quarta-feira, 30 de julho de 2014

A terceira e a quarta ordem da ajuda

::Bert Hellinger::




A terceira ordem da ajuda

Muitos ajudantes, por exemplo, na psicoterapia e no trabalho social, acham que precisam ajudar os que lhes pedem ajuda, da mesma forma como os pais ajudam seus filhos pequenos. Inversamente, muitos que buscam ajuda esperam que os ajudantes se dediquem a eles como os pais se dedicam a seus filhos, no intuito de receber deles, tardiamente, o que esperam e exigem dos próprios pais.

O que acontece quando os ajudantes correspondem a essas expectativas? Eles se envolvem numa longa relação. Aonde leva essa relação? Os ajudantes ficam na mesma situação dos pais, em cujo lugar se colocaram com essa vontade de ajudar.

Passo a passo, eles precisam impor limites aos que buscam ajuda, decepcionando-os. Então estes desenvolvem freqüentemente, em relação aos ajudantes, os mesmos sentimentos que tinham antes em relação a seus pais. Assim, os ajudantes que se colocaram no lugar dos pais, querendo mesmo, talvez, ser pais melhores, tornam-se, para os clientes, iguais aos pais deles. Porém muitos ajudantes permanecem presos na transferência e na contratransferência da relação entre filho e pais. Com isso, dificultam ao cliente a despedida, tanto de seus pais quanto dos próprios ajudantes. Ao mesmo tempo, uma relação segundo o modelo da transferência entre pais e filhos impede também o desenvolvimento pessoal e o amadurecimento do ajudante.

Vou ilustrar isso com um exemplo:

Quando um homem jovem se casa com uma mulher mais velha, ocorre a muitos a imagem de que ele procura um substitutivo para sua mãe. E o que procura ela? Um substitutivo para seu pai. Inversamente, quando um homem mais velho se casa com uma moça mais jovem, muitos dizem que ela procurou um pai. E ele? Procurou uma substituta para sua mãe. Assim, por estranho que soe, quem se obstina por muito tempo numa posição superior e mesmo a procura e quer manter, recusa-se a assumir seu lugar entre adultos equiparados.

Existem, porém, situações, em que convém que, por algum tempo, o ajudante represente os pais: por exemplo, quando um movimento amoroso precocemente interrompido precisa ser levado a seu termo. Contudo, diferentemente da transferência da relação entre pais e filhos, o ajudante apenas representa aqui os pais reais. Ele não se coloca em lugar deles, como se fosse uma mãe melhor ou um pai melhor. Por esta razão, também não é preciso que o cliente se desprenda do ajudante, pois este o leva a afastar-se dele e a voltar-se para os próprios pais. Então o ajudante e cliente se liberam mutuamente.

Mediante a adoção desse padrão de sintonia com os pais verdadeiros, o ajudante frustra, desde o início, a transferência da relação entre os pais e o filho. Pois, quando respeita em seu coração os pais do cliente, e fica em sintonia com esses pais e seus destinos, o cliente encontra nele os seus pais, dos quais já não pode esquivar-se. A mesma coisa vale quando o ajudante precisa lidar com crianças ou deficientes físicos. Na medida em que ele apenas representa os pais, e não se coloca em seu lugar, os clientes podem sentir-se em segurança com ele.

A terceira ordem da ajuda seria, portanto, que, diante de um adulto que procura ajuda, o ajudante se coloque igualmente como um adulto. Com isso, ele recusa as tentativas do cliente para fazê-lo assumir o papel dos pais. É compreensível que essa atitude do ajudante seja sentida e criticada, por muitas pessoas, como dureza. Paradoxalmente, essa “dureza” é criticada por muitos como arrogância. Quem olha bem, vê que a arrogância consistiria antes no envolvimento do ajudante numa transferência da relação entre pais e filho.

A desordem da ajuda consiste aqui em permitir a um adulto que faça ao ajudante as exigências de um filho a seus pais, para que o trate como criança e o poupe de algo pelo qual somente o cliente pode e deve carregar a responsabilidade e as conseqüências. É o reconhecimento dessa terceira ordem da ajuda que constitui a mais profunda diferença entre o trabalho das constelações familiares e psicoterapia habitual.

A quarta ordem da ajuda

Sob a influência da psicoterapia clássica, muitos ajudantes freqüentemente encaram seu cliente como um indivíduo isolado. Com isso, também se expõem facilmente ao risco de assumirem a transferência da relação entre pais e filho. Contudo, o indivíduo é parte de uma família. Somente quando o ajudante o percebe assim é que ele percebe de quem o cliente precisa, e a quem ele possivelmente está devendo algo.

