::Patricia Gebrim::
Sofremos tanto por coisas pequenas porque no fundo temos medo de dar de cara com a “coisa grande”. E a “coisa grande” é o medo que todos temos da morte, da finitude da vida. Escolhemos inconscientemente nos aprisionar aos infinitos sofrimentos do dia-a-dia para esquecer a impermanência de nossa condição humanaEu tenho uma teoria. Não tenho nenhuma pretensão de que seja verdadeira, é só uma dessas coisas que às vezes nos vem à mente em uma noite estrelada e parecem explicar muita coisa.
A teoria veio enquanto eu pensava nas infinitas pequenas coisas às quais nos agarramos e que tanto nos fazem sofrer. Se você prestar atenção ao seu redor vai entender o que digo. Quanto desperdício de energia...
Sofremos porque os motoristas são lentos no trânsito, sofremos porque o computador quebrou, sofremos porque alguém deixou os sapatos largados na nossa sala de estar, sofremos porque as pessoas não agem como achamos que deveriam agir, sofremos porque queríamos comprar algo que não podemos... e por aí vai.
Observe quantas vezes sofremos por coisas que se repetem ironicamente em nossas vidas, e mesmo sabendo que o sofrimento de nada adianta, continuamos lá. Como se fôssemos prisioneiros de uma roda mal-assombrada, ficamos lá, girando ao redor das mesmas questões, abrindo mão de nossa liberdade de voar para além daquela repetição infernal.
Alguém nos fere, nos trata sem consideração, e em vez de simplesmente mandar a pessoa “passear” continuamos lá, agarrados ao sofrimento, aceitando tudo, de novo, de novo e de novo, lutando contra a óbvia realidade de que aquela pessoa simplesmente não vai mudar. Anos e anos perdidos. Por que não mudamos nós? Simples assim... por que não saímos de cena, mudamos a história?
Agora que já entrei no assunto, peço que me permita compartilhar a minha teoria:
Aí vai... sofremos tanto por coisas pequenas porque no fundo temos medo de dar de cara com a “coisa grande”.
E a “coisa grande” é o medo que todos temos da morte, da finitude da vida.
Escolhemos inconscientemente nos aprisionar aos infinitos sofrimentos do dia-a-dia para esquecer a impermanência de nossa condição humana.
Temos tanto medo dessa tal morte, que precisamos nos amortecer o tempo todo, precisamos desviar nossa atenção, e fazemos isso nos preocupando com infinitas coisas pequenas, fazendo com que ocupem todo o espaço dentro de nós, permitindo que nos envolvam de tal maneira que nunca tenhamos que olhar para o medo grande. Criamos esse monte de problemas, nos perdemos em meio às nossas neuroses (neurose é repetição!), nos distraímos com coisas sem importância para que não exista espaço dentro de nós para o vazio, para o silêncio onde repousa a verdade última que diz que todos caminhamos em direção à morte.
Se parássemos de nos amortecer nos problemas diários, se cessássemos o movimento doentio dessa roda ilusória de repetições. Se olhássemos corajosamente para a morte, bem lá no fundo escuro que existe dentro dos seus olhos, por incrível que pareça, tocaríamos a vida.
Porque quem sabe da morte entende o valor do tempo.
E quem sabe o quanto vale cada instante, não o desperdiça em coisas banais que tão pouco significado tem.
Se tivéssemos a coragem de aceitar que a vida é finita, a viveríamos com muito mais presença e prazer. Se encarássemos cada minuto como aquele que antecede o minuto final, o sorveríamos como se fosse o mais puro néctar. Se fôssemos corajosos a ponto de silenciar essa loucura interna que criamos para nos amortecer, se pudéssemos penetrar no vazio com a humildade de quem tira os sapatos para adentrar um lugar sagrado, ouviríamos a voz de nossa alma, e saberíamos cuidar melhor da vida, e das pessoas, e de nós mesmos.
Assim, a meu ver, não há como encontrar a verdadeira paz sem que antes tenhamos - como diz Castaneda em seu livro Viagem a Ixtlan - a morte como companheira.
Apresse-se, apresse-se... vá em busca da paz... os ponteiros não param.
E na paz... apenas na paz... a vida se torna maior do que a morte.
Já percebeu que sua mente inventa razões para os desconfortos corporais e emocionais? Foi por isso que me interessei pela Psicoterapia Corporal! O meu trabalho com o corpo, a mente e as emoções começou em 2004. Para mim o ser humano só alcança a saúde quando consegue se entender e se sentir em seu próprio corpo. Então convido você a participar do meu blog, aqui falaremos sobre maneiras de encontrar o seu caminho em direção a sua saúde! Contato: fermayoral@gmail.com ou (34)9.9990-1148
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Por que fatos sem importância do dia-a-dia nos causam tanto sofrimento?

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Aceitar é começar a ser feliz
::Carlos Hilsdorf::
"Aceitação não é comodismo ou fuga, o ato da aceitação equivale a envolver com amor profundo os fatos que não podemos alterar e encará-los como circunstâncias a serem vivenciadas e vencidas para o fortalecimento do nosso ser"Há momentos na vida, onde tudo parece estar perfeito, maravilhoso, melhor que o sonhado. Muitos desses momentos têm continuidade e nos permitem experimentar esta sensação de alegria profunda e realização, outros não. Alguns desses momentos são subitamente interrompidos por causas inesperadas, fatos inusitados e circunstâncias inimagináveis.
Uma amiga acaba de perder o bebê aos dois meses de gestação. Somente as mães compreendem em profundidade a dor oriunda de uma situação como essa. Nós exercitamos a empatia e imaginamos o que significa, mas por mais que nos sensibilizemos não podemos experimentar a mesma dor.
É conhecida a frase: a dor é inevitável, o sofrimento opcional. Nessas circunstâncias não é bem assim; para uma mãe ou futura mamãe que perde um filho em gestação, o sofrimento não é opcional, é uma realidade inevitável. Nessas circunstâncias, a frase deve ser adaptada para: "a dor é inevitável, a forma de enfrentar o sofrimento é opcional!".
Há circunstâncias na vida onde não possuímos controle ou possibilidade de interferência ao ponto de mudar os resultados: resta-nos não como consolo, mas como atitude inteligente e digna o exercício da aceitação.
Dentro das principais opções que temos para enfrentar o sofrimento estão: o desespero, a raiva, a indiferença, a mágoa, a ira, a revolta, a depressão, a alienação e a aceitação. A única que não agrava nossos problemas e possui efeitos benéficos é a aceitação.
O exercício da aceitação é tanto mais fácil e possível quanto maior for o nosso grau de consciência, maturidade e espiritualização. Aceitar é ser verdadeiramente humilde diante dos fatos inevitáveis e das circunstâncias imutáveis. A humildade nos faz reconhecer o limite das nossas possibilidades diante do universo ao nosso redor. Aceitação não é comodismo ou fuga, o ato da aceitação equivale a envolver com amor profundo os fatos que não podemos alterar e encará-los como circunstâncias a serem vivenciadas e vencidas para o fortalecimento do nosso ser.
Diante dessas situações, seja forte. O mundo é dos fortes, diria uma sábia amiga se estivesse ao meu lado agora que escrevo este artigo. A verdadeira força reside nas capacidades de aceitação e de recomeçar.
Compreender as coisas, nem sempre diminui a dor e o sofrimento, mas nos permite optar por enfrentar a dor e o sofrimento com inteligência, dignidade e resignação.
Chamamos de resiliência a capacidade psicológica de, submetidos a fortíssimas pressões, conseguirmos retornar ao equilíbrio e retomar nossas vidas, realizando um novo começo.
Nessas circunstâncias onde a humildade e a aceitação são nossas maiores virtudes, vale lembrar três reflexões:
1) A prece da serenidade: "Senhor dá-me a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar,coragem para mudar as coisas que eu possa e sabedoria para que eu saiba a diferença."
2) Uma reflexão que faço em meu livro Atitudes Vencedoras: "A fé é a certeza que fica quando todas as outras deixam de existir!"
3) Um conselho repetido muitas vezes por Omar Cardoso (pesquisador de astrologia e importante radialista brasileiro da década de setenta): "Todos os dias sob todos os pontos de vista, vou cada vez melhor!"
Estas três reflexões juntas nos permitem compreender que humildade e aceitação constituem o princípio da serenidade; que nossa fé deve ser superior a nossas dores e sofrimentos, mesmo quando não podemos compreender porque determinadas coisas aconteceram, justamente quando tudo parecia perfeito, e; que a certeza de um amanhã, de um renascer onde poderemos estar melhores a cada instante, deve nortear nosso recomeço.
Seja qual for a dor que te aflige, opte por enfrentar o sofrimento pela via da aceitação: a dignidade desse caminho lhe fornecerá as forças para renascer e recomeçar e assim como a mitológica ave Fênix, você renascerá das próprias cinzas (do sofrimento que vem lhe consumindo).
Viver é renascer e recomeçar a cada dia, como repetia com profundo amor Francisco Cândido Xavier: "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".
Por mais difícil que seja este momento, ele não é o fim. Acredite, pode até parecer, mas não é o fim.
Pratique a humildade, aceite a realidade e recomece, recomece sempre...
Quanto mais cedo você exercitar a aceitação, mais cedo começará a ser feliz...
Seja forte!
"Aceitação não é comodismo ou fuga, o ato da aceitação equivale a envolver com amor profundo os fatos que não podemos alterar e encará-los como circunstâncias a serem vivenciadas e vencidas para o fortalecimento do nosso ser"Há momentos na vida, onde tudo parece estar perfeito, maravilhoso, melhor que o sonhado. Muitos desses momentos têm continuidade e nos permitem experimentar esta sensação de alegria profunda e realização, outros não. Alguns desses momentos são subitamente interrompidos por causas inesperadas, fatos inusitados e circunstâncias inimagináveis.
Uma amiga acaba de perder o bebê aos dois meses de gestação. Somente as mães compreendem em profundidade a dor oriunda de uma situação como essa. Nós exercitamos a empatia e imaginamos o que significa, mas por mais que nos sensibilizemos não podemos experimentar a mesma dor.
É conhecida a frase: a dor é inevitável, o sofrimento opcional. Nessas circunstâncias não é bem assim; para uma mãe ou futura mamãe que perde um filho em gestação, o sofrimento não é opcional, é uma realidade inevitável. Nessas circunstâncias, a frase deve ser adaptada para: "a dor é inevitável, a forma de enfrentar o sofrimento é opcional!".
Há circunstâncias na vida onde não possuímos controle ou possibilidade de interferência ao ponto de mudar os resultados: resta-nos não como consolo, mas como atitude inteligente e digna o exercício da aceitação.
Dentro das principais opções que temos para enfrentar o sofrimento estão: o desespero, a raiva, a indiferença, a mágoa, a ira, a revolta, a depressão, a alienação e a aceitação. A única que não agrava nossos problemas e possui efeitos benéficos é a aceitação.
O exercício da aceitação é tanto mais fácil e possível quanto maior for o nosso grau de consciência, maturidade e espiritualização. Aceitar é ser verdadeiramente humilde diante dos fatos inevitáveis e das circunstâncias imutáveis. A humildade nos faz reconhecer o limite das nossas possibilidades diante do universo ao nosso redor. Aceitação não é comodismo ou fuga, o ato da aceitação equivale a envolver com amor profundo os fatos que não podemos alterar e encará-los como circunstâncias a serem vivenciadas e vencidas para o fortalecimento do nosso ser.
Diante dessas situações, seja forte. O mundo é dos fortes, diria uma sábia amiga se estivesse ao meu lado agora que escrevo este artigo. A verdadeira força reside nas capacidades de aceitação e de recomeçar.
Compreender as coisas, nem sempre diminui a dor e o sofrimento, mas nos permite optar por enfrentar a dor e o sofrimento com inteligência, dignidade e resignação.
Chamamos de resiliência a capacidade psicológica de, submetidos a fortíssimas pressões, conseguirmos retornar ao equilíbrio e retomar nossas vidas, realizando um novo começo.
Nessas circunstâncias onde a humildade e a aceitação são nossas maiores virtudes, vale lembrar três reflexões:
1) A prece da serenidade: "Senhor dá-me a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar,coragem para mudar as coisas que eu possa e sabedoria para que eu saiba a diferença."
2) Uma reflexão que faço em meu livro Atitudes Vencedoras: "A fé é a certeza que fica quando todas as outras deixam de existir!"
3) Um conselho repetido muitas vezes por Omar Cardoso (pesquisador de astrologia e importante radialista brasileiro da década de setenta): "Todos os dias sob todos os pontos de vista, vou cada vez melhor!"
Estas três reflexões juntas nos permitem compreender que humildade e aceitação constituem o princípio da serenidade; que nossa fé deve ser superior a nossas dores e sofrimentos, mesmo quando não podemos compreender porque determinadas coisas aconteceram, justamente quando tudo parecia perfeito, e; que a certeza de um amanhã, de um renascer onde poderemos estar melhores a cada instante, deve nortear nosso recomeço.
Seja qual for a dor que te aflige, opte por enfrentar o sofrimento pela via da aceitação: a dignidade desse caminho lhe fornecerá as forças para renascer e recomeçar e assim como a mitológica ave Fênix, você renascerá das próprias cinzas (do sofrimento que vem lhe consumindo).
Viver é renascer e recomeçar a cada dia, como repetia com profundo amor Francisco Cândido Xavier: "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".
Por mais difícil que seja este momento, ele não é o fim. Acredite, pode até parecer, mas não é o fim.
Pratique a humildade, aceite a realidade e recomece, recomece sempre...
Quanto mais cedo você exercitar a aceitação, mais cedo começará a ser feliz...
Seja forte!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Segurança
:: Elisabeth Cavalcante ::
Dias confusos, acontecimentos turbulentos, tudo parece nos apontar para um estado de caos no mundo. Entretanto, apesar desta aparente derrocada, a natureza continua seguindo seu curso e serenamente cumprindo seu destino.
