terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Descomplique, simplifique e seja bem mais feliz!

:: Rosana Braga ::






Por que tantas pessoas têm a impressão de que serão consideradas mais responsáveis na mesma medida em que mais complicadas forem suas vidas? Parece que resolveram acreditar que simplicidade, neste mundo globalizado, é sinônima de descompromisso.

Por conta desta distorção e desta conclusão completamente equivocada, milhares de pessoas têm sofrido bem mais do que o necessário para atingir resultados que poderiam ser facilmente alcançados com uma boa dose de objetividade e transparência.

Casais que transformam motivos banais em decretos que sustentam guerras intermináveis. Pais que gritam e esbravejam com seus filhos quando bastaria uma conversa clara e direta. Amigos que insistem em apontar uma mancada do outro quando poderiam aceitar um pedido de desculpas e seguir adiante.

Enfim, contaminados pela ansiedade, envenenados pela dinâmica insana de uma rotina inconsciente, muitos têm perdido o melhor da vida por conta de picuinhas. Tanto alimentam os detalhes irrelevantes que nem se dão conta dos momentos especiais.

A boa notícia é que pequenas mudanças podem surtir importantes efeitos. Sugiro que você comece a validar o que há de bom, tanto em si mesmo, quanto nos que estão ao seu redor e na sua vida em geral. Pare de ignorar o esforço de cada um e comece a perceber que todos nós, indistintamente, tentamos fazer o nosso melhor com o intuito singular de sermos aceitos e amados.

A grande maioria dos nossos problemas não passa de pura invenção de nossa mente. Complicamos porque temos medo de não estarmos prontos para caso algo dê errado. No entanto, raramente dá errado. E para comprovar esse fato, apenas tente. A partir de hoje, simplifique! Esteja presente! Viva o que há para ser vivido, mantenha-se em sintonia com seus sentimentos e descubra que ser feliz é bem mais fácil do que você sempre imaginou.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Nova atitude diante da vida

::Teresa Cristina Pascotto::

O texto de hoje é uma homenagem a uma grande amiga, que por sinal acabou de sair da minha sala "reclamando" por eu estar postando menos ultimamente... Kelly, quando estava lendo o texto de hoje, não pude deixar de pensar em você e em tudo que conversamos!! Acho que essas palavras cabem perfeitamente no seu "bolso"!! Parabéns pelas suas vitórias e conquistas, e nunca esqueça a guerreira que você acabou de despertar do seu interior!



Mesmo que vivendo no nosso "velho mundo", sentindo-o e experimentando-o com as mesmas reações negativas, as mesmas resistências e os tão conhecidos medos, podemos mudar a nossa realidade física, apenas assumindo uma nova atitude diante da vida. Muitas vezes, pensamos que nossa vida mudará e nos trará a realização de nossos desejos, somente quando e se mudarmos radicalmente internamente e, principalmente, quando o mundo à nossa volta, conforme o percebemos, dentro de nossa limitada e distorcida percepção, estiver totalmente diferente e adequado às nossas necessidades, favorecendo plenamente nossas intenções, atitudes, ações e pensamentos.

Acreditamos que só teremos possibilidades de conquistas e realizações se tudo mudar plenamente, tanto interna quanto externamente. Claro que é preciso que busquemos nos conhecer de verdade e tentemos modificar nossa realidade interna, mas isto não quer dizer que precisamos mudar radicalmente para só, então, conseguirmos nos realizar. Esta crença está baseada no perfeccionismo e, se nos mantivermos presos a ela, ficaremos estagnados para o resto de nossas vidas.

Para conseguirmos realizar nossos anseios internos, deveremos sim procurar nos conhecer mais profundamente, para compreendermos o real motivo da existência de nossas amarras internas que nos impedem de avançarmos. Este autoconhecimento, com aceitação e desejo (não é ação, mas simplesmente desejo) de mudanças, será suficiente para começarmos a agir de forma muito diferente da habitual. Mas esta forma diferente não será baseada na velha referência do que somos e vivemos até agora, mas sim, a partir de quem somos no momento presente. Esta é somente uma base para criarmos nossa nova atitude.

