::Rogério Pires::
O Universo, em sua “infinitude”, nos oferece incontáveis possibilidades de escolha em nosso cotidiano. Mas, mesmo assim, temos o mesmo padrão repetitivo nas escolhas que fazemos. Temos os mesmos comportamentos, escolhemos os mesmos tipos de relacionamentos, mesmos tipos de pensamentos, respondemos emocionalmente da mesma forma a diversas situações que nos são apresentadas durante a vida. Isto se dá pelo fato de sermos viciados em nossos conceitos mentais, da mesma forma que em nossas emoções, e se engana quem pensa que este vício é somente de ordem psicológica; ele é também classificado como bioquímico.
O cérebro é constituído de pequenas células nervosas denominadas neurônios. Os neurônios possuem ramificações para se conectarem e formarem uma rede neural. Cada área conectada está integrada a um pensamento ou memória. O cérebro constrói todos os conceitos através de memórias associativas. Pensamentos, idéias, emoções e sentimentos são elaborados e interconectados nessa rede neural e possivelmente todos estão relacionados entre si. Por exemplo, o conceito de AMOR está retido nessa rede neural, mas estabelecemos este conceito a partir de muitas outras diferentes idéias. Um indivíduo pode ligar o amor à decepção e dessa forma, quando pensar em amor, provavelmente experimentará uma idéia de dor, sofrimento, cólera e até ódio. Esta auto-afirmação negativa pode estar ligada a uma pessoa ou a um acontecimento específico que remete à interconexão do AMOR.
Temos nossas expectativas em relação ao mundo externo. Quanto mais experiências temos em nossas vidas, mais elas nos servem como modelo de como o mundo externo se comporta à nossa volta, dando ênfase para uma realidade fictícia de que o mundo externo é uma realidade em separado de nosso Eu Interno. Qualquer informação que processamos no ambiente sempre é intensificada pelas experiências já vividas por nós e, principalmente, por uma resposta emocional associada àquilo que vivenciamos.
Sabe-se que as células nervosas que disparam juntas ficam interconectadas. Se praticarmos repetidamente os mesmos conceitos mentais, sentimentos e emoções, essas células terão um relacionamento longo, ou seja, se você diariamente ficar com raiva, sofrer ou cultivar um “sentimento de vítima”, estará re-conectando e reintegrando a rede neural constantemente, criando um relacionamento de longo prazo com todas as outras células nervosas, criando uma “identidade”. Isso significa dizer que as emoções são utilizadas para reforçar quimicamente algo, a longo prazo, em nossa memória. Toda emoção é química. A indústria farmacêutica mais sofisticada do Universo está em nosso cérebro.
Há uma parte do cérebro denominada hipotálamo; ela é responsável pela fabricação de substâncias químicas que determinam as emoções que experimentamos. Estas substâncias químicas são denominadas peptídeos, pequenas cadeias de aminoácidos. O corpo é uma unidade de carbono que produz cerca de 20 diferentes aminoácidos para formular sua estrutura física. Os diferentes estados emocionais que sentimos a cada segundo estão associados aos peptídeos e a neuro-hormônios específicos. Sendo assim, há químicos para raiva, outros para tristeza, outros para sentimento de vítima, para desejo, para o amor, para a felicidade, ou seja, há substâncias químicas para combinar com todos os estados emocionais que experimentarmos todos os dias.
Quando elaboramos uma emoção qualquer, o hipotálamo automaticamente fabrica aquele peptídeo específico e o libertará através da glândula pituitária diretamente na corrente sanguínea. No momento em que entra na corrente sanguínea, ele acha seu caminho para diferentes centros e diferentes partes do corpo. O peptídeo se conecta na célula através de seus receptores; uma célula pode ter bilhões de receptores em sua superfície e sua função é receber informações que são direcionadas ao interior da célula. Um receptor que tem um peptídeo acoplado a ele, muda a célula de várias maneiras. Ele desencadeia uma série de eventos bioquímicos, alguns dos quais podem até alterar o núcleo da célula.