Cada ser vivo dedicando-se a existir do modo mais simples e natural, como se nada jamais fosse mudar ao seu redor. Esta harmonia surpreendente pode ser observada sempre que nos retiramos para regiões onde a natureza se mantém intocada. Somente o homem, em sua capacidade de intervir na realidade, na maioria das vezes negativamente, se sente ameaçado.
Porém, não consegue perceber que ele próprio constitui sua maior ameaça. Enquanto não formos capazes de descobrir uma maneira de viver com naturalidade, despertando a cada dia em profunda sintonia com o Universo, continuaremos vitimas da sensação de perigo e desamparo.
Aqueles que já atingiram um grau considerável de consciência, sabem que a segurança se origina de uma fonte interior, e independe dos fatores externos. Ela brota de uma certeza de que o Universo sempre nos proverá de tudo o que necessitamos para sermos felizes.
Mas chegar a este estágio de conexão só é possível quando acreditamos plenamente na dimensão divina da existência, que se revela através de sinais, muitas vezes sutis, e perceptíveis apenas para aqueles que ampliam seus canais de percepção.
A meditação é a forma mais eficaz de abrir estes canais e somente ela pode nos proporcionar o milagre da mudança, de um estado de adormecimento para outro em que nos mantemos vivos, alertas e conscientes, tanto dos pensamentos que povoam nossas mentes, quanto das emoções que dominam nossos corações.
Abrir-se para este novo estado de ser, ajuda-nos a ficar imunes à ação da negatividade que predomina ao redor. Por maior que seja a compaixão e a solidariedade para com aqueles que ainda vivem escravos da ilusão, não nos identificaremos mais de modo cego com este estado de ser.
Seremos capazes de caminhar entre eles, mantendo intacta a nossa luz e enxergando em cada um, o potencial divino que todos carregamos sem distinção. O milagre pode ocorrer a qualquer momento se, a cada dia, mais e mais de nós acreditarmos em sua realização.
Mente e Criatividade
Amado Osho, na mente, no processo de pensar, há muita energia. Como podemos usar essa energia de um modo criativo e construtivo?
A pergunta é muito complexa. Soa simples, mas não é simples.
Você está perguntado: "A mente é cheia de energia; como usar essa energia de modo criativo e construtivo?".
Quem vai usar essa energia...?
Se a própria mente for usar essa energia, ela nunca poderá ser criativa e nunca poderá ser construtiva.
É isso o que está acontecendo por todo o mundo. É isso o que está acontecendo na ciência... Toda a miséria da ciência é que a mente está usando a própria energia... mas a mente é uma força negativa - ela não pode usar nada criativamente, ela precisa de um mestre. A mente é um serviçal...!
Você tem um mestre?
Assim, para mim a questão é... a meditação desenvolve o mestre interno. Ela o torna completamente alerta e consciente de que a mente é um instrumento. Agora então, o que quer que você queira fazer, você pode fazer. E se você não quiser fazer nada com ela, você pode pô-la de lado e pode permanecer em absoluto silêncio.
Neste momento, você não é o mestre - nem por cinco minutos... Você não pode dizer à mente: "Por favor, fique silenciosa por cinco minutos.". Esses serão os cinco minutos nos quais a mente ficará mais veloz, correndo mais do que nunca... - porque ela terá de mostrar a você quem é o mestre.
....Se você tentar parar de pensar por cinco minutos, entrarão mais pensamentos do que nunca - pela simples razão de mostrar a você que você não é o mestre. Assim, primeiramente a pessoa tem de conseguir a mestria; e o meio de se tornar o mestre não é dizer aos pensamentos: "Pare!". O meio de se tornar o mestre é observar todo o processo de pensamento.
....Seus pensamentos têm de compreender uma única coisa: que você não está interessado neles. No momento em que você tiver firmado isso, você terá alcançado uma grande vitória.
Simplesmente observe. Não diga nada aos pensamentos. Não julgue. Não condene.
Não os mande embora. Deixe-os fazer o que quer que estejam fazendo, qualquer ginástica - deixe-os fazerem; você simplesmente observa e desfruta. Trata-se de um belo filme. E você se surpreenderá: simplesmente observando, chega um momento em que os pensamentos não mais estarão presentes, não haverá nada para observar.
Essa é a porta que tenho chamado de nada, de vazio.
Por essa porta entra o seu ser verdadeiro, o mestre. E esse mestre é absolutamente positivo; em suas mãos, tudo se transforma em ouro.
...Assim, você não pode fazer nada diretamente com a mente. Você terá que dar umas voltinhas; primeiro você tem de trazer o mestre para dentro. Está faltando o mestre e, durante séculos, o serviçal pensou que ele era o mestre. Simplesmente, deixe o mestre entrar e o serviçal, imediatamente, compreenderá. Basta a presença do mestre e o serviçal cai aos pés do mestre e espera por alguma ordem, qualquer coisa que o mestre queira que seja feito - ele está pronto.
.....Não toque na mente. Primeiramente, apenas descubra onde está o mestre. Trata-se de um mecanismo complicado. Deixe o mestre estar presente e a mente funciona como um serviçal, muito perfeitamente.
No Oriente, nós fizemos isso. Gautama, O Buda, poderia ter-se tornado Albert Einstein sem nenhuma dificuldade; ele era um gênio muito maior. Mas toda a sua vida foi devotada à transformação das pessoas, para dentro da consciência, para dentro da compaixão, para dentro do amor, para dentro da bem-aventurança.
Dias confusos, acontecimentos turbulentos, tudo parece nos apontar para um estado de caos no mundo. Entretanto, apesar desta aparente derrocada, a natureza continua seguindo seu curso e serenamente cumprindo seu destino.
Cada ser vivo dedicando-se a existir do modo mais simples e natural, como se nada jamais fosse mudar ao seu redor. Esta harmonia surpreendente pode ser observada sempre que nos retiramos para regiões onde a natureza se mantém intocada. Somente o homem, em sua capacidade de intervir na realidade, na maioria das vezes negativamente, se sente ameaçado.
Porém, não consegue perceber que ele próprio constitui sua maior ameaça. Enquanto não formos capazes de descobrir uma maneira de viver com naturalidade, despertando a cada dia em profunda sintonia com o Universo, continuaremos vitimas da sensação de perigo e desamparo.
Aqueles que já atingiram um grau considerável de consciência, sabem que a segurança se origina de uma fonte interior, e independe dos fatores externos. Ela brota de uma certeza de que o Universo sempre nos proverá de tudo o que necessitamos para sermos felizes.
Mas chegar a este estágio de conexão só é possível quando acreditamos plenamente na dimensão divina da existência, que se revela através de sinais, muitas vezes sutis, e perceptíveis apenas para aqueles que ampliam seus canais de percepção.
A meditação é a forma mais eficaz de abrir estes canais e somente ela pode nos proporcionar o milagre da mudança, de um estado de adormecimento para outro em que nos mantemos vivos, alertas e conscientes, tanto dos pensamentos que povoam nossas mentes, quanto das emoções que dominam nossos corações.
Abrir-se para este novo estado de ser, ajuda-nos a ficar imunes à ação da negatividade que predomina ao redor. Por maior que seja a compaixão e a solidariedade para com aqueles que ainda vivem escravos da ilusão, não nos identificaremos mais de modo cego com este estado de ser.
Seremos capazes de caminhar entre eles, mantendo intacta a nossa luz e enxergando em cada um, o potencial divino que todos carregamos sem distinção. O milagre pode ocorrer a qualquer momento se, a cada dia, mais e mais de nós acreditarmos em sua realização.
Mente e Criatividade
Amado Osho, na mente, no processo de pensar, há muita energia. Como podemos usar essa energia de um modo criativo e construtivo?
A pergunta é muito complexa. Soa simples, mas não é simples.
Você está perguntado: "A mente é cheia de energia; como usar essa energia de modo criativo e construtivo?".
Quem vai usar essa energia...?
Se a própria mente for usar essa energia, ela nunca poderá ser criativa e nunca poderá ser construtiva.
É isso o que está acontecendo por todo o mundo. É isso o que está acontecendo na ciência... Toda a miséria da ciência é que a mente está usando a própria energia... mas a mente é uma força negativa - ela não pode usar nada criativamente, ela precisa de um mestre. A mente é um serviçal...!
Você tem um mestre?
Assim, para mim a questão é... a meditação desenvolve o mestre interno. Ela o torna completamente alerta e consciente de que a mente é um instrumento. Agora então, o que quer que você queira fazer, você pode fazer. E se você não quiser fazer nada com ela, você pode pô-la de lado e pode permanecer em absoluto silêncio.
Neste momento, você não é o mestre - nem por cinco minutos... Você não pode dizer à mente: "Por favor, fique silenciosa por cinco minutos.". Esses serão os cinco minutos nos quais a mente ficará mais veloz, correndo mais do que nunca... - porque ela terá de mostrar a você quem é o mestre.
....Se você tentar parar de pensar por cinco minutos, entrarão mais pensamentos do que nunca - pela simples razão de mostrar a você que você não é o mestre. Assim, primeiramente a pessoa tem de conseguir a mestria; e o meio de se tornar o mestre não é dizer aos pensamentos: "Pare!". O meio de se tornar o mestre é observar todo o processo de pensamento.
....Seus pensamentos têm de compreender uma única coisa: que você não está interessado neles. No momento em que você tiver firmado isso, você terá alcançado uma grande vitória.
Simplesmente observe. Não diga nada aos pensamentos. Não julgue. Não condene.
Não os mande embora. Deixe-os fazer o que quer que estejam fazendo, qualquer ginástica - deixe-os fazerem; você simplesmente observa e desfruta. Trata-se de um belo filme. E você se surpreenderá: simplesmente observando, chega um momento em que os pensamentos não mais estarão presentes, não haverá nada para observar.
Essa é a porta que tenho chamado de nada, de vazio.
Por essa porta entra o seu ser verdadeiro, o mestre. E esse mestre é absolutamente positivo; em suas mãos, tudo se transforma em ouro.
...Assim, você não pode fazer nada diretamente com a mente. Você terá que dar umas voltinhas; primeiro você tem de trazer o mestre para dentro. Está faltando o mestre e, durante séculos, o serviçal pensou que ele era o mestre. Simplesmente, deixe o mestre entrar e o serviçal, imediatamente, compreenderá. Basta a presença do mestre e o serviçal cai aos pés do mestre e espera por alguma ordem, qualquer coisa que o mestre queira que seja feito - ele está pronto.
.....Não toque na mente. Primeiramente, apenas descubra onde está o mestre. Trata-se de um mecanismo complicado. Deixe o mestre estar presente e a mente funciona como um serviçal, muito perfeitamente.
No Oriente, nós fizemos isso. Gautama, O Buda, poderia ter-se tornado Albert Einstein sem nenhuma dificuldade; ele era um gênio muito maior. Mas toda a sua vida foi devotada à transformação das pessoas, para dentro da consciência, para dentro da compaixão, para dentro do amor, para dentro da bem-aventurança.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Tensão de fim de ano
:: Rosemeire Zago ::
Com a aproximação do fim de ano, as festas chegando, há a sensação de que não se realizou tudo o que queria: são dívidas a serem quitadas, projetos a serem concluídos, conflitos a serem solucionados, pessoas a serem perdoadas, mudanças a serem efetivadas, casamentos a serem feitos e outros desfeitos, palavras a serem ditas; enfim, os desejos e as cobranças, principalmente as internas, se fazem presentes, tendo como prazo o final do ano. A esse leque de cobranças, somam-se ainda os múltiplos compromissos típicos do final de ano: compras, com quem e onde passar as festas, presentes, viagens, férias, etc. Todos parecem correr contra o relógio, pois o tempo parece estar cada vez mais escasso e de repente, as pessoas pensam que podem abraçar o mundo, quando muitas vezes não conseguem abraçar a si próprias.
Querem achar todas as soluções, resolver tudo o que ficou pendente, retomar planos inacabados, concluir tudo aquilo que sequer começaram, ou ainda, já começam a se preocupar com as metas para o ano que vai começar. A isso tudo, soma-se ainda a ansiedade, preocupação, cansaço e estresse devido a problemas rotineiros, e a sobrecarga se torna inevitável, gerando irritação, insatisfação, enfim, uma angústia insuportável, onde geralmente a origem é creditada aos fatores externos. Mas será?
Como nem sempre as pessoas conseguem, ou sequer refletem sobre os conflitos internos, passam a se preocupar apenas com os fatores externos, como os presentes a serem comprados, a comida a ser feita, armários a serem arrumados, viagens a serem realizadas, e a reflexão fica em segundo plano, como se pensar fosse sinônimo de dor.
A proximidade do Natal com todo o seu simbolismo parece por si só mobilizar as emoções, alterando nossa afetividade e deixando-nos muitas vezes tristes. As decepções e frustrações parecem cada dia nos atingir mais. Muitos, como sentem dificuldade em identificar e lidar com o que sentem, acabam se sobrecarregando de atividades, como que para não pensar e sentir. Acumulamo-nos de compromissos não só porque é preciso realizá-los; queremos mais tempo, não só porque ele se vai rapidamente, mas principalmente para não entrarmos em contato com nossa realidade interna. Como defesa, buscamos inconscientemente fugir do encontro com os próprios sentimentos como forma de garantir menos sofrimento. Mas fugir de nada adianta.
Refletir sobre o que sentimos pode até causar dor, mas é preciso lembrar que fugir não diminui essa dor, apenas não nos torna conscientes que ela existe, e só refletindo sobre o que sentimos é que podemos fazer com que pare de doer. Precisamos nos lembrar que não somos máquinas onde ligamos e desligamos botões e esses obedecem aos novos comandos imediatamente. E que bom que somos seres humanos! Seres humanos livres para pensar, sentir, fazer novas escolhas, amar, viver!
