terça-feira, 24 de abril de 2012

O Círculo dos 99


:: Desconheço a autoria ::




Era uma vez um Rei muito triste; que tinha um pajem, que como todo pajem de um Rei triste, era muito feliz. Todas as manhãs, o pajem chegava com o desjejum do seu Amo, sempre rindo e cantarolando alegres canções. O sorriso sempre desenhado em seu rosto, e a atitude para com a vida sempre serena e alegre. Um dia o Rei mandou chamá-lo:
- Pajem – disse o Rei. Qual é o seu segredo?
- Qual segredo, Alteza?
- Qual o segredo da tua alegria?
- Não existe nenhum segredo, Majestade.
- Não minta, pajem... bem sabes que já mandei cortar muitas cabeças por ofensas menores do que a sua mentira!
- Mas não estou mentindo! Não guardo nenhum segredo.
- E por que estás sempre alegre e feliz?
- Majestade, eu não tenho razões para estar triste: muito me honra servir a Vossa Alteza, tenho minha esposa e meus filhos, e vivemos na casa que a Corte nos concedeu; somos vestidos e alimentados, e sempre recebo algumas moedas de prata para satisfazer alguns gostos... como não estar feliz?
- Se você não me disser agora mesmo qual é o seu segredo, mandarei decapitá-lo – disse o Rei. Ninguém pode ser feliz por essas razões que você me deu!
- Mas Majestade, não há nenhum segredo... Nada me satisfaria mais do que sanar a Vossa curiosidade, mas realmente não há nada que eu esteja escondendo.
- Vá embora daqui antes que eu chame os guardas.
O pajem sorriu, fez a habitual reverência e deixou o Rei em seus pensamentos. O Rei estava como louco. Não podia entender como o pajem poderia ser feliz vivendo em uma casa que não lhe pertencia, usando roupas de terceira mão e se alimentando dos restos dos cortesãos. Quando se acalmou mandou chamar o mais sábio de seus conselheiros, e lhe contou a conversa que tivera com o pajem pela manhã.
- Sábio, por que ele é feliz?
- Ah, Majestade! O que acontece é que ele está fora do Círculo...
- Fora do Círculo?
- Sim.
- E é isso o que faz dele uma pessoa feliz?
- Não, Majestade. Isso é o que não o faz infeliz...
- Vejamos se entendo: estar no Círculo sempre nos faz infelizes?
- Exato.
- E como ele saiu desse tal Círculo?
- Ele nunca entrou.
- Nunca entrou? Mas que Círculo é esse?
- É o Círculo dos 99...
- Realmente não entendo nada do que você me diz.
- A única maneira para que Vossa Alteza entenda seria mostrando pelos fatos.
- Como?
- Fazendo com que ele entre no Círculo.
- Isso! Então o obrigarei a entrar!
- Não, Alteza, ninguém pode ser obrigado a entrar...
- Então teremos que enganá-lo?
- Não será necessário... se lhe dermos a oportunidade, ele entrará por si mesmo.
- Por si mesmo? Mas ele não notará que isso acarretará sua infelicidade?
- Sim, mas mesmo assim entrará... Não poderá evitar!
- Diz-me que ele saberá que isso será o passo para a infelicidade e que mesmo assim entrará?
- Sim. O senhor está disposto a perder um excelente pajem para compreender a estrutura do Círculo?
- Sim.
- Então nesta noite passarei a buscar-lhe. Deves ter preparada uma bolsa de couro com 99 moedas de ouro. Mas devem ser exatas 99, nem uma a mais, nem uma a menos.
- O que mais? Devo levar escolta para proteger-nos?
- Nada mais do que a bolsa de couro, Majestade...
- Então vá. Nos vemos à noite.
Assim foi... Nessa noite o sábio buscou o Rei e juntos foram até os pátios do Palácio. Esconderam-se próximo à casa do pajem, e lá aguardaram o primeiro sinal. Quando dentro da casa se acendeu a primeira vela, o sábio pegou a bolsa de couro e junto a ela atou um papel que dizia as seguintes palavras: "Este tesouro é teu. É o prêmio por ser um bom homem. Aproveite e não conte a ninguém como encontrou esta bolsa". Logo deixou a bolsa com o bilhete na porta da pajem. Golpeou uma vez e correu para esconder-se. Quando o pajem abriu a porta, o sábio e o Rei espiavam por entre as árvores para verem o que aconteceria. O pajem viu o embrulho à sua porta, olhou para os lados, leu o papel, agitou a bolsa e, ao escutar o som metálico, estremeceu dos pés à cabeça, apertou a bolsa contra o peito e rapidamente entrou em sua casa. O Rei e o sábio se aproximaram então da janela para presenciar a cena. O pajem havia despejado todo o conteúdo da bolsa sobre a mesa, deixando somente a vela para iluminar. Havia se sentado e seus olhos não podiam crer no que estavam vendo... Era uma montanha de moedas de ouro! Ele, que nunca havia tocado em uma dessas, de repente tinha um monte delas...Ele as tocava e amontoava, acariciava e fazia brilhar à luz da vela. Juntava e esparramava, fazendo pilhas... E assim, brincando, começou a fazer pilhas de 10 moedas. Uma, duas, três, 4, 5... e enquanto isso somava 10, 20, 30, 40, 50... até que formou a última pilha... 99 moedas? Seu olhar percorreu a mesa primeiro, buscando uma moeda a mais, logo o chão e finalmente a bolsa. "Não pode ser" – pensou. Pôs a última pilha ao lado das outras 9 e notou que realmente esta era mais baixa.
- Roubaram-me! Roubaram-me – gritou. Uma vez mais procurou por todos os cantos, mas não encontrou o que achava estar faltando... Sobre a mesa, como que zombando dele, uma montanha resplandecia e lhe fazia lembrar que havia SOMENTE 99 moedas. "99 moedas... é muito dinheiro" – pensou.
- "Mas falta uma... Noventa e nove não é um número completo. 100 é, mas 99 não..."
O Rei e o sábio espiavam pela janela e viam que a cara do pajem já não era mais a mesma: ele estava com as sobrancelhas franzidas, a testa enrugada, os olhos pequenos e o olhar perdido... sua boca era uma enorme fenda, por onde apareciam os dentes que rangiam. O pajem guardou as moedas na bolsa, jogou o papel na lareira e olhando para todos os lados e constatar que ninguém havia presenciado a cena, escondeu a bolsa por entre a lenha. Pegou papel e pena e sentou-se a calcular. Quanto tempo teria que economizar para poder obter a moeda de número 100? O tempo todo o pajem falava em voz alta, sozinho... Estava disposto a trabalhar duro até conseguir. Depois, quem sabe, não precisaria mais trabalhar... com 100 moedas de ouro ninguém precisa trabalhar. Finalizou os cálculos. Se trabalhasse e economizasse seu salário e mais algum extra que recebesse, em 11 ou 12 anos conseguiria o necessário para comprar a última moeda. "Mas 12 anos é tempo demais... Se eu pedisse à minha esposa que procurasse um emprego no vilarejo, e se eu mesmo trabalhasse à noite, em 7 anos conseguiríamos" – concluiu depois de refazer os cálculos.
"Mesmo sendo muito tempo, é isso o que teremos que fazer..."
O Rei e o sábio voltaram ao Palácio. Finalmente o pajem havia entrado para o Círculo dos 99!!! Durante os meses seguintes, o pajem seguiu seus planos conforme havia decidido naquela noite. Numa manhã, entrou nos aposentos reais com passos fortes, batendo nas portas, rangendo dentes e bufando com todo o mau humor típico dos últimos tempos...
- O que lhe acontece, pajem? – perguntou o Rei de bom grado.
- Nada, não acontece nada...
- Antigamente, não faz muito, você ria e cantava o tempo todo...
- Faço ou não o meu trabalho? O que Vossa Alteza esperava? Que além de pajem sou obrigado a estar sempre bem por que assim o deseja?
Não se passou muito e o Rei despediu o seu pajem, afinal, não era nada agradável para um Rei triste ter um pajem mau humorado o tempo todo...