Podemos afirmar que a célula é a menor unidade consciencial do corpo. Há sempre a perspectiva da célula em relação ao organismo. A partir deste breve entendimento de como a célula interage com os nossos sentimentos e com as nossas emoções, podemos afirmar que todos nós somos viciados nas substâncias químicas produzidas pelo hipotálamo. Não conseguimos equilibrar o nosso estado emocional pelo simples fato de que estamos “viciados” nele, na substância química que é produzida pelo cérebro relacionada à emoção que repetidamente criamos em decorrência de uma situação. Buscamos inconscientemente circunstâncias que vão suprir os desejos bioquímicos das células do nosso corpo criando situações que satisfaçam nossas necessidades químicas. Nós somos as emoções que exteriorizamos; não existe a possibilidade de nos separarmos delas; todos nós estamos constantemente sob a influência das moléculas da emoção, e isso é muito bom, as emoções são a vida, pois são elas que intensificam e classificam as nossas experiências. O fato de estarmos viciados em emoções é algo bioquímico, não apenas psicológico. Para se ter uma idéia, os mesmos receptores celulares utilizados para as emoções são utilizados para a heroína. Podemos nos viciar em qualquer peptídeo natural, em qualquer emoção, pois não observamos nada à nossa volta sem utilizarmos o aspecto emocional.
Imagine que uma célula esteja sendo bombardeada constantemente por um tipo de peptídeo relacionado a um tipo de comportamento emocional. Quando esta célula resolver se dividir, a célula resultante da divisão terá mais receptores para os peptídeos neurais do comportamento emocional específico. Este fato nos permite o seguinte questionamento: O que comemos tem realmente algum efeito se as células, após 30 anos de descontrole emocional, não possuem mais os receptores para receber ou absorver os nutrientes necessários para a nossa saúde? Como podemos sair desse círculo vicioso?
O ser humano é viciado pelo simples fato de não conhecer algo que seja melhor. Nunca fomos instruídos a utilizar a nossa mente de maneira construtiva. Fomos criados em uma cultura de submissão a um padrão de comportamento que ninguém é capaz de realizar em sua plenitude. Devido a isso estamos fadados a conviver em uma eterna busca de auto-aceitação. Devemos observar a nossa vida de uma maneira ilimitada, acreditar em nossa capacidade de criação mental, vivenciarmos a única realidade: a de que não estamos sozinhos, todos unidos somos "Deus".
Não devemos acreditar na ilusão de que temos uma vida por termos um emprego, uma boa casa, dinheiro, uma situação boa... Na verdade isto é sobre-vida, uma prisão. Lutamos para conseguir essas coisas e quando conseguimos, lutamos mais ainda para mantê-las; temos medo de perdê-las e de experimentarmos a retirada química desta perda. Devemos interagir mais com a nossa espiritualidade, questionar a finalidade real de estarmos vivos, descobrir qual o propósito de nossas vidas e um caminho evolutivo a seguir. Se mudarmos os nossos pensamentos, nossas idéias irão mudar e nossas idéias mudando, mudarão as nossas escolhas e os resultados.
Já percebeu que sua mente inventa razões para os desconfortos corporais e emocionais? Foi por isso que me interessei pela Psicoterapia Corporal! O meu trabalho com o corpo, a mente e as emoções começou em 2004. Para mim o ser humano só alcança a saúde quando consegue se entender e se sentir em seu próprio corpo. Então convido você a participar do meu blog, aqui falaremos sobre maneiras de encontrar o seu caminho em direção a sua saúde! Contato: fermayoral@gmail.com ou (34)9.9990-1148
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Somos Todos Viciados
Psicóloga CRP 207.545/06 - Psicoterapeuta Corporal especialista em Análise Bioenergética e em Constelações Sistêmicas - Familiar, Organizacional e Escolar. Atendimentos online.
Contato (34)9.9990-1148
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário