aquelas ligações. Eu não tenho filhos e ficava esperando todos os dias que você ligasse".
Eu contei para ela o quanto pensei nela todos esses anos e perguntei se poderia visitá-la quando fosse encontrar a minha irmã.
-"É claro!", ela respondeu.
-"Venha até aqui e chame a Sally".

Três meses depois eu fui a Seattle visitar minha irmã.
Quando liguei, uma voz diferente respondeu:
-"Informações".

Eu pedi para chamar a Sally.
-"Você é amigo dela?", a voz perguntou.
-"Sou, um velho amigo. O meu nome é Paul".
- "Eu sinto muito, mas a Sally estava trabalhando aqui apenas meio período porque estava doente.
Infelizmente, ela morreu há cinco semanas".

Antes que eu pudesse desligar, a voz perguntou:
- "Espere um pouco. Você disse que o seu nome é Paul"?
- "Sim."
- "A Sally deixou uma mensagem para você.

Ela escreveu e pediu para eu guardar caso você ligasse.
Eu vou ler pra você".

A mensagem dizia:
" Diga a ele que eu ainda acredito que existem outros mundos onde a gente pode cantar também. Ele vai entender".
Eu agradeci e desliguei.
Eu entendi...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

DECIDI TRIUNFAR

Walt Disney

E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar'!
Decidi não esperar as oportunidades e sim eu mesmo buscá-las.
Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução.
Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis.
Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.
Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.
Naquele dia, descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de as superar.
Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez nunca tivesse sido.
Deixei de me importar com quem ganha ou quem perde. Agora me importava simplesmente saber melhor o que fazer.
Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima e sim deixar de subir.
Aprendi que o melhor triunfo é poder chamar alguém de amigo.
Descobri que o amor é mais que um simples estado de estar enamorado; o amor é uma filosofia de vida.
Naquele dia, deixei de ver um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser uma tênue luz no presente.
Aprendi de que nada serve ser luz se não iluminar o caminho dos demais.
Naquele dia, decidi trocar tantas coisas....
Naquele dia, aprendi que os sonhos existem para tornarem-se realidade e, desde aquele dia, já não durmo para descansar; durmo, simplesmente, para sonhar.

DICAS SOBRE LIDERANÇA

1 -Definir um propósito. Assegure que todos na organização compreendam quais são o papel e as responsabilidades de cada um. Deixe claro por que o trabalho de todos é importante e apresente suas expectativas antecipadamente.

2 - Promover o trabalho em equipe. Se os funcionários têm a oportunidade de contribuir idéias, o resultado são soluções melhores. O trabalho em equipe funciona melhor numa cultura em que todos têm voz e a voz de cada um é ouvida.

3 - Confiar e inspirar confiança nos outros. Ao reconhecer as contribuições de cada um para a equipe, a divisão de tarefas fica mais fácil. Entenda que todo membro de uma equipe traz consigo experiências valiosas. Quando podem aplicar essas experiências, os funcionários começam a sentir que realmente fazem parte da empresa.

4 - Liberar o potencial. Embora diretrizes e procedimentos sejam importantes, seguir as regras à risca demais podem sufocar o aparecimento de novas idéias. Algumas das melhores idéias decorrem de novas maneiras de pensar.

5 - Entender as necessidades de seus funcionários. Para um líder, o crescimento de cada funcionário é parte integrante do crescimento da empresa. Quando um líder entende os sonhos e aspirações do seu pessoal, todos sentem que estão sendo ouvidos.

6 -Reconhecer o valor de cada um. Como líder, transmita valor e potencial para que os funcionários possam dar o máximo de si. E reconheça sempre um trabalho bem feito.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Reflexões sobre a arte de viver

Joseph Campbel

Se você quer um título universitário para compensar um complexo de inferioridade, abra mão do complexo, pois ele é algo artificial.

Quando você cursa uma universidade, não faz aquilo que você quer fazer. Você descobre o que o professor quer que você faça para receber o diploma e faz isto. Se você quer o título para dar aulas, o ideal é fazer o curso da maneira mais rápida e fácil. Tendo recebido o diploma, aí você expande a sua educação.