* * * * * *
Pois é, meus amigos, você, eu e todos ao redor fomos educados nessa filosofia: sempre falta algo para estarmos completos, e somente completos podemos gozar do que temos. Portanto, nos ensinaram que a Felicidade deve esperar até estar completa com aquilo que falta. E como sempre falta algo, a idéia volta ao início e nunca se pode desfrutar plenamente da vida.
Mas, o que aconteceria se a Iluminação chegasse às nossas vidas e nos déssemos conta, assim, de repente, que nossas 99 moedas são os nossos 100%? Que nada nos faz falta? Que ninguém tomou aquilo que é nosso? Que não se é mais feliz por ter 100 e não 99 moedas? Que tudo é uma armadilha posta à nossa frente para que estejamos sempre cansados, mau humorados, desanimados, infelizes? Uma armadilha que nos faz empurrar cada vez mais e ainda assim tudo continue igual... eternamente iguais e insatisfeitos...Quantas coisas mudariam se pudéssemos desfrutar de nosso tesouro tal como é! Se este é o seu problema, a solução para sua vida está em saber valorizar o que você tem ao seu redor, e não se lamentar por aquilo que não tem ou que poderia ter...

terça-feira, 17 de abril de 2012

RELACIONAMENTOS - Como podemos atrair o que desejamos?


::Claudia Giovani::



A maioria de nós tem problemas de relacionamentos. No entanto, a verdade que pode transformar tudo é desconcertante de tão simples.

Todos os relacionamentos são com você próprio.

Isto significa que você experimenta todas as pessoas dentro do campo da sua consciência! Você não percebe ninguém como realmente é. Você interpreta as pessoas com quem convive através dos seus filtros mentais. E estes filtros mudam de momento a momento, de um dia para o outro, mudam ano a ano e até de vida para vida. À medida que vai mudando suas idéias, vai mudando a forma como interpreta e experimenta os outros em sua vida.

E isto é muito, muito bom de saber. Se você percebe as pessoas diferentemente à medida que vai mudando sua compreensão da vida, isto significa que sua percepção pode mudar várias vezes. Viva! E pode mudar de padrões desagradáveis para padrões que satisfazem mais os propósitos da sua alma de ser feliz.

Portanto, sinta-se feliz desde já! Você pode, trabalhando seu relacionamento consigo mesmo, atrair uma pessoa amorosa e amorável, apropriada para você e seu momento. Ou, se já está num relacionamento, você poderá 'tirar' o melhor do seu parceiro ou parceira.

Pela Lei da Atração se você estiver bem consigo, atrairá pessoas que também vão espelhar este bem.

Portanto, o primeiro passo é você. Retire sua atenção do seu parceiro ou da sua solidão. Ambos focos de atenção estão voltados para o que falta na sua vida. E vão atrair pessoas e situações que combinem com sua assinatura vibratória.

Segundo passo - reveja seus filtros mentais. Provavelmente eles estão cheios de 'não gosto disso e não quero aquilo' e como são filtros eles cumprem sua função de reter tudo que passa por eles. E no caso vão reter tudo que você não quer em alguém.

