terça-feira, 29 de outubro de 2013

A relação entre corpo e psique

::Rosemeire Zago::





"Não é um corpo, não é uma alma, é um homem" Montaigne

Você já teve uma dor de garganta ou ficou rouco logo depois de uma situação a qual você foi insultado, humilhado e nada conseguiu responder? Quantas vezes queremos responder a uma crítica, um comentário, um insulto, mas nos calamos para evitar maiores conseqüências ou por não conseguirmos responder? Ou ainda, você já teve dor de estômago, gastrite, úlcera, e ouviu dizer que era por tantos sapos que havia engolido? O "sapo", no caso, foram os desaforos ouvidos e engolidos. Quantas vezes você quis vomitar uma situação? Analise você mesmo como suas emoções causam mudanças imediatas em seu físico. Lembre-se da vez em que ficou tão nervoso que teve uma diarréia. Ou ainda, quando ficou muito tenso e sentiu dor de cabeça. E quando ficou com uma alergia horrível durante anos e ninguém descobria a causa? Com um pouco de autoconhecimento podemos perceber que nosso corpo reflete nossas emoções, principalmente aquelas que reprimimos.

Existe uma área da medicina, a Psicossomática, a qual estuda as relações mente-corpo, a influência dos fatores psíquicos nos distúrbios físicos, e que profissionais da área da medicina e psicologia recorrem para entender a origem de determinadas doenças, as quais não estão incluídas as hereditárias, genéticas e as causadas por fatores do meio ambiente, porém, os danos podem ser aumentados em decorrência da tensão psíquica, onde o estado emocional freqüentemente pode determinar o curso da doença. Mas ainda há, infelizmente, muitos profissionais da área da saúde, que buscam entender apenas a doença e não a pessoa como um todo, desprezando completamente o ser humano em sua totalidade, recorrendo a paliativos que distanciam ainda mais o encontro da causa e dificultando ainda mais a remissão da doença. Muitas vezes, a própria pessoa prefere um medicamento em substituição a uma psicoterapia ou outro recurso que a ajude a trabalhar sua psique. A medicação é considerada por muitos como a melhor solução, talvez a mais fácil, e a maioria das pessoas quer soluções rápidas e mágicas. É evidente que em muitos casos a medicação se torna imprescindível, mas é preciso entender que nem sempre elimina a causa, sendo apenas um paliativo que alivia os sintomas. É importante observar se, por trás do mal físico que o aflige, há questões psicológicas sobre as quais se pode interferir.

Mas o que faz realmente com que adoeçamos? Reprimir sentimentos é uma das causas mais significativas para a causa dos males no corpo, ou seja, as doenças surgem e se agravam por causa da dificuldade das pessoas expressarem seus sentimentos, sendo muito mais suscetíveis a manifestarem no corpo o que não estão conseguindo resolver na psique. O fator que leva ao surgimento de sintomas somáticos ou ao agravamento de doenças é a queda na imunidade, pois as emoções atingem primeiramente o sistema imunológico. É comum quando se está enfrentando um conflito, a pessoa ficar com gripe ou surgir um herpes, que surgem quando a imunidade abaixa. Ou seja, qualquer distúrbio orgânico tem ligação com estados emocionais, conscientes ou inconscientes, recentes ou não.

Quantas vezes pensamos ter resolvido um problema que nos aflige, quando na verdade, apenas o deixamos de lado, deixando guardados em nosso coração, mágoas, ressentimentos, raiva, frustrações, que ao longo dos anos vão se somando? Não é o fato de não falarmos ou pensarmos sobre algo que nos machucou que isso quer dizer que não machuca mais, pode simplesmente ter sido reprimido em nosso inconsciente, e mesmo não pensando sobre ele conscientemente, nosso inconsciente continua a atuar.

O corpo é como uma tela onde as emoções são projetadas. E as emoções negativas são projetadas em forma de doenças. Essas somatizações acontecem a curto ou longo prazo, onde cada mente e corpo reage de acordo com seu próprio tempo, e todos os sentimentos negativos que vamos reprimindo podem dar origem as doenças se guardados por muito tempo. Por isso, devemos resolver as questões que nos aflige, aborrece, evitando assim que nosso inconsciente se comunique através da linguagem do corpo, pois é fato que o fator psíquico predomina, constituindo a origem de quase todas, senão todas, as doenças adquiridas ao longo da vida.


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terça-feira, 30 de julho de 2013

Existe vida fora dos trilhos?

::Patricia Gebrim::




Sair dos trilhos exige uma certa dose de coragem, perseverança e paciência.

Eu estava pensando outro dia no quanto estamos vivendo um momento muito especial e histórico. Tenho observado um número cada vez maior de pessoas tendo a coragem de sair das caixinhas onde todos fomos colocados ao nascer. Sim, porque a gente nasce e já cai numa caixinha, que de certa forma tenta modelar o mundo e o deixar bem quadradinho ao nosso redor. A tal caixinha é feita de regras sobre como devemos agir. Em geral nos diz para estudar, ter um bom emprego, depois casar, ter filhos, comprar uma casa maior, e por aí vai.

Muita gente ainda leva a vida lá, dentro da caixinha, essa caixinha que segue por trilhos, como uma locomotiva criada há tanto tempo que até esquecemos quem a criou. E lá que vão todos, apertados como sardinha em lata na tal locomotiva, conduzidos por trilhos ancestrais, longe da liberdade de escolher o próprio caminho.

Por outro lado, cada vez mais, tenho visto gente pular da tal caixinha. Às vezes se lançam como malucos de cima da locomotiva em movimento, esses heróis dos tempos modernos que já não acreditam tanto assim na prometida felicidade, nas instituições, naquilo que nos disseram que tínhamos que fazer para sermos felizes.

Saltam em meio ao nada e, talvez com os joelhos esfolados, se veem de um momento para outro olhando a locomotiva passar. A primeira sensação é de alívio, talvez venha da alma essa sensação boa de estar vivo novamente, de sentir o ar fresco preenchendo os pulmões cansados de respirar por tanto tempo um ar pesado e cheio de regras.

Mas em seguida - isso é o que eu tenho observado - vem uma certa angústia.

- E agora? Para onde vou? Que sentido darei à minha vida?

Fora das caixinhas, as pessoas olham ao redor e encontram a vastidão de um mundo desconhecido. Como desbravadores de novas terras não existem trilhas abertas, modelos a ser seguidos. É natural que se sinta um pouco de medo. É natural que se questione a própria sanidade.

- Será que eu não deveria ter ficado lá e seguido como fazem todas as outras pessoas?

Há que se ter coragem para enfrentar a liberdade da vida fora dos trilhos. Há que se resistir à tentação de entrar em outra caixinha, pois existem caixas por toda a parte, querendo nos condicionar, mutilando a liberdade alada de nosso ser.

Se você é uma dessas pessoas, se acabou de saltar da locomotiva em movimento, não tenha pressa demais em encontrar o seu caminho. E resista à tentação de buscar, fora de você, indicações ou direcionamentos. Tudo tem que ser novo. Abra mão dos mapas. Simplesmente fique em contato consigo próprio até que consiga ouvir sua própria voz. Às vezes demora um pouco, principalmente se você ficou sem ouvi-la por muito tempo. Mas não tenha pressa. Sustente o seu movimento, não volte atrás. Confie e tente relaxar. A resposta virá, a cada instante. Você saberá criar uma nova vida para você. Com mais verdade, mais ar e mais alegria. Apenas não desista. Não volte atrás.

