quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Autoconfiança

::Rosemeire Zago::



O quanto você confia em si mesmo? Quantas situações, trabalhos, pessoas, você não deixou passar simplesmente por não confiar mais em si? Autoconfiança é importante para todas as pessoas, em todas as áreas da vida, é uma questão de sobrevivência. A premissa básica é que ninguém consegue transmitir confiança se não confia em si mesmo, seja na relação afetiva, pessoal, profissional.

Por exemplo, como uma pessoa pode vender um produto se não confiar em si mesma? Acredito que o diferencial é acreditar em si mesmo, o que irá se refletir no seu produto e na empresa a qual trabalha, o que irá com certeza ser transmitido ao cliente. Como transmitir confiança na relação afetiva, sem conflitos gerados pela insegurança se não confiar em si mesmo? Enfim, a confiança no outro depende muito da confiança em si.

A insegurança, ou falta de confiança em si mesmo, pode trazer algumas características como medo de amar, da mudança, de cometer erros, da solidão, de assumir compromissos, responsabilidades, entre outros. O inseguro não confia em seu valor pessoal, não acredita em suas habilidades, nem em sua capacidade, o que o impulsiona a se apoiar nos outros. Por não confiar em si, acaba por desenvolver a dependência nos filhos, marido, esposa, amigos, colegas de trabalho, etc. Em vez de se unir pelo amor, se une pela insegurança, o que o faz controlar as atitudes, quando não os sentimentos do outro. Controla e vigia em razão das dúvidas que tem sobre si mesmo, criando cobranças, conflitos e muitas dificuldades em seu relacionamento. É como se quisesse uma certeza daquilo que não encontra dentro de si.

A falta de autoconfiança pode se manifestar em sentimentos de incapacidade, impotência, e dúvidas paralisantes sobre si mesmo. Quando questionado, abre mão com muita facilidade de suas opiniões, mesmo quando são boas, deixando de expressar muitas vezes idéias valiosas. Nunca possui certeza suficiente e quer sempre se certificar das coisas e controlar as pessoas. É excessivamente cauteloso e vigilante, desconfia de tudo e de todos, como reflexo de falta de confiança em si mesmo.
Quem não confia em si, sente muita dificuldade para enfrentar desafios e, cada fracasso, quando acontece, confirma uma sensação de incompetência, trazendo muito sofrimento. São pessoas indecisas, principalmente sob pressão.

A insegurança pode chegar a tal ponto de fazer com que a pessoa, na ânsia de ser amada, transforme a necessidade natural de amar em uma necessidade patológica, doente, alcançada pela possessividade. Mas quando começa a se formar a autoconfiança? Na infância. Pessoas inseguras podem ter tido uma educação autoritária dada pelos pais, que escolhem pelos filhos desde a roupa que vão usar, amigos, profissão, não permitindo que a criança expresse suas próprias opiniões e desejos. Educar, ensinar, colocar limites, todos sabemos que são fatores importantes na educação, mas limitar o desenvolvimento natural do outro, é torná-lo tão inseguro quanto uma educação superprotetora.

Em razão disso, desde crianças, passam a utilizar uma máscara de bonzinho como meio de ser aceito, reconhecido, aprovado, amado, mas dentro de si carregam uma enorme insatisfação interior que pode explodir numa raiva inesperada contra aqueles com quem convivem. O direito de decidir deve ser estimulado desde a infância. Crianças crescem aprendendo que os outros devem decidir por elas, depois quando se tornam adultos inseguros são cobrados que tenham atitudes, opinião. Como lidar com conceitos tão contraditórios?

Já as pessoas que confiam em si mesmas são decididas, sem serem arrogantes ou defensivas, e se mantêm firmes em suas decisões; apresentam-se de maneira segura, têm presença; são capazes de expressar opiniões e se expor; são eficientes, capazes de enfrentar desafios, dominar novos trabalhos e tomar decisões sensatas mesmo sob pressão. Pessoas auconfiantes exalam carisma e inspiram confiança nos que as rodeiam. A autoconfiança fornece a necessária confiança para assumir principalmente a função de líder.

Mas é preciso ficar atento entre demonstrar que confia em si e realmente confiar. Como também a confiança em excesso pode ser um problema, pois o excesso de autoconfiança pode gerar imprudência e parecer arrogância, que é fruto da ignorância, muitas vezes de si mesmo. Na verdade, pessoas que se mostram muito autoconfiantes, geralmente ocultam um sentimento de inferioridade e insegurança. Muitos buscam refúgio numa atividade intelectual e se colocam, por exemplo, na posição de autoridade, como estratégia emocional para ocultar o sentimento de inferioridade que muitas vezes sentem em seu íntimo.

A autoconfiança é resultado da auto-estima. A autoconfiança é um termo usado para descrever como uma pessoa está segura em suas próprias decisões e ações. Isto pode ser aplicado geralmente às situações ou às tarefas específicas. É ter certeza sobre a capacidade, valores e objetivos. A autoconfiança nunca é herdada; é aprendida. A auto-estima inclui a avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma. É ter consciência de seus valores e só quando temos essa consciência é que podemos confiar naquilo que somos capazes. Mas para sabermos do que somos capazes é essencial o autoconhecimento.

Os maiores inimigos da autoconfiança são: a cobrança interna e externa exagerada, o perfeccionismo, medo, a crítica, rigidez, comparação, inveja, dúvida e também a necessidade de aprovação e reconhecimento, pois tudo isso dificulta a mudança e o desenvolvimento, seja profissional ou pessoal. O pensamento não consigo fazer é incapacitante. A autoconfiança é um atributo importante porque a falta da opinião nas conseqüências de uma ação cria tensão, que aumenta a probabilidade de fracasso, causando assim uma pessoa depressiva.