Recebi uma bolsa de estudos na Europa, e fui cursar a Universidade de Paris. Estava dedicando-me ao francês e ao provençal medievais e à poesia dos trovadores. Quando cheguei à Europa, descobri a Arte Moderna: James Joyce, Picasso, Mondrian - toda aquela turma. Paris, em 1927-1928, era outra coisa. Depois, fui à Alemanha, comecei a estudar Sânscrito e me envolvi com o hinduismo. Depois Jung enquanto estudava na Alemanha. Tudo estava se abrindo - deste lado, daquele lado. Bem, a minha dúvida na época foi: "Devo voltar para aquela garrafa?" Meu interesse pelo romance celta se fora.

Fui à universidade e disse: "Olha, não quero voltar para aquela garrafa". Tinha feito todas as matérias necessárias para o título; só precisava redigir a maldita tese. Não me deixavam ir para outro lugar e dar prosseguimento aos estudos, e por isto eu disse, vão para o inferno. Mudei-me para o campo e passei cinco anos lendo. Nunca tirei meu Ph.D. Aprendi a viver com absolutamente nada. Estava livre e não tinha responsabilidades. Foi maravilhoso.

É preciso coragem para fazer aquilo que você deseja.

Outras pessoas têm um monte de planos para você.

Ninguém quer que você faça o que você quer fazer.

Eles querem que você embarque na viagem deles, mas você pode fazer o que quiser.

Eu fiz isto. Fui para o mato e li durante cinco anos.

Foi entre 1929 e 1934, cinco anos. Fui para uma pequena cabana em Woodstock, Nova York, e mergulhei. Tudo que fazia era ler, ler, ler, e tomar notas. Foi na época da Grande Depressão. Eu não tinha dinheiro, mas havia uma importante distribuidora de livros em Nova York chamada Stechert - Hafner, e eu escrevia e pedia livros para eles - os livros de Frobenius eram caros - e eles me mandavam alguns exemplares, e eu não pagava. Era assim que as pessoas agiam durante a Depressão. Eles esperaram até eu conseguir um emprego, e então eu os paguei. Foi um gesto muito nobre. Fiquei realmente grato por eles.

Li Joyce, e Mann e Spengler. Spengler fala de Nietzsche. Vou a Nietzsche. Então, descubro que não se pode ler Nietzche sem ter lido Schopenhauer, e por isso vou a Schopenhauer. Descubro que não se pode ler Schopenhauer sem ter lido Kant. Então, vou a Kant.- bem, concordo, você pode começar daqui, mas é bem difícil. Depois Goethe.

Era excitante ver que Joyce estava na verdade, lidando com o mesmo material. Ele nunca menciona o nome de Schopenhauer, mas posso provar que esse foi uma figura importante na forma como Joyce construiu seu sistema.

Depois leio Jung e vejo que a estrutura de seu pensamento é basicamente a mesma de Spengler, e fico reunindo todo este material.

Não sei como passei esses cinco anos, mas estava convencido de que ainda sobreviveria a mais alguns. Lembro-me de uma ocasião em que tinha uma nota de um dólar na gaveta de uma cômoda, e eu sabia que enquanto ela estivesse ali, eu ainda contaria com meus recursos. Foi bárbaro. Eu não tinha responsabilidade, nenhuma. Era excitante - escrever meus comentários no diário, tentar descobrir o que eu queria. Ainda tenho tudo isto. Quando leio esse material hoje, não consigo acreditar. Na verdade, houve momentos em que quase pensei - quase pensei - "Caramba, gostaria que alguém me dissesse o que eu tenho de fazer", algo assim Ser livre, implica tomar decisões, e cada decisão é uma decisão que altera o destino. É muito difícil encontrar alguma coisa no mundo exterior que se ajuste ao que o sistema dentro de você tanto anseia. Hoje, sinto que tive uma vida perfeita: aquilo de que precisava apareceu justamente quando eu precisava. Na época, eu precisava viver sem emprego durante cinco anos. Isso foi fundamental.

