por Andrea Pavlovitsch
Estava, ainda outro dia, conversando com uma amiga que não sabia o que fazer da vida profissionalmente. Ela gostava de algumas coisas, mas achava que nunca dariam dinheiro ou seria difícil arrumar um emprego naquilo (como repórter de TV, por exemplo). Então, foi ficando no emprego, que ela não gosta nem desgosta. Essa conversa me fez pensar que, poxa, todas as pessoas deveriam fazer somente o que gostam, não acham?
Eu mesmo estava pensando errado. Eu precisava fazer exercícios físicos, mas odeio academia. Matriculei-me em uma e fui pouquíssimas vezes (mas, claro, paguei o ano inteiro). Fiquei pensando que deveria ser uma obrigação ir à academia e cuidar do meu corpo (já que todos os médicos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas vivem falando isso na TV). E fiz uma besteira, porque escolhi algo que eu não queria e paguei (literalmente) por isso.
Afinal de contas, por que nos forçamos a fazer o que não queremos ou não fazemos simplesmente o que nos dá realmente prazer? No caso da academia, sinceramente, eu achava que tinha que fazer porque não existia nada de físico que fosse me dar algum prazer. Até que descobri a biodança. Já na primeira aula fiquei me perguntando por que não havia feito aquilo antes e ficava pensando que quando acabasse eu queria fazer tudo de novo. É maravilhoso porque é dançar e eu amo dançar; assim, arrumei um exercício físico que adoro e o faço com o maior tesão.
Conheço outro amigo que quando foi prestar vestibular decidiu fazer biologia. Sabem por quê? Porque ele adorava os gafanhotos e queria estudá-los. Eu morri de rir quando o ouvi falando aquilo e pensei, no auge dos meus 18 anos, que o coitado iria morrer de fome. Pois é, hoje ele é especialista e doutor em “gafanhotos” e é disputado por entender de gafanhotos e das pragas nas lavouras. Ele fez o que quis e seguiu 100% seu coração sem pensar que poderia dar errado.
Então, por que, diabos, ainda acreditamos nessas crenças? Muitas vezes não saímos do lugar por medo. Medo de errar, de dar errado. Medo, principalmente, do que os outros vão falar quando der errado. Do que aquele seu cunhado que você nunca foi com a cara vai rir e falar quando perceber que você se ferrou porque largou o mestrado pra fazer bijuteria. Não fazemos, não porque não queremos, mas porque não acreditamos. Não acreditamos que exista a possibilidade de ter prazer no trabalho, seja lá o que for. Acreditamos que “oportunidades” são coisas mágicas que os outros devem dar pra gente, quando é a gente que deve correr, que nem doido, atrás delas.
O mundo está cheio, lotado de exemplos de pessoas que seguiram sua intuição e seu coração e são donos de impérios. O dono da Mormai, famosa marca de roupas para surf, era um surfista que precisava de alguma coisa para esquentá-lo nos mares gelados do sul do Brasil. As roupas que ele inventou despretensiosamente no quintal de casa (literalmente) vendem no mundo todo e ele está milionário. O dono da Honda inventou a motocicleta porque no período da guerra não existiam outras possibilidades de ir buscar comida na cidade. E assim as pessoas se adaptam e correm atrás daquilo em que acreditam, por mais que os outros a chamem de malucas.
Eu mesma larguei uma profissão de redatora publicitária e fui fazer psicologia porque descobri mais tarde minha verdadeira paixão. E isso não quer dizer que fracassei na primeira profissão, mas que queria e precisava seguir outra coisa que meu coração mandava muito mais.
Não importa se você é faxineira, pedreiro, trabalha em qualquer coisa que pense que não é bom o suficiente pra você. Não interessa que você tenha um quadrilhão de responsabilidades financeiras, sempre dá pra fazer alguma coisa. Talvez não seja o melhor ler este texto, largar tudo e virar bailarina clássica aos 54 anos. Mas dá pra fazer dança de salão ou biodança e matar as bichas. Talvez não dê pra ir pras olimpíadas, mas pode-se sempre participar de competições para a sua faixa etária e de resistência física, por exemplo. Todos têm limitações, mas os verdadeiros heróis são aqueles que passam por cima delas. Não quem teve tudo na mão, todas as chances e oportunidades e aproveitou (e às vezes não aproveita nada).
Então, que tal ir atrás dos seus gafanhotos? Aquela coisa que você ama, que você adora e que a faria tão feliz que acordar bem cedo seria a coisa mais simples do mundo. Ache seu gafanhoto e o adapte à sua vida. Procure um novo trabalho. Abra um negócio. Aprenda mais, estude ou simplesmente faça aquilo como um delicioso hobby. O importante é deixar sair de dentro de você aquilo que são os verdadeiros dons. Aquilo que vem lá do fundo da sua alma e que, sem eles, dá um vazio ruim, uma falta. Medo é natural. Orgulho também. Mas podemos e devemos ser mais fortes do que isso. Mais fortes do que a opinião dos outros e da sociedade. E deixe te chamarem de louca, de maluco. Eu, ainda hoje, acho que é o maior elogio que um ser humano faz a outro. Afinal de contas, todos os malucos que eu conheço são pessoas muito, muitos felizes!
Já percebeu que sua mente inventa razões para os desconfortos corporais e emocionais? Foi por isso que me interessei pela Psicoterapia Corporal! O meu trabalho com o corpo, a mente e as emoções começou em 2004. Para mim o ser humano só alcança a saúde quando consegue se entender e se sentir em seu próprio corpo. Então convido você a participar do meu blog, aqui falaremos sobre maneiras de encontrar o seu caminho em direção a sua saúde! Contato: fermayoral@gmail.com ou (34)9.9990-1148
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
O mundo é dos gafanhotos! Encontrando o seu verdadeiro dom.
Psicóloga CRP 207.545/06 - Psicoterapeuta Corporal especialista em Análise Bioenergética e em Constelações Sistêmicas - Familiar, Organizacional e Escolar. Atendimentos online.
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