Terceiro passo - formar novos filtros com tudo que gosta nas pessoas. Em todas as pessoas! Em qualquer pessoa! Comece a observar o que gosta na atendente do supermercado, da farmácia ou da quitanda; o que gosta no colega do escritório, no porteiro, no garagista, no carteiro, em cada amigo, e assim por diante.

Quando tiver feito isto por algum tempo, terá mudado seu filtro, parcial ou completamente.

O resultado é óbvio! Mas não é da sua conta. :)

É da conta do Universo, da Fonte.

A Lei da Atração vai fazer seu trabalho e atrair o que seu filtro mental está retendo - boas qualidades que você admira nas pessoas. E vai incrementar sua vida com uma grande variedade de pessoas interessantes dentro daquilo que aprecia num homem, numa mulher, num amigo ou amiga, num colega de trabalho, e assim por diante.

Eu disse que era simples! Mas alguém vai precisa fazer alguma coisa!

Advinhe quem!? (risos)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Complexo de inferioridade, o que é isso?


:: Rosemeire Zago :: 







Uma das queixas mais comuns das pessoas são os conflitos internos e nos relacionamentos causados pelo sentimento de inferioridade. Quantas pessoas não se sentem inferiores aos seus colegas de trabalho? Não buscam uma promoção por não se sentirem capazes? Não terminam um relacionamento destrutivo por acreditarem que não conseguirão ninguém que as trate bem? Estão sempre se comparando ao irmão, irmã, vizinho, tendo a certeza que o outro é muito mais? Outros deixam de trabalhar, sair, viver, tudo porque se sentem inferiores aos demais.


A denominação complexo de inferioridade foi criada por Alfred Adler (1870-1937), médico psiquiatra, para designar sentimentos de insuficiência e até incapacidade de resolver os problemas, o que faz com que a pessoa se sinta um fracasso em todos, ou em alguns aspectos de sua vida. É o que hoje chamamos de baixa auto-estima, que é quando não se tem consciência de seu valor pessoal. A baixa auto-estima pode comprometer todos os relacionamentos, seja pessoal, profissional, afetivo, familiar, social.



Adler afirmava que todas as crianças são profundamente afetadas por um sentimento de inferioridade, que é uma conseqüência do tamanho da criança e de sua falta de poder perante os adultos. O que desperta em sua alma um desejo de crescer, de ficar tão forte quanto os outros, ou mais forte ainda. Ele sugere que existem três situações na infância que tendem a resultar no complexo de inferioridade:



- Inferioridade orgânica:
Crianças que sofrem de doenças ou enfermidades com deficiências físicas tendem a se isolar, fugindo da interação com outras crianças por um sentimento de inferioridade ou incapacidade de competir com sucesso com outras crianças. Contudo, ele salienta que as crianças que são incentivadas a superar suas dificuldades tendem a compensar sua fraqueza física, além da média, e podem desenvolver suas habilidades de maneira surpreendente. Por exemplo, se dedicam a uma atividade física para compensar a deficiência.



- Crianças superprotegidas e mimadas: 
Essas crianças podem desenvolver um sentimento de insegurança, por não sentirem confiança em suas próprias habilidades, uma vez que os outros sempre fizeram tudo por elas. 



- Rejeição: 
Uma criança não desejada e rejeitada não conhece o amor e a cooperação na família. Não sentem confiança em suas habilidades e não se sentem dignas de receber amor e afeto dos outros. Quando adultos, tendem a se tornar frios, duros, ou extremamente carentes e dependentes da aprovação e reconhecimento de outras pessoas. Quanto mais necessidade de ser aprovado e reconhecido pelo outro, mais se desenvolve a necessidade de agradar. Isso faz com que as pessoas deixem de ser elas mesmas, tornando-se o que os outros gostariam que fosse, ou o que pensa que gostariam, reforçando cada vez mais o sentimento de inferioridade, pois não satisfazem a si mesmas. 



Não são apenas as situações citadas acima que podem fazer com que a pessoa se sinta inferior, podem existir muitas outras ocorridas durante a infância, mas essas explicam a origem do termo utilizado e podem resultar em isolamento, falta de interesse social e cooperação. 



Todos sabemos que não é nada fácil para uma criança com alguma doença ou deficiência física conviver socialmente, pois as crianças em geral são implacáveis em brincar com as dificuldades de seus colegas, gerando vergonha, medo e a necessidade de se isolarem com o intuito de evitar ser alvo de piadas. Diante dessa realidade, é muito importante que os pais apoiem seus sentimentos e não os menosprezem; fazendo-a perceber que há muitas outras qualidades e que seu potencial pode ser desenvolvido. Do contrário, crescerão com muita dificuldade em acreditar em si mesmas, pois irá depender de como cada um irá lidar com esses aspectos.



A superproteção durante a infância pode realmente gerar muita insegurança quando adulto, pois estas pessoas quando crianças não foram incentivadas a acreditarem em si mesmas. Assim, crescem, ainda que inconscientemente, acreditando que faziam tudo por ela por não ter a capacidade de fazer por si mesma. O que não é verdade! Todos temos potencial, a diferença é acreditar neles ou não.
A rejeição, assim como o abandono, também pode gerar o sentimento de inferioridade.



Adler enfatizava ainda a importância da agressão, no sentido de lutar por sua capacidade de superar obstáculos e acreditar em si. Muitas vezes, a agressão pode manifestar-se como poder, superioridade e perfeccionismo, porém a busca pela superioridade como compensação pode tomar uma direção positiva ou negativa. Pode ser positiva e saudável quando motiva para realizações construtivas e na busca de crescimento. Será negativa e destrutiva quando existe uma luta pela superioridade pessoal, dominando os outros através do poder, podendo desenvolver a ambição (busca o crescimento material, deixando de lado pessoas e fatos significativos em sua vida) e inveja (desejando ter tudo o que o outro tem, mas não se sente capaz de conseguir por si próprio); tudo para compensar seu sentimento de inferioridade. 