Quando o final do ano se aproxima nos sobrecarregamos com cobranças como se quiséssemos compensar o tempo perdido. Nessa ânsia para que tudo se realize, surgem as insatisfações. Ao que você atribui o que está sentindo? Que tal refletir sobre as possíveis causas de seus sentimentos? Será que irá passar as festas com quem realmente deseja? E sua vida, está sendo conduzida da forma que realmente gostaria? Escreva sobre o que sente, isso poderá ajudá-lo a entender a origem de seus sentimentos. Agindo com consciência diminuirá sua necessidade de buscar fora, pois saberá que pode contar com o que há dentro de você, e isso fará muita diferença! Pare de correr contra o tempo, já não basta a correria diária? Você deve estar em paz consigo mesmo, e para isso não é preciso correr contra tempo, mas sim parar de se cobrar perfeição, afinal, quem é perfeito? Pare imediatamente de se criticar vendo em você somente defeitos. Será mesmo que não há nada de belo em você? Pare de fugir do espelho e se olhe com atenção, sem querer encontrar algo para criticar. Olhe com olhos de quem ama. Sabe como é aquele olhar que transmite acima de tudo compreensão e amor? Será que é possível você se olhar assim? Olhe realmente para o que há de melhor em você, e irá descobrir que você é um ser divino, que merece carinho, atenção, respeito e muito, muito amor! O melhor sempre é olhar-se internamente, assumindo sua realidade e identificando cada sentimento que há dentro de você.
A verdadeira sabedoria não é acumular informações e conhecimentos, mas colocar cada uma delas em prática. O que resolve, por exemplo, ser um profissional competente, responsável, se não percebe a hora de ir mais devagar, dar mais atenção as pessoas que ama? É importante definir prioridades para não se sobrecarregar. Mesmo cansado, as justificativas sempre são de que não se tem tempo para descansar, viajar. Mas eu pergunto: se houver um infarto e tiver que ficar 15 dias em uma UTI haverá tempo disponível? Com certeza. Mas se podemos evitar mais sofrimento com pequenas alterações na rotina diária, porque adiar para depois? Será que não poderá ser tarde demais?
Pense em tudo isso e reflita um pouco mais sobre sua vida. Afinal, todos nós temos nossos próprios limites e pode ser muito mais sábio cada um respeitar os seus, parar e refletir. E para isso, não é preciso esperar o próximo ano começar!
Com a aproximação do fim de ano, as festas chegando, há a sensação de que não se realizou tudo o que queria: são dívidas a serem quitadas, projetos a serem concluídos, conflitos a serem solucionados, pessoas a serem perdoadas, mudanças a serem efetivadas, casamentos a serem feitos e outros desfeitos, palavras a serem ditas; enfim, os desejos e as cobranças, principalmente as internas, se fazem presentes, tendo como prazo o final do ano. A esse leque de cobranças, somam-se ainda os múltiplos compromissos típicos do final de ano: compras, com quem e onde passar as festas, presentes, viagens, férias, etc. Todos parecem correr contra o relógio, pois o tempo parece estar cada vez mais escasso e de repente, as pessoas pensam que podem abraçar o mundo, quando muitas vezes não conseguem abraçar a si próprias.
Querem achar todas as soluções, resolver tudo o que ficou pendente, retomar planos inacabados, concluir tudo aquilo que sequer começaram, ou ainda, já começam a se preocupar com as metas para o ano que vai começar. A isso tudo, soma-se ainda a ansiedade, preocupação, cansaço e estresse devido a problemas rotineiros, e a sobrecarga se torna inevitável, gerando irritação, insatisfação, enfim, uma angústia insuportável, onde geralmente a origem é creditada aos fatores externos. Mas será?
Como nem sempre as pessoas conseguem, ou sequer refletem sobre os conflitos internos, passam a se preocupar apenas com os fatores externos, como os presentes a serem comprados, a comida a ser feita, armários a serem arrumados, viagens a serem realizadas, e a reflexão fica em segundo plano, como se pensar fosse sinônimo de dor.
A proximidade do Natal com todo o seu simbolismo parece por si só mobilizar as emoções, alterando nossa afetividade e deixando-nos muitas vezes tristes. As decepções e frustrações parecem cada dia nos atingir mais. Muitos, como sentem dificuldade em identificar e lidar com o que sentem, acabam se sobrecarregando de atividades, como que para não pensar e sentir. Acumulamo-nos de compromissos não só porque é preciso realizá-los; queremos mais tempo, não só porque ele se vai rapidamente, mas principalmente para não entrarmos em contato com nossa realidade interna. Como defesa, buscamos inconscientemente fugir do encontro com os próprios sentimentos como forma de garantir menos sofrimento. Mas fugir de nada adianta.
Refletir sobre o que sentimos pode até causar dor, mas é preciso lembrar que fugir não diminui essa dor, apenas não nos torna conscientes que ela existe, e só refletindo sobre o que sentimos é que podemos fazer com que pare de doer. Precisamos nos lembrar que não somos máquinas onde ligamos e desligamos botões e esses obedecem aos novos comandos imediatamente. E que bom que somos seres humanos! Seres humanos livres para pensar, sentir, fazer novas escolhas, amar, viver!
Quando o final do ano se aproxima nos sobrecarregamos com cobranças como se quiséssemos compensar o tempo perdido. Nessa ânsia para que tudo se realize, surgem as insatisfações. Ao que você atribui o que está sentindo? Que tal refletir sobre as possíveis causas de seus sentimentos? Será que irá passar as festas com quem realmente deseja? E sua vida, está sendo conduzida da forma que realmente gostaria? Escreva sobre o que sente, isso poderá ajudá-lo a entender a origem de seus sentimentos. Agindo com consciência diminuirá sua necessidade de buscar fora, pois saberá que pode contar com o que há dentro de você, e isso fará muita diferença! Pare de correr contra o tempo, já não basta a correria diária? Você deve estar em paz consigo mesmo, e para isso não é preciso correr contra tempo, mas sim parar de se cobrar perfeição, afinal, quem é perfeito? Pare imediatamente de se criticar vendo em você somente defeitos. Será mesmo que não há nada de belo em você? Pare de fugir do espelho e se olhe com atenção, sem querer encontrar algo para criticar. Olhe com olhos de quem ama. Sabe como é aquele olhar que transmite acima de tudo compreensão e amor? Será que é possível você se olhar assim? Olhe realmente para o que há de melhor em você, e irá descobrir que você é um ser divino, que merece carinho, atenção, respeito e muito, muito amor! O melhor sempre é olhar-se internamente, assumindo sua realidade e identificando cada sentimento que há dentro de você.
A verdadeira sabedoria não é acumular informações e conhecimentos, mas colocar cada uma delas em prática. O que resolve, por exemplo, ser um profissional competente, responsável, se não percebe a hora de ir mais devagar, dar mais atenção as pessoas que ama? É importante definir prioridades para não se sobrecarregar. Mesmo cansado, as justificativas sempre são de que não se tem tempo para descansar, viajar. Mas eu pergunto: se houver um infarto e tiver que ficar 15 dias em uma UTI haverá tempo disponível? Com certeza. Mas se podemos evitar mais sofrimento com pequenas alterações na rotina diária, porque adiar para depois? Será que não poderá ser tarde demais?
Pense em tudo isso e reflita um pouco mais sobre sua vida. Afinal, todos nós temos nossos próprios limites e pode ser muito mais sábio cada um respeitar os seus, parar e refletir. E para isso, não é preciso esperar o próximo ano começar!

terça-feira, 24 de novembro de 2009
Cuidar dos Relacionamentos
::Roberto Shinyashiki::
Mais do que nunca, as pessoas estão morrendo de medo de ser abandonadas. De dizer "eu te amo" e não ser correspondidas. E, por isso, continuam abandonando, com medo de ser abandonadas. Dizem não, com medo de ouvi-lo.
O medo da rejeição nos impede de abrir nosso coração profundamente para os outros, pois não queremos nos sentir vulneráveis ou fragilizados. Para não ter de enfrentar esse medo, as pessoas não estão se relacionando em profundidade. Pelo contrário, buscam criar relacionamentos superficiais.
Nos relacionamentos atuais, principalmente entre os mais jovens, predomina a postura de "ficar" com alguém. Às vezes, "fica-se" com mais de uma pessoa no mesmo dia.
Muitas pessoas abandonaram a busca por uma relação mais amorosa, mais comprometida, satisfazendo-se com uma companhia de poucas horas. Um simples passatempo. Assim, no dia seguinte, pode-se ficar com outra pessoa, no outro dia com mais outra e assim por diante. Sem que qualquer relação se solidifique.
Existe até a prática de contabilizar quem beijou mais em uma festa ou em um evento qualquer. Beijam-se pessoas desconhecidas pelo simples ato de beijar, como se bebe água quando se está com sede. O beijo, nessas circunstâncias, deixou de ser a expressão de um sentimento afetivo de aproximação entre duas pessoas, deixou de ser uma entrega, deixou de ser um momento mágico, deixou de ser uma partícula de ligação e entrou no menu da rotina.
No amor, para muitas pessoas, a quantidade se tornou mais importante do que a qualidade... Na verdade, poucas pessoas perceberam que qualidade num relacionamento significa mergulhar em profundidade.
Nesse tipo de relacionamento superficial, não há tempo para conhecer o outro. E sem conhecimento, o amor não se desenvolve. Torna-se quase impossível estabelecer uma base sólida para a relação. (Trecho do meu livro "Amar Pode Dar Certo").
As pessoas estão esquecendo que um relacionamento que realmente nos completa, satisfaz e amplia a nossa dimensão de seres humanos precisa ir muito além disso.
Um relacionamento precisa ser construído sobre o amor, embalado pela cooperação, alimentado pelo respeito, forjado com confiança. Precisa ter aconchego, cumplicidade e doação. Precisamos saber dividir com o outro o nosso cobertor, nas noites frias, mesmo que para cobrir a orelhe dele precisemos descobrir nossos pés - e ficar feliz por estar dando ao outro o melhor de nós.
É preciso aprender a deixar de ver um relacionamento como uma armadilha, de onde não teremos saída, para descobrir nele a chave da nossa liberdade e da liberdade do outro. E isso só pode ser conseguido quando aprendemos a confiar mais.
Mais do que nunca, as pessoas estão morrendo de medo de ser abandonadas. De dizer "eu te amo" e não ser correspondidas. E, por isso, continuam abandonando, com medo de ser abandonadas. Dizem não, com medo de ouvi-lo.
O medo da rejeição nos impede de abrir nosso coração profundamente para os outros, pois não queremos nos sentir vulneráveis ou fragilizados. Para não ter de enfrentar esse medo, as pessoas não estão se relacionando em profundidade. Pelo contrário, buscam criar relacionamentos superficiais.
Nos relacionamentos atuais, principalmente entre os mais jovens, predomina a postura de "ficar" com alguém. Às vezes, "fica-se" com mais de uma pessoa no mesmo dia.
Muitas pessoas abandonaram a busca por uma relação mais amorosa, mais comprometida, satisfazendo-se com uma companhia de poucas horas. Um simples passatempo. Assim, no dia seguinte, pode-se ficar com outra pessoa, no outro dia com mais outra e assim por diante. Sem que qualquer relação se solidifique.
Existe até a prática de contabilizar quem beijou mais em uma festa ou em um evento qualquer. Beijam-se pessoas desconhecidas pelo simples ato de beijar, como se bebe água quando se está com sede. O beijo, nessas circunstâncias, deixou de ser a expressão de um sentimento afetivo de aproximação entre duas pessoas, deixou de ser uma entrega, deixou de ser um momento mágico, deixou de ser uma partícula de ligação e entrou no menu da rotina.
No amor, para muitas pessoas, a quantidade se tornou mais importante do que a qualidade... Na verdade, poucas pessoas perceberam que qualidade num relacionamento significa mergulhar em profundidade.
Nesse tipo de relacionamento superficial, não há tempo para conhecer o outro. E sem conhecimento, o amor não se desenvolve. Torna-se quase impossível estabelecer uma base sólida para a relação. (Trecho do meu livro "Amar Pode Dar Certo").
As pessoas estão esquecendo que um relacionamento que realmente nos completa, satisfaz e amplia a nossa dimensão de seres humanos precisa ir muito além disso.
Um relacionamento precisa ser construído sobre o amor, embalado pela cooperação, alimentado pelo respeito, forjado com confiança. Precisa ter aconchego, cumplicidade e doação. Precisamos saber dividir com o outro o nosso cobertor, nas noites frias, mesmo que para cobrir a orelhe dele precisemos descobrir nossos pés - e ficar feliz por estar dando ao outro o melhor de nós.
É preciso aprender a deixar de ver um relacionamento como uma armadilha, de onde não teremos saída, para descobrir nele a chave da nossa liberdade e da liberdade do outro. E isso só pode ser conseguido quando aprendemos a confiar mais.

terça-feira, 17 de novembro de 2009
Os porquês nossos de cada dia
Gostaria de dedicar a mensagem de hoje a Deborah, que tem aprendido a responder os próprios "porquês" e a não atropelar as coisas!
Os porquês nossos de cada dia
::Fabiano Ferreira::
Você já se pegou com muitos porquês circulando em seu pensamento? Todos somos rondados por aquelas perguntas infindáveis, que parecem que nunca serão respondidas. E mesmo se forem, suas respostas precisarão constantemente ser reformuladas, adaptadas.
Por quê, por exemplo, sempre valorizamos aquilo que não temos, aquilo que jamais talvez estará ao nosso alcance ou que mesmo que esteja, por enquanto ainda não é possível?
Por quê sempre o amor do vizinho, do casal amigo ou do par da novela é mais bonito que o nosso? Será que realmente estamos olhando profundamente, olho no olho para o nosso amor, e por isso mesmo não estamos sentindo os arrepios que gostaríamos?
Por quê os corpos da revista, da TV ou daquele colega de trabalho insuportável é mais bonito que o nosso, é mais saudável, atlético, vistoso? Estamos desvalorizando a perfeição e potencial físico que a nós foram dados?
Por quê o computador da vitrine da loja, o celular que saiu no panfleto do jornal ou aquele óculos que nos convida no shopping são melhores, mais bonitos e mais eficientes do que os que temos em casa? Será mesmo que exploramos todos os recursos que temos à mão ou somos sedentos pelo novo, sempre, numa angústia sem fim?