Como diz Schopenhauer, quando você analisa sua vida em retrospecto, tem a impressão de que seguiu um enredo, mas, no momento da ação, parece o caos: uma surpresa atrás da outra. Depois, mais tarde, você vê que foi perfeito. E tem uma teoria: se você estiver seguindo seu próprio caminho, as coisas virão até você. Como é seu próprio caminho, e ninguém o percorreu antes, não existe um precedente; logo, tudo que acontece é uma surpresa, e na hora certa.

Nota SOBRE JOSEPH CAMPBELL:

Em março de 2004 comemorou-se o Centenário de Nascimento de Joseph Campbell. Pesquisador, professor e escritor, Campbell foi um dos grandes intérpretes do mito do nosso tempo, fazendo-nos ver que os mitos não são histórias "de ontem" ou de deuses esquecidos, mas renovam-se diariamente como nossos sonhos e nossas energias.)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O LENHADOR

- Monja Coen Shingetsu -


Havia um lenhador que procurava pela árvore da paz. Ele a procurava nos lugares mais remotos, onde ser humano ainda não houvesse trilhado. Escalava as montanhas mais altas, pendurava-se à beira de grandes abismos. Há anos viajava o lenhador, passando por vários países, pedindo informações. Houve quem disse:
— Meu avô me contou que seu avô lhe contara que havia uma árvore assim. Era imensa, frondosa. As pessoas se sentavam à sua sombra e descansavam felizes, tranqüilas, em paz.
O lenhador experimentava várias árvores. Sentava-se à sua sombra, mas surgiam pensamentos, sons, imagens, nevoeiros. Surgiam guerras, massacres, dores, mortes, grandes desastres. Cabisbaixo se afastava e noutra região procurava.
Foram se passando os anos. Seus cabelos embranqueceram. Suas sobrancelhas também.
Suas pernas já não eram tão fortes. O machado fora trocado por um cajado. Mas não desistira da empreitada. Por toda a Terra caminhava, perguntando a toda gente, esperando que alguém, que alguma coisa lhe levasse à árvore tão almejada.
Um certo dia parou, cansado e pensativo. Será que era fantasia, que na verdade não existia essa árvore da Paz? Encostou-se num tronco qualquer, apoiando-se no braço para que os passantes não vissem que chorava de cansaço. As lágrimas foram caindo no terreno seco e árido. Soluçava nosso amigo, da procura de uma vida. Mesmo se a encontrasse agora como poderia levar suas sementes a tantas e tantas gentes?
Correra o mundo, é verdade. Estava a poucos passos da cidade de onde saíra, jovem e bem disposto, confiante que encontraria a legendária árvore que tudo transformaria. Tinha se tornado impossível viver como todos viviam. Roubavam e mentiam, medrosos se escondiam dos mais fortes, temerosos. Alguns ricaços gorduchos, panças inchadas de tanto luxo. Outros magros, arqueados, de fome morrendo dobrados. Havia os roncos medonhos de aviões tenebrosos, lançando bombas que em sangue marcavam o território. Havia a disputa mesquinha, que levava ao preconceito e à discriminação. Crianças eram abusadas, maltratadas, empregadas a pedir esmolas por jogar algumas bolas nas esquinas de quem tinha muito para dar e nada dava.
Ele era um lenhador, saído dos contos de fadas, das histórias mais antigas de aventuras e justiça, de verdades que são ditas e transformam realidades. Crescera sonhando um dia poder tudo revirar para que a paz retornasse ao seu lar e a de seus amigos, vizinhos, conhecidos e até mesmo de estranhos que estranhamente se comportavam...
Caminhara e caminhara. Ouvira histórias fantásticas, daquele homem da Índia que conseguira mudanças sem guerras, sem violências, no respeito e na decência. Mahatma Gandhi. Bom demais pensou quando menino lendo de sua história. Foi colocando na sacola os livros, os sonhos, a esperança. Na Índia também houvera o Buda Sagrado, que predissera que um dia tudo se transformaria. As pessoas confiavam que se seguissem seus ensinamentos haveria compaixão e sabedoria suprema. Logo a ternura se espalharia e todos se ajudariam como bons irmãos.
Cada lágrima dos olhos do ancião fazia brotar na terra um verde inesperado.
Teria sido por tudo e por todos, abandonado?
Mas de dentro dele surgiu uma força incomensurável. “Nada é impossível. Haverei de conseguir encontrar o fruto dessa árvore de paz, a semente da verdade.”
Ainda de olhos molhados, sentou-se ofegante. Tocou a terra coberta de grama nova, macia. Encostou-se no tronco forte e sem perceber, meditava.
No que se seguia lembrou-se do próprio Buda, que vivera na Índia por volta do século VI antes de Cristo, e a todos amavelmente sorria. Monges e monjas, pessoas de todas classes, castas, feições, cores, etnias. A todos Buda pregava dizendo dos venenos perigosos que matam a paz, a felicidade, a alegria.
O primeiro é a ganância. Quero e quero sem parar. Por mais que tenha sempre quero mais. Seja amor de minha mãe, atenção do professor, seja doce, sejam roupas, sejam carinhos, sejam diversões. Seja dinheiro, seja fama, seja luxo, sejam armas, seja amor. Dessa ganância vão surgindo ciúmes, ressentimentos, más ações e pensamentos. Logo faz algo errado, perde a paz, a tranqüilidade. Vive sedento de tudo e nada traz felicidade. Só o que cura esse mal é a doação, o entregar-se, o dar invés de cobrar.
O segundo é a raiva, danada de se conter. Enfurece por amor, por ódio e até por prazer. Parece que a pessoa passa a achar bonito quem fica furioso. Chega até a dizer que é “personalidade forte”. Na verdade são seres para serem apiedados, pois não conseguem, coitados, transformar a indignação em suave compaixão.
Compaixão significa saber o que o outro sente, compartilhar das tristezas, das dores das amarguras e fazer trabalho lindo de recuperar as criaturas. Porque sente com. Porque sente junto. Nós não rimos quando alguém conta uma coisa engraçada? Não choramos com filmes, histórias, foto, situações? Quando sabemos de alguém sofrendo queremos ajudar. A compaixão é natural, se formos naturais.
O terceiro veneno é a ignorância. Ignorância significa afastar-se da verdade. Estar dividido, partido, sem saber mais que somos uma só vida em movimento. Somos um só corpo universal se transformando constantemente. No que mexemos aqui, lá do outro lado repercute. Essa ignorância não é apenas falta de estudos. É falta de contato com o Sagrado, com a Essência de tudo.
Seu antídoto infalível é a Sabedoria Completa. O resultado de tudo é a árvore da Paz florindo e cobrindo o mundo.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Liderança espiritualizada - Parte 1