Com sorte, e persistência, você encontrará outros como você. E se forem mesmo como você, eles não lhe dirão o que fazer. Pelo contrário, eles incentivarão você a seguir o caminho que lhe fizer mais bem, que tornar seu coração mais leve e sua alma mais visível. Ah, como são valiosas essas pessoas que nos permitem a liberdade de ser. A presença dessas pessoas na nossa vida são como um oásis no deserto. Alimentam nossa sede e permitem que continuemos nosso caminho em direção à verdadeira felicidade.

Não desista, e faça uma boa viagem!


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domingo, 23 de junho de 2013

O que te prende ao passado?

::Sandra Trovo::




Ouço muitas pessoas dizerem que não conquistam um bom emprego, que não tem um parceiro ou uma parceira, que a vida não flui e são tantas queixas que nem preciso tecer mais comentários porque você já tem os seus, certo?

Daí elas vivem justificando que os relacionamentos não fluem atualmente porque lá no passado aconteceu, isso, aquilo e aquilo outro, ou que no emprego anterior o chefe era chato, insuportável, incompreensível e hoje o emprego atual também é chato e resumindo as queixas:

- sempre vai ter alguém ou alguma coisa para implicar e sacramentar o mesmo que viveu lá no passado.

Traduzindo tantas queixas, elas não conseguem desfrutar o presente por causa de algo que aconteceu no passado e você pode me perguntar:

- Como assim?

-Vamos lá compreender como o passado age na sua vida presente.

Muitas vezes alguém é humilhado, seja por um chefe ou por seu parceiro (a) e simplesmente decide naquele exato momento não responder por medo de perder algo. Porém, quando falamos em responder não é soltar alguns daqueles palavrões e sim argumentar ou então esclarecer o porquê e o que está acontecendo. Daí, o inevitável acontece:

-O sapo fica entalado na garganta, não sobre e não desce!. A partir deste momento a mágoa pode ser inevitável e como algo aconteceu no passado quando não tive determinada atitude, essas pessoas carregam a certeza de que acontecerá novamente.

O mesmo pode-se dizer sobre uma pessoa que em algum momento da sua vida teve uma atitude lamentável, fez algo que julgou ruim e não foi lá consertar a situação. Como fez algo que lamenta, está certa de que será uma pessoa má para sempre.

-Vamos aos exemplos clássicos:

-Como um dia alguém lhe fez algo, acusa essa pessoa por sua vida não ser como gostaria.

-Como numa antiga experiência foi maltratada, nunca esquecerá ou perdoará.

-Como não foi convidada para aquela festa dos seus sonhos, então hoje não se permite gozar a vida.

-Como na primeira apresentação em sala de aula se saiu mal quando falava, ficará eternamente apavorada cada vez que tiver que falar em publico.

-Como seu primeiro relacionamento terminou, não estará mais aberta ao amor e só irá atrair relacionamento já falidos.

-Como uma vez ficou magoada com a observação de uma pessoa não confiará mais em ninguém.

-Como era pobre quando criança jamais poderá ser uma pessoa bem-sucedida e quando tiver algum dinheiro terá de gastar para prevalecer sua crença.

O que frequentemente você pode recusar a perceber é que manter-se preso ao passado, não importa qual tenha sido e por mais horrível que tenha sido só magoa a si mesmo.

Você do passado, na verdade não se importa. Geralmente você lá no passado nem tenha consciência do que fez.

Você do presente é que está se machucando pelos atos que julga, porém lembre-se que lá no passado você fez o que sabia, fez como tinha que ser feito e se hoje você julgar qualquer que seja a situação do passado estará sendo cruel consigo mesmo. Portanto, aprenda a viver o hoje e tire o melhor proveito das experiências que viveu.

Lembre-se: o passado é passado e não pode ser mudado. O único instante que pode ser vivido é o de hoje, o seu momento presente. Mesmo quando reclamar sobre o passado, estará somente vivenciando a lembrança que tem dele neste momento e com isso perderá a real oportunidade do momento presente.

Agora, vamos soltar o passado?

-Permita que as lembranças sejam apenas lembranças, desprenda-se do envolvimento emocional ligado a ele.

-Para deixar que as lembranças sejam apenas lembranças, lembre-se de situações do passado em que não existe nenhum envolvimento emocional.

-Faça uma lista das coisas que está disposto a soltar:

-qual a intensidade de sua disposição para soltar o passado?

-você realmente quer se libertar?

-note suas reações, o que você terá que fazer para se libertar desse envolvimento?

-qual seu nível de resistência?

Muitas vezes se desprender de emoções, sentimentos, ressentimentos, e várias outras emoções, pode ser doloroso, mas sempre serão lembranças passadas e jamais voltarão.

Reflita:

Você acredita que deixar de desfrutar o presente por causa de algo que aconteceu no passado é seu destino?

Solte-se - Liberte-se e viva plenamente Hoje.


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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Vamos discutir ou conversar?

:: Bel Cesar ::




Foi dada a partida: uma nova discussão teve seu início com uma sentença acusativa. Quem escuta sente-se agredido e, na maioria das vezes, responde na mesma moeda. Esse infértil debate de "quem está fazendo o que a quem" gera apenas mais indignação e desconforto. Desta forma, o que parece uma conversa, na realidade, é apenas uma descarga emocional, quer dizer, uma sequência de monólogos carregados da frustração de emoções não digeridas.

Uma discussão pode se tornar uma boa conversa. Mas para tanto é preciso cultivar um interesse genuíno em melhorar nossos relacionamentos.

Quem quer só acusar não está interessado em ouvir. Sem escuta não há conversa. Então, para que discutir se não quer chegar a lugar nenhum?

Se a situação já está ruim, uma discussão baseada em acusações pode ainda piorá-la. A base de uma discussão saudável encontra-se na motivação com a qual ela deu início. Queremos discutir para mudar para melhor ou apenas para desabafar nossa indignação? Se a intenção for melhorar, podemos conversar, do contrário, é melhor parar: depois que ambos expuseram suas queixas, é preferível dar um tempo para sentir e refletir sobre o que foi dito.

Quando uma discussão está baseada apenas na indignação, torna-se uma avalanche de reações. Não há tempo para sentir a empatia necessária para gerar um novo entendimento. Não há espaço de escuta quando a prioridade é defender-se. Enquanto o outro fala agressivamente, aquele que escuta só tem tempo para elaborar sua defesa. Como ouvir o outro verdadeiramente se a concentração está voltada para atacá-lo de volta?

Por exemplo, quanto mais tentarmos coagir o outro a mudar, de acordo nosso ponto de vista e necessidades emocionais, mais frieza emocional e distância física desencadearemos entre ele e nós. Pois, ele, intuitivamente, irá se distanciar para poder encontrar clareza em seu posicionamento.

A armadilha da chantagem emocional tem suas consequências: os relacionamentos tornam-se artificiais na medida em que precisam seguir regras impostas por um dos parceiros.

Muitas vezes, exigimos do outro o que não foi acordado previamente. Ironicamente, quanto maior a entrega afetiva, maior são as exigências! Sem nos darmos conta, projetamos idealismos e expectativas exageradas nos relacionamentos à medida em que eles se tornam mais íntimos... Nem sempre ouvimos o que queremos ouvir!

Uma coisa é defender-se do outro, outra é buscar por solução. O caminho está em encontrar uma saída em vez de criar uma constante briga de forças, para ver quem tem mais razão.