A capacidade do outro sempre é percebida como maior que a própria capacidade, sentindo-se sempre inferior. Esse sentimento pode fazer com que a pessoa se acomode na situação. Ainda que isso lhe traga insatisfação e tristeza, nada faz para mudar, pois não se sente capaz ou com forças.



Muitas vezes nos deparamos com pessoas que demonstram ter uma total confiança em si mesma, mas, se observarmos melhor, perceberemos que na verdade são máscaras para compensar seu sentimento de inferioridade, não refletindo seu verdadeiro sentimento em relação a si próprio, ou seja, sua essência. Mas o que fazer quando somos adultos e sentimos medo, vergonha, ou seja, ainda sentimos essa inferioridade perante os outros? O mais indicado é:



- Evitar as comparações. Ficar se comparando com quem quer que seja não o fará se sentir melhor, pois as pessoas são diferentes, possuem necessidades, desejos e históricos de vidas diferentes.



- Compreenda seu histórico de vida e a origem de seu sentimento de inferioridade. Por qual motivo se sente inferior? Não desista, compreenda suas dificuldades e procure enfrentar cada uma delas.



- Enfrente o medo. É importante lidar e enfrentar o medo que as pessoas ou situações provocam e compreender que a percepção de si mesmo está baseada na conseqüência de fatos que já passaram. Você não pode mudar seu passado, mas pode mudar seu presente.



- Reconheça seu valor. Perceba que seu valor enquanto pessoa não pode e nem deve ser baseado na maneira como foi, ou ainda é tratado, ainda que isso tenha durado toda sua vida. Não permita mais ser desrespeitado ou maltratado. Lembre-se ainda que seu valor deve ser baseado pelo que é e não pelos bens materiais que possui. 



- Identifique suas necessidades emocionais. O que você espera receber dos outros pode ser aquilo que não recebeu quando criança de seus pais. Não espere receber dos outros o que só você mesmo pode se dar. 



- O que você deseja receber na relação afetiva? Muitas vezes os conflitos gerados no relacionamento têm origem em seu histórico de vida.



- Observe e procure compreender cada um de seus sentimentos. Perceba quando sentir inveja, ciúmes, necessidade de poder ou superioridade. Esses sentimentos podem estar ocultando e compensando um sentimento de inferioridade.



- Aprenda com os erros e não fique se punindo por ter errado, nem se acomode nas situações. Saia de sua zona de conforto e mude o que deseja!



- Valorize sempre suas conquistas! Pare de supervalorizar o que o outro tem ou faz e desvalorizar as próprias conquistas. Celebre sempre!



- Faça terapia. O autoconhecimento obtido através do processo da psicoterapia poderá fazer com que reconheça seus reais valores e liberte-se do complexo de inferioridade que acorrenta e aprisiona.  

terça-feira, 3 de abril de 2012

Autopiedade: fuja dessa armadilha!


::Patricia Gebrim::
 
 
 
"Existe uma raiva que chamo de raiva boa. Essa raiva é uma energia que nos sacode por dentro e nos ajuda a seguir em frente. Que faz com que lutemos pelo que de verdade importa, por nós mesmos, por nossa dignidade"
 
Gente, como se a vida já não fosse difícil, por que torná-la impossível?Isso é o que fazem aqueles que se permitem seduzir pelo monstro do “pobre de mim”. 
 
Tem coisa pior do que gente que só vive se lamentando? Como amebas gigantes, reclamam de tudo e de todos, como se o mundo fosse o responsável por seu infortúnio. Caracterizados como vítimas, falam mole e se arrastam para lá e para cá como se não tivessem forma, deixando um rastro melequento por onde passam. Falta-lhes energia no mesmo tanto em que lhes sobra criatividade para encontrar responsáveis por seu terrível destino. Claro, o culpado é sempre “o outro”! O outro que o enganou, que o traiu, que o aviltou. O outro que o tratou mal por anos. O outro que mentiu, manipulou, ludibriou.
 
Não que não possa acontecer, afinal o mundo está cheio de “outros” sem escrúpulos. Mas, por mais que o outro tenha sua parcela de responsabilidade, de que adianta ficar interminavelmente se arrastando por entre os cacos de algo que um dia você acreditou ser real? O máximo que conseguirá será continuar se ferindo, cortar os pés, adiar ainda mais a sua capacidade de caminhar pleno e ereto por sua própria vida. Pense por um momento naqueles momentos em que tudo deu errado. Tenha sido você roubado, traído ou enganado; acredite, não vai ajudar nada entregar-se à tristeza e a autocomiseração. De que vai adiantar passar tempo demais chorando pelos cantos e se sentindo a maior vítima de todo o universo?
 
Não!
 
Se isso aconteceu, se você se deu mal, chore sim. Algumas coisas são realmente difíceis e nos pegam pelas entranhas. Chore uma noite inteira se precisar. Uma semana, por todas as horas de cada dia. Sinta toda a pena do mundo de si mesmo. Acabe com seu estoque de lágrimas...
 
Mas depois se levante! Erga a cabeça e tente perceber qual foi a sua parte nessa experiência tão horrorosa. Em que momento você desrespeitou os sinais, fingiu que não viu? Em que momento você foi impulsivo demais, ansioso demais, cego demais, crédulo demais, ingênuo demais? Em que momento você simplesmente não avaliou a situação como poderia? Não importa o quanto tenha se ferido com a situação, chega uma hora em que você tem que se erguer, sacudir a poeira, aprender com o que aconteceu e seguir em frente! Assuma a sua parte nessa criação e transforme o poço de lamentações pessoais em uma fogueira.
 