por Eunice Aboláfio

Para abordar este tema e atingir todo seu âmago, preciso iniciar tratando de um importante questionamento que me perseguiu durante anos de vida corporativa e que também deve estar presente na mente de muitos.

Aplicar a espiritualidade em uma empresa não seria uma utopia? A espiritualidade seria compatível com a competição do mercado, com os jogos de poder e vaidades e a sobrevivência financeira? Como ser um monge dentro de uma empresa, suportar as cobranças torturantes do dia-a-dia e ainda ter dinheiro para pagar todas as contas do mês?

Precisamos de professores para ensinar como viver com amor, dignidade e respeito à vida. A sociedade precisa de líderes que ensinem também como agir desta forma nas atividades profissionais e ter sucesso.

Pretendo abordar neste e nos futuros artigos, assuntos e situações práticas vividas por mim, que podem realmente ajudar a trilhar este caminho, mesmo sabendo que estaremos dando apenas incentivo para alguns pequenos passos de uma grande e necessária mudança pessoal e corporativa.

De nada adianta a presença freqüente aos encontros religiosos de domingo para rezar, jurar seguir as doutrinas e pedir a ajuda divina e na segunda feira assumir uma outra identidade, com atitudes incompatíveis a tudo isso. Certamente, é mais fácil praticar os valores humanos dentro de um mosteiro ou uma igreja, mas no estágio evolutivo em que a humanidade se encontra, temos que aprender como fazer isso também no ambiente de trabalho, com os amigos e na família.