Se quisermos discutir com a intenção de solucionar um conflito, teremos que rever nosso posicionamento, seja de dominador, seja de dominado (papel de vítima). Pois, ironicamente, o agressor agride porque se sente agredido e a vítima reage de forma agressora. Quando uma discussão está baseada na intenção de controlar o outro, ambos se sentem sufocados. Para superar um atrito é preciso deixar de lutar. Mas isso não quer dizer se deixar abater.

O que desejamos pode estar certo e ser válido, mas ainda assim, não podemos impor aos outros a nossa demanda. Podemos ter clareza sobre nossas necessidades emocionais, mas ao mesmo tempo, se nos colocarmos de modo exigente, impondo ao outro os cuidados sobre nossa vulnerabilidade, desencadearemos mal-estar e em nada ajudará a situação a mudar.

Revelar ao outro nossa vulnerabilidade é saudável; o que não funciona é transferir ao outro a responsabilidade de zelar por nosso bem-estar. Quando tentamos repassar os cuidados de nossa vulnerabilidade para outro, este gradualmente perde admiração por nós, pois, inevitavelmente, irá se sentir sobrecarregado ao ter que gerir todas nossas frustrações e incapacidades, mesmo que temporariamente.

Se quisermos ter relacionamentos saudáveis teremos que abandonar a atitude de autopiedade. Ficar no papel de vítima é uma armadilha perigosa, pois nos tornamos facilmente reféns da disponibilidade afetiva do dominador. Transferimos a ele as condições que irão nos gerar tanto tensão como alívio. É sempre a velha história baseada na co-dependência, isto é, quando saberemos o que vamos sentir conforme o outro estiver sentindo. Se ele estiver afetivo e de bom humor "estaremos" felizes, caso contrário, teremos que aguardar por sua disponibilidade...

É claro que estar ao lado de uma pessoa mal-humorada gera desconforto. Mas, mesmo assim ainda podemos preservar nosso equilíbrio interno. Nestes momentos, é importante saber gerar um distanciamento saudável. Tal como fazemos ao nos aproximar do fogo: intuitivamente sabemos a distância correta para gerar calor e conforto e quando o seu excesso pode nos queimar!

Toda discussão tem um ponto de partida, mas raramente ele é a causa desencadeadora do conflito. Enquanto não abrirmos o jogo do porquê realmente estamos incomodados, o outro irá se sentir (mesmo que inconscientemente) manipulado. Sem saber o porquê original de toda discussão, ele reagirá contraindo-se, perdendo sua espontaneidade.

Nestes casos, podemos seguir o conselho do psicólogo John Wellwood: "O melhor jeito de terminar com esse tipo de contenda de poder é convidar o parceiro a sair das luzes do palco e vir conosco para os bastidores. Quando duas pessoas permitem uma à outra o acesso ao que se passa nos bastidores, elas começam a elaborar um laço mais profundo e solidário. E é isto que as ajudará a porem fim aos socos entre seus egos". (Alquimia do Amor, Ed. Ediouro). Nestes momentos de abertura é importante não tentar consertar ou melhorar nada. Não é preciso concordar nem discutir. Apenas admitir as dificuldades.

Estranhamente, o mesmo ocorre interiormente: nos momentos de maior tensão emocional costumamos nos distanciar de nós mesmos. Ao invés de sentirmos nossas emoções, costumamos rejeitá-las. Como isso ocorre? Quando nos tornamos reativos às nossas próprias emoções. Ainda que desconfortáveis, podemos olhar nos bastidores de nossa dor emocional. Revelar para nós mesmos o que se passa por trás de nossa indignação. Há um momento em que temos que parar de tentar nos consertar, pois quanto mais implicamos conosco mesmos, mais solidez iremos gerar em nossos conflitos.

É preciso superar o hábito de separar-se de si mesmo. Isto ocorre quando vemos nossa falta interna como uma falha ao invés de reconhecê-la como mais uma etapa de percepção natural do caminho do autoconhecimento. Aqui há uma briga interna entre o que sentimos e não queremos sentir. É preciso deixar de sermos reativos a nós mesmos para superarmos uma angústia emocional.

A emoção não é uma experiência estática. O que parece nos desequilibrar num certo momento, pode ter um efeito menos dramático em outro. A clareza de que podemos perceber uma mesma emoção de formas diferentes nos ajuda a não antecipar nossas avaliações. Quanto mais reagimos aos nossos pensamentos, mais sólido eles se tornam.

A questão é que aprendemos mais o pensar do que o sentir. Nos tornamos inseguros para lidar com nossas próprias emoções porque desenvolvemos um conhecimento intelectual que não é capaz de tocar nossa experiência interna. Por isso, diante de uma discussão nem tudo o que dizemos ou escutamos é capaz de surtir o efeito almejado. Mas não devemos desistir. Pois só interagindo é que aprendemos a arte de nos comunicar.

É saudável aprender a lutar. Se nos tornarmos passivos diante de um ataque agressivo nos tornaremos cada vez mais fracos e vulneráveis à agressão alheia. Assim como o médico Dr. Rüdiger Dhalke nos lembra em seu livro "A agressão como oportunidade" (Ed. Cultrix) sobre o que ocorre com o câncer: "a defesa do corpo não identifica as células cancerígenas como estranhas ou perigosas e por isso as deixa à vontade..." É saudável nos defender!

Para concluir, podemos guardar um alerta dado por Dr. Rüdiger Dhalke: "Onde recusamos a enfrentar um problema, ele nos será ensinado contra a nossa vontade". A coragem em lidar com os confrontos e defender nossos projetos, princípios e valores desperta o instinto de força e vida.


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sexta-feira, 24 de maio de 2013

5 passos para aumentar a Autoestima:




1. Viva para si mesmo, não para o mundo. As pessoas que não sabem amar a si mesmas buscam constantemente a aprovação alheia e sofrem quando são rejeitadas. Para quebrar essa dinâmica, devemos admitir que não podemos satisfazer a todos.

2. Fuja das comparações. Elas são uma importante causa de infelicidade. Muita gente tem qualidades e atributos que você não tem, mas você também possui virtudes que não estão presentes nos outros. Pare de olhar para os lados e trabalhe na construção de seu próprio destino.

3. Não busque a perfeição. Nem nos outros nem em si mesmo, já que a perfeição não existe. O que existe é uma grande margem para melhorar.

4. Perdoe seus erros. Especialmente os do passado, pois já não podem ser contornados nem têm qualquer utilidade. Aprenda com eles, para não repeti-los.

5. Pare de analisar. Em vez de fi car pensando no que deu errado, é muito melhor agir, porque isso permite aperfeiçoar suas qualidades. Movimentar-se é sinal de vida e de evolução.

Trecho de: Percy, Allan. “Nietzsche para estressados.” iBooks.

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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Amar é para poucos, pois requer boa dose de generosidade

::Patricia Gebrim::





"Isso é amar: querer o bem do outro, cuidar e proteger o outro, querer
saber como o outro se sente, sentir alegria em tornar a outra pessoa
mais alegre". Escrever sobre o amor não é coisa fácil.

É uma verdade que todas as pessoas possuem um anseio por serem amadas. Mas sabemos nós de fato amar? E o que é amar, afinal?

É um tal de "eu te amo" para cá, "eu te amo" para lá, mas palavras,
tanto quanto intenções, quando não vêm acompanhadas de atitudes, podem morrer na praia, junto ao tão desejado amor.

O amor verdadeiro não sobrevive de "marketing", precisa se tornar real
na vida, nas ações, em gestos e atitudes muitas vezes menos glamurosas
do que caixas de bombons e flores exóticas. Amor verdadeiro requer
consistência, presença, consciência; qualidades raras nos dias de hoje.