Que a fogueira seja bem quente! Antes sentir raiva do que afogar-se nas próprias mágoas.
 
Existe uma raiva que chamo de raiva boa. Essa raiva é uma energia que nos sacode por dentro e nos ajuda a seguir em frente. Que faz com que lutemos pelo que de verdade importa, por nós mesmos, por nossa dignidade. A raiva de que falo não é aquela que voltamos de forma imatura contra as pessoas. Não se trata de agredir ninguém! Trata-se daquela raiva que nos motiva, que nos move e nos tira de situações difíceis ou perigosas. Nos faz retomar a nós mesmos, reunir os pedacinhos e nos reconstruir de forma mais verdadeira.
 
A raiva boa nos transforma de um pedaço disforme de argila meio aguado em uma obra de arte vibrante, cheia de personalidade e vida!
 
Se você estiver se sentindo como a argila, sentindo pena de si mesmo, escorregando em lamúrias, derretendo-se, sem conseguir sequer ficar em pé; esquente o forno agora mesmo!
 
Acenda as labaredas da vida e permita que o fogo opere em você sua alquimia, transformando o cobre em ouro, a argila em arte e a autopiedade em uma vibrante capacidade de reinventar a si mesmo!
 
Renasça.

terça-feira, 27 de março de 2012

Tolerância com nossos erros = Auto-Estima


::Luiz Alberto Py::


Vendo uma criança pequena começando a andar, facilmente percebemos que o aprendizado dela só se torna possível à custa de muitas quedas, um tombo atrás do outro. É estimulante observar como a criança insiste e luta para, aos poucos, ganhar firmeza nas pernas e conquistar equilíbrio no corpo até dominar o processo de poder se deslocar com independência de um lugar para o outro. 

Deste exemplo, aprendemos o quanto é inevitável passar por desacertos e erros, para finalmente conseguir agir corretamente. E esta constatação é verdadeira para a maior parte dos aprendizados que desenvolvemos durante nossa vida, aprendemos errando e errando conseguimos acertar. Errar é indispensável e suportar os erros uma atitude saudável, que nos ajuda em nosso desenvolvimento.

Lamentavelmente, a educação tradicional, que ainda vigora em boa parte das escolas de nosso país, tende a tratar os erros de uma forma muito negativa. Erros costumam ser punidos, esforços mal-sucedidos tendem a ser desvalorizados e as notas baixas aguardam os alunos que não conseguem um bom desempenho em suas tentativas. O empenho e o esforço só são premiados quando atingem o sucesso e geralmente não são valorizados por eles próprios. Como conseqüência desta atitude educacional, desde muito cedo somos incentivados a evitar errar e a ter uma postura negativa em relação a erros cometidos, tanto por nós como pelos outros. Isto leva muitas pessoas a ficarem paralisadas em seus processos de crescimento pelo receio do julgamento que vão receber e da rejeição de que poderão ser vítimas caso cometam erros. Acabam por preferir nada fazer para não arriscar errar e se tornam adeptos de um imobilismo que, quando não impede, pelo menos dificulta bastante o progresso. Correm o risco de fazer parte do time que termina invicto o campeonato por não ter disputado uma única partida.

Para se mudar esta situação, o melhor instrumento de que dispomos é a tolerância, que nos é ensinada pelo amor. Através dela aprende-se a lidar com os erros. Quando aceitamos a idéia de desenvolver uma capacidade para tolerar os erros percebemos que esta atitude reforça a auto-estima, a qual, por sua vez, contribui para uma melhor tolerância, gerando um círculo virtuoso que melhora a relação de cada um consigo mesmo. Nesta relação, é de crucial importância o entendimento de que precisamos nos dar todas as oportunidades para tentar e experimentar, mesmo errando, e insistir em nossas tentativas e experiências enquanto for razoável acreditar nas possibilidades de se chegar ao sucesso. Esta é uma das chaves da auto-estima, pois o amor próprio se revigora nos momentos em que nos permitimos o esforço das tentativas, da busca, do aprendizado.

Importa distinguir o erro repetido e estagnado, do erro cometido em busca do acerto, do aprimoramento, a partir do qual se desenvolve um processo de crescimento. Assim, quando por detrás do erro está o empenho e a procura, deve haver uma margem de aceitação dele, de tolerância para com suas conseqüências negativas, pois daí pode advir o mais positivo de todos os resultados – a evolução, mola fundamental do processo de vida. Este tipo de erro precisa ser bem recebido pois, no longo prazo, dele resulta o bem.


terça-feira, 20 de março de 2012

Solidão

::Desconheço a autoria::