Enfatizei a importância do “como fazer”, pois senti na pele os meus conflitos internos, quando sabia não ser certo ou justo fazer alguma coisa que a cultura empresarial ou meus chefes exigiam que eu fizesse, apenas por que era necessário ser feito. Com olhares maldosos esses “chefes”, pobres seres humanos adormecidos, diziam que era assim que eu aprenderia a gerenciar equipes. Sofria, mas sabia que “as empresas não tinham coração” e que se eu quisesse continuar a trabalhar e seguir uma carreira corporativa, haveria de aprender a agir assim ou sobreviver até encontrar um outro caminho melhor, que não conseguia enxergar.

Felizmente, encontrei alguns líderes de verdade, que foram me mostrando gradativamente como agir com respeito para com as pessoas e também como ensinar, delegar, cobrar e desenvolvê-las, com o mais importante: trazendo resultados para a empresa. Assim eles fizeram comigo e eu com outros. Uma verdadeira corrente do bem, também muito invejada e criticada dentro das empresas.

Vi muitas vezes estes líderes maravilhosos serem desrespeitados ou criticados pelos seus pares e superiores, aqueles mesmos seres humanos adormecidos que também eram invejosos, mas mesmo acompanhando o sofrimento deles, eu e muitos outros os admiravam mais e mais, pois eles não mudavam suas atitudes para adormecerem como os outros. Tempos depois era eu quem estaria sofrendo estas mesmas situações e procurando seguir seus exemplos.

Hoje percebo que muito sofri quando algum de nós mudava de empresa. Achava que nunca mais encontraria pessoas assim. Realmente, não era tão fácil mesmo, mas de alguma forma nós nos reencontramos muitas outras vezes, até para trabalharmos novamente juntos em outras empresas e projetos. Formamos ótimas equipes de trabalho, pois havia entre nós o conhecimento seguro de que compartilhávamos dos mesmos valores e comportamentos. Assim, tínhamos nossos objetivos em comum, todos eram informados de tudo e as decisões eram compatíveis. Dirigíamos as equipes com total sincronismo, atingíamos bons resultados e o clima era excelente, trabalhávamos felizes, mesmo com os ataques de outras áreas.

Certa vez, estávamos vivendo uma séria crise na empresa e até os salários chegaram a atrasar alguns dias. Procurávamos conversar muito com as equipes e mantínhamos todos informados das ações que estavam sendo tomadas, das datas certas em que os pagamentos seriam realizados e pedíamos idéias para novas ações, assim como enfatizávamos a importância de estarmos unidos para superar a crise. Mesmo nesta situação, as equipes trabalharam duro, até mesmo além do horário normal e ainda assim a alegria continuava.

Havia respeito e confiança nas lideranças que também estavam sempre presentes, além de reconhecer a força da equipe.

Outros líderes, invejosos e rígidos dentro de seus escudos, rejeitavam de pronto qualquer nova idéia, sempre listando inúmeros empecilhos ou ainda querendo mostrar que já haviam feito isso no passado e que de nada adiantou. Seus colaboradores estavam apáticos, tristes e achavam que as equipes felizes eram formadas de palhaços, alienados no meio de uma desgraça.

Todos tiveram que passar pela crise, mas alguns foram mais felizes e souberam fazer dela a oportunidade de crescimento e aprendizado; outros, apenas sofreram.