O ajudante realmente percebe o cliente a partir do momento em que o vê junto com seus pais e antepassados, e talvez também junto com seu parceiro e com seus filhos. Então ele percebe quem, nessa família, precisa principalmente de sua atenção e de sua ajuda, e a quem o cliente precisa dirigir-se para reconhecer os passos decisivos e levá-los a termo. Isto significa que a empatia do ajudante precisa ser menos pessoal e – principalmente - mais sistêmica. Ele não se envolve num relacionamento pessoal com o cliente. Esta é a quarta ordem da ajuda.

A desordem da ajuda, neste caso, consistiria em não contemplar nem honrar outras pessoas essenciais, que teriam em suas mãos, por assim dizer, a chave da solução. Incluem-se entre elas, sobretudo, aquelas que foram excluídas da família, por exemplo, porque os outros se envergonharam delas.

Também aqui é grande o perigo de que essa empatia sistêmica seja sentida como dureza pelo cliente, sobretudo por aqueles que fazem reivindicações infantis ao ajudante. Pelo contrário, aquele que busca a solução, de maneira adulta, sente esse enfoque sistêmico como uma liberação e uma fonte de força.


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terça-feira, 29 de julho de 2014

A primeira e a segunda ordem da ajuda

::Bert Hellinger::




A primeira ordem da ajuda

A primeira ordem da ajuda consiste, portanto, em dar apenas o que temos, e em esperar e tomar somente aquilo de que necessitamos. A primeira desordem da ajuda começa quando uma pessoa quer dar o que não tem, e a outra quer tomar algo de que não precisa; ou quando uma espera e exige da outra algo que ela não pode dar, porque não tem. Há desordem também quando uma pessoa não tem o direito de dar algo, porque com isso tiraria da outra pessoa algo que somente ela pode ou deve carregar, ou que somente ela tem a capacidade e o direito de fazer. Assim, o dar e o tomar estão sujeitos a limites, e pertence à arte da ajuda percebê-los e respeitá-los.

Essa ajuda é humilde, e muitas vezes, em face da expectativa e da dor, ela renuncia a agir. O trabalho com as constelações familiares coloca diante de nossos olhos o que deve exigir quem ajuda, tanto de si mesmo quanto da pessoa que busca ajuda. Essa humildade e essa renúncia contradizem muitas concepções usuais sobre a correta maneira de ajudar, e freqüentemente expõem o ajudante a graves acusações e ataques.

A segunda ordem da ajuda

A ajuda está a serviço da sobrevivência, por um lado, e da evolução e do crescimento, por outro. Todavia, a sobrevivência, a evolução e o crescimento também dependem de circunstâncias especiais, tanto externas quanto internas. Muitas circunstâncias externas são preestabelecidas e não são modificáveis: por exemplo, uma doença hereditária, as conseqüências de acontecimentos ou de uma culpa. Quando a ajuda deixa de considerar as circunstâncias externas ou se recusa a admiti-las, ela se condena ao fracasso. Isto vale, com maior razão, para as circunstâncias internas. Elas incluem a missão pessoal particular, o envolvimento nos destinos de outros membros da família, e o amor cego que, sob o influxo da consciência, permanece vinculado ao pensamento mágico. O que isso significa em casos particulares eu expus exaustivamente em meu livro “ Ordens do Amor”, no capítulo “Do céu que faz adoecer, e da terra que cura”.

Para muitos ajudantes, o destino da outra pessoa pode parecer difícil, e gostariam de modificá-lo; não, porém, muitas vezes, porque o outro o necessite ou deseje, mas porque os próprios ajudantes dificilmente suportam esse destino. E quando o outro, não obstante, se deixa ajudar por eles, não é tanto porque precise disso, mas porque deseja ajudar o ajudante. Então, quem ajuda realmente está tomando, e quem recebe a ajuda se transforma em doador.

A segunda ordem da ajuda é, portanto, que ela se amolde às circunstancias e só intervenha com apoio na medida em que elas o permitem. Essa ajuda mantém reserva e possui força. Há desordem da ajuda, neste caso, quando o ajudante nega as circunstâncias ou as encobre, ao invés de encará-las, juntamente com a pessoa que busca a ajuda. Querer ajudar contra as circunstâncias enfraquece tanto o ajudante quanto a pessoa que espera ajuda ou a quem ela é oferecida ou mesmo imposta.