Por quê também queremos a casa da revista, a “viagem dos sonhos” ou este e aquele mimo que a propaganda insiste que merecemos? Será que não dá para se deliciar com o conforto de uma cama quentinha, lençol cheiroso e a música do cantor preferido tocando no aparelho de som? Não, queremos o iPod de última geração, embora a voz do Caetano continue a mesma.
Por quê, por quê e por quê? Eles são muitos, infindáveis. Tudo bem, sabemos que ter ambição é preciso e até necessário. Queremos sim o carro do ano, o amor mais bonito, a casa perfeita e os amigos mais bacanas. Queremos também a empresa responsável, a empregada mãezona, o MBA ou o pelo menos um título a mais que o de chefe. Mas quanto tempo não perdemos esperando pelo novo, pelo inusitado, pelo poder isso, poder aquilo? Quanto tempo não perdemos atropelando nosso dia, nossas noites, nossas amizades, nossos amores, em busca de algo que nem mesmo nós sabemos o que é?
Acho que perdemos muito nessa corrida sem rumo. Não olhamos mais fixamente para as coisas. Não olhamos mais diretamente nos olhos do nosso interlocutor. Lemos os livros das listas dos mais vendidos porque está na moda. Vamos ao cinema porque o filme é um blockbuster que a crítica diz que não podemos perder. Estouramos o orçamento porque a propaganda do cartão de crédito diz que para ser feliz é preciso atender a todos os desejos, sempre, a todo momento.
Perdemos muito tempo sim. Mas com os outros, talvez com quem nada contribui para a nossa alegria, para a nossa paz. Perdemos tempo com quem só quer nos sugar e nada nos acrescenta. Perdermos tempo teimando em ideias compradas, originadas em outras cabeças, que jamais vão entender nosso íntimo, nossa vontade, nossa verdadeira essência.
Mas ainda há o que se fazer. Sempre é tempo, dizem os sábios. Tempo de recomeçar, refletir, mudar, trilhar outros rumos, outros projetos, outros quereres. Sempre é tempo de abrir os olhos e realmente ver o quê e quem estão ao nosso redor. Olhar com o coração, com as lentes da memória, do amor. Sempre é tempo de tirar a vida daquele esqueminha ordinário que nos vendem por aí e afirmam com toda coragem ser o caminho da felicidade. Sempre é tempo de perguntar: por quê? Você já questionou algo hoje? Talvez esteja precisando dessa reflexão.
Os porquês nossos de cada dia
::Fabiano Ferreira::
Você já se pegou com muitos porquês circulando em seu pensamento? Todos somos rondados por aquelas perguntas infindáveis, que parecem que nunca serão respondidas. E mesmo se forem, suas respostas precisarão constantemente ser reformuladas, adaptadas.
Por quê, por exemplo, sempre valorizamos aquilo que não temos, aquilo que jamais talvez estará ao nosso alcance ou que mesmo que esteja, por enquanto ainda não é possível?
Por quê sempre o amor do vizinho, do casal amigo ou do par da novela é mais bonito que o nosso? Será que realmente estamos olhando profundamente, olho no olho para o nosso amor, e por isso mesmo não estamos sentindo os arrepios que gostaríamos?
Por quê os corpos da revista, da TV ou daquele colega de trabalho insuportável é mais bonito que o nosso, é mais saudável, atlético, vistoso? Estamos desvalorizando a perfeição e potencial físico que a nós foram dados?
Por quê o computador da vitrine da loja, o celular que saiu no panfleto do jornal ou aquele óculos que nos convida no shopping são melhores, mais bonitos e mais eficientes do que os que temos em casa? Será mesmo que exploramos todos os recursos que temos à mão ou somos sedentos pelo novo, sempre, numa angústia sem fim?
Por quê também queremos a casa da revista, a “viagem dos sonhos” ou este e aquele mimo que a propaganda insiste que merecemos? Será que não dá para se deliciar com o conforto de uma cama quentinha, lençol cheiroso e a música do cantor preferido tocando no aparelho de som? Não, queremos o iPod de última geração, embora a voz do Caetano continue a mesma.
Por quê, por quê e por quê? Eles são muitos, infindáveis. Tudo bem, sabemos que ter ambição é preciso e até necessário. Queremos sim o carro do ano, o amor mais bonito, a casa perfeita e os amigos mais bacanas. Queremos também a empresa responsável, a empregada mãezona, o MBA ou o pelo menos um título a mais que o de chefe. Mas quanto tempo não perdemos esperando pelo novo, pelo inusitado, pelo poder isso, poder aquilo? Quanto tempo não perdemos atropelando nosso dia, nossas noites, nossas amizades, nossos amores, em busca de algo que nem mesmo nós sabemos o que é?
Acho que perdemos muito nessa corrida sem rumo. Não olhamos mais fixamente para as coisas. Não olhamos mais diretamente nos olhos do nosso interlocutor. Lemos os livros das listas dos mais vendidos porque está na moda. Vamos ao cinema porque o filme é um blockbuster que a crítica diz que não podemos perder. Estouramos o orçamento porque a propaganda do cartão de crédito diz que para ser feliz é preciso atender a todos os desejos, sempre, a todo momento.
Perdemos muito tempo sim. Mas com os outros, talvez com quem nada contribui para a nossa alegria, para a nossa paz. Perdemos tempo com quem só quer nos sugar e nada nos acrescenta. Perdermos tempo teimando em ideias compradas, originadas em outras cabeças, que jamais vão entender nosso íntimo, nossa vontade, nossa verdadeira essência.
Mas ainda há o que se fazer. Sempre é tempo, dizem os sábios. Tempo de recomeçar, refletir, mudar, trilhar outros rumos, outros projetos, outros quereres. Sempre é tempo de abrir os olhos e realmente ver o quê e quem estão ao nosso redor. Olhar com o coração, com as lentes da memória, do amor. Sempre é tempo de tirar a vida daquele esqueminha ordinário que nos vendem por aí e afirmam com toda coragem ser o caminho da felicidade. Sempre é tempo de perguntar: por quê? Você já questionou algo hoje? Talvez esteja precisando dessa reflexão.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Ser feliz, apesar dos problemas
::Gilberto Cabeggi::
Em uma de minhas conversas com amigos, um rapaz me perguntou: “Quando tudo parece complicado demais e estamos com mil problemas em volta, o que fazer para mesmo assim se manter feliz?”
Para responder a essa pergunta, comecei contando uma pequena história que ouvi do meu amigo Roberto Shinyashiki, que exemplifica bem essa situação:
“Um homem escorregou à beira de um precipício e ficou pendurado na raiz de uma árvore. Seus gritos de socorro atraíram um enorme urso faminto que, do topo do barranco tentava abocanhar sua cabeça. E também um grupo de onças que, logo abaixo de seus pés, se esforçavam para derrubá-lo. Já sem saber o que fazer, o homem olhou para o lado e viu, ao alcance de sua mão, um pequeno pé de morangos, com a mais linda fruta que ele já vira, brilhando ao sol. Esforçando-se para estender um dos braços, apanhou o morango, trouxe-o para perto do seu rosto, olhou-o com prazer, sentiu seu aroma delicioso e se deslumbrou com suas cores. E, em pensamento, exclamou: ‘Ora, dane-se o urso... Ora, danem-se as onças...’. E comeu o morango prazerosamente, deliciando-se com seu sabor doce e especial”.
Em geral, as pessoas só têm olhos para as desgraças da vida - ou para as dificuldades da vida, que elas normalmente chamam de desgraças. E isso as afasta da felicidade. Tudo o que elas veem, dizem e fazem está associado a resolver problemas ou, pior ainda, a reclamar dos problemas, muitas vezes sem fazer coisa alguma para resolvê-los.
Essas pessoas não dão a si mesmas a chance de admirar um pôr do sol, de brincar com seus filhos, de curtir um namoro com o companheiro, simplesmente porque “têm muita coisa para resolver” - como se tudo na vida dependesse delas. Em resumo, estão tão preocupadas com “os ursos e onças da vida”, que jamais conseguirão ver o delicioso morango que está ao seu lado. E muito menos saboreá-lo.
Para ser feliz, é imprescindível que você reserve um espaço em sua vida para apreciar as coisas boas que existem ao seu redor. Se você ficar esperando que as dificuldades acabem para começar a ser feliz, sua vida vai passar sem que você a tenha desfrutado. É preciso que você entenda e aceite que as dificuldades existem e sempre existirão. Mas não são impedimentos para a sua felicidade.
Em resumo, você pode sempre optar por ser feliz, apesar de todas as coisas que o possam estar incomodando ou magoando. Só depende de você querer ser feliz e fazer algo para ser feliz. Independente do que o possa estar angustiando.
Gilberto Cabeggi é autor do livro “Todo Dia É Dia de Ser Feliz”, Editora Gente.
Em uma de minhas conversas com amigos, um rapaz me perguntou: “Quando tudo parece complicado demais e estamos com mil problemas em volta, o que fazer para mesmo assim se manter feliz?”
Para responder a essa pergunta, comecei contando uma pequena história que ouvi do meu amigo Roberto Shinyashiki, que exemplifica bem essa situação:
“Um homem escorregou à beira de um precipício e ficou pendurado na raiz de uma árvore. Seus gritos de socorro atraíram um enorme urso faminto que, do topo do barranco tentava abocanhar sua cabeça. E também um grupo de onças que, logo abaixo de seus pés, se esforçavam para derrubá-lo. Já sem saber o que fazer, o homem olhou para o lado e viu, ao alcance de sua mão, um pequeno pé de morangos, com a mais linda fruta que ele já vira, brilhando ao sol. Esforçando-se para estender um dos braços, apanhou o morango, trouxe-o para perto do seu rosto, olhou-o com prazer, sentiu seu aroma delicioso e se deslumbrou com suas cores. E, em pensamento, exclamou: ‘Ora, dane-se o urso... Ora, danem-se as onças...’. E comeu o morango prazerosamente, deliciando-se com seu sabor doce e especial”.
Em geral, as pessoas só têm olhos para as desgraças da vida - ou para as dificuldades da vida, que elas normalmente chamam de desgraças. E isso as afasta da felicidade. Tudo o que elas veem, dizem e fazem está associado a resolver problemas ou, pior ainda, a reclamar dos problemas, muitas vezes sem fazer coisa alguma para resolvê-los.
Essas pessoas não dão a si mesmas a chance de admirar um pôr do sol, de brincar com seus filhos, de curtir um namoro com o companheiro, simplesmente porque “têm muita coisa para resolver” - como se tudo na vida dependesse delas. Em resumo, estão tão preocupadas com “os ursos e onças da vida”, que jamais conseguirão ver o delicioso morango que está ao seu lado. E muito menos saboreá-lo.
Para ser feliz, é imprescindível que você reserve um espaço em sua vida para apreciar as coisas boas que existem ao seu redor. Se você ficar esperando que as dificuldades acabem para começar a ser feliz, sua vida vai passar sem que você a tenha desfrutado. É preciso que você entenda e aceite que as dificuldades existem e sempre existirão. Mas não são impedimentos para a sua felicidade.
Em resumo, você pode sempre optar por ser feliz, apesar de todas as coisas que o possam estar incomodando ou magoando. Só depende de você querer ser feliz e fazer algo para ser feliz. Independente do que o possa estar angustiando.
Gilberto Cabeggi é autor do livro “Todo Dia É Dia de Ser Feliz”, Editora Gente.

terça-feira, 10 de novembro de 2009
Pensador Indiano
::Mahatma Gandhi::
Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos: "Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas ?" "Gritamos porque perdemos a calma", disse um deles.
"Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?", questionou novamente o pensador.
"Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça", retrucou outro discípulo.
E o mestre volta a perguntar: "Então não é possível falar-lhe em voz baixa?"
Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.
Então ele esclareceu :"Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido?"
O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância. Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas? Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê? Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram. E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus corações se entendem. É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.
Por fim, o pensador conclui, dizendo: "Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta".
Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos: "Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas ?" "Gritamos porque perdemos a calma", disse um deles.
"Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?", questionou novamente o pensador.
"Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça", retrucou outro discípulo.
E o mestre volta a perguntar: "Então não é possível falar-lhe em voz baixa?"
Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.
Então ele esclareceu :"Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido?"
O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância. Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas? Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê? Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram. E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus corações se entendem. É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.
Por fim, o pensador conclui, dizendo: "Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta".

quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Ouça o seu coração
::Osho::
...Ouça com muita atenção, com muita consciência e você nunca errará.
E, ouvindo o seu coração, você começará a seguir na direção certa, sem mesmo pensar no que é certo ou errado.
E segui-lo, onde quer que ele o leve.
Sim, algumas vezes ele o deixará frente a frente com alguns perigos - mas, lembre-se, esses perigos são necessários para que você amadureça.
Outras vezes, ele o fará se extraviar - mas, lembre-se mais uma vez, errar o caminho faz parte do crescimento.
Muitas vezes você cairá - torne a levantar-se, porque é assim que se reúnem forças, caindo e levantando-se novamente.
É assim que se fica integrado....
Mas não siga regras impostas pelo mundo exterior.
Nunca imite, seja sempre original.
Não vire uma cópia em papel carbono.
Mas é isso o que está acontecendo no mundo todo - cópias e cópias em papel carbono.
Cristo é Cristo, Buda é Buda, Krishna é Krishna, e você é você.
E você não é, de maneira nenhuma, menos do que ninguém.
Respeite-se, respeite sua voz interior e siga-a.
E lembre-se, não estou garantindo a você que essa voz sempre o levará ao lugar certo.
Muitas vezes ela o levará ao lugar errado, pois para encontrar a porta certa, é preciso bater primeiro em muitas portas erradas.
É assim que as coisas são.
Se você topar de repente com a porta certa, não será capaz de reconhecer se ela é a certa.
Portanto, lembre-se de que, no final das contas, nenhum esforço é jamais desperdiçado; todos os esforços contribuem para o apogeu do seu crescimento.
Portanto, não hesite, não fique tão preocupado quando cometer um erro.
Isso é um problema: ensinam às pessoas a nunca fazer nada errado, e então elas hesitam; ficam tão receosas, tão apavoradas com a possibilidade de fazer alguma coisa errada, que ficam empacadas.
