quinta-feira, 17 de maio de 2012

CONSISTÊNCIA: Regra de ouro na educação dos filhos!

:: Dra. Lygia T. Dorigon ::




O que é ser consistente?

Pelo dicionário Aurélio, ser consistente significa: ser firme, sólido,
coerente na exposição de ideias . Pelos psicólogos, educadores, também.
Quer dizer que quando um pai diz algo para o seu filho fazer, a sua
palavra vale para nortear claramente a conduta do filho. Não tem nada a
ver com braveza, frieza, mas sim com coerência entre palavras e
atitudes.

Os filhos precisam aprender que diante de determinadas instruções dos
pais eles devem agir de uma forma e diante de outros pedidos devem ter
outra forma de agir. Dizendo assim parece muito óbvio. Mas, observações
cotidianas nas relações entre pais e filhos apresentam diversos exemplos
do quanto isto pode ser difícil na prática.

"A mãe pede ao filho para que ele arrume a sua cama antes de ir ao
futebol. Seu filho permanece assistindo TV, até que se dá conta do
horário e se arruma correndo para chegar a tempo na aula. Quando bate a
porta, a mãe percebe que a cama continua desarrumada. A funcionária da
casa faz o serviço".

"A criança aproxima-se do botão da geladeira que aciona a saída de água.
A mãe diz que ela não pode mexer ali. A criança aperta o botão e molha a
cozinha. A mãe sorri, dizendo que ela não podia ter colocado a mão ali e
tira a criança da cozinha.

"O menino pede ao pai que lhe presenteie com um game . O pai diz que não
lhe dará o presente naquela hora porque está sem dinheiro. O menino
insiste, o pai nega. O filho insiste, insiste, insiste até que o pai se
cansa da insistência do filho. Não quer que aquilo atrapalhe o passeio
da família e então lhe dá o game , com a exigência de que o filho 'fique
quieto' dali para a frente".

Em todos esses exemplos, comuns, corriqueiros, vemos situações de
inconsistência dos pais ao lidarem com seus filhos. É verdade que na
vida prática é impossível situações deste tipo não acontecerem. É
impossível controlar todos os eventos o tempo todo e ser coerente em
todos eles. O problema não é quando isto acontece de vez em quando, como
exceção, mas sim quando a regra que vale em casa é a regra que o filho
quer.

Os pais precisam garantir que seus pedidos, instruções, funcionem, isto
é, sua instrução deve levar seu filho a orientar sua conduta a partir do
que foi dito a ele para fazer. Dizer não a uma criança, precisa vir
seguido de uma ação de bloqueio, impedimento, por parte dos pais. Dizer
que ele pode fazer algo depois que termine a lição, precisa vir seguido
da ação do pai de checar a lição antes de liberar o que o filho quer.
Falar que não é possível comprar algo naquele momento deve continuar
valendo mesmo que o filho seja insistente e, por vezes, chato.

A consistência beneficia a criança. O que significa que quando a criança
sabe o que esperar efetivamente de seu pai ou de sua mãe, ela tem
maiores condições de modular o seu comportamento.

Filhos desobedientes tem frequentemente na sua história diversos
episódios em que os pais não mantiveram a regra, não monitoraram a ação
do filho.

Não se trata de ser general, de ser inflexível. Nem de não ficar atento
às necessidades da criança. Mas, trata-se de adotar uma postura sólida
que indique aos filhos quando podem agir de determinada forma e quando
não podem, para que assim eles não precisem passar o tempo todo testando
até a hora de conseguirem fazer o que querem e do seu jeito.

Dra. Lygia T. Dorigon (Psicóloga, CRP 06/84744)

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