Deixo aqui algumas dicas:

▫ Acredite que é possível ser um ser humano melhor e assim melhore suas relações com a família, filhos, colegas de trabalho, chefias e muitas outras.
▫ Não queira mudar os outros, foque nas suas mudanças.
▫ Não tenha medo ou vergonha de ser diferente. Procure AMAR, não julgar e entender as pessoas e seus sentimentos. Você verá o quanto somos parecidos com nossos medos, mas diferentes em nossas reações e sentimentos.
▫ Procure ter mais consciência do impacto que suas palavras e ações causam nas pessoas ao seu redor e pergunte a elas de que forma você poderia melhorar, mas por favor, ouça com atenção sem justificar-se, certo?
▫ Fale mais de seus sentimentos e dificuldades para as pessoas que ama, até mesmo para seus filhos pequenos. Eles irão enxergar o quanto você é gente como eles e ficarão mais próximos.
▫ Seja cada vez mais humilde e menos competitivo. Não fique exibindo suas qualidades, mas perceba e valorize as qualidades alheias.
▫ Quando alguém o irritar com alguma atitude, descubra quando e com quem você também é assim, mesmo que em menor intensidade ou mais disfarçado.

Lendo, pode parecer tudo fácil ou até que já é feito normalmente, mas será que seu marido, esposa ou companheiro(a) diria a mesma coisa? E seus colegas ou subordinados?
Que tal praticar a humildade e perguntar a eles?

A Liderança Espiritualizada – Parte 2- “Deixando de lado o Morde e Assopra”

por Eunice Aboláfio

Ser espiritualizado ao liderar pessoas exige o exercício constante do equilíbrio, fugindo dos extremos da dualidade como, por exemplo, as oscilações entre o autoritarismo e o paternalismo, popularmente conhecido como a liderança do “morde e assopra”. Embora a imagem de bonzinho possa erroneamente ser confundida com o termo espiritualizado, este está muito longe da idéia de extrema proteção e cuidados exagerados, como age um pai protetor.

Quando tratamos com pessoas adultas, sabemos da responsabilidade de cada um frente às suas escolhas. Resta saber se as escolhas, dentro de uma organização ou equipe de trabalho, estão claras e evidentes para todos.

Há dias que acordamos tranqüilos ou felizes com os resultados que atingimos e tratamos nossos colaboradores com muita atenção, ouvindo e orientando cada um em suas tarefas e dificuldades. Em outros momentos de maior aflição, achamos todos pouco comprometidos e incapazes de trabalhar como nós mesmos. Endurecemos na nossa comunicação, soltando nossa fúria para aliviar nosso vulcão interno e futuras demissões parecem ser inevitáveis.

Este vulcão em erupção mostra uma criatura grosseira, comunicando-se com dificuldade, exigindo que todos façam o que ela quer e da forma que considera a melhor, sem tempo para muitas explicações. Sua fala é firme, indicando as tarefas obrigatórias e os resultados exigidos. Também virão críticas, muitas em público humilhando as pessoas, cobranças duras, ameaças declaradas ou camufladas, causando terror e angústia nas pessoas. O foco estará nos erros e logicamente dos culpados.

Quanto mais nervosos e pressionados pela alta direção, mais as lideranças tendem a endurecer e deixar de perceber os impactos negativos que estão causando nas pessoas, agravando cada vez mais os fatores estressantes para a equipe e para eles próprios. Com este ambiente tenso, os erros irão aumentar e o vulcão nunca poderá ficar inativo por muito tempo.

Encontro centenas de chefes com predominância deste temperamento em todos os níveis hierárquicos, principalmente nos momentos de maiores pressões pelos resultados, cada vez mais freqüentes. Alguns são conscientes da sua forma agressiva, mas consideram seus comportamentos adequados para a empresa e para as suas equipes. Chegam até a se divertir com o medo que causam nas pessoas, confundindo medo com respeito, poder com autoridade, além de considerar que os resultados justificam seus métodos.

Facilmente encontramos nas equipes destes “chefes” desumanos a maior utilização do ambulatório médico da empresa, além das dispensas médicas e faltas justificadas. São freqüentes as enxaquecas, gastrites, úlceras, dores musculares, entorses, depressão, resultados da somatização de pessoas angustiadas, vivendo em constante pressão e precisando do emprego.

Uma chefia agressiva ou com problemas de comunicação eficaz, também sofre com a sua saúde física, pois mesmo obtendo bons resultados, estes não são sustentáveis. Muitas conseqüências demandarão ainda mais trabalho, como ter que administrar conflitos, ausências, demissões e novas contratações. Um ciclo danoso que sempre tem que ser alimentado, mesmo que inconscientemente, para continuar a existir.