O protótipo da ajuda

O protótipo da ajuda é a relação entre pais e filhos e, principalmente, a relação entre a mãe e o filho. Os pais dão, os filhos tomam. Os pais são grandes, superiores e ricos, ao passo que os filhos são pequenos, necessitados e pobres. Contudo, porque os pais e os filhos são ligados entre si por um profundo amor, o dar e o tomar entre eles pode ser quase ilimitado. Os filhos podem esperar quase tudo de seus pais. E os pais estão dispostos a dar quase tudo a seus filhos. Na relação entre pais e filhos, as expectativas dos filhos e a disposição dos pais para atendê-las são necessárias; portanto, estão em ordem.

Contudo, elas só estão em ordem enquanto os filhos ainda são pequenos. Com o avançar da idade, os pais vão impondo aos filhos, em escala crescente, limites com os quais eles eventualmente se atritam e podem amadurecer. Estarão sendo os pais, nesse caso, menos bondosos para com seus filhos? Seriam pais melhores se não colocassem limites? Ou, pelo contrário, eles se manifestam como bons pais justamente ao exigirem de seus filhos algo que também os prepara para uma vida de adultos? Muitos filhos ficam então com raiva de seus pais, porque preferem manter a dependência original. Contudo, justamente porque os pais se retraem e desiludem essas expectativas, eles ajudam seus filhos a se livrarem dessa dependência e, passo a passo, a agirem por própria responsabilidade. Só assim os filhos tomam o seu lugar no mundo dos adultos e se transformam de tomadores em doadores.


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segunda-feira, 28 de julho de 2014

Ajuda como compensação!

Olá pessoal!

Durante a semana passada estive fora e acabei me dando umas férias das redes sociais, inclusive do Blog e dos emails que recebo aqui!
Agora, abrindo emails, percebi o quanto as pessoas precisam de ajuda. É claro que, como psicóloga, encontro várias pessoas que precisam de ajuda o dia todo. Então você pode me perguntar: "Como assim? Você percebeu isso só agora?"
Não! Não percebi só agora! O que eu percebi foi o quanto precisamos SABER como pedir ajuda e também SABER como ajudar.
Resolvi, a partir disso, partilhar com vocês um texto excelente do Bert Hellinger que nos ensina a ajudar e ser ajudados, além disso ele também nos mostra o que há por traz da nossa necessidade de ajudar ou de receber ajuda.
Como é um texto grande, partilharei por etapas. Amanhã volto aqui para postar a segunda parte.

Um grande abraço a todos e uma ótima leitura!😘




::Bert Hellinger::

A ajuda é uma arte. Como toda arte, envolve uma capacidade que pode ser aprendida e praticada. E envolve empatia em relação ao objeto, a saber, a compreensão do que corresponde a esse objeto e, simultaneamente, daquilo que o eleva, por assim dizer, acima de si mesmo, em algo mais abrangente.

Ajuda como compensação

Nós, seres humanos, dependemos, sob todos os aspectos, da ajuda dos outros, como condição de nosso desenvolvimento. Ao mesmo tempo, precisamos também de ajudar outras pessoas. Aquele de quem não se necessita, aquele que não pode ajudar outros, fica só e se atrofia. O ato de ajudar serve, portanto, não apenas aos outros, mas também a nós mesmos. Via de regra, a ajuda é um processo recíproco, por exemplo, entre parceiros. Ela se ordena pela necessidade de compensar. Quem recebeu de outros o que deseja e precisa, também quer dar algo, por sua vez, compensando a ajuda.

Muitas vezes, a compensação que podemos fazer através da retribuição é limitada. Isso ocorre, por exemplo, em relação a nossos pais. O que eles nos deram é excessivamente grande, para que o possamos compensar dando-lhes algo em troca. Só nos resta, em relação a eles, o reconhecimento pelo que nos deram e o agradecimento que vem do coração. A compensação pela doação, com o alívio que dela resulta, só se consegue, nesse caso, repassando essa dádiva a outras pessoas: por exemplo, aos próprios filhos.

Portanto, o processo de tomar e de dar se processa em dois diferentes patamares. O primeiro, que ocorre entre pessoas equiparadas, permanece no mesmo nível e exige reciprocidade. O outro, entre pais e filhos, ou entre pessoas em condição superior e pessoas necessitadas, envolve um desnível. Tomar e dar se assemelham aqui a um rio, que leva adiante o que recebe em si. Essa forma de tomar e dar é maior, e tem em vista também o que virá depois. Nesse modo de ajudar, o que foi doado se expande. Aquele que ajuda é tomado e ligado a uma realização maior, mais rica e mais duradoura.

Esse tipo de ajuda pressupõe que nós próprios tenhamos primeiro recebido e tomado. Pois só então sentimos a necessidade e temos a força para ajudar a outros, especialmente quando essa ajuda exige muito de nós. Ao mesmo tempo, ela parte do pressuposto de que as pessoas a quem queremos ajudar também necessitam e desejam o que podemos e queremos dar a elas. Caso contrário, nossa ajuda se perde no vazio. Então ela separa, ao invés de unir.