Às vezes precisamos ficar sós... 
Precisamos dar um silêncio aos nossos pensamentos... 
Necessitamos ter essa referência centrada em nós mesmos para melhor poder entender o mundo à nossa volta... 
Precisamos saber e entender, o quê e porque queremos... 
Importante é aquilo que nos afeta, todo o resto é fútil...
Se o mundo é para nós, apenas o que sentimos e observamos dele... Então... é preciso digerir e entender melhor o próprio vazio, para poder "ocupá-lo" com elementos que possam somar às experiências de nossas emoções e ao nosso conhecimento... 
Toda evolução depende de etapas inexoráveis..
Todo conhecimento é uma base para os novos conhecimentos que serão necessários em seguida... 
Estar só é pré-condição inerente à nossa existência. Sempre teremos que nos separar de quem queremos. Sempre teremos dúvidas que ninguém poderá nos responder. Sempre teremos medos que não conseguiremos vencer. Sempre estaremos tristes e carentes nos momentos mais decisivos de nossas vidas... 
Sempre tomaremos nossas atitudes, sozinhos; baseado tão somente no que acreditamos... Sempre choraremos sozinhos, às nossas dores e lamentaremos a nossa vergonha...
O que pudermos fazer faremos sozinhos... O que tivermos que sofrer; sofreremos sozinhos... O que tivermos que chorar; choraremos sozinhos... O que tivermos que temer; temeremos sozinhos... O que pudermos conquistar, conquistaremos sozinhos... O que pudermos merecer, mereceremos sozinhos... O quanto conseguirmos evoluir, evoluiremos sozinhos... 
Chegamos e partiremos sós do mundo... Somos sós mesmo que acompanhados... 

segunda-feira, 12 de março de 2012

Relacionamentos e Auto-responsabilidade

:: Maria Aparecida Diniz Bressani :: 




Jung diz que todo relacionamento é 50% de responsabilidade para cada uma das partes. Um relacionamento, na verdade, é resultado do que as partes colocam nele. Cada pessoa contribui com sua porção para a evolução da relação e ajuda a determinar para que direção esta irá evoluir. Da mesma forma, todas as pessoas que estão se sentindo sós estão à procura de alguém para se relacionar, pois esta é condição essencial do ser humano.

No consultório, o que percebo é que as pessoas que trazem suas queixas sobre seus respectivos e frustrados relacionamentos sempre tratam de uma mesma dinâmica, ou seja, parece que escolhem sempre o mesmo tipo de pessoa - embora os comportamentos possam até diferir muito - porque acabam por estabelecer um mesmo tipo de relacionamento, como se houvesse um script já pronto. No momento em que estabelecem suas relações, sempre com altas expectativas de que aquele relacionamento seja diferente - afinal aquela pessoa é "diferente" de todas as outras com quem já se relacionaram - acabam por decepcionar-se por viver um déjà vu.

Nos scripts, a tônica frustrante pode variar para cada um. A tônica pode ser a falta de respeito; para outros pode haver atração física, mas falta admiração e até educação entre as partes ou por uma das partes; em outros casos, existe manipulação ou traição; há scripts onde a dinâmica é inferiorizar o outro ou confundi-lo, desestabilizando a sua auto-estima e a sua autoconfiança.

Quando uma pessoa se vê entrando e saindo de relacionamentos onde sua queixa quase sempre se resume numa única questão (como se realmente houvesse um script prévio), deve parar e ater-se ao que acontece e ao porquê de sempre atrair um mesmo tipo de pessoa, pois mesmo que lhe pareça ser diferente no princípio (superficialmente), numa observação mais profunda, não o é.

Na psicologia junguiana entendemos que há um script interno de como viver a vida que determina as escolhas pessoais, como também tem o script interno de como "funciona" uma relação. Este script é a base da própria personalidade. Por isso, é importante que uma pessoa que passa por várias relações ou vive uma longa relação frustrante faça uma auto-análise honesta para poder constatar o que de fato acontece. Afinal, tudo o que acontece consigo lhe diz respeito, pois tem sua participação e contribuição. E é preciso entender; o que acontece consigo é para resolver e não para ficar sofrendo indefinidamente.

No começo os relacionamentos podem começar animados, apaixonados e cheios de promessas de felicidade, mas com o passar do tempo começa a ocorrer um acomodamento - como que em camadas - vai havendo uma espécie de ajuste da dinâmica de personalidade de cada um e a relação - como resultado - encontra sua própria dinâmica, que pode gerar satisfação ou insatisfação para as pessoas envolvidas.

Numa relação tem que haver basicamente admiração, gentileza, educação, respeito e atração física e intelectual - mútuas. O resultado será companheirismo, amizade, excitação sexual e intelectual e satisfação - mútuas. Quando falta algum desses ingredientes básicos fica sempre a sensação de frustração e, conseqüentemente, gera sentimento de tristeza, decepção ou menosprezo pelo outro, levando ao movimento de rompimento do relacionamento ou a tentar modificá-lo. Se é escolhida a segunda opção, a partir daí começa uma guerra e não mais uma relação amorosa (proposta inicial). E qual será o resultado? A resposta: Sofrimento.

Tem pessoas que mantém relações seguidas ou vivem anos em guerra com o outro acreditando que esse outro poderá mudar, mas na verdade, o desejo é que conseguirá ter o poder de mudar o outro para aquilo que espera e deseja para a sua própria satisfação. 

E quando a relação acaba - para sua surpresa - muitas vezes não entende o que aconteceu. Esse é um dos scripts - uma das formas de manipulação. Aqui é perceber que ninguém tem o poder de mudar ninguém, que cada um é o que é e que a mudança ocorre - quando e se ocorrer - devido à necessidade interna e, nunca, por pressão externa.

Antes de tentar modificar alguém ou sofrer numa relação frustrante é importante entender que cada pessoa tem sua personalidade própria e que todos temos nossos "códigos" sobre o que é amor, sobre o que é a vida e sobre o que é relacionamento. 

E, embora muitas pessoas usem as mesmas palavras para expressar suas necessidades sobre o amor, sobre a vida e sobre relacionamentos, não significa que seus "códigos" sobre estas questões sejam semelhantes. E a grande armadilha é que ao ouvir as mesmas palavras as decodificam a partir de seu próprio "código" pessoal e acreditam que encontraram quem procuravam, pois "querem" a mesma coisa de um relacionamento. O conflito aparece quando o comportamento do outro não se encaixa com a expectativa, fruto daquela decodificação; a primeira sensação é de susto e depois, de medo.

