terça-feira, 27 de novembro de 2012

Crise não. Oportunidade!

::Adriana Gomes::





Todas as situações em nossas vidas têm no mínimo dois lados. Um positivo e outro negativo. Como percebemos, e mais do que isso, de que maneira lidamos com elas é que fará toda a diferença.

Pensemos então na crise, qualquer natureza de crise – financeira, familiar, pessoal, social. Todo momento de crise é uma oportunidade, uma ocasião favorável para o aprendizado. Em relação ao mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que desaparecem produtos e serviços, surgem novos ou se renovam.

Crises representam momentos especiais para renovação, para se desfazer do velho que não funciona mais e para que surja o novo. Podemos olhar a situação sendo vítima das circunstâncias, com um olhar pessimista e achar que estamos acabados, liquidados, que é o fim, ou entender que podemos ser agentes e que podemos agir e tirar o melhor proveito da situação.

É a oportunidade que temos de refletir, repensar, agir e reposicionar. Muita gente só tem esse tipo de atitude em situações como essa, quando são arremessados da sua zona de conforto para a zona de pânico. Crises são ótimas oportunidades para se descobrir coisas novas. A crise tira as pessoas, necessariamente da zona de conforto… e isso não é ruim!

A questão não é a crise, senão o que fazemos com ela. Que aprendizado podemos tirar desses momentos.

Comparo crises com as dores de cólicas. São cíclicas e fazem parte da vida. A pior é sempre aquela que a gente está vivendo agora. As que já passaram já foram superadas, bem ou mal. Se o problema não tem solução, já está solucionado. Agora, se tem, vamos arregaçar as mangas e começar a fazer. Ficar sentado, reclamando da vida e não fazer nada, não vai mudar nada mesmo! É preciso ter coragem e AGIR.

Você poderá se sentir refém e imaginar que não pode fazer nada. Mas pode! Todos nós podemos fazer alguma coisa, por mínima que seja para reduzir custos, melhorar o ambiente de trabalho, propor melhorias, encontrar alternativas. A necessidade é mãe da criatividade.

Outro dia mesmo, conversando com colegas, profissionais liberais, discutia-se a troca de serviços entre eles. A ideia nem é nova, pois isso é escambo, e já era praticado na idade média, mas era interessante para ambas as partes. Outra situação que vi, foi reduzir o tempo de trabalho, sem demitir, o que permite que a pessoa possa se dedicar a outras atividades no tempo que sobra e às vezes até melhora a qualidade de vida, aumentar o convívio com a família e os amigos, geralmente prejudicado pela alta carga de trabalho. Há muitas outras possibilidades surgindo. Negociações que antes pareciam pouco prováveis de acontecer são boas saídas agora. Estamos falando de adaptação, seleção natural. Viva Darwin!

Trabalho com pessoas há mais de 20 anos e posso garantir que as pessoas são capazes de fazer coisas extraordinárias. Quando definem seus objetivos, investem suas energias nesse propósito e acreditam que conseguirão, perseguem seus objetivos obstinadamente. A paralisia acontece diante do medo. O medo, portanto, é seu maior inimigo, não a crise. A crise está fora e o medo está dentro.

Momentos de crise nos permitem:

•A possibilidade de rever processos e procedimentos.
•Adaptar aos novos tempos e as necessidades.
•Flexibilizar. Abandonar posições para buscar interesses.
•Refletir que na maioria do tempo “estamos” e não “somos” (estamos gerente, estamos diretores, estamos supervisores). Rever a questão do ser/ estar, pois as pessoas costumam se esconder sob seus papéis sociais e muitas vezes transformam o papel profissional no único papel a ser desempenhado na vida.
•Entrar em contato com a humildade para reconhecer que novas oportunidades, mesmo que muito diferentes das que já foram vividas são chances para aprender e conhecer coisas e pessoas novas.
•Estar mais aberto a rever paradigmas. Problemas novos ou antigos, hoje, exigem soluções novas e isso implica em sair da zona de conforto.

Por isso, pense em que lugar você deseja estar nessa hora de grandes chances. Se como vítima reclamando que o mundo está difícil e que o melhor é esperar para ver como fica, ou ser agente e participar desse grande movimento de transformação e de revisão da nossa sociedade contribuindo com o melhor que você tem para tornar nosso mundo e o seu cada vez melhor. Não esqueça, depois de pensar, comece a agir. Pensar sem agir é devaneio, não muda nada!



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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Quem precisa de reconhecimento?

::Osho::




Os pais, os professores estão sempre enfatizando que você precisa obter reconhecimento, aceitação. Isso é urna estratégia muito astuciosa para manter as pessoas sob controle.