Existem pessoas que após suas explosões são atormentados pela própria consciência e procuram retomar os relacionamentos saudáveis com a equipe, como se nada houvesse acontecido. Chamam para almoçar, falam de assuntos diferentes como futebol (um dos preferidos), perguntam sobre os filhos, como querendo mostrar que tudo já passou e que são humanas. Pena que não percebam que esta atitude e suas intenções estão evidentes e que suas explosões nunca serão esquecidas.

A instabilidade emocional da chefia também refletirá na instabilidade da equipe. Poderemos encontrar em decorrência disso a falta de comprometimento com a empresa, de espírito de equipe, de criatividade, de inovação, além da dificuldade de se descobrir precocemente os erros.

Com este cenário emocional, imaginem:
- Quem irá mostrar os erros nos processos, temendo ser considerado o culpado ou provocar novamente o vulcão? Mais fácil escondê-los e deixar estourar nas mãos de outra pessoa.
- Quem terá a coragem de se expor e propor inovações? Melhor oferecer o seu trabalho trivial, não chamar a atenção e garantir seu emprego e salário.

Podemos observar que as conseqüências comportamentais podem ser exatamente os aspectos que ninguém deseja ver nas equipes de trabalho.

Como fazer para mudar isso? Com muita autoconsciência, paciência e respeito, tratando os outros da forma como gostaria de ser tratado, considerando que eles podem não saber TUDO aquilo que você já conhece muito bem. Você é um líder para mobilizar as pessoas para atingirem os objetivos da organização. Se isso não fosse importante, seu cargo não existiria, pois todos saberiam o que fazer e o fariam sempre a contento.

Procure entender os motivos pelos quais as pessoas estão errando e ao invés de julgá-las como incompetentes, procure ajudá-las agindo estrategicamente na causa raiz das dificuldades, apoiando assim o desenvolvimento profissional de cada um.

Prevenindo problemas, estabeleça pequenos contratos verbais bem claros com seus colaboradores, ao passar cada tarefa. Estabeleça os prazos de entrega após certificar-se de que tudo está perfeitamente entendido. Observe bem se a pessoa assumiu a responsabilidade da tarefa com segurança e que possui todos os recursos para isso. Lembre-se também de ouvir o que ela tem a dizer, não deixando os detalhes para trás. Caso seu colaborador necessite de apoio de outras pessoas ou departamentos, esteja certo de que todos os envolvidos estejam comprometidos com a mesma tarefa. Deixar que ele sozinho administre outras pessoas, seus colegas dentro da organização, pode comprometer o resultado final.

Depois deste contrato inicial tão vital para o sucesso, não deixe de monitorar as fases intermediárias, se possível analisando indicadores do processo. Talvez seja preciso intervir, conduzindo o aprendizado do seu funcionário com perguntas inteligentemente construídas, enquanto ele age. Desta forma, das próximas vezes ele saberá fazer tudo bem melhor e sozinho.

A justificativa que mais escuto sobre agir desta forma é o acúmulo de trabalho e a falta de tempo. Será que você já estava pensando assim?

No caos do dia-a-dia já estabelecido pelos comportamentos condicionados, estamos tranquilamente salivando ao ouvir a campainha, como os ratinhos do Pavlov. Alguém tem que quebrar este condicionamento e o líder deve se conscientizar de que é ele quem toca a campainha.

Procure planejar suas atividades semanais com tempo para fazer os contratos e acompanhar cada pessoa da sua equipe gradativamente, começando com os processos e pessoas que causam mais problemas. Se a sua intervenção for bem planejada e conduzida com calma, em pouco tempo estes problemas não irão mais ocorrer e sobrará um pouco mais de tempo para planejar e atuar em outros processos e com outras pessoas.

Planejamento, critérios claros, diálogos francos, desenvolvimento e acompanhamento de seus colaboradores o farão sentir-se mais justo, até quando for demitir alguém. Uma maneira tática e estratégica de exercer uma liderança eficaz.