Não conseguem sair do lugar, alguma coisa pode dar errado.
Então ficam como pedras, perdem todos os movimentos.
Cometa tantos erros quanto possível, lembre-se apenas de não cometer o mesmo erro duas vezes.
Ai você estará crescendo.
...Ouça com muita atenção, com muita consciência e você nunca errará.
E, ouvindo o seu coração, você começará a seguir na direção certa, sem mesmo pensar no que é certo ou errado.
E segui-lo, onde quer que ele o leve.
Sim, algumas vezes ele o deixará frente a frente com alguns perigos - mas, lembre-se, esses perigos são necessários para que você amadureça.
Outras vezes, ele o fará se extraviar - mas, lembre-se mais uma vez, errar o caminho faz parte do crescimento.
Muitas vezes você cairá - torne a levantar-se, porque é assim que se reúnem forças, caindo e levantando-se novamente.
É assim que se fica integrado....
Mas não siga regras impostas pelo mundo exterior.
Nunca imite, seja sempre original.
Não vire uma cópia em papel carbono.
Mas é isso o que está acontecendo no mundo todo - cópias e cópias em papel carbono.
Cristo é Cristo, Buda é Buda, Krishna é Krishna, e você é você.
E você não é, de maneira nenhuma, menos do que ninguém.
Respeite-se, respeite sua voz interior e siga-a.
E lembre-se, não estou garantindo a você que essa voz sempre o levará ao lugar certo.
Muitas vezes ela o levará ao lugar errado, pois para encontrar a porta certa, é preciso bater primeiro em muitas portas erradas.
É assim que as coisas são.
Se você topar de repente com a porta certa, não será capaz de reconhecer se ela é a certa.
Portanto, lembre-se de que, no final das contas, nenhum esforço é jamais desperdiçado; todos os esforços contribuem para o apogeu do seu crescimento.
Portanto, não hesite, não fique tão preocupado quando cometer um erro.
Isso é um problema: ensinam às pessoas a nunca fazer nada errado, e então elas hesitam; ficam tão receosas, tão apavoradas com a possibilidade de fazer alguma coisa errada, que ficam empacadas.
Não conseguem sair do lugar, alguma coisa pode dar errado.
Então ficam como pedras, perdem todos os movimentos.
Cometa tantos erros quanto possível, lembre-se apenas de não cometer o mesmo erro duas vezes.
Ai você estará crescendo.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009
É possível encontrar um sentido maior para as nossas vidas?
::Patricia Gebrim::
"Na falta de um sentido maior para a existência, nos perdemos pela vida, acreditando que o que falta é um emprego melhor, um namorado, uma casa nova, ou seja o que for. Tentamos curar uma dor profunda na nossa alma com comprimidos para dor de cabeça. Claro que não funciona!"Eu tenho ouvido muitas pessoas descreverem a angústia que vem sentindo por não encontrar algo que dê sentido às suas vidas. Já sabemos que falta algo, mas ainda não sabemos o que é, onde está, ou como suprir a falta. Eu diria, a quem anda se sentindo assim:
- Pare de tentar desesperadamente fazer essa angústia passar. Aceite esse incômodo como se ele fosse uma forma da sua alma despertar você desse estado de dormência que acomete o homem moderno. Aceite que você está perdido e mude o foco. Não saia andando em qualquer direção como alguém perdido na selva que é tomado pelo desespero. As respostas estão dentro de você. Acalme-se, aquiete seus pensamentos, busque seu centro, observe tudo ao seu redor, as pistas estão aí, perto de você, dentro de você. Quanto mais desesperado você estiver, menos irá percebê-las. Aquiete-se, confie, sossegue...
Quando eu era pequena, gostava de brincar de tentar parar de pensar. Você já tentou fazer isso? Já tentou atravessar aquela vasta correnteza de pensamentos e ver o que existe lá atrás? Já sentiu, nem que por um breve segundo, a cor pacífica e azulada do silêncio, que existe naquele lugar onde não existem pensamentos?
Se tentou, sabe que não é fácil. É como tentar ler o jornal em um dia de vento forte. É possível que a gente acabe mais estressado do que bem informado! No entanto, precisamos aprender a fazer isso se quisermos encontrar o sentido maior, precisamos ser capazes de atravessar os pensamentos se quisermos chegar ao lugar de sabedoria que todos temos dentro de nós. Para chegar lá precisamos, antes de mais nada, desenvolver a nossa paciência. E exercitar a humildade para aprender algo que, ao menos no Ocidente, não é assim tão fácil de aprender.
Quando nos encaminhamos em direção ao novo de forma humilde, aceitamos que teremos dificuldades e não permitimos que os obstáculos se tornem fontes de frustração ou nos impeçam de seguir adiante. A humildade nos faz compreender que é natural que existam as dificuldades, e nos permite continuar lá o tempo necessário para que consigamos seguir em frente. Ou seja, qualquer novo aprendizado requer persistência, tenacidade e o nosso desejo real de seguir adiante.
Mais do que nunca eu creio que a maior parte dos problemas que vivemos em nosso cotidiano é reflexo de uma dor mais profunda, de feridas existenciais, de coisas que se passam lá dentro de nós, nas profundezas. Mas como só olhamos para fora, deixamos escapar o primordial e nos afastamos da possibilidade de solucionar o que de fato nos atormenta.
Na falta de um sentido maior para a existência, nos perdemos pela vida, acreditando que o que falta é um emprego melhor, um namorado, uma casa nova, ou seja o que for. Tentamos curar uma dor profunda na nossa alma com comprimidos para dor de cabeça. Claro que não funciona!
Para enxergar o que de fato está acontecendo conosco, é preciso que a gente pare um pouco e aprenda a olhar para dentro. Disso já sabemos. Mas o que acontece é que, quando finalmente decidimos nos arriscar e nos voltamos para nosso interior, nos deparamos com uma mente tão caótica que preferimos enfrentar o caos do trânsito até o shopping mais próximo, em busca de amortecer essa enorme falta de sentido que tanto nos atormenta.
Assim, não se assuste se seu mundo interno parecer confuso demais ou desgovernado. Vá em sua direção assim mesmo. Abra todos os seus canais de percepção. Preste mais atenção. Em você mesmo, em tudo à sua volta. Sem pressa, sem tentar organizar o caos, contendo a ansiedade.
Respire fundo e sinta isso, afinal você está vivo e a vida é uma dádiva, algo maravilhoso, acontecendo agora mesmo. Agora mesmo você está respirando, sinta isso. Comece por aí. Tente amar o fato de que você é capaz de respirar. Una-se à sua respiração, à vida que flui em você... se conseguir fazer isso, já terá um ótimo começo.
O sentido da sua vida não é algo que ninguém possa dar ou explicar a você, mas é algo que pode subitamente desabrochar no seu ser, com a mesma gentileza com que as flores desabrocham na primavera, revelando seu aroma, sua cor e sua profunda beleza.
Não se esforce, apenas conecte-se com sua natureza interna.
O que você busca está aí, agora mesmo. Pare um pouco com a caminhada, sente-se, relaxe e simplesmente seja você.
"Na falta de um sentido maior para a existência, nos perdemos pela vida, acreditando que o que falta é um emprego melhor, um namorado, uma casa nova, ou seja o que for. Tentamos curar uma dor profunda na nossa alma com comprimidos para dor de cabeça. Claro que não funciona!"Eu tenho ouvido muitas pessoas descreverem a angústia que vem sentindo por não encontrar algo que dê sentido às suas vidas. Já sabemos que falta algo, mas ainda não sabemos o que é, onde está, ou como suprir a falta. Eu diria, a quem anda se sentindo assim:
- Pare de tentar desesperadamente fazer essa angústia passar. Aceite esse incômodo como se ele fosse uma forma da sua alma despertar você desse estado de dormência que acomete o homem moderno. Aceite que você está perdido e mude o foco. Não saia andando em qualquer direção como alguém perdido na selva que é tomado pelo desespero. As respostas estão dentro de você. Acalme-se, aquiete seus pensamentos, busque seu centro, observe tudo ao seu redor, as pistas estão aí, perto de você, dentro de você. Quanto mais desesperado você estiver, menos irá percebê-las. Aquiete-se, confie, sossegue...
Quando eu era pequena, gostava de brincar de tentar parar de pensar. Você já tentou fazer isso? Já tentou atravessar aquela vasta correnteza de pensamentos e ver o que existe lá atrás? Já sentiu, nem que por um breve segundo, a cor pacífica e azulada do silêncio, que existe naquele lugar onde não existem pensamentos?
Se tentou, sabe que não é fácil. É como tentar ler o jornal em um dia de vento forte. É possível que a gente acabe mais estressado do que bem informado! No entanto, precisamos aprender a fazer isso se quisermos encontrar o sentido maior, precisamos ser capazes de atravessar os pensamentos se quisermos chegar ao lugar de sabedoria que todos temos dentro de nós. Para chegar lá precisamos, antes de mais nada, desenvolver a nossa paciência. E exercitar a humildade para aprender algo que, ao menos no Ocidente, não é assim tão fácil de aprender.
Quando nos encaminhamos em direção ao novo de forma humilde, aceitamos que teremos dificuldades e não permitimos que os obstáculos se tornem fontes de frustração ou nos impeçam de seguir adiante. A humildade nos faz compreender que é natural que existam as dificuldades, e nos permite continuar lá o tempo necessário para que consigamos seguir em frente. Ou seja, qualquer novo aprendizado requer persistência, tenacidade e o nosso desejo real de seguir adiante.
Mais do que nunca eu creio que a maior parte dos problemas que vivemos em nosso cotidiano é reflexo de uma dor mais profunda, de feridas existenciais, de coisas que se passam lá dentro de nós, nas profundezas. Mas como só olhamos para fora, deixamos escapar o primordial e nos afastamos da possibilidade de solucionar o que de fato nos atormenta.
Na falta de um sentido maior para a existência, nos perdemos pela vida, acreditando que o que falta é um emprego melhor, um namorado, uma casa nova, ou seja o que for. Tentamos curar uma dor profunda na nossa alma com comprimidos para dor de cabeça. Claro que não funciona!
Para enxergar o que de fato está acontecendo conosco, é preciso que a gente pare um pouco e aprenda a olhar para dentro. Disso já sabemos. Mas o que acontece é que, quando finalmente decidimos nos arriscar e nos voltamos para nosso interior, nos deparamos com uma mente tão caótica que preferimos enfrentar o caos do trânsito até o shopping mais próximo, em busca de amortecer essa enorme falta de sentido que tanto nos atormenta.
Assim, não se assuste se seu mundo interno parecer confuso demais ou desgovernado. Vá em sua direção assim mesmo. Abra todos os seus canais de percepção. Preste mais atenção. Em você mesmo, em tudo à sua volta. Sem pressa, sem tentar organizar o caos, contendo a ansiedade.
Respire fundo e sinta isso, afinal você está vivo e a vida é uma dádiva, algo maravilhoso, acontecendo agora mesmo. Agora mesmo você está respirando, sinta isso. Comece por aí. Tente amar o fato de que você é capaz de respirar. Una-se à sua respiração, à vida que flui em você... se conseguir fazer isso, já terá um ótimo começo.
O sentido da sua vida não é algo que ninguém possa dar ou explicar a você, mas é algo que pode subitamente desabrochar no seu ser, com a mesma gentileza com que as flores desabrocham na primavera, revelando seu aroma, sua cor e sua profunda beleza.
Não se esforce, apenas conecte-se com sua natureza interna.
O que você busca está aí, agora mesmo. Pare um pouco com a caminhada, sente-se, relaxe e simplesmente seja você.

terça-feira, 27 de outubro de 2009
Não se perca!!!
::Gisela Veetshish::
Além das palavras
das imagens formadas
do passado relembrado
do futuro projetado
(puras ilusões construídas pela teia de pensamentos)
QUEM É VOCÊ???
Além da camada mesma de conceitos
em forma de palavras, números, cores, imagens...
Sem imaginar NADA,
reconheça-se como o espaço
onde tudo isso ocorre
reconheça-se consciência que és
de tudo que ocorre
ONDE É TUA MORADA???
Tenha cuidado
Não se perca!
Além das palavras
das imagens formadas
do passado relembrado
do futuro projetado
(puras ilusões construídas pela teia de pensamentos)
QUEM É VOCÊ???
Além da camada mesma de conceitos
em forma de palavras, números, cores, imagens...
Sem imaginar NADA,
reconheça-se como o espaço
onde tudo isso ocorre
reconheça-se consciência que és
de tudo que ocorre
ONDE É TUA MORADA???
Tenha cuidado
Não se perca!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Saiba como a alegria influencia suas atitudes
::Patricia Gebrim::
Para onde foi sua alegria?
No meu entender, o maior sinal de sanidade que podemos ter é a nossa capacidade de sentir alegria. A alegria é esse sentimento que nos deixa leves, mais próximos da criança que habita em nós, que nos faz ter uma visão positiva do mundo, que nos conecta com as coisas boas que existem ao nosso redor.
Quando estamos alegres somos mais gentis com nosso próprio ser, nos permitimos ouvir músicas de que gostamos, nos permitimos mover o nosso corpo com entusiasmo, tornamos nossa vida mais colorida, temos mais saúde. Mas não é só isso... Quando estamos alegres também somos mais gentis com os outros. Sorrimos mais, temos mais paciência e tolerância, somos mais generosos em nossas atitudes.
Não adianta termos uma vida cheia de coisas que queremos se o preço para obtê-las é a nossa alegria. Porque no final é mais ou menos isso o que acontece. Criamos vidas tão complicadas e atarefadas que acabamos sobrecarregados, e a nossa alegria fica lá, soterrada embaixo disso tudo, sem conseguir espaço para nos fazer sorrir.
Experimente isso:
Saia para passear num dia lindo de sol, sinta a oportunidade de se perceber leve, solto, movido pelo prazer simples de buscar contato com a natureza. Sinta a alegria movendo cada um de seus passos.