A auto-responsabilidade é entender que as relações são compostas de, no mínimo, duas pessoas; por isso, estão em jogo dois corações, duas perspectivas e expectativas sobre o relacionamento proposto (crenças e valores) e dois quereres.

É entender que adaptação e concessão são necessárias, mais que isso é anulação. E quando há anulação de uma das partes ambos estão sozinhos e não estão compartilhando uma relação. É a famosa solidão a dois!

É entender que a premissa básica para estabelecer companheirismo numa relação é a aceitação um do outro. E para aceitar o outro como o outro é precisa, primeiramente, aceitar-se a si próprio. É, principalmente, entender que ninguém - a não ser nós próprios - temos o poder de nos fazer feliz!

terça-feira, 6 de março de 2012

Confiar sem se machucar?

::Rosemeire Zago::


Quase sempre criamos expectativas em nossas relações pessoais, afetivas, familiares. Confiamos, acreditamos, gostamos e muitas vezes nos decepcionamos e nos machucamos. Criamos ilusões diante de quem conhecemos e quando estes têm comportamentos inesperados, o chão de nossa segurança desaparece e nos sentimos ameaçados. Quando isso acontece, muitas vezes custamos a acreditar nos fatos, apesar deles serem reais e estarem à nossa frente. Como defesa para não sentirmos a dor, negamos, fugimos, mas logo a mágoa volta para nos lembrar que fomos enganados, traídos.

Muitas vezes, dependendo do grau do envolvimento, acabamos por confundir a realidade com nossas necessidades e vemos o outro como desejamos que fosse e não como ele se apresenta. Ou seja, com muita facilidade confundimos ideal com real. Claro que outras vezes, o outro faz de tudo para acreditarmos que ele seja como anjo, mas com o tempo percebemos que estava muito distante disso.

Os principais responsáveis por nossas desilusões somos nós mesmos, pois idealizamos a outra pessoa e, ainda que inconscientemente, projetamos nela a responsabilidade de satisfazer nossas necessidades. Assim, perdemos a capacidade de discernir a realidade da necessidade e a própria responsabilidade de suprirmos nossas carências.

Se reparar melhor e voltar um pouco ao passado, talvez perceba que foi enganado, na verdade, por ignorar sua intuição, sua voz interior, que quase sempre diz: não vai dar certo, não confie, não vá adiante. Ignoramos nossos valores como se não fosse correto confiar em nossa própria voz. E aí nos enganamos e nos machucamos.

Isso quer dizer que não devemos acreditar nas pessoas? Devemos acreditar acima de tudo em nós mesmos, e muitas pessoas confiam mais em outras pessoas do que em si próprias e esse não é o melhor caminho. O que devemos evitar é colocar todo nosso referencial de vida e valores no outro, deixar de viver a própria vida e viver a vida do outro. Não podemos perder nosso referencial interno, pois ao mantermos nossas referências, ficará mais difícil alguém nos decepcionar a ponto de nos perdermos de nós mesmos.

Algumas pessoas sofrem demais, porque na verdade, esperam demais, ou ao menos, esperam que o outro tenha respeito e valores semelhantes aos seus, o que nem sempre acontece. 

Confiar em alguém nos dias de hoje é algo muito delicado. Se você se considera uma vítima constante de pessoas assim, não será hora de parar um pouco e repensar sobre seus próprios valores e a forma de conduzir a própria vida? Ou ainda, não confiar tanto assim? Você pode sofrer por ter sido enganado, mas sofrerá muito mais por ter se deixado enganar. De nada adiantará ficar revoltado, brigar com o mundo, achar que não se deve mais acreditar no ser humano. Mas talvez seja importante para você acreditar acima de tudo em você mesmo.

Lembre-se que quem engana ao outro, na verdade, está enganando e fugindo de si próprio. Ou seja, quem brinca com os sentimentos de alguém, quem machuca o outro, está desrespeitando antes de tudo a si mesmo, escondendo-se atrás de máscaras por não conseguir suportar seus intensos conflitos internos. Parece que pessoas assim se esquecem que com o tempo as conseqüências podem se inverter, tendo efeito bumerangue: vai e volta. Estão tão atentas como lesar ou prejudicar o outro que nem conseguem perceber o mal que estão causando a si mesmas e nem se dão chance de descobrirem que podem ser muito felizes sem ser preciso machucar alguém. 

Em qualquer relacionamento, e independente do tempo que se mantenha, podemos ouvir o que nos dizem, entender o que pensam, ou melhor, dizem pensar, mas dificilmente saberemos o que realmente sentem. Se até nossos próprios sentimentos nos fogem ao controle, imagine o que o outro sente. Amizade, cumplicidade, ética, responsabilidade, comprometimento, respeito, são valores hoje muito difíceis de serem encontrados.

Talvez por isso, seja tão importante valorizarmos aqueles que nos são caros, que mostram coerência entre o que sentem, fazem e falam. E mais importante ainda, é valorizarmos nossa intuição, que muitas vezes nos diz para não seguirmos adiante, mas ignoramos e seguimos em frente e depois nos decepcionamos, não só com o outro, mas também com nós mesmos. Por isso, observe mais, fale menos e tenha a certeza que para alguém ser especial para você e participar da sua vida, deve respeitar ao outro como a si mesmo o que, infelizmente, poucos conseguem. 