É relativamente fácil se fazer uma declaração apaixonada regada a um
bom espumante numa noite romântica, à luz de velas. Difícil mesmo é ser
capaz de, dia após dia, permanecer ao lado da pessoa amada quando essa
passa por um momento difícil. Difícil é chegar exausto de um dia de
trabalho e ainda ter a capacidade de ouvir nosso parceiro com atenção,
brincar com nossos filhos e passear com nosso bichinho de estimação.

Estamos tão acostumados a mimar nosso próprio Eu que aos poucos fomos nos tornando incapazes de amar, de olhar para o outro, de sair do redor de nosso próprio umbigo para fazer algo que faça com que outra pessoa se sinta bem.

Isso é amar: querer o bem do outro, cuidar e proteger o outro, querer
saber como o outro se sente, sentir alegria em tornar a outra pessoa
mais alegre. Amar não é para todos, há que se ter uma boa dose de
generosidade. O que poucos sabem é que dar de si ao outro, quando esse
dar brota do amor, não apenas alimenta ao outro mas também a quem dá.

Não podemos obrigar ninguém a nos amar. Na verdade, algumas pessoas não conseguirão amar nem que queiram de verdade. É preciso ter atingido
certo nível de consciência para que possamos manifestar essa qualidade,
assim não devemos nos desgastar tentando fazer com que alguém nos ame, entenda bem isso. Isso depende de tantas coisas... E a maior parte
delas está fora de nosso alcance.

Às vezes amamos, mas não nos sentimos amados, e na verdade não estamos mesmo sendo amados na mesma intensidade de amor (cada um ama o quanto pode, de acordo com seu nivel de consciência). Nesse caso, o melhor é avaliar o tamanho da diferença. Duas pessoas com níveis muito
diferentes de consciência não conseguirão estabelecer um relacionamento
que seja satisfatório para ambas. A pessoa capaz de dar mais de si
acabará sendo prejudicada. É difícil viver uma intensidade inferior de
amor quando estamos prontos para mais. Seria como termos em mãos uma
Ferrari e não podermos acelerar acima dos 50 kms por hora. Gera
frustração, por mais amor que se tenha.

Assim, dependendo do quanto nos sintamos frustrados, partindo-se do
pressuposto de que muitas vezes o outro não será mesmo capaz de ir
adiante, cabe a cada um de nós assumirmos a responsabilidade por nós
mesmos e percebermos até onde podemos seguir com o outro sem prejudicar nossa felicidade. Algumas relações não são saudáveis para ambas as pessoas, e quando for assim, mais do que ficar lá cobrando e exigindo que o outro seja quem não possa ser, talvez caiba a nós exercitarmos o amor nos desapegando daquela pessoa, permitindo que siga seu caminho na faixa de consciência em que está, e nos permitindo seguir adiante, procurando alguém que possa trocar conosco em um nível mais parecido com o que podemos expressar.

Isso pouparia muita dor.

A nossa, a dor da frustração do amor não correspondido. E a do outro, a
dor de sentir-se impotente e incapaz de manifestar um amor superior ao
que pode oferecer.

Não é fácil compreender isso, mas muitas vezes a separação pode sim ser
um ato de amor.


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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Confiar sem se machucar?

:: Rosemeire Zago ::




Quase sempre criamos expectativas em nossas relações pessoais, afetivas, familiares. Confiamos, acreditamos, gostamos e muitas vezes nos decepcionamos e nos machucamos. Criamos ilusões diante de quem conhecemos e quando estes têm comportamentos inesperados, o chão de nossa segurança desaparece e nos sentimos ameaçados. Quando isso acontece, muitas vezes custamos a acreditar nos fatos, apesar deles serem reais e estarem à nossa frente. Como defesa para não sentirmos a dor, negamos, fugimos, mas logo a mágoa volta para nos lembrar que fomos enganados, traídos.

Muitas vezes, dependendo do grau do envolvimento, acabamos por confundir a realidade com nossas necessidades e vemos o outro como desejamos que fosse e não como ele se apresenta. Ou seja, com muita facilidade confundimos ideal com real. Claro que outras vezes, o outro faz de tudo para acreditarmos que ele seja como anjo, mas com o tempo percebemos que estava muito distante disso.

Os principais responsáveis por nossas desilusões somos nós mesmos, pois idealizamos a outra pessoa e, ainda que inconscientemente, projetamos nela a responsabilidade de satisfazer nossas necessidades. Assim, perdemos a capacidade de discernir a realidade da necessidade e a própria responsabilidade de suprirmos nossas carências.

Se reparar melhor e voltar um pouco ao passado, talvez perceba que foi enganado, na verdade, por ignorar sua intuição, sua voz interior, que quase sempre diz: não vai dar certo, não confie, não vá adiante. Ignoramos nossos valores como se não fosse correto confiar em nossa própria voz. E aí nos enganamos e nos machucamos.

Isso quer dizer que não devemos acreditar nas pessoas? Devemos acreditar acima de tudo em nós mesmos, e muitas pessoas confiam mais em outras pessoas do que em si próprias e esse não é o melhor caminho. O que devemos evitar é colocar todo nosso referencial de vida e valores no outro, deixar de viver a própria vida e viver a vida do outro. Não podemos perder nosso referencial interno, pois ao mantermos nossas referências, ficará mais difícil alguém nos decepcionar a ponto de nos perdermos de nós mesmos.

Algumas pessoas sofrem demais, porque na verdade, esperam demais, ou ao menos, esperam que o outro tenha respeito e valores semelhantes aos seus, o que nem sempre acontece.
Confiar em alguém nos dias de hoje é algo muito delicado. Se você se considera uma vítima constante de pessoas assim, não será hora de parar um pouco e repensar sobre seus próprios valores e a forma de conduzir a própria vida? Ou ainda, não confiar tanto assim? Você pode sofrer por ter sido enganado, mas sofrerá muito mais por ter se deixado enganar. De nada adiantará ficar revoltado, brigar com o mundo, achar que não se deve mais acreditar no ser humano. Mas talvez seja importante para você acreditar acima de tudo em você mesmo.

Lembre-se que quem engana ao outro, na verdade, está enganando e fugindo de si próprio. Ou seja, quem brinca com os sentimentos de alguém, quem machuca o outro, está desrespeitando antes de tudo a si mesmo, escondendo-se atrás de máscaras por não conseguir suportar seus intensos conflitos internos. Parece que pessoas assim se esquecem que com o tempo as conseqüências podem se inverter, tendo efeito bumerangue: vai e volta. Estão tão atentas como lesar ou prejudicar o outro que nem conseguem perceber o mal que estão causando a si mesmas e nem se dão chance de descobrirem que podem ser muito felizes sem ser preciso machucar alguém.
Em qualquer relacionamento, e independente do tempo que se mantenha, podemos ouvir o que nos dizem, entender o que pensam, ou melhor, dizem pensar, mas dificilmente saberemos o que realmente sentem. Se até nossos próprios sentimentos nos fogem ao controle, imagine o que o outro sente. Amizade, cumplicidade, ética, responsabilidade, comprometimento, respeito, são valores hoje muito difíceis de serem encontrados.