A nova atitude acontece a partir de uma atitude de aceitação daquilo que "ainda somos" - com toda a nossa negatividade interna, nossas ações, sentimentos e reações negativas - e do velho mundo à nossa volta. As mesmas coisas continuam nos acontecendo e continuamos presos dentro dos mesmos círculos viciosos; nada precisa mudar plenamente, para que possamos começar a mudar nossa realidade interna e externa verdadeiramente, a partir do novo.

Essa atitude de aceitação de quem somos, favorece para que possamos apenas e simplesmente nos entregarmos à criação do novo em nossa vida, com uma atitude de quem "nada sabe" e de quem percebe o conflito criado pelo o velho dentro de nós, que se assusta diante da nova proposta de mudança, com novas criações e possibilidades, e sobre as quais não temos nenhum controle, pois não temos nenhuma referência anterior - é novo de verdade - e desconhecemos até mesmo sua fonte. Aceitando que nada sabemos a respeito desse novo e respeitando o sinal de nosso coração que nos diz que devemos nos entregar e agarrar a chance, podemos arriscar e nos aventurar dentro desse mundo novo cheio de possibilidades, existência e criações.

Nessa entrega à aventura da nova vida, poderemos sentir uma sensação de grande desconforto interno, proveniente da manifestação do medo extremo de nosso Ego e de nosso eu inferior, por sentirem que estão perdendo o controle e o poder sobre nós. Caso isto ocorra, devemos aceitar integralmente e, mesmo que venhamos a nos sentir desagradável e assustadoramente mal, devemos ter a atitude de quem está consciente do motivo de tamanho desconforto e assumirmos a postura de quem está totalmente zerado de conhecimentos. É assumirmos uma postura de quem está diante de algo que nunca viu sobre o qual nada ouviu falar, que não tem a mínima idéia do que seja ou do que se faça com isso.

A atitude ideal é igual a de uma criança pura, ingênua e crédula, com olhar encantado diante de algo novo e belo, que só percebe o brilho do novo, o qual não faz a mínima idéia do que seja, mas que sabe e sente, em seu coração, que é algo bom, que nenhum mal lhe causará, que deseja ter para si e se abre para receber.

Apesar de nada saber sobre o novo, a criança o recebe sem nenhuma referência ou expectativa. Sua única expectativa é no sentido de ter prazer, ela só espera ter prazer, não está contaminada com crenças de que o novo é perigoso e lhe causará mal. Ela o recebe com pureza de coração, mesmo que seu mundo e suas referências de mundo, sejam os mesmos. É capaz de receber algo que lhe encanta o coração, mesmo que não saiba absolutamente nada a seu respeito e não saiba o que fazer nem como e quando usar. Nem sabe o que acontecerá quando começar a usar. Ela simplesmente se encanta, deseja, pede e recebe. Ela acredita. Após receber, parte para exploração daquilo que a vida lhe ofereceu, parte para a divina descoberta, sem pensar se está certa ou errada na maneira de usar, simplesmente se aventura.

A cada descoberta obtém um novo resultado e se surpreende. Algumas vezes, alguns resultados poderão causar-lhe medo, mas ela somente se afasta um pouco e observa. Quando percebe que nenhum mal lhe causou, volta novamente à exploração para descoberta de novas possibilidades de uso, de recursos e novos e excelentes resultados. Ela é corajosa e não se deixa intimidar e desistir apenas por que encontrou algumas dificuldades ao se aventurar no novo jeito de ser e fazer.

Nesta atitude, ela se torna cada vez mais sábia e descobre que esse novo presente divino, é uma fonte inesgotável de prazer e de possibilidades e recursos para criar o novo verdadeiro em sua vida, para que esta se torne satisfatória e condizente com suas necessidades e realidade.

Se esta criança, ao contrário, tomar a velha atitude de ficar receosa diante do novo, fugindo dos sinais favoráveis de seu coração e seguir a mente desconfiada que lhe diz: "hum, é bom e brilhante demais pra ser verdade... isso não é pra mim, é melhor recuar", ela perderá a chance divina de se realizar e ser feliz.