Por tudo isso, confie acima de tudo em você! E no máximo em uma folha de papel em branco, se quiser desabafar. E lembre-se do escreveu Jean Paul Sartre: Não importa o que nos fizeram, o importante é aquilo que fazemos com o que fizeram de nós.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Será que você sofre da 'síndrome de super-herói'?

::Roberto Shinyashiki::






 

"Quem exige de si vencer o tempo todo está se candidatando a viver crises de depressão ou, pior ainda, agir sem ética para vencer a qualquer preço. Quem precisa se sentir importante o tempo todo está criando um grande vazio em sua vida..." 

Gostaria de convidar você a refletir um pouco sobre seus heróis. Pense por alguns segundos nas pessoas que você admira.



Quando proponho essa reflexão em meus seminários, em geral ouço descrições que lembram os super-heróis das histórias em quadrinhos ou do cinema. Heróis com superpoderes que nada têm a ver com o mundo real. A maior parte deles são mitos criados no imaginário das pessoas. E você e eu já sabemos que alguém assim não existe.



Apesar de ter plena consciência de que essa imagem não passa de pura fantasia, a maioria das pessoas embarca nela de cabeça. E se ilude querendo mostrar que são superexecutivos, superempresários, supermães, superprofessores, superamantes.



Queremos ser unanimidade! Desejamos impressionar as pessoas o tempo todo. Insistimos em ser aplaudidos pela população mundial. E, para conseguir esse reconhecimento, tentamos desesperadamente parecer aquilo que não somos em nossa essência: pessoas de aço, indestrutíveis, inabaláveis.



Não estou dizendo que a pessoa que procura dar sempre o melhor de si em cada ação está errada. Ao contrário. É altamente positivo buscar a excelência em cada coisa que fazemos. Isso não quer dizer, no entanto, que sempre sairemos vitoriosos de nossas batalhas.



Ninguém consegue ganhar todas as disputas da vida. Nem Zico, nem mesmo Pelé realizaram todas as metas de sua carreira, mas nem por isso fracassaram. Quem exige de si vencer o tempo todo está se candidatando a viver crises de depressão ou, pior ainda, agir sem ética para vencer a qualquer preço. Quem precisa se sentir importante o tempo todo está criando um grande vazio em sua vida... 



Essa é uma ilusão perigosa. Alguns conhecidos meus, por exemplo, esperam ansiosamente que a empresa os chame no fim de semana para resolver um problema urgente. Parecem aqueles médicos que ficam com o olhar brilhando quando um paciente os chama no sábado à noite. A interpretação deles é a seguinte:



– Sou tão importante e indispensável que a organização não sobrevive um único segundo sem mim.



No entanto, seria mais eficaz pensar em algo como:



– Estamos tendo problemas urgentes com muita frequência. Como nossa equipe pode se organizar melhor? Onde precisamos melhorar nossos processos?

Raras pessoas têm consciência de que uma empresa organizada não precisa de sobressaltos. 



É preciso estar muito consciente para não embarcar nesse jogo de aparências e não se deixar envolver em atividades sem sentido para sua vida. Perdemos um tempo imenso correndo atrás da bagunça que criamos para nos sentir importantes. Desperdiçamos a vida porque ficamos brincando de super-heróis, prontos a entrar em ação.



Poucas pessoas percebem que viver para apagar incêndios é como correr em uma esteira ergométrica na academia: despende-se muito esforço para chegar a lugar algum. Se na esteira o ato de caminhar é um exercício para melhorar a forma física, na vida essa esteira ergométrica conduz apenas ao cansaço físico e mental. As pessoas se matam, ficam frustradas e o que permanece é uma incômoda pergunta: para que tanto sacrifício?



O problema é que acabamos entrando nessa viagem maluca de ser sensacionais em tudo e destruímos nossa paz de espírito. Na verdade, o ponto de equilíbrio é aliar a qualidade de vida ao sucesso. A questão não é medir o tamanho do sucesso, e sim estar atentos ao preço que pagaremos para conquistá-lo e, principalmente, lutar por objetivos que tenham sentido para nós.



Contudo, a loucura é tamanha que a gente não para para pensar no que está fazendo ao entrar nessa corrida da esteira ergométrica. Seguimos adiante como máquinas, querendo mostrar que somos super-heróis.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

8 passos para se libertar da Culpa





Ruminar erros passados, cobrar-se excessivamente por resultados melhores e culpar-se - até pelo inevitável - torna a vida cinza e pesada. Siga oito passos para se libertar de vez da culpa e volte a ser feliz consigo mesma! As dicas são de Fred Luskin:

1. Em vez de viver se culpando pelo que deu errado, coloque sua energia na busca por outro modo de realizar determinada tarefa ou acertar um mal-entendido.

2. Saiba exatamente como se sente em relação a determinada experiência dolorosa e, em seguida, compartilhe esse sentimento com alguém de confiança, um amigo ou seu terapeuta.

3. Faça um pacto consigo mesma de fazer o que for preciso para se sentir melhor. O perdão é algo que diz respeito tão-somente a você e a mais ninguém.

4. O autoperdão ajuda a cicatrizar velhas feridas, mas é preciso entender que seu sofrimento vem de pensamentos cultivados hoje, portanto, mude o foco.

5. No momento em que se sentir magoada ou triste consigo mesma, faça uma atividade positiva, que lhe traga prazer.

6. Pare de esperar que os outros mudem seu comportamento e o modo de tratá-la. Sua felicidade depende exclusivamente de suas ações e atitudes.

7. Lembre-se de que uma vida feliz e bem vivida é sua melhor vingança. O autoperdão aumenta seu poder pessoal.

8. Pare de se lembrar do que perdeu e de como sofreu, passe a se lembrar de como deu a volta por cima e como se sente mais forte hoje.