Talvez por isso, seja tão importante valorizarmos aqueles que nos são caros, que mostram coerência entre o que sentem, fazem e falam. E mais importante ainda, é valorizarmos nossa intuição, que muitas vezes nos diz para não seguirmos adiante, mas ignoramos e seguimos em frente e depois nos decepcionamos, não só com o outro, mas também com nós mesmos. Por isso, observe mais, fale menos e tenha a certeza que para alguém ser especial para você e participar da sua vida, deve respeitar ao outro como a si mesmo o que, infelizmente, poucos conseguem.
Por tudo isso, confie acima de tudo em você! E no máximo em uma folha de papel em branco, se quiser desabafar. E lembre-se do escreveu Jean Paul Sartre: Não importa o que fizeram com nós, o que importa é aquilo que fazemos com o que fizeram de nós.


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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Até que ponto a dependência atrapalha?

:: Rosemeire Zago ::





A dependência emocional é um dos aspectos que facilmente identificamos nos outros, mas raramente em nós mesmos. Quando alguém nos conta sobre seu relacionamento afetivo, imediatamente percebemos a dependência de um dos parceiros, ou até mesmo, de ambos. Mas será que somos dependentes e não percebemos?

Nem sempre uma pessoa dependente necessita do outro para tudo. Muitas vezes consegue ter independência financeira, mas é na parte emocional que encontra maior dificuldade em cuidar de si própria. Em geral, uma pessoa dependente tem como características principais pouca confiança em si mesma e baixa auto-estima, e o foco está em ser cuidada e protegida, sempre dependendo da aprovação, reconhecimento e aceitação do outro, por não ter consciência de seu valor pessoal. Acredita que precisa do outro mais do que de si mesma.

O desejo inconsciente de que alguém cuide de nós pode nos sujeitar a várias formas de dependência psíquica. Ser dependente é como pedir, ou muitas vezes, implorar: cuide de mim, pois eu não consigo, em todos os sentidos. Dificilmente uma relação verdadeira e autêntica suporta isso por muito tempo, pois qualquer relação deve ser baseada em trocas equivalentes e supõe pessoas inteiras, e como a pessoa dependente não consegue ter essa percepção de si mesma, acaba por gerar muitos conflitos.

A dependência emocional pode causar muitos conflitos nos relacionamentos. É um sinal de muita carência e, acima de tudo, a necessidade de amor, principalmente o amor por si mesmo. A dependência faz parte do ser humano. A dependência emocional por gerar muito sofrimento e pode levar a outras dependências, como drogas, álcool, tabaco, sexo ou outras formas de compulsão, pois o dependente emocional está sempre em busca de que algo ou alguém preencha seu vazio. A dependência emocional mostra uma pessoa fragilizada, fraca e carente, que pode causar muitos desequilíbrios em qualquer tipo de relacionamento. A dependência emocional é mais evidente na relação afetiva entre casais, mas também podemos encontrá-la entre pais e filhos, ou entre amigos. O assunto é tão sério que uma pessoa dependente pode fazer sacrifícios extraordinários ou tolerar abuso verbal, físico e até sexual, para evitar ser abandonada.

Os pais, avós, professores, têm um papel importante na formação e educação de todos nós; crianças que se sentiram abandonadas, rejeitadas, não amadas, tendem muito mais a dependerem do amor de outra pessoa, e vivem isso como condição de sobrevivência. Pais superprotetores podem criar filhos dependentes quando adultos. Quem nunca precisou fazer nada por si mesmo, encontrando tudo pronto por pais que queriam acima de tudo suprir todas suas necessidades, com certeza encontrarão muita dificuldade em tornar-se independente. Pais que demonstram amor e confiança naquilo que a criança faz, com certeza quando adulta ela será muito mais segura de seu valor e muito menos dependente da aprovação e amor do outro.

Mesmo quando adultos desejamos ser protegidos por alguém, não no sentido material, mas principalmente no sentido de apoio emocional. Muitos acreditam que, a qualquer momento, em qualquer situação extrema, poderão contar com o socorro de alguém mais sábio e mais forte, o eterno salvador, incapaz de impedir seus fracassos. Desejar proteção é muito diferente da dependência doentia, que faz com que a pessoa mantenha uma relação mesmo que seja destrutiva, que a faça sofrer, chorar.

O primeiro passo para diminuir a dependência é ter consciência de seu comportamento, conhecer-se. Para conseguir realizar um processo de autoconhecimento e com isso, ter a percepção de seu valor, muitas vezes é preciso recorrer à psicoterapia com um profissional de sua confiança. Para abandonar a dependência é necessário identificar em que áreas de sua vida ela se faz presente e de que forma está comprometendo e causando conflitos em suas relações. O importante é se questionar sempre, analisando quando a dependência se torna um fato negativo, que cega e impede de crescer interiormente, tornando a existência um vício da presença do outro. Aprove-se mais, ame-se muito mais e dependa especialmente de você!


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domingo, 24 de março de 2013

A vida só é possível através dos desafios!?




Conto mais uma pequena estória...

"Era uma vez um fazendeiro que, após uma colheita ruim, reclamou: ‘Se Deus me desse o controle do clima, tudo seria melhor, pois parece que ele não entende muito de agricultura.'"

Isso é verdade! Ninguém jamais ouviu dizer que Deus é um fazendeiro - como ele poderia saber?

“O Senhor disse a ele: ‘Durante um ano eu lhe darei o controle do clima; peça o que você quiser, e seu desejo será concedido.’”
Antigamente, Deus costumava fazer isso. Depois ele se cansou...

“O pobre homem ficou muito feliz e imediatamente disse: ‘Agora eu quero sol!’, e o sol saiu. Mais tarde ele disse: ‘Que chova!’, e choveu. Durante um ano inteiro, o sol brilhava e depois chovia. As sementes cresciam, cresciam... era um prazer observar aquilo! ‘Agora Deus pode entender como se controla o clima’, ele pensou com orgulho. A plantação nunca antes havia crescido tanto, ficando tão verde, e de um verde tão saudável.

Chegou a hora de colher. O fazendeiro pegou a foice para cortar o trigo, mas sentiu um aperto no coração. Os caules estavam praticamente ocos.

O Senhor veio e lhe perguntou: ‘Como estão as suas plantas?’ O homem se queixou: ‘Pobres, meu Senhor, muito pobres!’ ‘Mas você não controlou o clima? As coisas não saíram como você queria?’

‘Claro! E é por isso que estou perplexo - recebi a chuva e o sol que eu pedi, mas não há o que colher.’

Então o Senhor disse: ‘Mas você nunca pediu vento, tempestades, gelo e neve, tudo o que purifica o ar e torna as raízes duras e resistentes! Você pediu chuva e sol, mas não pediu mau tempo. É por isso que não há o que colher.”’

A vida só é possível através dos desafios. A vida só é possível quando você tem tanto o bom tempo quanto o mau tempo; quando tem prazer e dor; quando tem inverno e verão, dia e noite; quando tem tristeza tanto quanto felicidade, desconforto tanto quanto conforto. A vida passa entre essas duas polaridades.

Movendo-se entre essas duas polaridades, você aprende a se equilibrar. Entre essas duas asas, você aprende a voar até a estrela mais distante.

Se você escolhe o conforto, a conveniência, você escolhe a morte. É assim que perde a felicidade real: você escolheu a conveniência no lugar dela.

É muito conveniente seguir a voz dos pais, é conveniente seguir o padre, é conveniente seguir a igreja, é conveniente seguir a sociedade e o Estado. É muito fácil dizer sim a essas autoridades, mas aí você nunca cresce. Você está tentando conseguir o tesouro da vida por um preço muito baixo. Mas é preciso pagar por ele.

Seja um indivíduo e pague por isso. Na verdade, se você ganhar uma coisa sem pagar, não a aceite — isso é insultante para você. Não a aceite; não lhe fica bem. Diga: “Vou pagar por isso - só então, aceitarei.”