Aprenda uma coisa fundamental: faça aquilo que você gosta de fazer, adora fazer. E nunca busque reconhecimento; isso é mendigar.

Por que a pessoa deveria buscar reconhecimento? Por que alguém deveria desejar ser aceita?

Olhe bem para dentro de si mesmo. Talvez você não goste do que faz; talvez esteja receoso de estar no caminho errado. Talvez, por isso, procurar obter aceitação o ajude a sentir que está certo. É possível que você ache que o reconhecimento o fará sentir que está buscando o objetivo correto.

O problema é com seus próprios sentimentos íntimos; ele não tem nada a ver com o mundo exterior. E por que depender dos outros? Todas aquelas coisas dependem dos outros — e você mesmo está tornando-se dependente.

Não aceitarei nenhum Prêmio Nobel. Toda crítica que tenho recebido de todas as nações do mundo, de todas as religiões é mais valiosa para mim! Aceitar o Prêmio Nobel significa que estou tornando-me dependente — não terei orgulho de mim mesmo, mas do Prêmio Nobel.

Contudo, neste exato momento só posso sentir orgulho de mim mesmo; não há nada de que eu possa orgulhar-me. Neste último caso, sim, você se torna uma pessoa.

E ser uma pessoa que vive em total liberdade, que caminha com os próprios pés, que bebe das próprias fontes, é o que a torna realmente firme, segura. Isso é o começo de seu florescimento máximo como criador.

Aqueles a que se têm como figuras reconhecidas, renomadas, são pessoas atulhadas de lixo e nada mais. Mas o lixo que as enche é aquele com o qual a sociedade quer que elas fiquem cheias — e a sociedade as recompensa dando-lhes prêmios.

Qualquer pessoa que tenha a mínima consciência da sua individualidade vive movida pelo seu próprio amor, seu próprio trabalho, sem se importar infimamente com o que os outros pensam dele.

Quanto mais valioso o seu trabalho é, menor a chance de você obter respeito por ele. E quando seu trabalho é o de um gênio, você não obtém nenhum respeito durante a vida. Você é condenado enquanto ela dura... depois, passados dois ou três séculos, fazem estátuas de sua pessoa, seus livros são respeitados — pois são necessários dois ou três séculos para que a humanidade entenda a grandiosidade do gênio. É grande o abismo entre ele e a capacidade de entendimento dela.

Para ser respeitado pelos idiotas, você tem que se comportar à maneira deles, de acordo com as expectativas deles. Para ser respeitado por esta humanidade doentia, você tem que ser mais doentio do que ela. Assim, ela o respeitará. Mas o que você ganhará com isso? Você perderá sua alma e não ganhará nada.


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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Diminuindo as expectativas, as decepções também diminuirão


::Rosemeire Zago::





É muito comum criarmos expectativas sempre que estamos em um projeto ou querendo obter algum resultado de algo que esperamos ou ainda, participando de um programa de reeducação alimentar.

A espera do resultado sempre gera ansiedade e expectativa. A maioria de nós sempre espera que certas coisas aconteçam de uma certa maneira. O que dizer quando estamos dentro de um relacionamento instável e ficamos sempre esperando um telefonema, a presença constante, uma atitude?

As expectativas são o que pensamos que deve acontecer como resultado do que fazemos, dizemos ou planejamos. E a decepção é inevitável quando as coisas não saem como planejamos. Você espera pelo aumento que acredita merecer.

Você espera ser amada para sempre. Deseja nunca mais ser abandonada. Espera que seus amigos a compreendam quando mais precisa deles. Espera não ser julgada nem criticada quando algo não dá certo.

Quando somos frustrados em nossas expectativas, nossos medos mais secretos podem surgir, como o medo de não mais ser amada, ser abandonada, rejeitada. A sensação de que não temos valor, que não valeu à pena a espera, que já sofremos tanto, por que de novo, por que comigo, são alguns dos pensamentos que tomam conta de nossa mente.

Esperamos sem nada fazer quando acreditamos no pensamento mágico, em nossas fantasias e desprezamos os dados de realidade. Suas expectativas são coerentes com a realidade? Talvez seja uma pergunta importante para explorar.

Muitas vezes a realidade está muito distante de nossas expectativas, mas a ignoramos.

A expectativa consome nossa paciência, harmonia e equilíbrio interno. Parece que quanto mais esperamos mais difícil se torna chegar ao resultado. E nesse compasso de espera, como nem sempre temos controle de tudo, nos decepcionamos.