Então, quando você deixará o novo se apresentar em sua vida? E, quando ele se apresentar, que atitude irá tomar?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Quem é o seu amante?

PRECISAMOS TER AMANTES!!!

Psicodramatista, escritor argentino e Gestalt-terapeuta nascido em Buenos Aires em 1949 em uma família modesta no bairro da Floresta, ele se formou como médico em 1973 na Universidade de Buenos Aires, especializado em doenças mentais no serviço de ligação do hospital Pirovano, de Buenos Aires e da clínica Santa Mônica. É psicoterapeuta de casais e adultos e atualmente, seu trabalho como ajuda profissional, como ele define, é dividido entre as suas conferências de ensino terapêutico, que emite vários anos viajando pelo mundo, e da divulgação de seus livros em ferramentas terapêuticas do autor.

Amante é "alguém!" ou "algo" que nos faz "namorar a vida" e nos afasta do triste destino de "ir levando"!..



Quem é o seu amante?
::Jorge Bucay::


Muitas pessoas têm um amante e outras gostariam de ter um. Há também as que não têm, e as que tinham e perderam. Geralmente, são essas últimas que vêm ao meu consultório, para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia, pessimismo, crises de choro, dores etc.

Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar seu tempo livre.

Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.

Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: “Depressão”, além da inevitável receita do antidepressivo do momento.

Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que não precisam de nenhum antidepressivo; digo-lhes que precisam de um AMANTE!!!

É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho.

Há as que pensam: “Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas”?! Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais.

Para aquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte: “AMANTE é aquilo que nos apaixona; é o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono; é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir.

O nosso “AMANTE” é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.

Às vezes encontramos o nosso ”AMANTE” em nosso parceiro. Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto…

Enfim, é “alguém” ou “algo” que nos faz “namorar a vida” e nos afasta do triste destino de ir levando.

E o que é “ir levando”?

Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva. Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã.

Por favor, não se contente com “ir levando”… Seja também um amante e um protagonista DA SUA VIDA!

Acredite:

O trágico não é morrer; afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver… Por isso, e sem mais delongas, procure algo para amar…

A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:
PARA ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Rejeição

:: Elisabeth Cavalcante ::



O amor é o mais importante combustível para a nossa vida. Ele nos nutre e fortalece nosso ser, tornando-os fortes para enfrentar qualquer desafio que a vida nos apresente.

Mas, quando este alimento não nos é dado na medida exata, principalmente no inicio de nossas vidas, a autoconfiança e o sentido de valor que nos atribuímos pode ficar seriamente comprometido.

Desde muito cedo aprendemos o prazer que o amor e a aprovação de nossos pais podem nos proporcionar, e percebemos como a falta desse amor é dolorosa.

O sentimento de rejeição por parte da mãe ou do pai é, infelizmente, muito comum neste mundo em que os seres humanos, em sua grande maioria, ainda não vivenciam o estado de equilíbrio ideal para formar uma família.

A falta de maturidade e preparo para a importante tarefa de criar um filho, está na raiz do sentimento de rejeição. Dificuldades materiais, insegurança na relação afetiva e problemas emocionais não resolvidos podem fazer com que um filho, que deveria ser motivo de alegria e realização interior, acabe sendo recebido como um fardo pesado demais.

Para muitas pessoas este sentimento é inconsciente e nem sempre percebido objetivamente. Mas a criança rejeitada, na maioria das vezes acaba atribuindo a si a culpa pelo fato de não ser amada, e introjeta um sentimento de que não tem qualidades suficientes para merecer esse amor.

Como as emoções e percepções de nossa infância acompanham-nos ao longo da vida, continuamos, na idade adulta, carregando os sentimentos da criança que fomos um dia. A falta de amor por parte dos pais acaba fazendo com que a pessoa se recuse a amar a si mesma, por achar que não é merecedora.