Realmente, se uma coisa lhe é dada sem você estar preparado para ela, sem ser capaz de tê-la, sem estar receptivo a ela, você não poderá possuí-la por muito tempo. Vai perdê-la num lugar ou noutro. Você nunca será capaz de apreciar o valor dela.

A existência nunca lhe dá algo por um preço baixo, pois você nunca será capaz de gostar de verdade de algo que não exigiu nenhum esforço de você.

Escolha o mais difícil. E ser um indivíduo é a coisa mais difícil do mundo, porque ninguém quer que você seja um indivíduo. Todos querem matar a sua individualidade e fazer de você um carneirinho.

Ninguém quer que você seja você mesmo. Por isso, você vai perdendo a felicidade, vai perdendo a direção e, obviamente, a meditação se torna impossível, a concentração parece quase inexistente.

Você não consegue se concentrar, não consegue meditar, não consegue ficar com coisa alguma por mais que uma fração de segundo. Como pode ser feliz?

Escolha o seu destino. Eu não posso mostrar a você qual é o seu destino - ninguém mais sabe, nem você. Você tem que senti-lo, e tem que ir devagar.

Assim, abandone tudo aquilo que, em seu ser, for emprestado, e então você poderá sentir. Isso sempre o conduzirá ao lugar certo, à meta certa.

Aquilo que neste momento você chama de consciência não é a sua consciência. É uma substituta — uma pseudoconsciência, uma farsa, uma falsificação. Abandone-a! E, quando a abandonar, você poderá ver, escondida atrás dela, a sua real consciência que estava à sua espera.

Quando essa consciência penetrar em sua percepção, a sua vida terá uma direção, a meditação seguirá você como uma sombra.


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quarta-feira, 13 de março de 2013

Controle absoluto da vida?

::Silvana Lance::





É natural querermos estar no controle da vida. Fazemos nossos planos e temos a tendência de acreditar que a vida segue de acordo com eles porque isto nos dá uma sensação de segurança, mas as inquietações estão sempre presentes, e se nos questionarmos no silêncio dos dias e observarmos rotinas aparentemente normais, perceberemos razões que guiam nossas vidas enquanto seguimos pensando que estamos no controle dela! O perceptível às vezes tem um sentido invisível e nem sempre é aquilo que parece ser, sendo assim como podemos ter controle sobre tudo?!

No intento de aplacar nossos medos tendemos a ser autoritários com a vida impondo o domínio absoluto sobre ela, mas quando ela nos coloca diante de situações onde nosso descontrole e impotência ficam evidentes, ficamos estarrecidos, chegamos até mesmo a ficar enfurecidos reagindo com um ataque tal qual crianças mimadas e frustradas diante da decepção por perdermos a direção que ilusoriamente pensávamos possuir! Mas a vida nos mostra, e às vezes até mesmo de uma forma muito dura, que o máximo que podemos de fato controlar é a nós mesmos através de nossos pensamentos e escolhas, e mesmo assim vamos perceber o quanto é fácil perder o controle!

Muitos, tentando se cercarem de garantias tentam impor controle também sobre a vida de outros, pressionam situações e pessoas até mesmo com a intenção de ter a quem culpar quando perdem as rédeas, pois não aceitam que não detêm este poder! Mas diante de todas as incertezas que nos cercam, seria uma atitude egoísta agir com prepotência tentando impor o medo, a superioridade ou até mesmo a manipulação emocional para captarmos uma sensação de segurança através das pessoas!

Se cultivarmos o pensamento de que podemos controlar tudo, ficaremos continuamente cansados e frustrados pois somos surpreendidos freqüentemente por acontecimentos que estão além de nosso controle embora tomemos todas precauções!

Não é tarefa simples exercer a calma quando as coisas não reagem ao nosso controle, pois nos preparamos para viver a vida dentro do que planejamos e repentinamente nos vemos sem direção e atordoados quando ela segue outro rumo! E quando nos deparamos com a possibilidade de ter que desistir de um caminho, ficamos decepcionados e tristes, mesmo quando muitas vezes a palavra certa não seja desistência e sim paciência. Portanto ao invés de pensarmos em fracasso quando nossos planos não atendem ao nosso controle, podemos tentar escutar o que a vida está querendo nos dizer e aprender que ela segue seu rumo mas que nem sempre podemos conduzir ou interferir em seu ritmo!

Precisamos ter em mente que nosso caminho também é influenciado por nosso livre-arbítrio e que em nossas tentativas de acertos cometemos erros que nos atrasam ou nos deviam de nossas metas, portanto, temos que ser tolerantes conosco assumindo também a nossa própria responsabilidade sem ceder ao desânimo, buscando sempre aprender a lição que está contida em cada acontecimento, a qual não tem o intuito de nos castigar mas sim nos fazer crescer e amadurecer.

Se prestarmos atenção, veremos que a maioria de nós tem o suficiente para enfrentar o dia de hoje sem precisar se preocupar com o amanhã, mas freqüentemente nos inquietamos com coisas que provavelmente nunca acontecerão! E quando começamos a pensar muito “e se...” a porta para a ansiedade e a preocupação se abrem, e em algumas pessoas são tão consistentes que podem se transformar em medos que se manifestam justamente por estarem sendo cultivados! E nem mesmo sabemos se o amanhã virá! A única certeza que temos é o do agora! Mas também não podemos adquirir a convicção de que não vale a pena nos esforçarmos para planejar nossas vidas e alcançar nossas metas só porque nos damos conta de que a vida pouco obedece ao nosso controle, temos que nos direcionar e fazer a nossa parte mantendo sob controle nossas expectativas!

É difícil encarar que estamos à mercê dos acontecimentos, chega a ser assustador, por isto a fé em algo superior se torna essencial para que possamos suportar nossa falta de visão, pois acreditando que alguém está no controle e que existe um sentido pra tudo, aplacamos também a nossa ansiedade em querer se antecipar aos acontecimentos.

A cada dia temos que estar atentos às oportunidades e flexíveis às mudanças quando estas se tornam necessárias, enfrentando o desafio de vivermos a plenitude dos momentos sem ficarmos ansiosos procurando a certeza de que o nosso dia seguirá ao pé da letra aquilo que impomos a ele, afinal não podemos julgar acontecimentos quando não temos a visão de um todo! Temos que aprender a aceitar isto para seguir em frente, acreditando sempre que nada acontece por um simples acaso e sim para nos colocar novamente na sintonia da vida e no compasso do universo onde existem leis que não compreendemos.

Vamos viver o dia de hoje, não como se não houvesse o amanhã e sim com o pensamento de que não sabemos se ele virá, mas sempre atentos ao fato de que o nosso amanhã será a herança do nosso hoje. Se fizermos a nossa parte, renasceremos a cada manhã confiantes de que vamos encontrar um mundo um pouco mais justo e feliz, com a consciência de que não precisamos possuir o controle absoluto da vida para poder desfrutá-la no momento em que ela nos brinda: no agora!


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quinta-feira, 7 de março de 2013

Mulher




Semente…
SER-mente…
SER que faz gente,
SER que faz a gente.

Mulher
SER guerreiro, guerrilheiro, lutador…
multimidia, multitarefa, multifaceta, multi-acaso…
multi-coração…

Mulher
SER que dá conta,
que vai além da conta,
que multiplica,
divide, soma e subtrai, sem perder a conta,
sem se dar conta, de que o século passado foi seu parto,
na direção de seu espaço,
de seu lugar de direito e de fato,
de seu mundo que lhe foi usurpado e que agora é por ela ocupado.