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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Você sabe ouvir com o coração?

::Patricia Gebrim::







"O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: "Se eu fosse você". A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito... " Rubem Alves Ah se eu pudesse voltar atrás o filme da minha vida, quantas coisas faria diferente...

Com a passagem dos anos aprendi que a dor molda a nossa sensibilidade e nos ajuda a perceber um mundo mais sutil, onde cada pequeno ato se torna um diamante cheio de delicadeza.

Quando adoecemos, por exemplo, sentimos o quão importante é o carinho e a presença de um amigo que segure a nossa mão. E então olhamos para trás e nos damos conta de quantas vezes fomos pouco cuidadosos com aqueles a quem amamos, por pura falta de sensibilidade para perceber que podíamos SIM fazer diferença.

Eu queria ter sabido antes o que só estou descobrindo agora.

E queria poder saber agora todas aquelas coisas que só se tornarão claras no futuro.

Hoje li na internet um lindo texto escrito pelo psicanalista Rubem Alves. É incrível como me sinto tocada por esse escritor, não especificamente por seu dom de escrever, se bem que escreva tão divinamente que me deixa quase sem ar. Mas o que me toca fundo é ele ter tanta alma, uma alma que se derrama em meu coração sempre que leio suas palavras.

"O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: "Se eu fosse você". A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não escuta que ele termina. Não aprendi isso nos livros. Aprendi prestando atenção". Rubem Alves

Rubem, você está certo, hoje em dia é coisa rara encontrar um ouvido que não esteja morto. Quantas vezes falamos com pessoas que se dizem amigas, e após quase uma hora de conversa vamos embora, com o peito sangrando, sem que a outra pessoa tenha sequer percebido aquele líquido vermelho e quente brotando da ferida aberta. Não porque tenhamos escondido nada, mas a pessoa estava tão entretida em olhar para si mesma que nem chegou a nos perceber. E não achem que por estar escrevendo isso eu me coloque do lado de fora dessa horrenda maldição.

Quantas vezes não devo ter passado reto por alguém que estava aos pedaços, sem me dar conta, sem nem mesmo ver? Me dói pensar nisso, e peço perdão a todos a quem eu tenha insensivelmente oferecido minha cegueira. Por mais que fiquemos atentos, vez ou outra somos hipnotizados por essa serpente e ficamos lá, cegos, olhando para nós mesmos, com ouvidos surdos e uma pedra sobre nosso coração.

Não quero viver assim. Repetindo a palavra "eu", como um daqueles discos antigos riscados, que subitamente se tornava um prisioneiro irritante de uma mesma parte da música, tornando feio o que poderia ter sido tão belo.

Será que estamos perdendo a sensibilidade? Virando pedra? Me recuso a escolher essa explicação. Prefiro acreditar que o que antes passava despercebido agora se torna mais e mais visível. Prefiro acreditar que estamos despertando desse estado tão triste, dessa auto-hipnose. Prefiro pensar que, ao nos darmos conta dessa distorção, podemos dar o primeiro passo no sentido de fazer escolhas diferentes. Se enxergarmos agora, se percebermos o quanto temos sido egoístas, talvez possamos economizar muitos anos, coisa preciosa nesses tempos em que os relógios correm enlouquecidos para fora de nosso controle.

Podemos mudar, agora. E de repente o milagre acontece. E é lindo. Olhamos nos olhos do outro e... Existe alguém lá! Olhamos mais de perto e percebemos o quanto aquilo que vemos é belo, e torna-se impossível desviar o olhar. Sentimos que algo bate mais forte em nosso peito. Ganhamos um coração? Sim. Um coração. E é ele quem sabe perguntar:

- Como você está ? Está feliz? Algo anda te fazendo sofrer? Existe beleza na sua vida? Posso fazer algo por você?

Fechem os olhos por um instante e sintam a beleza disso.

Podemos perguntar e, de fato, "ouvir a resposta". E levá-la para dentro de nós, para aquele lugar sagrado ao qual não me canso de referir. E mais. Podemos sentir a alegria do outro, a tristeza do outro, e a dor do outro; e descobrimos que não há diferença entre elas e a nossa própria alegria, e tristeza e dor. E ao aliviarmos um pouco a dor do outro, é o nosso peito que fica instantaneamente mais leve, porque nós e o outro somos um.

"Eu e o outro somos um". É muito especial o momento quando percebemos isso. E é assim que vamos libertando o amor. E sendo amor.

Isso talvez faça parte desse grande e lindo plano do Universo, o plano de nos tornarmos, finalmente, humanos.



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