Ao mesmo tempo, segue faminta, carente de atenção, aceitando qualquer migalha que alguém se disponha a lhe dar. A carência está por trás de muitas relações afetivas infelizes, já que a ânsia por estabelecer um relacionamento afetivo, faz com que as pessoas ignorem os sinais que a vida apresenta, de que aquela relação não será capaz de preencher seu vazio interior.

Para sair de tal labirinto são necessários vários passos: em primeiro lugar libertar-se do sentimento interior de culpa, e perceber que as causas da rejeição não estão relacionadas com ela, mas sim com dificuldades e bloqueios daqueles que a rejeitaram.

O segundo, e mais importante passo, é perdoar. Por mais difícil que seja, esta etapa do processo é essencial para que a libertação se concretize. Aprender a ver os próprios pais como seres em evolução, com fragilidades, bloqueios e limitações é a única forma de conseguir ter por eles a compaixão necessária para o exercício do perdão.

O próximo passo é praticar, diariamente, o amor por si mesmo, esforçando-se por perceber objetivamente as próprias qualidades e aceitar-se exatamente como se é.

Quando conseguimos nos amar e nos nutrir emocionalmente, tornamo-nos livres para estabelecer relacionamentos afetivos baseados no desejo de compartilhar, e não mais na necessidade de termos preenchido nosso vazio interior.

Amor e a capacidade de estar só (Trecho retirado de Osho, The Dhammapada)

Você deveria ser capaz de estar só, completamente só e, ainda assim, tremendamente feliz. Então, você pode amar. Então, seu amor não é mais uma necessidade, mas um compartilhar, não mais é uma carência. Você não se tornará dependente das pessoas que você ama. Você compartilhará - e compartilhar é bonito.

Mas o que comumente acontece no mundo é: você não tem amor, a pessoa que você pensa que ama não tem nenhum amor em seu ser também, e ambas clamam pelo amor do outro. Dois mendigos mendigando entre si. Como resultado, as brigas, o conflito, a contínua rixa entre os amantes - a respeito de coisas triviais, coisas imateriais, coisas estúpidas! Mas continua-se brigando.

... A fundação básica está faltando, e você começa a construir o templo sem a fundação. Ele irá cair, desabar a qualquer momento. E você sabe quantas vezes seu amor ruiu. E, ainda assim, você prossegue fazendo a mesma coisa repetidamente. Você vive em tal grau de inconsciência! Você não vê o que você tem feito à sua vida e à vida das outras pessoas. Você continua, como um robô, repetindo o velho padrão, sabendo perfeitamente bem que você já fez isso antes. E você sabe qual tem sido, sempre, o resultado. E lá no fundo você também está ciente de que vai acontecer o mesmo novamente - porque não há nenhuma diferença. Você está se preparando para a mesma conclusão, o mesmo colapso.

Se há algo que você deve aprender do fracasso do amor, é: torne-se mais consciente, mais meditativo. E por meditação eu quero dizer a capacidade de estar alegre sozinho. Muito raras pessoas são capazes de estarem felizes sem absolutamente nenhuma razão - simplesmente sentar-se em silêncio e completa felicidade! Os outros acharão essas pessoas loucas, porque a idéia de felicidade é que ela tem que vir de alguém. Você encontra uma linda mulher e você fica feliz, ou você encontra um homem belo e você fica feliz. Sentar-se em silêncio em seu quarto e feliz?! Feliz desse jeito!? Você deve estar louco! As pessoas vão suspeitar que você está usando alguma droga, que você está chapado.

Sim, a meditação é o LSD definitivo. Ela está liberando seus poderes psicodélicos. Está liberando seu próprio esplendor aprisionado. E você se torna tão alegre, surge tal celebração em seu ser, que você não necessita de nenhum relacionamento. Você pode se relacionar com as pessoas.... E esta é a diferença entre relacionar-se e relacionamento: relacionamento é uma coisa: você se apega a ele; relacionar-se é um fluxo, um movimento, um processo. Você encontra uma pessoa, e você ama, porque você tem muito amor disponível.