Para elevar a autoconfiança é importante ter percepção emocional, que significa reconhecer as próprias emoções. As pessoas com essa percepção sabem que emoções estão sentindo e por que; conseguem relacionar seus sentimentos com o que pensam, fazem e dizem; reconhecem como seus sentimentos afetam seu desempenho e aqueles com quem trabalham e convivem; possuem uma percepção de seus valores e objetivos. É igualmente importante fazer uma auto-avaliação precisa, ou seja, reconhecer os próprios recursos, capacidades e limitações. São pessoas conscientes de seus pontos fracos, capazes de reflexão, aprendendo com sua experiência e com os erros, sem culpas; e mostram mais abertas e flexíveis ao aprendizado, mudanças e autodesenvolvimento.

Por que a autoconfiança está diretamente relacionada com o autoconhecimento? Você confia em quem não conhece? O mesmo princípio se aplica a cada um de nós. Não podemos confiar em nós mesmos sem nos conhecermos. O autoconhecimento é importante para tudo na vida e requer um constante exercício diário de reflexão. Quem não se conhece não se ama, não muda, não se desenvolve, não cresce. Aquele que não conhece a si mesmo dificilmente terá um bom relacionamento com os outros, causando conflitos ao projetar no outro aquilo que está dentro de si, mas nega.

O caminho mais indicado para elevar o autoconhecimento é o diálogo interno. É isso mesmo, conversar consigo mesmo. As pessoas querem falar, serem ouvidas, mas não se ouvem. É preciso aprender a ouvir a própria voz, que ora vem do coração, da alma, ou seja, suas emoções; ora de sua mente, sua razão. Só quando ouvimos razão e emoção conseguimos atingir o equilíbrio.

Para quem deseja elevar seu autoconhecimento é imprescindível a psicoterapia, que em conseqüência irá reconhecer seu valor, suas habilidades, aprendendo a desenvolver a tão importante confiança em si mesmo. E que diferença isso faz!

13 comentários:

  1. PARABÉNS PELO SEU BLOG FERNANDA MAYORAL!

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  2. Obrigada Lara! Sinta-se à vontade para uma visita sempre que quiser!

    Abraços,
    Fernanda

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    1. Fico feliz em saber que gostou Paulo!! Será muito bem vindo ao blog!

      Abraços,
      Fernanda

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  4. Oi Fernanda!
    Estava me setindo mal comigo mesma hoje e dai achei teu blog que conteve exatamente o que eu queria ouvir/ler.
    Agora estou me sentindo aliviada em saber que a minha falta de autoconfianca vem da minha falta de dialogo comigo mesma.
    Talvez a resposta esta em sentir pena de min mesma.
    Eu te prometo que a partir de hoje terei conversas diarias com o meu EU interior antes de comecar o meu dia de trabalho.
    Eu terei pensamentos positivos e jamais me deixarei lever pelos obtaculos. Te prometo isto porque sei que quando eu prometo algo eu sempre cumpro. Um abraco da Marina de Larvik

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  5. Oi Fernanda!
    Eu te agradeco por publicar este blog.
    Sabe eu nao sabia que a falta de autocaconfianca vinha da carencia de dialogo comigo mesma. Ja percebi que ter pena de min mesma nao me ajuda em nada. A genta tenta jogar a culpa na infancia ruim do mal tratamento dos pais etc. mais na verdade so eh uma desculpa para nao encarar os problemas que a vida nos enpoem. Eu vou mudar daqui por diante a meneira de encarar os meu problemas perguntar para min mesma o que esta me perturbando. E sobretudo nao me sentir menor do que ninguem.
    Um abraco da Marina

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    1. Oi Marina! É um prazer recebê-la aqui no Blog. Seja bem-vinda!! Fico feliz em saber que esse texto fez bem para você e mais feliz ainda ao saber que decidiu mudar algumas atitudes! Desejo sucesso na sua nova "empreitada"! Beijos!

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  6. Querida!!! Muito obrigada por ter passado em minha vida deixando fortes lembranças, que o tempo jamais se apagarão, pois eu hj amo mais e mais, e ganhei da vida este lindo presente que foi conhecer-te e se não bastasse, ainda a pessoa maravilhosa de uma sensibilidade fantástica que és o seu companheiro... Muita grata até as próximas oportunidades!!!

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    1. Nos que agradecemos a sua presença em nossos eventos e o carinho e confiança que sempre depositou em nos! Um grande beijo para você querida!

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  7. Parabéns!

    Gostei muito de ler o texto, ele aborda todas as adversidades que temos, principalmente em poder perceber que tudo acaba da forma que escolhemos para nós mesmos, e que a cada mudança de atitudes só dependem do nosso próprio interior.
    Vou aderir a minha Vida.
    Daiana

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  8. parabéns pelo texto falou diretamente comigo, que Deus a abençoe maia e mais.
    Comecei ontem uma busca:
    deixar o comodismo
    busca do autoconhecimento.
    busca da autoconfiança.

    Um forte abraço.

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  9. Me identifiquei. Sou muito insegura.Curso Pedagogia e, nas horas em que preciso realizar algo como projetos tenho medo da não dar certo,de arriscar.Sou muito indecisa.Gostei de seu blog.Importantíssimo para mim.

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