Agora tente fazer o mesmo levando com você seu lap top, uma mochila cheia de roupas, as pastas com os contratos que terá que assinar no dia seguinte, o livro de leitura que terá que levar para seu filho mais tarde, as frutas que comprou no supermercado, etc, etc...
Será que vai aproveitar o passeio da mesma forma? Os braços ocupados, as costas arcadas sob todo aquele peso. Sinta isso... Será que você vai conseguir sentir o vento agitando seus cabelos? Vai perceber a forma sutil como as nuvens se dissolvem ao vê-lo passar? Claro que não!
Apesar de o caminho ser exatamente o mesmo, você provavelmente se sentirá irritado, com as costas doendo pelo peso da mochila, a mente apressada, andando à sua frente sem perceber o momento presente. Impossível sentir alegria dessa maneira!
E é exatamente assim que a maioria das pessoas vive suas vidas nas grandes cidades, nos dias de hoje.
O que fazer então? Abandonar tudo? Jogar o lap top de cima da ponte? Fazer uma fogueira com os contratos? Jogar as frutas e fazer greve de fome? Abandonar a família e virar um eremita?
Novamente... CLARO QUE NÃO!
Mas talvez você possa abrir espaços no meio do seu dia para celebrar a alegria. A alegria precisa de leveza, precisa de mãos soltas, livres de tanta carga, precisa de uma mente livre de tantos pensamentos. Precisa de momentos de contemplação.
A vida não pode ser só ação. É preciso espaço para a contemplação. É na contemplação que alimentamos a nossa alma. Não há alegria sem alma.
Se você quer a sua alegria de novo, terá que lutar por ela, abrindo espaço em sua agenda, como uma pessoa perdida na selva precisa abrir caminho até encontrar o rio que pode matar a sua sede.
Entenda que a sua vida não é algo que simplesmente acontece a você, como se você não tivesse nada a ver com isso. Você faz parte da sua vida! Você a cria a partir das escolhas que faz.
Inclua a alegria nas suas escolhas. E entenda que ao recuperar a alegria, todo o resto de sua vida fluirá melhor, com mais leveza e menos nós.
A alegria é a verdadeira “desatadora de nós”, acredite!
Para onde foi sua alegria?
No meu entender, o maior sinal de sanidade que podemos ter é a nossa capacidade de sentir alegria. A alegria é esse sentimento que nos deixa leves, mais próximos da criança que habita em nós, que nos faz ter uma visão positiva do mundo, que nos conecta com as coisas boas que existem ao nosso redor.
Quando estamos alegres somos mais gentis com nosso próprio ser, nos permitimos ouvir músicas de que gostamos, nos permitimos mover o nosso corpo com entusiasmo, tornamos nossa vida mais colorida, temos mais saúde. Mas não é só isso... Quando estamos alegres também somos mais gentis com os outros. Sorrimos mais, temos mais paciência e tolerância, somos mais generosos em nossas atitudes.
Não adianta termos uma vida cheia de coisas que queremos se o preço para obtê-las é a nossa alegria. Porque no final é mais ou menos isso o que acontece. Criamos vidas tão complicadas e atarefadas que acabamos sobrecarregados, e a nossa alegria fica lá, soterrada embaixo disso tudo, sem conseguir espaço para nos fazer sorrir.
Experimente isso:
Saia para passear num dia lindo de sol, sinta a oportunidade de se perceber leve, solto, movido pelo prazer simples de buscar contato com a natureza. Sinta a alegria movendo cada um de seus passos.
Agora tente fazer o mesmo levando com você seu lap top, uma mochila cheia de roupas, as pastas com os contratos que terá que assinar no dia seguinte, o livro de leitura que terá que levar para seu filho mais tarde, as frutas que comprou no supermercado, etc, etc...
Será que vai aproveitar o passeio da mesma forma? Os braços ocupados, as costas arcadas sob todo aquele peso. Sinta isso... Será que você vai conseguir sentir o vento agitando seus cabelos? Vai perceber a forma sutil como as nuvens se dissolvem ao vê-lo passar? Claro que não!
Apesar de o caminho ser exatamente o mesmo, você provavelmente se sentirá irritado, com as costas doendo pelo peso da mochila, a mente apressada, andando à sua frente sem perceber o momento presente. Impossível sentir alegria dessa maneira!
E é exatamente assim que a maioria das pessoas vive suas vidas nas grandes cidades, nos dias de hoje.
O que fazer então? Abandonar tudo? Jogar o lap top de cima da ponte? Fazer uma fogueira com os contratos? Jogar as frutas e fazer greve de fome? Abandonar a família e virar um eremita?
Novamente... CLARO QUE NÃO!
Mas talvez você possa abrir espaços no meio do seu dia para celebrar a alegria. A alegria precisa de leveza, precisa de mãos soltas, livres de tanta carga, precisa de uma mente livre de tantos pensamentos. Precisa de momentos de contemplação.
A vida não pode ser só ação. É preciso espaço para a contemplação. É na contemplação que alimentamos a nossa alma. Não há alegria sem alma.
Se você quer a sua alegria de novo, terá que lutar por ela, abrindo espaço em sua agenda, como uma pessoa perdida na selva precisa abrir caminho até encontrar o rio que pode matar a sua sede.
Entenda que a sua vida não é algo que simplesmente acontece a você, como se você não tivesse nada a ver com isso. Você faz parte da sua vida! Você a cria a partir das escolhas que faz.
Inclua a alegria nas suas escolhas. E entenda que ao recuperar a alegria, todo o resto de sua vida fluirá melhor, com mais leveza e menos nós.
A alegria é a verdadeira “desatadora de nós”, acredite!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009
A escravidão psicológica
Oi Pessoal,
Retirei esse texto de um e-book que estou lendo, e resolvi compartilhar com vocês.
Quem se interessar em ler o livro todo é só me pedir que encaminho via email !
Um grande abraço a todos
Fernanda
A escravidão psicológica (do livro Auto-conhecimento e mudança interior - Divina Ciência)
Vamos começar esta lição estudando o seguinte texto, retirado do livro “A Revolução da Dialética”:
“A escravidão psicológica destrói a convivência. Depender psicologicamente de alguém é escravidão. Se nossa maneira de pensar, sentir e obrar depende da maneira de pensar, sentir e obrar daquelas pessoas que convivem conosco, então estamos escravizados.
Constantemente, recebemos cartas de muita gente desejosa de dissolver o eu, porém queixam-se da mulher, dos filhos, do irmão, da família, do marido, do patrão, etc. Essas pessoas exigem condições para dissolver o eu. Querem comodidades para aniquilar o Ego, reclamam magnífica conduta daqueles que com eles convivem. O mais gracioso de tudo isto é que essas pobres pessoas buscam as mais variadas evasivas: querem fugir, abandonar o lar, o trabalho, etc. - dizem que - para se realizarem a fundo.
Pobre gente... seus adorados tormentos são seus amos. Naturalmente, essas pessoas não aprenderam a ser livres, sua conduta depende da conduta alheia.
Se quisermos seguir a senda da castidade e aspiramos que primeiro a mulher seja casta, então estamos fracassados. Se queremos deixar de ser bêbados, porem nos afligimos quando nos oferecem o copo, por causa daquilo que dirão ou porque a recusa possa incomodar nossos amigos, então jamais deixaremos de ser bêbados.
Se queremos deixar de ser coléricos, irascíveis, iracundos, furiosos, porém como primeira condição exigimos que aqueles que convivem conosco sejam amáveis e serenos e que nada façam que nos irrite, estamos bem fracassados, sim, porque eles não são santos e a qualquer momento acabarão com as nossas boas intenções.
Se queremos dissolver o eu, precisamos ser livres. Quem depender da conduta alheia não poderá dissolver o eu. Temos de ter nossa própria conduta e não depender de ninguém.
Nossos pensamentos, sentimentos e ações devem fluir independentemente de dentro para fora. As piores dificuldades nos oferecem as melhores oportunidades.
No passado, existiram sábios rodeados de todo tipo de comodidade; sem dificuldades de espécie alguma. Esses sábios querendo aniquilar o eu, tiveram de criar situações difíceis para si mesmos. Nas situações difíceis, temos oportunidades formidáveis para estudar nossos impulsos internos e externos, nossos pensamentos, sentimentos, ações, nossas reações, volições, etc.
A convivência é um espelho de corpo inteiro onde nos podemos ver tal como somos e não como aparentemente somos. A convivência é uma maravilha. Se estivermos bem atentos, poderemos descobrir a cada instante nossos defeitos mais secretos. Eles afloram, saltam fora, quando menos esperamos.
Conhecemos muitas pessoas que diziam: Eu não tenho mais ira... e à menor provocação trovejavam e faiscavam. Outros dizem: Eu não sinto mais ciúmes - porém basta um sorriso do cônjuge a qualquer vizinho ou vizinha para os seus rostos se tornarem verdes de ciúmes. As pessoas protestam contra as dificuldades que a convivência lhes oferece. Não querem se dar conta de que essas dificuldades, precisamente elas, estão lhe brindando todas as oportunidades necessárias para a dissolução do eu. A convivência é uma escola formidável. O livro dessa escola tem muitos tomos, o livro dessa escola é o eu.
Necessitamos ser livres de verdade se é que realmente queremos dissolver o eu. Não é livre quem depende da conduta alheia. Só aquele que se faz livre de verdade sabe o que é o amor. O escravo não sabe o que é o verdadeiro amor. Se somos escravos do pensar, do sentir e do fazer dos demais, nunca saberemos o que é o amor. O amor nasce em nós quando acabamos com a escravidão psicológica. Temos de compreender profundamente e em todos os terrenos da mente esse complicado mecanismo da escravidão psicológica.
Existem muitas formas de escravidão psicológica. É necessário estudar-se todas elas se realmente queremos dissolver o eu. Existe escravidão psicológica não só no interno como também no externo. Existe a escravidão íntima, a secreta, a oculta, da qual não suspeitamos sequer remotamente. O escravo pensa que ama quando na verdade só está temendo. O escravo não sabe o que é o verdadeiro amor.
A mulher que teme a seu marido pensa que o adora quando na verdade só o está temendo. O marido que teme a sua mulher pensa que a ama quando na realidade o que acontece é que a teme. Pode ser que tema que se vá com outro, que seu caráter se torne azedo, que o recuse sexualmente, etc. O trabalhador que teme ao patrão pensa que o ama, que o respeita, que vela por seus interesses, etc. Nenhum escravo psicológico sabe o que é amor; a escravidão psicológica é incompatível com o amor.
Existem duas espécies de conduta: a primeira é a que vem de fora para dentro e a segunda é a que sai de dentro para fora. A primeira é o resultado da escravidão psicológica e se origina por reação. Nos pegam e pegamos, nos insultam e respondemos com grosserias.
O segundo tipo de conduta é melhor, é o tipo de conduta daquele que já não é escravo, daquele que nada mais tem que ver com o pensar, o sentir e o fazer dos demais. Tal tipo de conduta é independente, é conduta reta e justa. Se nos pegam, respondemos abençoando. Se nos insultam, guardamos silêncio. Se querem nos embriagar, não bebemos ainda que nossos amigos se aborreçam, etc.
Agora, nossos leitores compreenderão porque a liberdade psicológica traz isso que se chama amor.”
Este texto nos fala sobre algumas dificuldades que nós mesmos colocamos em nosso caminho, e que são um sério obstáculo para a mudança interior:
Ter um comportamento que depende da vontade dos outros e não de nossos próprios princípios. Ora, se queremos mudar temos que seguir nossos princípios, fazer o que achamos ser o correto. Porém é muito comum que algumas pessoas que vivem ao nosso redor e que não estão interessadas em mudar a si mesmas, incomodem-se quando nós deixamos de ser o que éramos, querem que não mudemos também, que continuemos a ser os mesmos de antes, que voltemos a fazer as mesmas coisas. A nós, como sempre, nos resta escolher entre as duas conhecidas opções: Ser ou não Ser?
Fugir das situações difíceis que ocorrem em nossa vida, e que são importantes para o autoconhecimento e a mudança interior. Este provavelmente seja um dos maiores obstáculos para a mudança interior. Evidentemente ninguém gosta de passar por situações desagradáveis, no entanto são nestas situações em que descobrimos nossos maiores defeitos, os defeitos que precisamos eliminar com maior urgência para elevarmos nosso nível do Ser.
Se nos habituamos a fugir das situações difíceis seremos sempre escravos psicológicos, e não poderemos provocar em nós mesmos uma verdadeira mudança. Ante as situações desagradáveis teremos que escolher entre enfrentar a nós mesmos ou simplesmente fugir de nós mesmos. Mais uma vez existem apenas duas opções: Ser ou não Ser.
Por isso escreveu Nietzsche: “O pior inimigo que você poderá encontrar será sempre você mesmo”.
Retirei esse texto de um e-book que estou lendo, e resolvi compartilhar com vocês.
Quem se interessar em ler o livro todo é só me pedir que encaminho via email !
Um grande abraço a todos
Fernanda
A escravidão psicológica (do livro Auto-conhecimento e mudança interior - Divina Ciência)
Vamos começar esta lição estudando o seguinte texto, retirado do livro “A Revolução da Dialética”:
“A escravidão psicológica destrói a convivência. Depender psicologicamente de alguém é escravidão. Se nossa maneira de pensar, sentir e obrar depende da maneira de pensar, sentir e obrar daquelas pessoas que convivem conosco, então estamos escravizados.
Constantemente, recebemos cartas de muita gente desejosa de dissolver o eu, porém queixam-se da mulher, dos filhos, do irmão, da família, do marido, do patrão, etc. Essas pessoas exigem condições para dissolver o eu. Querem comodidades para aniquilar o Ego, reclamam magnífica conduta daqueles que com eles convivem. O mais gracioso de tudo isto é que essas pobres pessoas buscam as mais variadas evasivas: querem fugir, abandonar o lar, o trabalho, etc. - dizem que - para se realizarem a fundo.
Pobre gente... seus adorados tormentos são seus amos. Naturalmente, essas pessoas não aprenderam a ser livres, sua conduta depende da conduta alheia.