Nesse momento é muito comum a busca por culpados. Costumamos culpar alguém por quase tudo. Essa é uma maneira sutil de não enfrentar os próprios desejos, que em geral ficam ocultos. As expectativas não realizadas geram raiva, autopiedade, e nos colocamos no papel de vítima.

Pensamos o quanto o outro foi injusto. Pode até ser que tenha sido mesmo, mas será que não recebemos sinais de que isso poderia acontecer e os desprezamos? Será que é a outra pessoa que nos decepciona ou nós que esperamos algo que nem sempre podem nos dar? Claro que depende do caso. É diferente da situação no trabalho quando alguém te prejudicou seriamente.

Outro conflito muito comum gerado pela expectativa é quando esperamos alguma atitude de alguém e não expressamos o que queremos, como se o outro tivesse a capacidade de ler nossos pensamentos. Um exemplo muito comum é do marido ao chegar em casa depois de um dia de trabalho. A esposa está preparando o jantar, esperando que o marido ao chegar irá lhe dar um abraço e ele ao ver sua seriedade pensa que ela deve estar envolvida com o que está fazendo e para não atrapalhar, a cumprimenta rapidamente com algumas palavras.

Conclusão: os dois queriam receber um abraço, mas como reagiram de acordo com os próprios pensamentos, imaginando o que o outro estaria pensando, ambos acabam se frustrando. O mesmo pode acontecer com quem faz um programa de reeducação alimentar. Espera que os demais membros da família adivinhem o quanto está sendo difícil manter os novos hábitos, principalmente enquanto todos desfilam com seus pratos recheados de tudo que adora comer. Será que eles imaginam sua dificuldade? Nem sempre as pessoas sabem exatamente como nos sentimos. Por isso, o mais indicado é identificar suas expectativas. Ao dizer: "você me ignora quase toda noite ao ficar assistindo televisão" é muito diferente de dizer: "eu me sinto ignorada quando você fica assistindo TV".

Quando as expectativas não são expressas tendemos a fazer um julgamento impulsivo diante do comportamento do outro e que nem sempre corresponde ao que o outro desejava demonstrar. Verbalizar suas expectativas é importante em qualquer relação. Como o caso citado acima de quem faz uma reeducação alimentar. Pactos de silêncio acontecem muitas vezes sem que percebemos e geram muitos conflitos. Todos nós queremos que as coisas aconteçam de um certo modo, mas quando este desejo não se realiza ficamos irados e sequer conseguimos pensar.

As expectativas em geral nos deixam com uma venda nos olhos, não conseguimos enxergar a situação em sua totalidade e podem impedir nosso crescimento e a capacidade de manter relações saudáveis.

Quando foi a última vez que você se sentiu frustrada porque alguém não agiu como esperava? Você culpou a outra pessoa mesmo ela não sabendo o que você esperava dela? Geralmente quando culpamos alguém é porque tínhamos expectativas de que aquela pessoa "deveria" ter agido de maneira diferente do que fez. As expectativas sempre nos deixam fora de controle.

Quando compreender que não é responsabilidade de ninguém "adivinhar" o que você quer seus conflitos podem diminuir. Quando nossas expectativas são um fator primário na maneira em que pensamos, ouvimos, falamos, a decepção se torna uma constante. E quando as expectativas de nossos próprios comportamentos são frustradas? É muito doloroso manter a expectativa enquanto percebe que o tempo passa e que seu desejo está longe de ser alcançado. Você aguarda e aguarda, até desistir.

Mas, o que tem feito para alcançar efetivamente o que deseja? Muitas pessoas simplesmente ficam em compasso de espera, acomodadas ao velho e conhecido padrão antigo de comportamento, como se não dependessem delas para que as coisas aconteçam como deseja. É certo que há situações que somos impotentes ou quando esperamos a atitude de alguém, mas, ainda assim, se criar expectativas em relação ao comportamento de outra pessoa, estará no caminho mais seguro para se decepcionar e se frustrar.

As expectativas podem nos mover, motivar, mas também nos destruir internamente. Quanto mais expectativas criarmos, mais estaremos propensos a nos decepcionar. Pense sobre suas expectativas, em que áreas elas aparecem mais? O que você tem feito para que se realizem? Se quiser se aprofundar mais, escreva sobre cada uma de suas expectativas não realizadas e veja se eram coerentes com a realidade.

Talvez você descubra coisas novas sobre si mesma. Talvez aprenda a aceitar o que realmente está acontecendo e como lidar com a situação. Nem sempre as coisas acontecerão da maneira como desejamos, mas, nem por isso devemos parar de lutar e desistir. Talvez seja um sinal de que o mais indicado é mudar o caminho e não seu destino em chegar onde deseja.


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