MULHER…
Esse SER florado,
esse SER adorado,
esse SER adornado,
que nos põe em um tornado,
nos deixa saciado e transtornado,
que nos faz explodir e sentir extasiado.
SER admirado…

MULHER…
Nesse novo milênio, faça a transição.
Tire de seu coração a semente que vai mudar toda a gente
levando o mundo a ser mais gente…
Um mundo mais feminino,
mais rosado e sensibilizado,
mais equilibrado e perfumado…

PARABÉNS MULHER !!!
Não pelo oito de março,
nem pelo beijo e pelo abraço,
nem pelo cheiro e pelo amasso.
Mas por ser o que és…
Húmus da humanidade,
Raiz da sensibilidade,
Tronco da multiplicidade,
Folhas da serenidade,
Flores da fertilidade,
Frutos da eternidade…
Essência da natureza humana.

Parabéns…


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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Quebrando os Condicionamentos

:: Elisabeth Cavalcante ::





O crescimento interior é o maior desafio da vida. Por essa razão, muitos preferem continuar no estágio imaturo, apoiados em muletas, que tanto podem ser outros seres humanos, como as ilusões em que a mente lhes faz acreditar.

Uma das principais a que se apegam, é a de que não possuem a força necessária para se transformarem, pois são fracos e incapazes. Muitas vezes estas foram frases ouvidas durante o seu desenvolvimento e, por essa razão se transformaram em crenças, que foram incorporadas como verdades absolutas.

Quebrar estes condicionamentos a que todos fomos expostos, não é fácil, pois exige muita determinação e coragem. E, principalmente, uma disposição inabalável de ser feliz.

Se você acredita plenamente que tem este direito, e o considera algo que ninguém pode lhe roubar, certamente terá toda a energia necessária para conquistá-lo.

Muitas pessoas acreditam que felicidade é uma espécie de troféu, que somente alguns vieram qualificados para conquistar. Mas, é possível, sim, para qualquer ser humano, vivenciar um estado interior de alegria, independente dos julgamentos exteriores.

Ele precisa direcionar o seu olhar em outra direção, para dentro de si, onde encontrará a fonte original de harmonia e paz que todos trouxemos quando chegamos ao mundo.

Ela está sempre presente, mas é sufocada pelas falsas verdades que nos foram impostas e que nós, inconscientemente, assimilamos. Agora é preciso que façamos o caminho de volta, libertando-nos dos condicionamentos para que possamos encontrar nossa face original.

"Depende de cada pessoa o que ela gostaria de fazer com a sua vida. A vida não é preordenada. Ela é uma oportunidade. O que você fará com ela depende de você. Essa liberdade é a prova de que você é uma alma, essa liberdade é a dignidade de você ser uma alma.
Ter uma alma significa que você tem o poder de escolher o que você quer fazer. E a coisa interessante é que você pode ter passado por alguns atos e situações milhares de vezes e, ainda assim, você pode sair fora disso, livrar-se disso, neste exato momento, se você assim decidir.
Mas o que acontece é que a mente tem a tendência de seguir o curso que oferece a menor resistência.
...Religiosidade é a capacidade de decidir. É um esforço para fazer com que as coisas aconteçam diferentemente de como têm acontecido sempre. É uma escolha, uma determinação. Repetir o que tem acontecido sempre até ontem, pode ser evitado através dessa compreensão." Osho


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sábado, 9 de fevereiro de 2013

NOTA DE FALECIMENTO

::Autor Desconhecido::





Faleceu no inicio desta madrugada, à meia noite em ponto, o "Dia de Ontem", que segundo algumas pessoas, já fora tarde, e para outros, deixou saudades imensas, um gostinho de realização inesquecível.

Para algumas pessoas, o dia de ontem demorou demais para passar, foi longo e tedioso, marcado por momentos de dor e sofrimento, para outros passou rápido demais porque marcou o nascimento de mais uma vida, a descoberta do amor, a possibilidade de um novo emprego, a esperança de uma nova amizade.

O dia de ontem será lembrando por algumas pessoas, pela dor ou pelo amor, mas muitos não conseguem reter sequer uma lembrança do dia, não se lembram sequer o que comeram no café da manhã, outros nem tiveram o prazer de fazer uma refeição.

Muitos guardarão impressões para sempre, porque o dia de ontem marcou o fim de um antigo relacionamento, a morte de um ente querido, a demissão do emprego tão necessário nessa época, a reprovação naquela prova tão importante, a briga familiar que deixou todos com vergonha de si mesmos, e outros estão dormindo rindo, sonhando com anjos, pois no dia de ontem realizaram um sonho...

No meio dessa notícia da morte do dia de ontem, Deus em sua generosa misericórdia, manda-nos a Boa Nova todos os dias, sempre no primeiro minuto após a morte do dia de ontem: nasce o "Dia de Hoje", onde todos nós, invariavelmente temos a oportunidade de marcar com as nossas atitudes, essa data para sempre, com alegria ou tristeza, com amor ou revolta, com mais trabalho ou preguiça, com desejo de mudar ou conformismo de sempre.

Ai está o nosso presente: o "Dia de Hoje" que se renova em esperanças, na certeza de que somos nós mesmos, os donos do dia, de cada minuto que nos compete trabalhar, e por isso mesmo, o sol que se levanta brilha para todos, mas é preciso que você saia da sombra e o busque para aquecer seu coração para este dia seja mais do que uma lembrança, seja inesquecível e para sempre, o dia mais feliz da sua vida.

O dia de hoje é o seu maior presente.
Vai deixar escapar assim, sem mais nem menos?


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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Como posso me tornar mais espiritual?

::Patricia Gebrim::