Se quisermos seguir a senda da castidade e aspiramos que primeiro a mulher seja casta, então estamos fracassados. Se queremos deixar de ser bêbados, porem nos afligimos quando nos oferecem o copo, por causa daquilo que dirão ou porque a recusa possa incomodar nossos amigos, então jamais deixaremos de ser bêbados.
Se queremos deixar de ser coléricos, irascíveis, iracundos, furiosos, porém como primeira condição exigimos que aqueles que convivem conosco sejam amáveis e serenos e que nada façam que nos irrite, estamos bem fracassados, sim, porque eles não são santos e a qualquer momento acabarão com as nossas boas intenções.
Se queremos dissolver o eu, precisamos ser livres. Quem depender da conduta alheia não poderá dissolver o eu. Temos de ter nossa própria conduta e não depender de ninguém.
Nossos pensamentos, sentimentos e ações devem fluir independentemente de dentro para fora. As piores dificuldades nos oferecem as melhores oportunidades.
No passado, existiram sábios rodeados de todo tipo de comodidade; sem dificuldades de espécie alguma. Esses sábios querendo aniquilar o eu, tiveram de criar situações difíceis para si mesmos. Nas situações difíceis, temos oportunidades formidáveis para estudar nossos impulsos internos e externos, nossos pensamentos, sentimentos, ações, nossas reações, volições, etc.
A convivência é um espelho de corpo inteiro onde nos podemos ver tal como somos e não como aparentemente somos. A convivência é uma maravilha. Se estivermos bem atentos, poderemos descobrir a cada instante nossos defeitos mais secretos. Eles afloram, saltam fora, quando menos esperamos.
Conhecemos muitas pessoas que diziam: Eu não tenho mais ira... e à menor provocação trovejavam e faiscavam. Outros dizem: Eu não sinto mais ciúmes - porém basta um sorriso do cônjuge a qualquer vizinho ou vizinha para os seus rostos se tornarem verdes de ciúmes. As pessoas protestam contra as dificuldades que a convivência lhes oferece. Não querem se dar conta de que essas dificuldades, precisamente elas, estão lhe brindando todas as oportunidades necessárias para a dissolução do eu. A convivência é uma escola formidável. O livro dessa escola tem muitos tomos, o livro dessa escola é o eu.
Necessitamos ser livres de verdade se é que realmente queremos dissolver o eu. Não é livre quem depende da conduta alheia. Só aquele que se faz livre de verdade sabe o que é o amor. O escravo não sabe o que é o verdadeiro amor. Se somos escravos do pensar, do sentir e do fazer dos demais, nunca saberemos o que é o amor. O amor nasce em nós quando acabamos com a escravidão psicológica. Temos de compreender profundamente e em todos os terrenos da mente esse complicado mecanismo da escravidão psicológica.
Existem muitas formas de escravidão psicológica. É necessário estudar-se todas elas se realmente queremos dissolver o eu. Existe escravidão psicológica não só no interno como também no externo. Existe a escravidão íntima, a secreta, a oculta, da qual não suspeitamos sequer remotamente. O escravo pensa que ama quando na verdade só está temendo. O escravo não sabe o que é o verdadeiro amor.
A mulher que teme a seu marido pensa que o adora quando na verdade só o está temendo. O marido que teme a sua mulher pensa que a ama quando na realidade o que acontece é que a teme. Pode ser que tema que se vá com outro, que seu caráter se torne azedo, que o recuse sexualmente, etc. O trabalhador que teme ao patrão pensa que o ama, que o respeita, que vela por seus interesses, etc. Nenhum escravo psicológico sabe o que é amor; a escravidão psicológica é incompatível com o amor.
Existem duas espécies de conduta: a primeira é a que vem de fora para dentro e a segunda é a que sai de dentro para fora. A primeira é o resultado da escravidão psicológica e se origina por reação. Nos pegam e pegamos, nos insultam e respondemos com grosserias.
O segundo tipo de conduta é melhor, é o tipo de conduta daquele que já não é escravo, daquele que nada mais tem que ver com o pensar, o sentir e o fazer dos demais. Tal tipo de conduta é independente, é conduta reta e justa. Se nos pegam, respondemos abençoando. Se nos insultam, guardamos silêncio. Se querem nos embriagar, não bebemos ainda que nossos amigos se aborreçam, etc.
Agora, nossos leitores compreenderão porque a liberdade psicológica traz isso que se chama amor.”
Este texto nos fala sobre algumas dificuldades que nós mesmos colocamos em nosso caminho, e que são um sério obstáculo para a mudança interior:
Ter um comportamento que depende da vontade dos outros e não de nossos próprios princípios. Ora, se queremos mudar temos que seguir nossos princípios, fazer o que achamos ser o correto. Porém é muito comum que algumas pessoas que vivem ao nosso redor e que não estão interessadas em mudar a si mesmas, incomodem-se quando nós deixamos de ser o que éramos, querem que não mudemos também, que continuemos a ser os mesmos de antes, que voltemos a fazer as mesmas coisas. A nós, como sempre, nos resta escolher entre as duas conhecidas opções: Ser ou não Ser?
Fugir das situações difíceis que ocorrem em nossa vida, e que são importantes para o autoconhecimento e a mudança interior. Este provavelmente seja um dos maiores obstáculos para a mudança interior. Evidentemente ninguém gosta de passar por situações desagradáveis, no entanto são nestas situações em que descobrimos nossos maiores defeitos, os defeitos que precisamos eliminar com maior urgência para elevarmos nosso nível do Ser.
Se nos habituamos a fugir das situações difíceis seremos sempre escravos psicológicos, e não poderemos provocar em nós mesmos uma verdadeira mudança. Ante as situações desagradáveis teremos que escolher entre enfrentar a nós mesmos ou simplesmente fugir de nós mesmos. Mais uma vez existem apenas duas opções: Ser ou não Ser.
Por isso escreveu Nietzsche: “O pior inimigo que você poderá encontrar será sempre você mesmo”.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Mudança
:: Elisabeth Cavalcante ::
Por que será que a mudança, de modo geral, nos causa tanto medo? Dificilmente encontramos pessoas que enfrentam situações novas de modo tranquilo e relaxado.
Mesmo quando vivenciamos circunstâncias que nos fazem infelizes, temos a tendência a permanecer ali por muito tempo, acomodados, apenas pela sensação de conforto que algo já conhecido nos transmite.
Quando, entretanto, as mudanças surgem repentinamente, impostas pela vida, sem que tenhamos qualquer poder de impedir que elas ocorram, sentimos o chão nos faltar sob os pés e temos a nítida sensação de ter perdido qualquer referência que nos oriente a lidar com a nova realidade.
Nestes momentos, tudo nos parece ameaçador e a nossa vontade é voltar ao antigo como se ele fosse uma poderosa tábua de salvação. Como a natureza é sábia, ela às vezes nos força a enfrentar o novo, apenas para que possamos descobrir em nós um poder que não imaginávamos possuir.
Se soubermos, a cada mudança que a vida nos apresente, experimentar uma nova atitude, aceitando o desafio com entusiasmo e coragem, ao invés de nos deixarmos dominar pela revolta e a covardia, certamente acabaremos por realizar importantes descobertas.
Quanto mais capazes formos de vencer nossos medos e limitações, mais fortes nos sentiremos, até que chegue o momento em que as mudanças passarão a ser encaradas como uma bênção, um presente da vida, algo que recebemos com gratidão, na certeza de que, ao encará-las de frente e com total aceitação, estaremos fortalecendo cada vez mais a expressão de nossa essência divina.
"...Memória é uma coisa morta. Memória não é verdade e não pode ser eterna - porque a verdade é sempre viva, verdade é vida.
Memória é a persistência de algo que não é mais. É viver em um mundo fantasmagórico - mas que nos contém, é nossa prisão.
...A memória cria o nó, o complexo chamado Eu, o ego. E naturalmente esta falsa entidade chamada Eu está constantemente com medo da morte. Eis por que você tem medo do novo.
Este Eu tem medo, não você, realmente. O ser não tem medo. Mas o ego tem medo - porque o ego tem muito medo de morrer. Ele é artificial, é arbitrário, é colocado junto. E pode ser posto de lado, em algum momento. E quando o novo entra, há medo.
O ego tem medo, ele pode ser posto de lado.
De algum modo ele tem estado manejando para manter-se junto, manter a si mesmo em uma parte, e agora algo novo vem - será demolidor.
Eis porque você não aceita o novo com alegria. O ego não pode aceitar sua própria morte com alegria. Como ele pode aceitar sua própria morte com alegria?
A menos que você tenha compreendido que você não é o ego, você não estará pronto para receber o novo. Uma vez que você veja que o ego é sua memória passada, que você não é a sua memória, que memória é apenas como um bio-computador, que é uma máquina, um mecanismo utilitário... você está além dele... Você é consciência, não memória. Memória é um conteúdo na consciência, você é a própria consciência.
Por exemplo, você vê alguém caminhando na estrada. Você se lembra do rosto, mas você não pode lembrar o nome. Se fosse a memória, você lembraria o nome também. Mas você diz: "Eu reconheço o rosto mas eu não lembro o nome". Então você começa buscando em sua memória, vai para dentro de sua memória, você olha para este lado, para aquele lado, e repentinamente o nome brota e você diz, "Sim, este é o nome dele". A memória é seu disco. Você é aquele que está procurando dentro do disco, você não é a memória em si.
E acontece, muitas vezes, que se você se torna muito tenso a respeito de lembrar algo, torna-se difícil lembrá-lo - porque muita tensão e muito esforço em seu ser não permitem que a memória libere sua informação para você. Você tenta e tenta lembrar o nome de alguém e ele não vem, apesar de você dizer que está na ponta da língua. Você sabe que você sabe, mas o nome ainda não vem.
...É estranho. Se você é memória, então quem está impedindo você, e como não está vindo? E quem é este que diz, "Eu sei, mas ainda não está vindo?" E então você tenta duramente, e quanto mais forte você tenta mais se torna difícil. Então, você se enche de tudo, vai para o jardim para uma caminhada, e repentinamente, olhando para as roseiras, está ali, de surpresa.
Sua memória não é você. Você é consciência, memória é conteúdo. Mas a memória é toda a energia vital para o ego. Memória é velha, é claro, e tem medo do novo. O novo pode ser perturbador, o novo pode ser tal que não pode ser digerido. O novo pode trazer alguns problemas. Você terá que mudar e renovar a si mesmo. Você terá que reajustar a si mesmo. E parece árduo.
Para ser nova, a pessoa precisa se tornar desidentificada com o ego; você não se preocupa se ele morre ou vive. De fato, você sabe que vivo ou morto, ele já está morto. É um mecanismo. Use-o, mas não seja usado por ele. O ego está continuamente com medo da morte porque é arbitrário, por isto, o medo. Ele não surge do ser, ele não pode surgir do ser, porque ser é vida. Como pode a vida ter medo da morte? A vida não sabe nada da morte.
Ele surge do arbitrário, do artificial, de algum modo coloca junto o falso, o pseudo. Apesar disto, é apenas soltar-se naquela morte, que faz o homem viver. Morrer no ego é nascer no ser, em Deus.
O novo é uma mensagem de Deus, é um evangelho. Ouça o novo, vá com o novo. Eu sei que você tem medo. Apesar do medo, vá com o novo, e sua vida se tornará mais e mais rica e você estará pronto um dia para libertar o esplendor aprisionado.
Lembre-se, algo novo vindo em sua vida é uma mensagem de Deus. Se você o aceita, você será religioso. Se você o rejeita, você será irreligioso. O homem necessita apenas relaxar um pouco mais para aceitar o novo, para abrir um pouco mais, para deixar o novo entrar. Abra caminho para que Deus venha a você"....
OSHO - The Diamond Sutra
Por que será que a mudança, de modo geral, nos causa tanto medo? Dificilmente encontramos pessoas que enfrentam situações novas de modo tranquilo e relaxado.
Mesmo quando vivenciamos circunstâncias que nos fazem infelizes, temos a tendência a permanecer ali por muito tempo, acomodados, apenas pela sensação de conforto que algo já conhecido nos transmite.
Quando, entretanto, as mudanças surgem repentinamente, impostas pela vida, sem que tenhamos qualquer poder de impedir que elas ocorram, sentimos o chão nos faltar sob os pés e temos a nítida sensação de ter perdido qualquer referência que nos oriente a lidar com a nova realidade.
Nestes momentos, tudo nos parece ameaçador e a nossa vontade é voltar ao antigo como se ele fosse uma poderosa tábua de salvação. Como a natureza é sábia, ela às vezes nos força a enfrentar o novo, apenas para que possamos descobrir em nós um poder que não imaginávamos possuir.
Se soubermos, a cada mudança que a vida nos apresente, experimentar uma nova atitude, aceitando o desafio com entusiasmo e coragem, ao invés de nos deixarmos dominar pela revolta e a covardia, certamente acabaremos por realizar importantes descobertas.
Quanto mais capazes formos de vencer nossos medos e limitações, mais fortes nos sentiremos, até que chegue o momento em que as mudanças passarão a ser encaradas como uma bênção, um presente da vida, algo que recebemos com gratidão, na certeza de que, ao encará-las de frente e com total aceitação, estaremos fortalecendo cada vez mais a expressão de nossa essência divina.
"...Memória é uma coisa morta. Memória não é verdade e não pode ser eterna - porque a verdade é sempre viva, verdade é vida.
Memória é a persistência de algo que não é mais. É viver em um mundo fantasmagórico - mas que nos contém, é nossa prisão.
...A memória cria o nó, o complexo chamado Eu, o ego. E naturalmente esta falsa entidade chamada Eu está constantemente com medo da morte. Eis por que você tem medo do novo.
Este Eu tem medo, não você, realmente. O ser não tem medo. Mas o ego tem medo - porque o ego tem muito medo de morrer. Ele é artificial, é arbitrário, é colocado junto. E pode ser posto de lado, em algum momento. E quando o novo entra, há medo.
O ego tem medo, ele pode ser posto de lado.
De algum modo ele tem estado manejando para manter-se junto, manter a si mesmo em uma parte, e agora algo novo vem - será demolidor.