Espiritualidade é um estado no qual temos a consciência de que tudo ao nosso redor, e dentro de nós, está interligado"
No meu texto anterior, escrevi sobre a importância da "espiritualidade". Tenho no entanto percebido, ao usar esse termo, que é muito comum ocorrerem uma série de mal entendidos.
As pessoas confundem espiritualidade com religiosidade, outras vezes misturam espiritualidade com espiritismo (doutrina baseada na crença da sobrevivência da alma e da existência de comunicação, por meio da mediunidade, entre vivos e mortos, entre os espíritos encarnados e desencarnados) e por aí vai. Por esse motivo, escrevo um pouco mais detalhadamente sobre o assunto.
Antes de mais nada, espiritualidade e religiosidade são coisas diferentes. Uma pessoa pode ser espiritual sem ser necessariamente religiosa. Não precisa frequentar uma igreja, templo ou sinagoga, não precisa seguir um conjunto de regras para se comunicar com Deus. Basta que acredite na existência de algo maior, que paire além do mundo da matéria.
As religiões deveriam, por regra, estar embasadas em uma espiritualidade profunda, no entanto nem sempre isso acontece. É possivel que uma pessoa siga uma religião sem que de fato exista uma gota de espiritualidade em sua vida. Seguir rituais apenas porque estão escritos em um livro qualquer, repetir orações decoradas sem que exista um sopro de alma em suas palavras ou pensamentos, será isso algo que possa ser chamado de espiritual?
Se você acredita ou segue uma religião, eu lhe diria:
- Não deixe de ser espiritual!
Se a sua religião lhe diz que você deve rezar, reze; mas não deixe de falar também com o Deus que mora dentro de você. Se a sua religião lhe diz para jejuar, jejue; mas preste também atenção ao que sai da sua boca. Se a sua religião o estimula a ler um livro com ensinamentos, leia; mas que palavra alguma o impeça de olhar no fundo dos olhos das pessoas que convivem com você, porque é lá, por trás das pupilas, que mora a alma, à espera de ser revelada.
Nunca deixe de buscar, em cada ser vivo, a sabedoria viva, pois essa energia grande e luminosa, chamada por muitos de Deus, mora dentro de cada pessoa, de cada animal, de cada árvore, rio, pedra ou nuvem. Deus, ou como queira chamar essa energia, está em tudo e saber disso é ser espiritual.
Não existe uma espiritualidade única, embora a espiritualidade, quando efetiva, sempre leve a um mesmo lugar, um lugar de mais harmonia, mais amor, mais respeito pelo próximo e pela vida, mais entendimento. Se algo causa desarmonia, desamor, separação; não importa o rótulo que carregue, está carente de espiritualidade. Se as religiões fossem sempre espiritualizadas de fato, nunca existiriam guerras religiosas. Não há nada menos espiritualizado do que agredir, ofender ou matar "em nome de Deus". A distorção humana tem se utilizado da religião para cometer barbáries e a nossa falta de consciência tem permitido que isso se estenda e perpetue.
Espiritualidade é um estado no qual temos a consciência de que tudo ao nosso redor, e dentro de nós, está interligado. Quando deixamos para trás a separatividade e nos sentimos conectados a tudo o que nos cerca, nos tornamos espirituais, mesmo que não sigamos nenhuma religião específica.
Como posso me tornar mais espiritual?
A espiritualidade acontece no agora. Sem passado, sem futuro. Ser espiritual e estar presente em cada momento da vida, vivendo com toda a plenitude aquele momento, seja ele qual for. Assim, se você deseja se tornar mais espiritual, não é necessário que siga regras ou rituais complicados, que acabam colocando a espiritualidade longe de você. Está tudo aqui, agora mesmo, ao seu lado, na sutil presença deste momento. Olhe para si mesmo, para o que está ao seu redor, para o planeta, para a natureza, para os seres vivos. E faça o seu melhor. É simples. Você já está deitado no berço da espiritualidade e é lá que permanecerá, sempre, quer tenha consciência disso ou não.
Encontre seu próprio caminho. Ouça sua intuição. Cada pessoa tem a sua forma espiritual de ser. Cada pessoa se conecta com o divino que tem dentro de si de uma maneira. A maior parte do que eu aprendi sobre o que é a espiritualidade vem das sensações que eu tinha quando, ainda criança, me deitava sobre um colchonete e observava o céu cheio de estrelas.
Espiritualidade é o que nos sustenta quando tudo o mais parece nos abandonar. Sabe aqueles momentos em que nos sentimos derrubados, pequenos, sem saída; quando tudo ao nosso redor parece ter se voltado assustadoramente contra nós e ainda assim algo lá dentro de nós acredita que vai ficar tudo bem? Isso é espiritualidade.
Espiritualidade é acordar e se sentir vivo, é respeitar as pessoas, é agir de maneira saudável e inclusiva. A espiritualidade se manifesta em pequenas coisas. Num ato de gentileza, na abertura para ajudar outro ser vivo, na forma como tratamos cada ser que cruza o nosso caminho. Quando no, trânsito, damos passagem a uma pessoa, sabendo que ela pode estar tão ou mais apressada do que nós; isso é espiritualidade. Quando olhamos nos olhos de uma pessoa que nos atende do outro lado do balcão, e tentamos tornar aquele pequeno encontro mais significativo, nos lembrando que aquela pessoa, como nós, tem suas tristezas, desafios e alegrias; isso é espiritualidade.
De que adianta passar o dia rezando na igreja, se depois tratamos mal as pessoas com as quais convivemos?
De que adianta decorar e repetir palavras sagradas nos templos, se em nosso dia a dia dizemos palavras ofensivas?
De que adianta cumprir dietas restritivas sugeridas por nossa religião, se para isso desrespeitamos quem preparou nosso alimento?
Perceber o outro. Honrar o outro. Olhar nos olhos das pessoas. Aprender a amar (não nascemos sabendo). Isso é espiritualidade.
* Todos os direitos reservados. Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações e citada a autoria.
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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Humildade é Força

::Brahma Kumaris::





Humildade é a virtude que nos torna abertos a aprender e mudar. Ela só é possível quando temos auto-respeito, que só pode vir com autoconhecimento. Conhecer-se é entender que somos parte de um todo, como um raio de uma roda. Não somos tudo, também não somos nada. É a humildade que cria este entendimento e nos mantêm em equilíbrio.
Quando não somos apegados às nossas boas qualidades nem às nossas fraquezas, podemos lidar com ambas. Através de cultivo amoroso, nossas qualidades positivas crescem e servem outros. Através da atenção e honestidade, nossas fraquezas diminuem.

Humildade é nossa maior proteção. Ela nos mantém alerta para todas as possibilidades, desde sermos enganados até a de criarmos os mais surpreendentes milagres. Humildade é o fruto do auto-respeito: uma pessoa humilde nunca teme perder. Para isso precisamos sempre ir para dentro de nós mesmos. Nada e ninguém podem nos tirar esse recurso.

Humildade nasce da segurança interna, nos deixa prontos a comunicar, cooperar com novos pensamentos e idéias. É a prova da maestria de ter conquistado o “eu” e “meu” limitados que anulam o respeito e a amizade. Nós devemos ser tutores, não donos. A posse automaticamente cria o medo de perder. Ser um tutor nos dá entendimento que nada e ninguém é nosso. Paradoxalmente, ao renunciar tudo, recebemos tudo. O que precisarmos virá até nós, mais cedo ou mais tarde. Há o suficiente para todos.

A atitude de ser um tutor significa que economizamos uma grande quantidade de energia mental e emocional, uma vez que tempo não é desperdiçado em cálculos egoístas ou manipulações espertas. Com a atitude de ser um tutor nos tornamos mestres. Um mestre trabalha com os princípios eternos do universo. Ele é humilde e auto-suficiente, mantém equilíbrio e harmonia.

A maior humildade de todas é reconhecer e aceitar que existem leis além daquelas dos seres humanos e que não somos o padrão do universo. Os princípios eternos protegem e governam o bem-estar de todas as formas de vida. Quando nos alinhamos com as verdades eternas, encontramos a liberdade, nosso caminho. Alinhamento às leis divinas não nos limita ou anula. Ao contrário, as leis eternas são o meio que permitem a expressão completa do indivíduo. Não há transgressão, uma vez que respeito é sempre dado à individualidade dos outros. A harmonia é mantida.

Com humildade reconhecemos o direito que todas as coisas têm de existir; existir em liberdade e existir em felicidade. Este direito inato é uma lei imortal. Subserviência nos relacionamentos ou aos objetos materiais é resultado do medo; medo de sermos nós mesmos; a falta de coragem de enfrentar, de mudar, de mover numa outra direção. Auto-respeito nos libera do medo e da dependência. Quando não pensamos profundamente o suficiente por nós mesmos, nos tornamos subservientes às opiniões sociais e às pessoas com as quais interagimos.

Humildade traz introspecção, começamos a examinar as emoções que nos limitam. Abre a porta para o autoconhecimento. À medida que crescemos em autoconhecimento, crescemos em auto-estima. Com essa estabilidade interior não há medo do que é diferente. Não há desejo de controlar pessoas ou situações. Sabemos que as coisas certas irão acontecer da forma correta, no tempo certo. Humildade é a outra face do auto-respeito. Quanto maior a humildade, maior o auto-respeito. Nada e ninguém são uma ameaça. Nós somos livres.

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