Eis porque você não aceita o novo com alegria. O ego não pode aceitar sua própria morte com alegria. Como ele pode aceitar sua própria morte com alegria?
A menos que você tenha compreendido que você não é o ego, você não estará pronto para receber o novo. Uma vez que você veja que o ego é sua memória passada, que você não é a sua memória, que memória é apenas como um bio-computador, que é uma máquina, um mecanismo utilitário... você está além dele... Você é consciência, não memória. Memória é um conteúdo na consciência, você é a própria consciência.
Por exemplo, você vê alguém caminhando na estrada. Você se lembra do rosto, mas você não pode lembrar o nome. Se fosse a memória, você lembraria o nome também. Mas você diz: "Eu reconheço o rosto mas eu não lembro o nome". Então você começa buscando em sua memória, vai para dentro de sua memória, você olha para este lado, para aquele lado, e repentinamente o nome brota e você diz, "Sim, este é o nome dele". A memória é seu disco. Você é aquele que está procurando dentro do disco, você não é a memória em si.
E acontece, muitas vezes, que se você se torna muito tenso a respeito de lembrar algo, torna-se difícil lembrá-lo - porque muita tensão e muito esforço em seu ser não permitem que a memória libere sua informação para você. Você tenta e tenta lembrar o nome de alguém e ele não vem, apesar de você dizer que está na ponta da língua. Você sabe que você sabe, mas o nome ainda não vem.
...É estranho. Se você é memória, então quem está impedindo você, e como não está vindo? E quem é este que diz, "Eu sei, mas ainda não está vindo?" E então você tenta duramente, e quanto mais forte você tenta mais se torna difícil. Então, você se enche de tudo, vai para o jardim para uma caminhada, e repentinamente, olhando para as roseiras, está ali, de surpresa.
Sua memória não é você. Você é consciência, memória é conteúdo. Mas a memória é toda a energia vital para o ego. Memória é velha, é claro, e tem medo do novo. O novo pode ser perturbador, o novo pode ser tal que não pode ser digerido. O novo pode trazer alguns problemas. Você terá que mudar e renovar a si mesmo. Você terá que reajustar a si mesmo. E parece árduo.
Para ser nova, a pessoa precisa se tornar desidentificada com o ego; você não se preocupa se ele morre ou vive. De fato, você sabe que vivo ou morto, ele já está morto. É um mecanismo. Use-o, mas não seja usado por ele. O ego está continuamente com medo da morte porque é arbitrário, por isto, o medo. Ele não surge do ser, ele não pode surgir do ser, porque ser é vida. Como pode a vida ter medo da morte? A vida não sabe nada da morte.
Ele surge do arbitrário, do artificial, de algum modo coloca junto o falso, o pseudo. Apesar disto, é apenas soltar-se naquela morte, que faz o homem viver. Morrer no ego é nascer no ser, em Deus.
O novo é uma mensagem de Deus, é um evangelho. Ouça o novo, vá com o novo. Eu sei que você tem medo. Apesar do medo, vá com o novo, e sua vida se tornará mais e mais rica e você estará pronto um dia para libertar o esplendor aprisionado.
Lembre-se, algo novo vindo em sua vida é uma mensagem de Deus. Se você o aceita, você será religioso. Se você o rejeita, você será irreligioso. O homem necessita apenas relaxar um pouco mais para aceitar o novo, para abrir um pouco mais, para deixar o novo entrar. Abra caminho para que Deus venha a você"....
OSHO - The Diamond Sutra

segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Cuidado com essa carência; ela afasta as pessoas de você!
Adorei esse texto, e gostaria de fazer um comentário antes...
Devemos tomar cuidado com essa carência em todos os tipos de relacionamento, homem e mulher, pais e filhos, alunos e professores! Tentar perceber quando estamos exigindo mais do outro do que ele pode ou consegue dar!
Aproveitem essa lição da nossa querida Patricia.
Abraço a todos que acompanham o blog!
Cuidado com essa carência; ela afasta as pessoas de você!
::Patricia Gebrim::
Pessoas carentes são como polvos gigantes, esses seres maravilhosos de que fala Julio Verne. Nas páginas dos livros são encantadores e cheios de magia, mas na vida real... acabam afastando de si mais gente do que gostariam.
"Por trás dessa atitude carente, existe uma dor e uma ilusão. A dor de uma criança ferida. A ilusão de que não se é nada mais do que essa criança. Entenda: hoje você não é mais uma criança que precisa de alguém para cuidar de você. Aceite a ideia de que hoje você é grande o suficiente para cuidar de si mesmo!"
Carência é esse sentimento incômodo que muitas pessoas carregam, percebida por elas como um tipo de buraco, uma fome constante que chega a doer. Às vezes é fome de afeto, de amor... mas também pode aparecer como fome de atenção, como o desejo de estar sempre no palco das relações, sendo valorizado, cuidado, tratado de forma especial.
É uma exigência, muitas vezes inconsciente, uma expectativa de que os outros supram você de alguma maneira, desejo esse que costuma se impor à sua capacidade de perceber o outro como um ser individual que tem direito a escolhas e limites.
Uma pessoa carente sempre exige, mesmo que de forma disfarçada, que o outro lhe dê o que quer. Não compreende que o outro tem o direito de dizer não. O outro tem o direito de não querer lhe dar algo.O outro tem o direito de não gostar de você. (Afinal, quem é amado por “todas” as pessoas?)
Quando alguém carente se aproxima das pessoas, essa aproximação quase nunca é descompromissada ou relaxada. Existe sempre uma certa tensão. Por um lado os carentes polvos querem agir sempre adequadamente, para garantir que serão aceitos. (Sua liberdade de ser, ser simplesmente quem são, está limitada pela necessidade de saciar a suposta fome). Por outro lado, aproximam-se na expectativa de receber. Raramente aproximam-se para dar algo ao outro.
Como polvos ambulantes, pessoas carentes estendem na direção da vítima seus enormes tentáculos, tentando trazer em sua direção o que necessitam. Me dê... me dê... me dê... Essa é a mensagem inconsciente que acabam transmitindo, mesmo que o discurso seja muito diferente.
Só que, por ironia do destino, por mais que tentem disfarçar suas intenções, o outro acaba pressentindo os tentáculos e na maior parte das vezes se afasta de você. Isso faz com que a pessoa carente se sinta rejeitada, o alimento lhe foi negado, a fome aumenta e ela tenta com ainda mais intensidade, numa bola de neve sem fim.
Quando vamos com sede demais ao pote acabamos derrubando-o, e lá se vai nossa chance de beber seu conteúdo. As pessoas se afastam quando percebem alguém se aproximar na expectativa de ser suprido, como um náufrago desesperado em busca de algo a se agarrar. E a pessoa fica lá, sozinha no meio do oceano. Como uma brincadeira maldosa do destino, a pessoa acaba afastando cada vez a possibilidade de receber o que quer.
Ora, a pessoa carente não faz isso por que queira ser má, ou lesar o outro. Na verdade ela age baseada na falsa crença de que não consegue suprir a si mesma. Talvez venha de um lar onde não tenha se sentido amada, ou querida. Talvez tenha até recebido amor, mas por algum motivo não tenha conseguido sentir que isso tenha acontecido.
Por trás dessa atitude carente, existe uma dor e uma ilusão. A dor de uma criança ferida. A ilusão de que não se é nada mais do que essa criança.
Entenda: hoje você não é mais uma criança que precisa de alguém para cuidar de você. Aceite a ideia de que hoje você é grande o suficiente para cuidar de si mesmo!
Se a pessoa carente conseguir perceber que, não importa o que lhe tenha acontecido, isso é passado. E que hoje existe dentro dela uma força capaz de curar qualquer ferida. Se conseguir se identificar com seu lado adulto, parando de esperar que a cura venha de fora, ou das outras pessoas. Se conseguir pegar sua criança ferida no colo, e dar-lhe todo o amor, e atenção, e carinho... esse é o caminho para a transformação.
Se em vez de estender seus tentáculos na direção das pessoas, usar todos aqueles braços para abraçar, proteger e acariciar a si mesmo... se fizer isso, algo mágico começará a acontecer. O polvo vai aos poucos se transformando em uma espécie de ninho, seguro e quentinho... e nesse ninho você conseguirá se lembrar de sua verdadeira essência, e de lá sairá assumindo sua verdadeira forma, a da mais bela ave, e seu canto será tão pleno que todas as pessoas sentirão o desejo de se aproximar e acariciar suas suaves plumas.
De mãos dadas com o adulto que existe em você, sua fome será saciada por você mesmo. E a sua relação com as pessoas se transformará. Deixará de ser uma busca de alguém que supra suas necessidades infantis e passará a refletir o prazer e a alegria de uma troca genuína e adulta com outro ser humano. E com certeza, essa mudança fará com que as pessoas parem de se afastar de você e passem a querer estar a seu lado.
Devemos tomar cuidado com essa carência em todos os tipos de relacionamento, homem e mulher, pais e filhos, alunos e professores! Tentar perceber quando estamos exigindo mais do outro do que ele pode ou consegue dar!
Aproveitem essa lição da nossa querida Patricia.
Abraço a todos que acompanham o blog!
Cuidado com essa carência; ela afasta as pessoas de você!
::Patricia Gebrim::
Pessoas carentes são como polvos gigantes, esses seres maravilhosos de que fala Julio Verne. Nas páginas dos livros são encantadores e cheios de magia, mas na vida real... acabam afastando de si mais gente do que gostariam.
"Por trás dessa atitude carente, existe uma dor e uma ilusão. A dor de uma criança ferida. A ilusão de que não se é nada mais do que essa criança. Entenda: hoje você não é mais uma criança que precisa de alguém para cuidar de você. Aceite a ideia de que hoje você é grande o suficiente para cuidar de si mesmo!"
Carência é esse sentimento incômodo que muitas pessoas carregam, percebida por elas como um tipo de buraco, uma fome constante que chega a doer. Às vezes é fome de afeto, de amor... mas também pode aparecer como fome de atenção, como o desejo de estar sempre no palco das relações, sendo valorizado, cuidado, tratado de forma especial.
É uma exigência, muitas vezes inconsciente, uma expectativa de que os outros supram você de alguma maneira, desejo esse que costuma se impor à sua capacidade de perceber o outro como um ser individual que tem direito a escolhas e limites.
Uma pessoa carente sempre exige, mesmo que de forma disfarçada, que o outro lhe dê o que quer. Não compreende que o outro tem o direito de dizer não. O outro tem o direito de não querer lhe dar algo.O outro tem o direito de não gostar de você. (Afinal, quem é amado por “todas” as pessoas?)
Quando alguém carente se aproxima das pessoas, essa aproximação quase nunca é descompromissada ou relaxada. Existe sempre uma certa tensão. Por um lado os carentes polvos querem agir sempre adequadamente, para garantir que serão aceitos. (Sua liberdade de ser, ser simplesmente quem são, está limitada pela necessidade de saciar a suposta fome). Por outro lado, aproximam-se na expectativa de receber. Raramente aproximam-se para dar algo ao outro.
Como polvos ambulantes, pessoas carentes estendem na direção da vítima seus enormes tentáculos, tentando trazer em sua direção o que necessitam. Me dê... me dê... me dê... Essa é a mensagem inconsciente que acabam transmitindo, mesmo que o discurso seja muito diferente.
Só que, por ironia do destino, por mais que tentem disfarçar suas intenções, o outro acaba pressentindo os tentáculos e na maior parte das vezes se afasta de você. Isso faz com que a pessoa carente se sinta rejeitada, o alimento lhe foi negado, a fome aumenta e ela tenta com ainda mais intensidade, numa bola de neve sem fim.
Quando vamos com sede demais ao pote acabamos derrubando-o, e lá se vai nossa chance de beber seu conteúdo. As pessoas se afastam quando percebem alguém se aproximar na expectativa de ser suprido, como um náufrago desesperado em busca de algo a se agarrar. E a pessoa fica lá, sozinha no meio do oceano. Como uma brincadeira maldosa do destino, a pessoa acaba afastando cada vez a possibilidade de receber o que quer.
Ora, a pessoa carente não faz isso por que queira ser má, ou lesar o outro. Na verdade ela age baseada na falsa crença de que não consegue suprir a si mesma. Talvez venha de um lar onde não tenha se sentido amada, ou querida. Talvez tenha até recebido amor, mas por algum motivo não tenha conseguido sentir que isso tenha acontecido.
Por trás dessa atitude carente, existe uma dor e uma ilusão. A dor de uma criança ferida. A ilusão de que não se é nada mais do que essa criança.
Entenda: hoje você não é mais uma criança que precisa de alguém para cuidar de você. Aceite a ideia de que hoje você é grande o suficiente para cuidar de si mesmo!
Se a pessoa carente conseguir perceber que, não importa o que lhe tenha acontecido, isso é passado. E que hoje existe dentro dela uma força capaz de curar qualquer ferida. Se conseguir se identificar com seu lado adulto, parando de esperar que a cura venha de fora, ou das outras pessoas. Se conseguir pegar sua criança ferida no colo, e dar-lhe todo o amor, e atenção, e carinho... esse é o caminho para a transformação.
Se em vez de estender seus tentáculos na direção das pessoas, usar todos aqueles braços para abraçar, proteger e acariciar a si mesmo... se fizer isso, algo mágico começará a acontecer. O polvo vai aos poucos se transformando em uma espécie de ninho, seguro e quentinho... e nesse ninho você conseguirá se lembrar de sua verdadeira essência, e de lá sairá assumindo sua verdadeira forma, a da mais bela ave, e seu canto será tão pleno que todas as pessoas sentirão o desejo de se aproximar e acariciar suas suaves plumas.
De mãos dadas com o adulto que existe em você, sua fome será saciada por você mesmo. E a sua relação com as pessoas se transformará. Deixará de ser uma busca de alguém que supra suas necessidades infantis e passará a refletir o prazer e a alegria de uma troca genuína e adulta com outro ser humano. E com certeza, essa mudança fará com que as pessoas parem de se afastar de você e passem a querer estar a seu lado.

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